Duplo Clique

#8 Trump e Zelenskyy: Uma Nova Ordem Mundial?

Andrea Janer e Fernanda Belfort

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Recentemente, um encontro entre Trump e Zelensky no Salão Oval provocou reações intensas e análises profundas sobre o futuro das relações políticas. A conversa abordou temas cruciais da geopolítica contemporânea e levantou questões sobre alianças globais e os impactos de decisões políticas em andamento.

"As opiniões expressas aqui são estritamente pessoais e não devem ser interpretadas como representativas ou endossadas pela Salesforce, empresa onde a Fernanda Belfort trabalha."

Fernanda Belfort:

E aí, galera, bem-vindos a mais um Duplo Clique. Essa semana foi quente, com todo o bafafá que aconteceu com o Trump e o Zelensky numa conversa quase um bate-boca nunca antes visto do Salão Oval. Isso tem um monte de repercussões que só o tempo vai dizer, mas eu e a Dea já entramos nessa conversa para falar quais são os pontos que a gente acha que são os que vale a pena a gente ficar de olho. No meio dessa confusão toda Tem talvez uma nova ordem mundial nascendo aí, sem toda essa influência dos Estados Unidos, que pode estar realmente deixando de ser o grande aliado que sempre foi dos países democráticos e da Europa. E a gente também deu um apanhado geral do que está rolando. A gente tem o Oscar vindo aí.

Fernanda Belfort:

A gente nunca teve um filme concorrendo a melhor filme e nunca teve esse tema tão atual. É uma tristeza. Né A gente não tá falando do passado com Ainda Estou Aqui, mas também tá falando do tempo atual. Mas essa é a realidade. A gente teve lançamentos da OpenAI, cuchete, gpt 4.5, antropic lançando 3.7. Eu dou uma explicadinha geral de tudo isso E a Dé até trouxe um pouco das fofocas com o Trump aparecendo nos documentos do Epstein e também nada menos do que o Mark Zuckerberg que resolveu fazer uma grande aparição no aniversário de 40 anos da mulher dele com uma roupa toda de paetês. E é isso, galera, mais um duplo clique pra vocês. Oi ideia. E aí como é que tá Nova York.

Andrea Janér:

Nossa gelado, né. Mas eu não posso nem reclamar gente, porque eu já tava assim desesperada com esse calor de São Paulo, faltando energia no bairro, aquela confusão toda né Então podendo dar uma fugida aqui pro frio. Eu sempre venho Quanto que tá ainda Vai fazer menos quatro hoje. Ai meu Deus, tá bem frio, Não, mas uma delícia, né Sempre gostoso.

Fernanda Belfort:

Eu amo Nova York, então.

Andrea Janér:

Então não é das minhas top ten cities, do meu coração não tá, mas Top ten ideia.

Fernanda Belfort:

Achei top 10, achei que não era só top 5, mas top 10.

Andrea Janér:

Top 5 Paris é a primeira que eu sei. Qual que é a segunda? sim, sim, putz, aí a gente vai ficar horas aqui falando disso. Amo Florença. Acho que até Londres entra pra mim antes de Nova York, mas eu adoro ter fã minha filha tá aqui, então tô matando as saudades, né? Ela tá passando o final de semana aqui também porque ela mora aqui nos Estados Unidos. ela estuda em North Carolina, ela tá em Duke, então também veio passar o fim de semana aqui com a gente, Então também tem um aspecto familiar gostoso nesses dias.

Fernanda Belfort:

Sem dúvida, e nossos cachorros até se encontraram ontem.

Andrea Janér:

eu fiz um vídeo te mandei.

Fernanda Belfort:

Eu vou mandar foto eu falei pro Yoda, eu vou encontrar seus pais, porque aqui eu chamo de pai e mãe. Os cachorros são filhos, entendeu, eu vou encontrar seus pais antes de você porque eu vou encontrar eles em Austin. Então vou contar que você está muito comportado. Você foi muito lorde com o Ted e com o Sunny não, o máximo é os primos passearem juntos. Os primos passearem juntos. Então, nessa reta final aí, pra Austin.

Andrea Janér:

né a gente começa semana que vem o STSW, então já tô por aqui, mas semana que vem estaremos juntas. Vai ser muito bom. tô muito ansiosa, vai ser delicioso.

Fernanda Belfort:

O Deia, e ainda bem que você foi pra Nova York. A gente não conseguiu gravar. Geralmente a gente grava pessoal sexta-feira de manhãzinha, só que a Deia tava chegando em Nova York, então a gente postergou pra sábado. E foi ótimo, né, porque ontem foi um dia bem intenso e interessante, né Deia, nossa Senhora até não sa.

Andrea Janér:

Agora eu vou sair na rua, vou sentir qual é a vibe de estar nos Estados Unidos depois de ouvir, de assistir, de presenciar aquela cena, mais uma das cenas totalmente inesperadas vindas do Trump. Muitas dessas cenas a gente nunca imaginou ver. Acho que o que aconteceu ontem nunca tinha acontecido na história da Casa Branca. Nunca uma discussão entre líderes políticos de países tinha se tornado uma discussão pesada em frente às câmeras, a primeira vez que isso foi televisionado E acho que eu acho que com o Trump a gente está vivendo muitos firsts. É a primeira vez que acontece isso, é a primeira vez que acontece aquilo.

