Duplo Clique

#6 MEGA (Make Europe Great Again), Musk vs Altman, Piti do CEO do JP Morgan

Andrea Janer e Fernanda Belfort

Send us a text

Analisamos o impacto político e tecnológico atual, discutindo o "Make Europe Great Again" e as suas implicações na geopolítica, além da crescente tensão entre os líderes globais. Também falamos sobre o futuro do trabalho, as propostas de Musk para a OpenAI e as rígidas novas diretrizes para trabalho remoto no JP Morgan.

Links citados:

https://www.theguardian.com/world/2025/feb/11/denmark-california-greenland-california

https://youtu.be/o7s0Kl8VvmU?si=aEFoWxuUdF9RywXz

https://garymarcus.substack.com/p/did-elon-musk-just-muk-sam-altman

https://fortune.com/2025/02/12/bret-taylor-elon-musk-twitter-openai-altman-agrawal/

"As opiniões expressas aqui são estritamente pessoais e não devem ser interpretadas como representativas ou endossadas pela Salesforce, empresa onde a Fernanda Belfort trabalha."

Fernanda Belfort:

Hoje a gente vai falar sobre o MEGA, o Make Europe Great Again, desde a Conferência de Segurança de Munique ao que está acontecendo com a ligação entre o Trump e o Putin, para falar sobre a guerra da Ucrânia e esse movimento que está acontecendo na Europa de direita também.

Fernanda Belfort:

O segundo tema é toda essa disputa que continua entre o Musk e o Altman, que já vinham há algum tempo, há muito tempo nessa disputa e que agora teve essa oferta que o Musk fez para comprar a OpenAI. Então o que aconteceu, o que é essa oferta, quais são as implicações que isso pode ter E o que vai acontecer no futuro. E o terceiro tema foi o PT que o Jamie Dimon, que é o CEO do JP Morgan há 19 anos, deu para a sua equ equipe, falando de trabalho remoto e falando que ia acabar com isso tudo. E chega de fucking calls, foi esse tipo de termo que ele usou. E o que está acontecendo com o trabalho híbrido, com a produtividade das empresas e com o espaço que hoje muita gente está tendo, depois da eleição do Trump, de falar o que realmente pensa. E vamos lá, galera, para mais um Duplo Clique.

Adrea Janér:

Olá a todos e todas nossos queridos ouvintes. Mais um Duplo Clique aqui para vocês essa semana, mais uma semana intensa né Fê E Fê também de novo tá no estrangeiro.

Fernanda Belfort:

Ai tô em Chicago, vim pra uma reunião de kick-off da Salesforce e gente tá menos 8 graus, feels like menos 18, ainda bem que eu fiquei trancada na sala de reunião a semana inteira, né Porque tá bem fresquinho aqui, né Porque tá bem fresquinho aqui, eu diria Bem fresquinho.

Adrea Janér:

Eu fico com inveja. Aqui em São Paulo e boa parte do Brasil tá uma semana de temperaturas na casa dos 35, fios lá em 40. Então não tá fácil.

Fernanda Belfort:

Pro lado de cá também não Estamos numa vida de extremos né Déia Podemos guardar esse tópico para uma próxima semana de falar de todas essas mudanças climáticas e os impactos nas nossas vidas.

Adrea Janér:

Né Total, temos muitos. Podemos listar vários aqui que a gente sente na pele, mas essa é uma semana importante. Temos uma semana importante acontecendo aqui. Acho que essa, na verdade, as we speak, o JD Vance, vice-presidente americano, está discursando no Munich Security Conference, uma das conferências mais importantes, se não a mais importante, do mundo de segurança, e isso é um tema super quente desde que o Trump foi eleito não digo nem desde que ele entrou na Casa Branca, mas desde que ele foi eleito. É uma pauta de geopolítica, é um tema que eu particularmente adoro, mas que está enfim atravessando muitas outras pautas. Acho que isso é uma inclusive naqueles Global Risk Reports, no Global Risk Report do World Economic Forum que a gente viu ser lançado agora no começo de janeiro em Davos. Conflitos armados estão no topo dos riscos para a humanidade, junto com desinformação, junto com crise climática. Então esse é o motivo pelo qual eu trago esse tema aqui. Não é só porque eu gosto muito de geopolítica, mas porque a gente precisa prestar atenção nisso Tem muitos desdobramentos aí que vão afetar enfim cadeias de suprimentos, a situação econômica individual de cada país, enfim tudo isso vai ser afetado por essas negociações que estão acontecendo E nessa semana que está acontecendo, esse conselho, esse encontro, essa conferência? os Estados Unidos começou a abrir uma.

Adrea Janér:

Trump abriu uma porta de negociação com o Putin sem envolver inicialmente a Ucrânia, sem envolver o Zelensky. Isso deixou criou um mal-estar enorme na União Europeia, assim como que ele começa a negociar sem uma parte, a parte principal ali envolvida. Ele está se aproximando do Putin. O Trump e o Putin estão se alinhando, estão conversando, o que torna tudo muito mais estranho e preocupante nesse sentido, e o Trump já anunciou que possivelmente a Ucrânia vai ter que fazer concessões que não foram previamente combinadas.

Adrea Janér:

O Trump tinha como pauta principal resolver a guerra da Ucrânia e resolver a guerra de Israel e Hamas. Isso era algo que ele tinha prometido na sua campanha, tanto que o cess. Resolver a guerra de Israel e Hamas, isso era algo que ele tinha prometido na sua campanha, tanto que o cessar-fogo de Israel. Ele já estava por trás ali daquela negociação que aconteceu ali às vésperas da entrada dele na Casa Branca. E agora ele está cumprindo a segunda promessa, que é encerrar essa guerra entre a Rússia e a Ucrânia, porém fazendo com que a Ucrânia tenha que abrir mais concessões, e não só a Ucrânia, a Europa, porque o tempo todo que já dura essa guerra, todo mundo sabe que para a Ucrânia conceder, para ela fazer concessões é uma derrota para todo mundo, porque só dá mais força para figuras como Putin tomarem atitudes como essa.

Adrea Janér:

Ou seja, se você acaba vencendo uma guerra dessa porque o seu oponente capitulou, os outros ditadores no mundo vão pensar que não é tão difícil assim a gente fazer isso de novo várias vezes, pensar que então não é tão difícil assim a gente fazer isso de novo várias vezes. Então esse desejo expansionista do Putin de voltar ao que eles tiveram um dia com a União Soviética é um fantasma que sempre ronda ali os países vizinhos da Rússia. E essa solução que está sendo pregada aí para a Ucrânia pode ser um indício de que o Putin teria vencido essa guerra. Então é muito complexo, é muito assustador que isso esteja acontecendo. Claro que todo mundo quer o fim da guerra. Não dá para ficar guerreando indefinidamente. Mas os termos em que essa paz vai ser assinada não podem ser totalmente enviesados pelo lado do mais forte. Então isso é um assunto que está super na pauta Nesse contexto, trazendo aqui nosso guru Ian Bremmer, que é o CEO da Eurasia, ele escreveu recentemente uma pequena parte da newsletter dele trazendo o que pode ser o novo mega o Trump com o seu MAGA, make America Great Again, e um esboço do que seria um mega na Europa, que é o Make Europe Great Again.

