A Rússia de Putin – Ano de 2025: O que vem a seguir para o regime e o país?

Como um simples oficial da KGB se tornou um dos líderes mais poderosos e controversos do mundo? Nesta série especial do podcast 4 Minutos, acompanhamos de perto a ascensão de Vladimir Putin ao poder – da sua infância na Leningrado soviética à sua carreira nos serviços de inteligência e os momentos-chave de seu governo que transformaram a Rússia e o mundo. Quais eventos moldaram sua política? Quais são as raízes do conflito atual? E o que o futuro reserva para a Rússia?

Junte-se a nós nesta série envolvente e entenda como surgiu a Rússia de Putin. 🎙️

Transcript

Bem-vindos ao episódio final da série A Rússia de Putin, onde acompanhamos, passo a passo, como um ex-agente dos serviços secretos soviéticos se transformou no governante absoluto do maior país do mundo. Analisamos a trajetória de Putin desde Leningrado até o KGB e o Kremlin, sua ascensão ao poder, a construção gradual de um regime autoritário, as agressões externas, a repressão interna e o atual isolamento geopolítico. Hoje, olhamos para como está a Rússia em 2025 – e quais cenários podem definir seu futuro.

Em 2025, Vladimir Putin entra na quarta década de sua liderança política. O país que governa tornou-se um sistema altamente centralizado e repressivo. O espaço público é totalmente controlado pelo Estado – mídia, escolas, internet e cultura são sujeitos à censura e à vigilância ideológica. As eleições são apenas rituais, sem competição real. A sociedade está profundamente militarizada, o patriotismo virou um dever e qualquer desvio da narrativa oficial é criminalizado.

A guerra na Ucrânia transformou-se em um conflito crônico. A linha de frente permanece estática, mas o sangue continua a ser derramado. Ambos os lados sofrem grandes perdas, mas dentro da Rússia as pessoas já não fazem mais perguntas. A mídia informa de forma seletiva, vozes dissidentes são silenciadas e os fracassos militares são escondidos sob retórica de vitória. Em algumas regiões, no entanto, começam a surgir tensões – entre mães de soldados convocados, em meio a dificuldades econômicas e a um crescente descontentamento entre elites regionais. São sinais sutis de uma possível mudança.

A economia russa, embora oficialmente não tenha colapsado, mudou profundamente. Deixou de ser uma economia de mercado e passou a ser uma economia de guerra planejada. Tecnologias ocidentais desapareceram, os investimentos estrangeiros secaram e muitas empresas deixaram o país. O que restou se voltou para a Ásia – especialmente para a China, que dita as condições e trata a Rússia mais como fornecedora de matérias-primas baratas do que como parceira igual. A classe média empobrece, os jovens emigram e a mobilidade social diminui.

O regime mantém a lealdade da população por meio da propaganda, do controle e da constante criação de inimigos externos. O inimigo pode ser o Ocidente, a Ucrânia, a OTAN, os liberais ou os chamados “traidores internos”. Esse estado permanente de ameaça mantém a sociedade em alerta – mas também a desgasta. A geração mais jovem começa a se distanciar – de forma silenciosa, cautelosa e sutil. Estão surgindo canais alternativos online, uma cultura underground e humor crítico que o regime ainda não conseguiu reprimir totalmente.

Para o futuro, vários cenários são possíveis. O primeiro é a continuidade do regime atual – um Estado repressivo e aparentemente estável, sem reformas reais. O segundo é a erosão lenta – com o desgaste econômico, a fadiga da guerra e a insatisfação interna corroendo o sistema. O terceiro é um colapso repentino – provocado por uma crise, um conflito interno ou protestos em massa. E o quarto cenário é uma democratização lenta e discreta – improvável no momento, mas possível, se houver pressão suficiente de dentro e de fora.

A Rússia de Putin em 2025 ainda está de pé, mas seus alicerces são frágeis. Muito do que sustenta o sistema é medo, hábito e a ilusão de força. Quanto tempo essa situação pode durar – e se algum dia abrirá espaço para um futuro diferente – é uma das grandes perguntas do nosso tempo.

Com isso, encerramos nossa série A Rússia de Putin. Se você gostou do nosso podcast, acompanhe-nos nas redes sociais – estamos no Facebook, Instagram, TikTok e X como 4min Podcast, onde publicamos mapas, infográficos, conteúdos extras e materiais complementares sobre cada episódio.

E já deixamos aqui o convite para a nossa próxima série, que irá explorar as narrativas como ferramenta de soft power. Vamos mostrar como potências como Rússia, China e os Estados Unidos usam histórias, símbolos históricos, emoção e desinformação para influenciar a opinião pública em outros países. E como essas narrativas servem para minar a confiança, desestabilizar sociedades e expandir influência – sem disparar uma única bala.

Obrigado por nos ouvir.