Fernanda Belfort:

Acho que realmente ele está disruptando rituais, protocolos, conceitos de uma forma e desafiando a gente, porque quando a gente acha que a gente chegou num extremo, aparece outro. Né É, é isso que é mais Mas Deia acho que vamos fazer nosso roundup porque esse, sem dúvida, vai ser o assunto principal do Duplo Clique de hoje.

Andrea Janér:

Né O que você acha Com certeza É incontornável esse assunto, mas teve uma semana cheia também. Acho que vale a pena a gente resgatar aqui realmente algumas notícias que saíram essa semana sobre IA. Também Conta pra gente quais foram as novidades de IA, ifer Bom de IA.

Fernanda Belfort:

a gente teve a OpenAI lançando o GPT 4.5, queé o mais talvez humano lançado até hoje. Então acho que o nível de interação e de resposta apareceram várias comparações de como os modelos anteriores respondiam a algum tipo de situações e perguntas e tudo E ele é o modelo mais sensível, que eu acho que consegue responder com nuances da forma mais interessante e humana. Acho que isso foi o que me chamou mais atenção, deia, não sei o que te chamou atenção nesse lançamento do OpenAI.

Andrea Janér:

Eu acho que o que mais me chamou atenção nesses lançamentos todos Fê é a rapidez com que elas estão soltando os seus novos modelos no mercado, porque acho que essa semana, além do novo ChatP PT 4.5, veio também um novo modelo da Anthropic. né O Claude saiu a versão do Sonnet 3.7.

Fernanda Belfort:

Esse eu achei mais interessante. Até ideia entendeu.

Andrea Janér:

Acho mais legal.

Fernanda Belfort:

Além de ser seu favorito. Eu acho que o que esse modelo fez pela primeira vez é que ele é o primeiro modelo em que você não precisa escolher se você vai interagir com um modelo que é um large language model, né E um large reasoning model. Então, lembrando um pouco que a gente tem esses dois tipos de modelos, a gente tem esses modelos como o chat GPT, que ele acaba sendo, modelos que acabam respondendo meio rápido ali né Para o que você quer, ele não aspas para para pensar tanto. E a gente também tem outros modelos agora, desde o O1 até coisas mais extremas, como o Deep Research, que é um modelo que realmente para para fazer todo esse reasoning, esse pensamento de planejar as coisas antes de responder para você, então ele consegue. É aquela coisa. Acho que tem muita gente falando sobre Sistema 1 e Sistema 2. Então tem um livro, até tem um livro aqui para quem está no YouTube. Mas a gente teve esse livro do Daniel Kahneman que é o Rápido e Devagar Think Fast Slow, que foi lançadoápido e Devagar Think Fast Slow que foi lançado.

Fernanda Belfort:

Ele é um Nobel de Economia, mas ele ganhou, ele fez muito sucesso com esse livro quando ele lançou o Sistema 1 e o Sistema 2, essa visão que é essa visão de que a gente tem meio que dois módulos na mente uma que é meio que automática. Se eu te perguntar quanto que é 2 vezes 5?, é quase inevitável né Pula na sua cabeça, né Que é 10. É uma coisa que é automática. Se eu virar para você e falar tá bom, quanto que é 4 vezes 25? Essa talvez seja fácil, né 4 vezes 27.

Fernanda Belfort:

Você precisa meio que reparar, se concentrar um pouco para fazer a conta mental para você conseguir chegar no resultado. Então tem coisas que a gente faz de uma forma super instintiva, que é como se fossem esses modelos, esses LLMs, e tem coisas que você precisa parar para pensar que são esses de reasoning. Hoje o que acontece é que quando você vai fazer a pergunta para o modelo dentro do chat de GPT, por exemplo, você tem que escolher para qual você quer fazer. Esse da Antropia é o primeiro que o próprio modelo vai decidir se ele precisa chamar esse de raciocínio ou não, e a gente tem trade-offs aí.

Fernanda Belfort:

Eu acho que esses modelos que raciocinam são modelos que demoram mais, porque é isso o que importa, não é a resposta mais rápida, o que importa é a resposta certa. Se eu pergunto para você quanto é 4 vezes 27,. Eu não quero a resposta mais rápida, eu quero a resposta certa. Pergunta para você quanto é 4 vezes 27,? eu não quero a resposta mais rápida, eu quero a resposta certa. Se você demorar uns segundos para me responder, não tem problema, pode pensar. E eles acabam sendo mais caros, também de processamento e tudo, enquanto os outros modelos são mais rápidos. Então eu acho que tem vários trade-offs, mas me chama a atenção por ser uma coisa talvez um pouco mais um avanço e um marco mais importante de pela primeira vez unir esses dois tipos de resolução, digamos assim, no mesmo modelo.