Adrea Janér:

Então é uma coalizão ali de líderes de extrema direita na Europa, liderados pelo Vítor Orbán, que é o primeiro-ministro da Hungria, que tem também Marine Le Pen na França, enfim outros políticos que têm uma representatividade bastante grande. Eles têm inclusive um grupo chamado Patriots for Europe, que tem 86 membros de 14 países e já é o terceiro maior bloco no Parlamento Europeu. Então eles não são tão pequenos, não. Então essa turma é a turma que quer fazer Make Europe Great Again.

Adrea Janér:

Então a gente tem o MAGA, talvez venha a ter o MEGA, e isso mostra como a Europa está se organizando aí para ganhar musculatura, para entrar nessa, digamos assim, nessa nova ordem mundial que o Trump está trazendo, lembrando que essa semana também teve um AI Summit em Paris e o Macron realmente foi um protagonista ali, anunciando investimentos de 190 bilhões de euros em inteligência artificial para enfim realizar toda essa potência. Ele quer que a França lidere o bloco europeu nessa guerra de inteligência artificial que está se desenhando entre Estados Unidos e China. Então ele não quer ficar para trás, a Europa não pode ficar para trás E ele enfim assinou esse cheque aí e vamos ver se a Mistral e outras empresas de inteligência artificial europeia conseguem fazer frente aos deep-seeks, open-ais e antropics da vida.

Fernanda Belfort:

Dea, acho que você tocou vários pontos super importantes, começando um pouco comentários que vêm à minha cabeça sobre tudo isso que você está contando. Primeiro, esse mundo que a gente já vive, em que as guerras voltaram a acontecer, talvez, como você colocou, elas tenham resultados positivos para o invasor, se realmente tiver um acordo em que as áreas que a Rússia já conquistou vão ser russas e esse tipo de coisa ainda mais, uma negociação que de alguma forma não está envolvendo a Europa, não está envolvendo principalmente a Ucrânia, que foi essa ligação. Me chamaram a atenção alguns pontos. Primeiro, o post extremamente bem feito perto dos posts que geralmente o Trump faz, que é bem aquela coisa. Né o Elon Musk e o Trump, eles são passionais, ah, mas eles saem postando qualquer coisa, mais ou menos, porque quando eles vão falar da Rússia, quando eles vão falar da China, eles não saem igual loucos, igual eles fazem com outras situações.

Fernanda Belfort:

Então acho que esse é um ponto que me chama a atenção. O outro ponto que me chama a atenção é o impacto que tudo isso tem, além dos pontos que você colocou brilhantemente. Tem também o impacto que isso tudo tem na economia. Tem várias análises falando que muito do que o mundo prosperou nas últimas décadas é porque o dinheiro do governo e tudo que antes ia para toda essa parte militar de proteger os territórios, e tal pode ser deslocado para outras coisas, para educação, para saúde, por mais que possa ter sido de uma forma super bem feita ou não, que a maior parte dos casos tem um espaço enorme para eficiência. Mas assim a gente voltar a ter os países colocando um percentual maior e importante do investimento que eles têm, o percentual do PIB, nesses esforços militares, acaba tendo um impacto na economia como um todo e eu acho que isso também é um ponto perfeito, perfeito, muito bem colocado, inclusive para os países entrarem na OTAN.

Adrea Janér:

eles têm que comprometer um mínimo de 3% do seu PIB para fins militares, e fazia muito tempo que os países não estavam nem atingindo esse percentual mínimo, porque o mundo vivia em paz e as prioridades eram outras e o mundo prosperou de fato desde o fim da guerra fria, digamos assim, por causa dessa possibilidade de aplicar esse dinheiro em coisas mais úteis para a humanidade. Mas o fato é que estamos novamente numa Guerra Fria e isso tem sido repetido por muitos líderes governamentais, acadêmicos, econômicos também. Essa semana teve uma fala também do André Esteves do BTG, confirmando isso num evento do BTG, também para investidores. Então assim se consolida talvez essa percepção de que voltamos a viver realmente uma guerra fria e os investimentos vão agora acabar indo para esse tipo de fim. Você vê uma Palantir, por exemplo, que é uma dessas novas empresas militares, o que é a Palantir.

Adrea Janér:

A Palantir é uma empresa de dados que é usada para fins bélicos. É uma empresa um tanto misteriosa. Ela é bem low profile, quer dizer agora ela não é mais, porque a ação da Palantir, se não me engano, já valorizou 180% desde que o Trump entrou no poder. É uma empresa que tem muitos contratos com o governo americano. Ela é basicamente uma empresa de inteligência de dados que trabalha em casos, casos desde ajudar Israel nas operações militares para encontrar melhores alvos para seus ataques, até localizar pessoas sequestradas. Então assim ela trabalha com basicamente defesa, mas também tem outras frentes menos, digamos assim, militares, Mas o principal business é militar. É um pouco sigiloso, misterioso, eles não contam quais são os países que são clientes deles.

Adrea Janér:

Foi cofundada pelo Peter Thiel, também da PayPal, Mafia lá, o pai de todos os, acho que founders lá do Silicon Valley, um cara controverso, polêmico e tudo mais. É o cara do PayPal, isso do PayPal que acabouso, polêmico e tudo mais. É o cara do Paypal, isso do Paypal que acabou hoje. Depois ele entrou em várias coisas e até hoje ele é um cara meio mítico, né, ele é muito discreto, ele não aparece. Muitos dizem que ele é até mais poderoso que o Elon Musk, só que ele é uma eminência parda assim, ele navega mais nos bastidores e o outro co-founder tem o lance da máfia dos ex-PayPals, tem o David Sachs, tem uma galera.

Fernanda Belfort:

John Lonsdale tem um grupinho que é um grupinho que sempre foi mais republicano, de direita que destoava um pouco eram os tech guys mais capitalistas, os primeiros bros, os primeiros bros que destoava um pouco eram os tech guys mais capitalistas ali os primeiros bros.

Adrea Janér:

Os primeiros bros que deram origem a série hoje de tech bros mas o co-founder, junto com o Peter Thiel, é o Alex Karp, que é outra figura mítica, um cara super incensado, super considerado assim, meio gênio e tal, e que vai lançar inclusive um livro semana que vem, que está sendo super esperado, assim que ele vai contar um pouco da trajetória e tudo mais. E acho que a Palantir é uma das empresas que a gente precisa prestar atenção. Aí ela está super alinhada com esse novo momento americano de defesa, de valorização dos Estados Unidos como potência enfim, militar e uma potência mundial. Eu acho que são nomes, são empresas que vão a gente vai ouvir falar muito, vai entrar talvez no repertório de muita gente nos próximos anos diante desse fato de que a gente está vivendo de novo essa guerra fria.

Fernanda Belfort:

O Dea. E outro ponto que você comentou é o do MAGA né E o do MEGA agora, do Make Europe Great Again. E aí eu acabei lembrando de uma coisa que eu vi essa semana, que tem uma petição rolando na Dinamarca que é obviamente uma sátira. Saiu uma matéria no The Guardian eu vou mandar aqui pra vocês o link pra quem quiser ler mas eles fizeram uma petição que já tem mais de 200 mil mil assinaturas de dinamarqueses de uma oferta pro Trump pra comprar Califórnia. E eles falam let's make Califórnia great again. E eles falam gente, vamos lá, vai Trump, você nem gosta da Califórnia, isso está claro.

Fernanda Belfort:

Então deixa a gente comprar a Califórnia. A gente vai implementar agora, vai ter todas, vai ter pistas de bicicleta, ciclovias pela cidade, a gente vai ter um rule of law, a gente vai ter sistema de saúde, a gente vai ter. Eu morri de dar risada né. E eles falaram que eles Obviamente, pra quem tá ouvindo aqui, a gente né, mas isso é uma sátira em cima da Groenlândia, que os Estados Unidos quer comprar da Dinamarca. Então eles falando pô né, por que a gente então não faz uma contra-oferta? ao invés de vender a Groenlândia, a gente compra a Califórnia. Então isso aqui é só pra gente dar um pouco de risada, mas tá sensacional. Eu vou deixar o link aqui pra vocês.

Adrea Janér:

Muito bom, muito bom Essas coisas. daqui a pouco a gente Parece que o Trump esqueceu da Greenland, porque entram outras coisas no meio do caminho, dentro desse conceito de flood the zone que a gente falou no último podcast, de continuar inundando a mídia, as pessoas com notícias de todos os setores, medidas, decisões, declarações, posts, coletivas de imprensa, tudo super, de uma forma exagerada, intensa, muitas vezes até com o objetivo de fazer as pessoas ficarem um pouco atordoadas mesmo. Então a gente pensa que Trump esqueceu da Gorilândia. já, já isso volta. né Ele tá keeping tabs lá, né Ele tá guardando todas essas questões aí pra poder voltar. Essa semana teve também a história dele aparecer no gabinete, lá no Salão Oval, com o Elon Musk e seu filho X né X é o apelido porque o filho tem um nome impronunciável, assim com várias letras e caracteres estranhos, assim Que não fazem parte do nosso alfabeto mesmo.

Adrea Janér:

Que não fazem parte do nosso alfabeto. É o filho dele com a Grimes. A Grimes é uma artista, também uma pessoa super diferente, e tudo mais. Então os dois tiveram, acho que dois filhos, se não me engano, E a gente pôde ver as fotos. Assim uma cena também muito insólita o Musk discursando pra imprensa em pé no salão oval, com o Trump sentado observando, e o filho brincando ali ora no pescoço do Musk, ora fazendo uns comentários que até viraram meme depois dizendo pro Trump ficar quieto que ele não é o presidente, enfim. Umas coisas meio bizarras assim que continuam acontecendo nesse governo, né.

Fernanda Belfort:

Mas eu vi uma matéria sobre isso super interessante que era uma análise de quanto isso foi uma demonstração de poder do Musk né e pra deixar claro que o Trump não manda nele. E essa análise mostrava que o Trump tem ternos já foi visto diversas vezes usando terno e que geralmente, quando alguém vai no Oval Office com o presidente, todo mundo segue a vestimenta, todo mundo tem um protocolo a ser seguido E de repente ele dá essa do tipo eu sou bilionário, ninguém manda em mim aqui, e que tudo isso foi pensado, não foi ocasional. Ele tá lá sem tarde eterno ele levar o filho. No primeiro momento eu falei será que ele tá querendo humanizar um pouco a imagem dele levando o filho?

Adrea Janér:

Sim, foi o que eu pensei também, mas depois você para pra ver.

Fernanda Belfort:

É, essa foi a primeira coisa, mas eu li muito mais coisas que foi uma demonstração de poder. Né ele vai lá, ele chega com uma criança, ele põe o filho, o próprio Trump. Uma hora o filho começa a falar. Até o Trump dá uma parada assim ignorada no menino e tudo Quer dizer porque era uma situação inadequada pra estar com uma criança. Tá tendo uma coisa super séria e ele comentava vou mandar esse link pra vocês também.

Fernanda Belfort:

Mas ele comentava que é bem aquela coisa dos bilionários, né assim, de que de repente você vai numa festa, tá todo mundo sei lá de terno e o tech guy tá de camiseta e que antes a moda era, todos usavam preto porque eles não queriam a fadiga da escolha. Não escolho a minha roupa de manhã, eu uso preto todos os dias porque eu não estou assim. E agora estão todos e faz uma análise do Musk, do Mark Zuckerberg e do cara da Amazon que fugiu, jeff Bezos. Olha que loucura que fugiu Jeff Bezos. Olha que loucura. Fugiu o nome e falando o quanto eles mudaram a imagem deles e o quanto isso é uma coisa realmente pensada.

Adrea Janér:

É no caso do Musk, do Zuckerberg, aliás, é um rebranding. Até foi longe, foi além. Ele quis se tornar um cara cool. Ele sempre foi considerado um cara meio nerd, então o corte de cabelo, as roupas que ele usava, tudo super o jeito de falar E de repente, acho que de um ano e meio para cá, mais ou menos, ele entrou num processo de rebranding. Ele criou uma imagem do Zuck cool ou seja, usando óculos, correntes, camisetas com estampas masculinas, lutando jiu-jitsu, que é hoje, na verdade, uma coisa que ele leva super a sério. Eu lembro que até ele tinha convidado o Musk para uma luta. Eles iam fazer uma luta. Depois esse assunto ninguém nunca mais falou, mas ficou durante um tempo na mídia, um debate ali entre os dois, tipo um dia.

Fernanda Belfort:

C Nossa, eu lembro disso, esqueci.

Adrea Janér:

Vamos fazer em Las Vegas, vamos fazer em. Não sei o que teve ali um momento em que eles estavam aí, algum deles se machucou providencialmente, algum deles teve uma lesão e a luta infelizmente não pôde acontecer por conta dessa lesão. Mas é interessante ver como realmente teve esse rebranding mesmo e eu concordo com você, acho que toda essa cena que aconteceu no Salão Oval teve foi muito bem planejada. Não é que ele estava sem babar naquele dia e precisou levar a criança para o trabalho. Houve certamente uma série de conversas sobre como isso poderia acontecer.

Adrea Janér:

E o X, esse filho dele, também apareceu no palco num grande comício que o Trump fez na véspera da sua posse, no domingo, antes da sua posse, dia 19 de janeiro, eu não me esqueço porque eu estava, foi véspera de Davos. Eu estavaingo antes da sua posse, dia 19 de janeiro. Eu não me esqueço porque eu tava, foi véspera de Davos. Eu tava na Suíça assistindo aquele grande comício que teve aquela banda tocando o YMCA, lembra Village People, que também foi uma coisa absolutamente inusitada, insólita. Aí entra o filho do Musk. Enfim, foi um, um comício, realmente assim me chamou muita atenção, tipo esse é o começo de uma nova era.

Adrea Janér:

Marcante, coloquemos né Pois é Bom, mas enfim, temos outro assunto importante essa semana Fê. Eu queria que você nos iluminasse sobre a oferta do Elon Musk para comprar a OpenAI. Acordamos terça-feira com essa grande novidade que a OpenAI podia mudar de mãos.

Fernanda Belfort:

Exato, né Veio essa novidade. Elon Musk fazendo mais uma das suas, e aí a gente vai um pouquinho para a história. vai me ajudando aqui com as informações também, mas a OpenAI foi fundada, entre outras pessoas, incluindo o Sam Altman, obviamente pelo Elon Musk. Então ele começou a OpenAI junto com alguns milionários talvez e experts ali, milionários talvez e experts ali em tecnologia em 2005. Desculpa, 2015. E depois, se não me engano, acho que foi em 2009, ele acabou saindo E ele acabou saindo provavelmente achando que 2019.

Fernanda Belfort:

Provavelmente achando que não ia chegar a lugar nenhum. Provavelmente achando que não ia chegar a lugar nenhum e foi surpreendido com o sucesso que a tecnologia desenvolvida na OpenAI acabou trazendo e desde então ele tem uma briga ali com o Sam Altman e com a OpenAI. Ele fala que essa briga é porque eles estão traindo. A OpenAI começou inicialmente. Ela era sem fins lucrativos e começou com o investimento de um bilhão de dólares entre essas pessoas e ela tinha a missão de desenvolver inteligência artificial de uma forma segura e benéfica para a humanidade. Então essa era realmente a ideia inicial Em 2019, que ela passou a ser uma empresa de lucro limitado para conseguir atrair mais investimentos. Na minha percepção, e acho que de muita gente no mercado, eles precisavam de muito dinheiro para conseguir fazer a capacidade de processamento necessária para desenvolver essa tecnologia E, como é uma empresa sem fins lucrativos, eles não conseguiam captar isso. Então eles acabaram mudando E aí a OpenAI começou a ter uma série de investimentos para conseguir chegar nessa tecnologia. Toda A principal investidora como empresa é a Microsoft, né, e sempre existiu essa briga do Musk com o Sam Altman e tudo isso.

Fernanda Belfort:

Então acho que isso já acontecia E aí o Elon Musk essa semana colocou uma oferta de 97.4 bilhões de dólares para comprar os assets da OpenAI sem fins lucrativos. A OpenAI tem uma estrutura super complexa. Né Eu, até a matéria que eu mais gostei foi uma matéria do Gary Marcus, que é um cara que fala de AI, de tecnologia, e no fundo pra ele não tá ligado a nenhuma das empresas nem nada. Ele acaba tendo uma liberdade de fala pra ser muito crítico. Então ele sempre traz pontos de vista assim super interessantes e ele até colocou né uma imagem de uma outra pessoa que postou um pouco que ela conseguiu entender porque é super complexa essa estrutura da OpenAI. Né ele até comenta que é com certeza a estrutura de negócio mais complexa que ele já viu na vida. Mas existe a OpenAI, que é for profit, mas ela é controlada por uma outra instituição que é non-profit E o Musk colocou a proposta nesta empresa que é a non-profit.

Fernanda Belfort:

E a teoria um pouco do Gary Marcos é de que a OpenAI está precisando de muito dinheiro, ela precisa de muito cash para continuar esse desenvolvimento. Então o Sam Altman está tentando captar dinheiro, está sempre captando dinheiro E parte das negociações acontecem e tem um prazo, segundo ele de que quando os investidores vão colocar dinheiro, eles ficam incomodados em colocar dinheiro numa empresa que é controlada por uma empresa que é non-profit, porque no fim do dia isso é um investimento para eles, não é uma doação para a caridade. Até porque a gente fala em valores gigantescos E segundo ele, a OpenAI concordou em converter 6,6 bilhões que ela tem de investimento em dívida se a companhia não for convertida numa for-profit sem estar embaixo dessa outra que é non-profit, então é uma coisa muito doida, mas assim eles querem tirar essa relação para não ter esse risco de uma empresa non-profit em cima. E, segundo uma matéria que ele comenta aqui também, o que rola é que para isso acontecer existe um entendimento de que a for-profit teria que remunerar a non-profit que é a controladora dela, e esse valor está estimado em 40 bilhões de dólares. Não sei como eles chegaram nesse valor, tá gente, mas é um valor. Aqui Eles falam que as pessoas especulam que este valor seria em torno de 40 bi E a partir do momento que o Musk vem e coloca uma proposta para comprar essa empresa, que é essa non-profit, por 97 bi, acabou de mais do que dobrar o quanto essa empresa vale.

Fernanda Belfort:

Então, se antes a OpenAI precisava de 40 bi para remuner e acabou de mais do que dobrar o quanto essa empresa vale, então, se antes a OpenAI precisava de 40 bi para remunerar essa non-profit, agora precisa de muito mais. Isso é um tema super complexo, até quando você vai estudar, ler as coisas na internet e tal, porque pouquíssima gente entende essa estrutura toda mas imaginam que esse seja um pouco do power move do do Musk para dificultar a vida do Sam Altman e da OpenAI e de alguma forma impactar a capacidade que eles têm de conseguir dinheiro. Né, e com isso né slow them down, segurar eles, atrasar eles nessa corrida por IA. Então isso foi o que eu entendi tudo dessa semana, né Brilhou, brilhou.

Adrea Janér:

É muito difícil entender essa estrutura, toda o que está por trás, né E assim a seguir cenas dos próximos capítulos, né Porque o board da OpenAI, que é obrigado por lei a avaliar todas as propostas que chegam para a empresa, principalmente uma proposta desse montante, que não é uma brincadeira, ainda não recusou formalmente essa proposta. Então isso é um detalhe interessante dessa conversa. O Sam Altman rapidamente foi para o Twitter, para o X. Na verdade, e engraçado ser pelo X, isso muito curioso. Ele foi imediatamente. Ele foi para o X e fez uma resposta até sarcástica. Falou não, mas a gente compra o X por 9,74 bilhões. Ele brincou que compraria o X do Musk. Ele falou que a OpenAI não está à venda. Claro que ele quis. Obviamente eles têm uma questão pessoal ali também envolvida. Então ele quis rapidamente dar uma resposta rápida.

Adrea Janér:

Mas a verdade, analisada numa ótima matéria do TechCrunch ontem, é que tem algumas questões nessa proposta que precisam ser observadas, assim pequenos detalhes que podem fazer a diferença, porque nos primeiros momentos ficou todo mundo especulando se isso era uma proposta séria ou se era apenas uma brincadeira do Elon Musk. Né, mas não, ela é uma proposta séria. Ela colocou a proposta, tem um deadline muito claro. Se não me engano é final de maio de 2025, então ela tem uma data de validade um pouco estendida. Não é uma uma proposta que foi colocada com deadline curto, ou seja eles acham que existe até espaço para uma negociação, então essa proposta tem um deadline firme aí de final de maio.

Adrea Janér:

Outro ponto importante dessa proposta do Musk é que ela é totalmente em cash, ou seja não é troca de ações, não é opções, é cash mesmo. Afinal de contas, o Musk não está sozinho nessa oferta. Ele trouxe sete ou oito investidores por trás e esse dinheiro é cash, é muito dinheiro. Ele já se enrolou outras vezes a própria compra do X. O Musk se enrolou. Até hoje ele não pagou o empréstimo para comprar o X.

Adrea Janér:

E outro terceiro ponto importante dessa proposta, dessa oferta, é que ela prevê full access, ou seja acesso total e restrito aos números e às pessoas que trabalham lá, o que poderia dar ao Musk uma vantagem de conhecer a cozinha da OpenAI, o que seria bem interessante. Então é uma proposta que ainda está na mesa, apesar do Sam Altman ter rejeitado imediatamente Essa resposta. Tem que ser oficial, tem que ser do board E ficou um pouco na espuma ali. O Altman inclusive fez uma deu uma entrevista pra Bloomberg em que ele disse que acha que isso tudo é uma grande insegurança do Elon Musk, que ele acha que a vida dele inteira é baseada em inseguranças e que ele não é um cara feliz e que ele lamenta muito. Ele lamenta muito pelo Musk, por ele ser assim. Isso foi um grande gossip foi uma gossip da semana.

Adrea Janér:

Não é sempre que o Sam Altman fala assim de alguém e o Musk sendo esse cara larger than life, esse cara gigante com essa aparente autoconfiança e essa aparente agressividade no lidar com essas questões muito grandiosas, né, No entanto, o Sam Altman fez esse comentário aí, desmerecendo um pouco e dizendo que no fundo ele é um cara extremamente inseguro e infeliz.

Fernanda Belfort:

É E ele vira e fala né. I feel for the guy.

Adrea Janér:

I feel for the guy. Ele foi tão elegante, Não é?

Fernanda Belfort:

Eu adoro ser malto, assim a forma que ele fala e tudo. Acho que é muito bom. E uma outra curiosidade, ideia super interessante é que quem era o chairman, a pessoa lá do board do Twitter na época que teve essa oferta, esse bid lá gente, eu acho que eu estou aqui nos Estados Unidos e meu português está sumindo a pessoa, mas que teve essa oferta pelo Twitter era o Brett Taylor. O Brett Taylor eu sempre que eu acompanho ele porque ele era co-CEO da Salesforce quando eu entrei na Salesforce E depois ele saiu. Ele está em outra empresa hoje, mas ele era o chairman do board e ele é hoje o chairman do board da OpenAI, ou seja o mesmo cara. Tem uma matéria da Fortune falando que o Brad Taylor está tendo que de novo viver depois de todo o drama, o drama do takeover lá do Twitter. Agora ele vai ter que passar por isso de novo nessa discussão na OpenAI. Então pelo menos ele já tem experiência em lidar com esse tipo de coisa.

Adrea Janér:

Sim, sabe lidar com o Musk, então acho que isso é super interessante a gente observar. Isso deve ter desdobramentos aí nos próximos dias a OpenAI. Ainda não sei se todo mundo lembra aqui, mas depois que houve aquele episódio da demissão do Sam Altman como CEO da OpenAI um ano e pouquinho atrás, houve uma debandada dos grandes talentos da OpenAI, os founders, os co-founders na verdade Ilya Sutskever, a própria Mira, murat, peter Dang, vários nomes que ou eram co-founders ou eram líderes de áreas importantes da OpenAI foram desembarcando, alegando enfim conflitos de visão com o próprio Sam Altman. Ele foi ficando, ele ficou, ele conseguiu ficar. Ele é um cara muito inteligente, muito poderoso.

Adrea Janér:

Mas fora o Sam Altman, talvez o outro grande nome que sobrou na OpenAI é o Kevin Will, que é o seu CPO, chief Product Officer, que eu tive a oportunidade de assistir agora em Davos, em duas casas inclusive. É um cara que fala super bem, é um sabe next door guy, assim você nunca diria que o Kevin Will tem sei lá um cargo como esse Chief Product Officer do CHPT, ou seja um cara extremamente importante na estrutura da empresa e que é eu almocei do lado dele, por exemplo, num dos dias lá em Davos um cara que parece você podia ser amiga dele, um cara super tranquilo acessível e tudo mais extremamente carismático.

Fernanda Belfort:

Eu não almocei assim do lado dele, mas eu assisti uma entrevista.

Adrea Janér:

Ai, eu fiquei nervosa, confesso, mas assim não pedi selfie, gente, dessa vez eu liberei porque ele tava almoçando. Achei que pegava um pouco mal. Pedi uma selfie pra ele ali, mas só pra dizer que assim não sobrou mais ninguém de grandes nomes lá dentro. Então o Sam Altman é essa pessoa que enfim, carrega de uma certa forma essa empresa nas costas. Isso é uma coisa bem interessante na medida em que o Musk também é esse cara. Né, você não ouve falar em quem são os grandes nomes ali por trás da Tesla. Ele é como se fosse na Tesla, na SpaceX, todos os negócios do Musk. A gente sempre só ouve o Musk fazendo, falando e sendo o porta-voz dessas empresas. Não ouve falar, não tem um cara número dois, número três que vai dar uma palestra, que vai falar. É muito difícil. Então, no caso da Open AI, pra mim só existe o Musk e o Kevin Will. Mas temos um outro tema interessantíssimo, que aconteceu essa semana também, que eu queria trazer aqui pra gente debater, que foi o sei lá PT que o Jamie Dimon deu ontem numa entrevista.

Fernanda Belfort:

Né, Piti, achei ótimo, É um funny kid. Se fosse mulher eu falaria isso né Deu um piti, Deu um piti. Homens não dão, né Só mulher Foi um piti, foi um piti.

Adrea Janér:

Só para trazer contexto aqui. Jamie Dimon está há 19 anos no comando do JP Morgan. O JP Morgan é o banco que acho que tem mais assets sob gestão no mundo, é o maior, o segundo maior banco do mundo, talvez em ativos, e por isso quando o Jamie Diamond fala todo mundo presta atenção. Ele é um conhecido por ser muito franco, muito direto, ele dá muita entrevista, ele é muito acessível. Eu já vi o Jamie Davon falando duas vezes e na verdade assim ele parece que ele fez um desabafo sobre o trabalho remoto, dizendo que acabou essa bagunça no JP Morgan, que daqui pra frente acabou. Quem quiser trabalhar vai trabalhar no ritmo que eles impuserem, do jeito que eles querem, e acabou essa farra. Ele disse que ele está desde a pandemia trabalhando 7 days a week, 7 dias por semana, todas as semanas, desde a fucking covid falou nesses termos e que quando ele chega no escritório cadê as pessoas Ah, estão no Zoom. Ele fala, chega disso no Zoom. Fica todo mundo falando mal dos colegas nas mensagens paralelas. Ninguém presta atenção, ninguém dá a devida importância àquele momento. Quando alguém quer se reunir comigo, essas pessoas têm minha total atenção. Ninguém traz celular e fica olhando o celular quando estão em reunião comigo.

Adrea Janér:

Então acabou esse negócio de Zoom, onde ninguém está prestando atenção, e aquela reunião acaba sem sentido nenhum. Ele falou não quero mais reunião, ninguém vai trazer um fucking telefone aqui numa reunião comigo. E é isso, acabou. Cortou vários, vai cortar também vários projetos de DEI. Né disse que vai continuar comprometido com a pauta, porém vai cortar vários programas que ele acha que foram um desperdício do dinheiro e da energia deles. Então foi assim um mega balde de água fria em quem tinha uma turma lá no JP Morgan que estava fazendo uma petição para manter o trabalho híbrido E ele falou assim eu não estou nem aí para essa fucking petition, não vou nem perder meu tempo com essa fucking petition. Então foi nesse nível a conversa do Jamie Dimon. Eu achei esse um tema super quente porque a gente está ainda nessa para muitas empresas ainda tentando se segurar ali no híbrido três dias na semana, quatro dias na semana, e obviamente cada vez que uma empresa como o JP Morgan corta esse modo, esse formato de trabalho, isso acaba impactando muitos outros setores também. Né Fê.

Fernanda Belfort:

Nossa, dé, eu tô guardando pra não riar um toque. Enquanto você tá falando, eu, de certa forma, e calma, a gente não me julga. Antes de eu explicar. Eu achei maravilhoso o pedido que ele deu E eu vou me explicar. Calma, calma, não me julgue, porque eu vou explicar o calma, calma, não me julguem. O que eu vou explicar é o seguinte gente, a gente tá falando de um banco de investimento. Esses caras, a maior parte das pessoas que vão trabalhar eu fiz GV, fui trabalhar em marketing, tô em tecnologia.

Fernanda Belfort:

Hoje meus amigos que foram pra banco de investimento foram sabendo que eles iam trabalhar igual loucos. Sempre foi né assim o modelo e eles iam ganhar igual loucos. Sempre foi né O modelo E eles iam ganhar muito dinheiro. E é isso, então, o que eu dou risada, é assim. Nesse caso, eu acho que não é uma surpresa, né Dea, não é que a pessoa entrou numa empresa pelo sei lá o impacto que vai fazer no mundo, pelo propósito, pelo que for, e de repente, nossa, que loucura, entendeu. E eu acho que, no fundo, muitos CEOs gostariam de dar um piti desse jeito. Ah, mas não dá, não É? vamos ver.

Adrea Janér:

Então, fê, eu acho que o importante é analisar aqui muito menos do que entrar no mérito se ele está certo, se ele está errado, porque obviamente ele tem todo o direito de falar. Ele é o CEO, ele pode falar o que ele quiser. E a curva do banco?

Fernanda Belfort:

E ele fala vocês têm livre arbítrio para trabalhar onde vocês quiserem. Exato ninguém é obrigado a trabalhar aqui Se vocês decidirem e escolherem trabalhar aqui. É assim, obviamente É assim. Né obviamente a forma foi super agressiva, totalmente inadequada, né por uma posição, por isso que a gente tá falando.

Adrea Janér:

Ele deu um piti, né Branca começou um ambiente em que as pessoas em posições muito parecidas com a do Jamie Dimon se sentem agora confortáveis e seguras para dizer esse tipo de coisa. Isso não era permitido até dois meses atrás. Você não poderia dizer certas coisas, você não poderia admitir certos pontos de vista né. E agora o que tá acontecendo é que tem muita gente saindo do armário no sentido de expor de volta as suas opiniões, que agora elas não se sentem mais amordaçadas. Tem muita gente dizendo que bom, chega, não preciso mais agora falar de um jeito politicamente correto.

Adrea Janér:

Eu posso usar as palavras que eu quero usar. Eu posso externalizar a minha opinião, dizer o que eu penso, sem me preocupar em ficar ferindo suscetibilidades de populações minorizadas. Esse é o ambiente hoje que está se construindo nos Estados Unidos. O Trump, no fundo, ele deu um aval, ele deu um, um permit para que as pessoas voltem a dizer coisas que eram ditas antes de 2018, antes de 2017, que a gente não estava mais falando, nem podendo falar. Então, assim, hoje, isso que o Jamie Dimon está fazendo é só o começo. Outros CEOs também vão assim. Hoje, isso que o Jamie Dimon está fazendo é só o começo. Outros CEOs também vão enfim trazer esse tipo de libertação, digamos assim, de uma forma muito mais contundente. Então, acho que a gente está só começando. Já estão começando. A gente já está vendo os projetos de DIs serem cortados. Já está vendo os projetos de DI serem cortados.

Adrea Janér:

Então isso tudo está, de uma certa forma, acontecendo diariamente desde que o Trump entrou no poder. Mas esse tipo de rant, esse tipo de desabafo, eu acho que a gente vai começar a ver cada vez mais, porque isso vai trazer apoio também. Eles sabem que, na medida em que eles também se expõem dessa forma, muitas pessoas, muitos clientes que têm dinheiro no JP Morgan vão dizer yes, now we're talking. Agora, sim, agora a gente está aqui. Vamos falar de uma equipe totalmente focada que vai estar aqui, sei lá, 14 horas por dia, trabalhando.

Adrea Janér:

Não vai estar em trabalho remoto, não vai estar no Zoom. Agora, sim, a coisa vai melhorar. Então isso vai ter um efeito cascata. provavelmente o Goldman Sachs vai fazer isso, todos os concorrentes vão fazer, e aí fica só um comentário da Jane Frazier, que é a CEO do CIT, dizendo que não, que o CIT vai manter as suas políticas, seu trabalho remoto, híbrido na verdade, e que nada muda. Então, interessante ver como isso vai play out, como isso vai se desenvolver nos próximos meses. O que eu acho que precisa ser dito é o Trump, com suas ameaças, com suas afirmações de que agora a América é meritocrática de novo e cancelando todos os quem trabalhava de forma híbrida no governo americano, tudo isso acabando, isso realmente dá um aval para que os CEOs americanos embarquem na mesma onda.

Fernanda Belfort:

Sim, o lado que eu até comentei maravilhoso. Eu acho que é maravilhoso a gente conseguir de certa forma saber quem é quem e quando você fala. Ontem eu estava batendo papo com uns amigos aqui justamente sobre quem está apoiando o Trump, quem não desses big guys de tecnologia, e a gente estava comentando quem que está saindo do armário. O Mark Zuckerberg saiu do armário. Ele sempre achou aquilo e agora ele pode falar Exato. Não é que ele mudou de opinião.

Adrea Janér:

Tem alguns que estão meio que playing.

Fernanda Belfort:

Tem alguns que estão meio que playing the game, entendeu. Então, assim eu não acho que um Tim Cook acha que estava feliz em apoiar as ideias do Trump. Ele estava lá mais para provavelmente apoiar. Então acho que esse seu termo de muita gente vai sair do armário é maravilhoso, porque acho que isso sim está acontecendo. Eu achei interessante uma nuance do que ele falou, de que ele virou e falou num determinado momento que tem muitos problemas, como por exemplo, as gerações mais novas, os funcionários mais novos, que estão sendo prejudicados por isso e que eles não podem ou que eles podem ou não fazer parte do seu time, mas eles estão sendo deixados para trás. Eles estão sendo deixados para trás socialmente nas ide, deixados pra trás socialmente nas ideias no encontro com as pessoas E que, na realidade, minha aposta é que a maioria de vocês vivem em comunidades muito menos diversas do que a dessa sala. E ele fala um pouco também de eficiência. Ele fala que cada área devia buscar ser 10% mais eficiente. Se eu estivesse gerindo um departamento com 100 pessoas, eu garanto pra você que, se eu quisesse, eu conseguiria gerí-lo com 90 pessoas e ser mais eficiente. Ele fala, eu garanto E eu poderia fazer isso quando eu durmo Que no fim do dia, essas burocracias de eu preciso de mais gente.

Fernanda Belfort:

Ai, eu não consigo fazer é porque você tá preenchendo requisições que não precisam ser feitas. Sua equipe está indo em reuniões que não deviam estar, que alguém contou para ele que para aprovar algo no Wealth Management eles tinham que passar por 14 comitês. Ele falou estou ansioso para pegar o nome desses 14 comitês E eu estou sentindo uma vontade de demitir 14 chairmen de comitês. Eu não aguento mais. Então, eu acho que tem também algumas nuances disso. Que é essa coisa, além de tudo que você já colocou brilhantemente. Eu acho que existe o impacto das novas gerações, sim, e que não tem mais ambiente de aprendizado. E a gente, eu acho que está tendo dois fatores que estão se juntando que é a inteligência artificial, junto com esta falta de ambiente de aprendizado, porque de repente as pessoas não estão lá presenciais, que, sim, vai impactar e isso vai ter um impacto nos negócios daqui a pouco, quando for a hora de renovar essas pessoas e tudo isso.

Fernanda Belfort:

A gente precisa ter gente preparada. Então acho que esse também é um lado interessante. E esse lado da eficiência né Déa, porque muitos das empresas grandes, né Déa, porque muitos das empresas grandes, né eu acho que as empresas menores acabam sendo muito mais eficientes porque elas não têm opção. Mas as empresas grandes começa esse negócio 20 mil reuniões que você entra não tem Cara. Qual é o objetivo da reunião. A gente tá aqui pra fazer o quê, o que a gente tem que decidir, vamos pra próxima, né.

Fernanda Belfort:

Assim como que as pessoas estão colocando as coisas na agenda delas. Elas estão sendo, estão priorizando as coisas certas ou não? então acho que tem muitas conversas aí no meio que não estão só no trabalho híbrido, mas estão nessa discussão de eficiência, que não necessariamente é eu quero destruir sua vida pessoal, mas é responsabilidade de cada um também, né conseguir gerir sua agenda pra garantir que você tá dedicando as horas de trabalho no que faz a diferença. E aí é que eu acho que tem uma defesa do trabalho híbrido. Também tem coisas que eu em casa eu sou 300 vezes mais eficiente do que se eu tô sentada no escritório.

Fernanda Belfort:

Então eu acho que tem um lado aí. Mas acho que tem uma conversa além do que você colocou de posicionamento das empresas. Quem são as empresas que vão se posicionar como as super agressivas e como elas de repente vão se posicionar como empresas, talvez com profissionais mais maduros, com pessoas que vão estar lá fazendo um trabalho porque tem uma flexibilidade. Esse é o motivo para estarem naquela empresa e você vai em todos os níveis, talvez ter pessoas muito mais maduras e preparadas para fazer o trabalho. Então eu acho que começa também a ter uma diferenciação desse ponto de vista dos próprios consumidores. Escolherem qual é o perfil de empresa que eles querem, né?

Fernanda Belfort:

então acho que antes estava todo mundo presencial, foi todo mundo para o híbrido. Alguns começaram a voltar. Me preocupa mais em relação ao trabalho híbrido, como as empresas de tecnologia voltam, quando as empresas que não são as super agressivas do ponto de vista capitalista voltam, mas mesmo assim elas não estão voltando 100%, elas estão voltando em parte. E agora nessas super capitalistas a gente também vai começar a ver isso como um dos fatores de diferenciação e até diferencial competitivo para um lado ou para o outro.

Adrea Janér:

Com certeza eu amo esse assunto. A gente já falou bastante disso aqui e vamos continuar falando, porque eu acho que esse é um dos desafios da nossa década. Como a gente vai navegar esse futuro do trabalho, na medida em que de novo, esse ambiente, esse clima de demanda por produtividade e eficiência que agora veio com a entrada do Trump e com o DOJ, que é o Department of Government Efficiency do Musk e que já vai começar a entregar resultados, com certeza A gente não deve se iludir quanto a isso. Ele vai mostrar que vários órgãos do governo americano vão continuar funcionando e operando normalmente com menos pessoas. Isso vai ter um impacto em tudo, como foi quando ele fez isso com o Twitter lá atrás, que ele acabou reduzindo em 80% a força de trabalho do Twitter e o Twitter continuou funcionando. Então acho que isso vai acabar acontecendo e vai gerar uma narrativa de está vendo, podemos ser muito mais eficientes do que somos, gastar muito menos com pessoas, né?

Adrea Janér:

Porque, além de tudo, além desse corte que precisa acontecer no que é burocrático, no que é ineficiente, tem aí por fora a inteligência artificial correndo, oferecendo opções de automação de funções que hoje ainda são feitas por pessoas. Claro que quando você usa uma inteligência artificial hoje ela ainda tem defeitos, ela ainda alucina, ela ainda dá respostas erradas. A gente passa por isso todos os dias, né? Mas o ritmo com que essas ferramentas estão melhorando é muito grande. Então a gente tem que entender que isso é parte do processo e que já vai, e muito em breve. Muitos desses erros vão sendo corrigidos e a gente vai tendo uma resposta cada vez melhor. E aí é isso. A gente está vendo que muitas dessas pessoas vão ter que ser retreinadas para fazer outras funções.

Adrea Janér:

Que funções serão essas? Quem está preparado? porque, por exemplo, a Meta acabou de demitir essa semana. A gente nem falou disso, mas a Meta no início dessa semana demitiu mais de 3 mil pessoas e anunciou que vai contratar algumas outras centenas de funcionários para trabalhar exclusivamente com inteligência artificial. Então está claro quem não tiver muito familiarizado com essas ferramentas, quem não souber trabalhar de forma íntima com as ferramentas de inteligência artificial, provavelmente não vai ter lugar nessas empresas daqui a muito pouco tempo. E o tempo que a gente está tendo para se adaptar a isso é muito pequeno, porque as coisas estão indo muito rápido. Agora é a meta demitindo 5% da sua força. Sei lá, daqui a dois meses pode ser uma Microsoft, pode ser uma Amazon, e aí a gente vai começar a ver realmente uma massa de pessoas que vai ser jogada no mercado de trabalho sem tempo para se reerguer, para aprender, para poder usar. Então é isso que me preocupa.

Adrea Janér:

Essa discussão sobre eficiência e sobre produtividade e que passa pelo trabalho híbrido, sim, mas esse é apenas uma pequena parte aí dessa discussão. Mas o que a gente vai fazer quando essa massa de pessoas perder seus empregos e não tiver mais como ser readmitido em outro lugar? então assim, por exemplo, eu estava conversando com o Lars, meu marido, hoje de manhã sobre países do sul global que muitas vezes servem como hubs de mão de obra barata para empresas de tecnologia. Se essas pessoas forem displaced, forem desligadas por não ter talvez as skills, a formação, as capacidades necessárias, esse impacto vai ser sentido primeiro em países do sul global, que já são países com mais carências de recursos. Então como que isso vai impactar a economia global. Então é complexo, gente, a gente nem tem tempo para discutir tudo isso aqui. É um assunto muito profundo e muito interessante, muito importante que a gente discuta.

Fernanda Belfort:

Sim E deixando só um gancho para os nossos próximos papos. Existe uma revolução gigantesca acontecendo também em direção a agentes. Total, empresa na qual trabalho. Porém todas as minhas opiniões aqui nada não estão relacionadas a isso. É um projeto independente, mas está pivotando para agentes. Depois eu preciso trazer esse tema para explicar para a galera também um pouco melhor o que é agente, o tipo de agente, tudo isso porque isso é uma coisa gigante. E o que está acontecendo nas empresas de tech é que a revolução de ar mesmo para as empresas de tech é tão grande que as empresas estão tendo que virar o foco.

Fernanda Belfort:

A própria meta não está mais falando mais de metaverso ah, eles mudaram, abandonaram. Então está tendo. Elas estão pivotando e isso está levando a uma mudança de estrutura e às vezes não é necessariamente que ela está fazendo um layoff. Às vezes ela avisa a pessoa que não existe mais aquela posição dela. Ela tem dois meses para chamar outra posição e aí cabe a ela ter os skills e ser recontratada numa posição que tem sentido agora. Então tem algumas diferenças disso tudo e daqui a pouco isso vai começar a chegar nas empresas em si. E eu acho que uma coisa interessante. A gente acabou falando muito pouco do summit que teve em Paris, comentamos um pouco isso. Mas esse summit só pra dar um cheirinho aqui final pra gente concluir. Mas esse summit, ele aconteceu primeiro no UK e ele chamava Safety Summit, certo, e depois ele aconteceu ano passado, há dois anos atrás.

Fernanda Belfort:

Aí, ano passado ele aconteceu na Coreia do Sul e esse ano ele tá acontecendo em Paris. E esse ano eles mudaram o nome. Ele não chama mais Safety, ele chama Impact, porque ele já está falando muito mais do impacto. A gente viu um discurso por um lado da Europa que estava colocando um monte de coisa de Safety e tudo isso, preocupada em estar fora dessa corrida que está de alguma forma se polarizando entre China e Estados Unidos.

Fernanda Belfort:

Então eles já estão com outro discurso e eles estão né e eu já vi várias coisas assim, até em relação ao regulamento que tinham, que o Biden tinha feito em relação a IAC o Trump já cancelou tudo e que tinha mil críticas de que era complexo, não era eficiente, whatever, mas que era muito mais pensando na corrida contra a China. Então eles estão muito mais focados se a China vai ter acesso a chip ou não. Está muito mais nessa guerra fria do que como que eles vão fazer o reskilling da força de trabalho, como que eles vão lidar com os impactos do que isso vai trazer. Então acho que isso também é um tópico para a gente trazer no futuro. Você conhece bastante também essa parte de renda universal.

Fernanda Belfort:

Acho que tem algumas coisas legais para a gente trazer e comentar com a galera também E aí a gente tem o Estados Unidos se recusando a assinar o acordo porque obviamente não quer regulamentação e a gente vê UK se recusando a assinar porque falou que não está bom o suficiente, não está detalhando, fazendo outro tipo de crítica que também não sei se não assinar é o caminho, mas a gente começa a ver cada vez mais esse tema esquentando. Muito bom Comentários finais desse tópico pra gente conseguir encerrar, senão a galera vai ficar com a gente aqui uma hora e meia né.

Adrea Janér:

Não acho que a gente precisa voltar nesse tema. Eu sou muito a favor da gente discutir como sociedade isso porque acho que não está se falando o suficiente. Em Davos foi uma pauta muito importante, principalmente no The Dome, que é um dos espaços que eu frequentei muito, que é organizado pelo MIT, onde você vê a academia, o Joshua Bend, o Max Tegmark, enfim outros acadêmicos muito preocupados com isso e enquanto isso, o Dario Amodeus da vida, kevin Will da OpenAI downplayem isso, né Eles reconhecem que vai ser necessário um rearranjo da sociedade como ela é hoje. A gente vai ter que desenvolver uma nova estrutura, talvez de sociedade, mas não acham que isso deveria impedir a velocidade desse avanço. Então é bem polarizada também essa visão A academia alertando para os riscos dessa massa de pessoas que vão se tornar de repente obsoletas da noite para o dia, porque é muito rápido mesmo.

Adrea Janér:

Não é como a revolução industrial, que todo mundo teve tempo para se preparar. Agora vai ser muito rápido. Outros riscos também, como vieses e tudo mais, e os líderes das empresas de AI minimizando esses riscos e considerando quase que externalidades. Então acho que isso é um ótimo ponto. É uma discussão ética que passa por ética e que é bem importante. A gente vai ver provavelmente isso também no SXSW né Fê.

Fernanda Belfort:

Acho que esse vai ser um dos temas e vamos continuar de olho E eu acho que tem muito isso né Assim a gente vê alguns líderes que ignoram, não falam sobre isso e a gente vê outros, né como o Dario Amodei, como o Sam Altman, que falam que isso é preocupante, que vai sim ter uma revolução grande e que defendem a renda universal.

Adrea Janér:

É e eles acham. Mas eles acham engraçado que eles apontam essas questões, mas eles não acham que seja problema deles. Entende, eu já vi o Sam Altman falar, o Dario Amodei falar. Eles falam olha gente, nós estamos aqui fazendo o nosso papel, que é desenvolver IA. Tá O papel dos governos.

Fernanda Belfort:

O resto do mundo que se mire.

Adrea Janér:

Os governos e a sociedade civil organizada é que tem que trabalhar pra colocar os guardrails né os limites, as fronteiras de o que a gente pode e não pode fazer. Mas não é nosso papel parar ou pausar esse desenvolvimento. A gente tá fazendo o nosso job aqui, é continuar correndo aqui pra gente chegar lá. O job de regular, de colocar limite é de vocês. Então, muito engraçado também como eles lavam as mãos com relação a isso.

Fernanda Belfort:

Enfim, talvez estejam certos, não sei, mas que a gente está muito preparado a gente está A OpenAI, faz uma pesquisa para falar da importância de renda universal e o que aconteceria e tal Como se né. Mas é essa posição assim nossa. Precisamos de renda universal, ponto. Defendo a ideia, mas nada vou fazer. Na verdade é que a gente até tinha essa discussão quando eles lançaram o chat de PT lá atrás e tudo, mas agora já abriram a caixa de Pandora e não tem mais como segurar essa corrida. Então o que deveria estar sendo discutido é tudo isso e acho que existe um foco pro lado errado, ali, na direção de onde a gente precisa estar, e é isso, né Déia. E assim encerramos Mais um Duplo.

Adrea Janér:

Clique, mais um Duplo Clique. Temos um episódio. Foi muito bacana. Volta logo aí de Chicago.

Fernanda Belfort:

Eu volto já na noite.

Adrea Janér:

Amanhã já tô aí Perfeito Próximo episódio. A gente vai estar no mesmo fuso, vai estar mais fácil pra todo mundo. Vai, vai. Obrigada Fê, obrigada Mig, nosso produtor, pela ajuda aqui.

Fernanda Belfort:

Obrigada, mig E a todos vocês, a quem ficou até o final, né Super obrigada. A gente tá super feliz com as mensagens que a gente recebe pelo Instagram e tudo. E contente de estar conseguindo de alguma forma participar da vida de muitos de vocês com uma horinha por semana.

Adrea Janér:

Obrigada gente, Boa semana.

People on this episode