Andrea Janér:

Então gostei bastante desse acho que os dois estão na ponta. Comparando com os demais, os demais modelos que a gente tem de MNI, com o Pilot da Microsoft. Acho que está muito nítido. Você não acha que o Chad de PT e o Claude estão meio que se isolando aí na dianteira A?

Fernanda Belfort:

ideia.

Fernanda Belfort:

eu acho que é tão difícil né, porque a gente depende muito de para que você vai usar o modelo. Então é tanta comparativa, é tanta coisa. mas no fundo é isso, tecnologia é um meio. Você quer usar ele pra quê? Pra algumas coisas específicas eu ouço que Gemini é o melhor pra outras e no fim do dia é isso. né A gente tem um termo em tecnologia que a gente fala de casos de uso. Então assim você quer usar o produto pra fazer o quê, então primeiro você precisa pensar né Você não usa uma tecnologia por usar, e parece que não né. Outro dia eu tava me chamaram pra participar de uma reunião e liderar tá uma reunião com um cliente e falaram não, a gente quer trazer casos de uso inovadores, então ou a gente pode mostrar todas as tecnologias e daí escolher o que faz sentido pra empresa, ou a gente pode parar pra pensar o que que a empresa precisa e aí como que as novas tecnologias podem ajudar a resolver esses problemas. Eu falei gente, pra mim é óbvio que é a resposta dois, né É a opção dois, você precisa sair do objetivo. Mas concordo que pra mim o que mais chama atenção nessa velocidade de lançamentos e até deep-seek, até tudo isso, é que eu acho que cada vez mais a gente tem os modelos, todos mais ou menos alcançando uns aos outros.

Fernanda Belfort:

A gente tinha um medo, há um ou dois anos atrás, que uma empresa chegasse na tal ADI, na inteligência artificial geral, e que fosse a grande dominante. E eu acho que esse não é um mercado de the winner takes it all. Eu acho que esse é um mercado que a gente vai ter vários e eu acho que hoje tem uma certa tranquilidade de que não é que vai ter um país que vai ter isso e ponto, ou uma empresa só e que vai dominar. Eu acho que existe ali várias empresas crescendo junto e tendo isso e que de alguma forma vão competir E os consumidores vão ter opção. Acho que talvez essa seja a mensagem importante que mais uma vez sai né.

Andrea Janér:

Um ótimo ponto. Essa semana também a gente teve algumas coisas assim no departamento fofoca que a gente gosta aqui também.

Andrea Janér:

Conta, né Conta das fofocas vai O Mark Zuckerberg fazendo uma performance no mínimo marcante, para dizer assim, usar um termo mais suave no aniversário de 40 anos da sua esposa, priscilla Chan. Ele já tinha dado alguns spoilers. Ele estava gravando, ele estava ensaiando uma música que ele ia cantar para ela no seu aniversário de 40 anos. Ele deu esses spoilers no próprio Insta, então já era público, mas acho que ninguém nunca imaginou que ele fosse fazer uma performance como a que ele fez. Ele se vestiu a caráter do cantor da música, que é um Benson Boone. É uma música que era muito importante para a Priscila. Parece que é uma música que teve a ver com o início do namoro deles, algo assim. Então o Mark escolheu essa música pra cantar, pra performar, mas fez uma performance assim no palco, tipo assim duas pessoas vinham e tiravam o smoking dele e aí, por baixo do smoking, ele tinha uma roupa de paetê azul.

Fernanda Belfort:

E tirava smoking, tipo striptease. Né assim, quando a roupa já é feita com velcro pra arrancar, assim tipo performance.

Andrea Janér:

E ele por baixo com um colã, um suit, um colã de paite azul claro, E aí ele canta, faz várias piruetas no palco. Assim é o tipo do vídeo que quando a gente assiste Com a camisa aberta quase até um bigo né Isso E quando aparece o vídeo você fala assim não deve ser inteligência artificial, gente, isso não aconteceu.

Andrea Janér:

Hoje em dia a gente tem que desconfiar de tudo que a gente vê. Né E não. Gente, não era, é verdade. Ele postou inclusive no perfil oficial dele. Então essa foi assim uma das fofocas divertidas da semana. Realmente, as cenas que esses bros aí do mundo de tecnologia estão ultamente fazendo a gente assistir quebram qualquer paradigma. O Trump também apareceu nas Epstein Files. A gente está acompanhando aí essa história do Jeffrey Epstein há bastante tempo e tem uma expectativa muito grande em torno da revelação de nomes de celebridades, de políticos, de pessoas que estavam envolvidas com ele. A gente já sabe vários nomes que estiveram, de políticos, de pessoas que estavam envolvidas com ele. A gente já sabe vários nomes que estiveram presentes nas suas relações, como a Oprah, como o Bill Gates.

Fernanda Belfort:

Dá uma volta, nisso Deia, quem é esse Epstein?

Andrea Janér:

Ah, eu acho que se a gente entrar nisso aqui, a gente não vai conseguir chegar num grande assunto aqui Fê. Mas vamos lá. Era um cara que foi enfim super influente, uma figura que transitava pela alta sociedade, pelos políticos. Alguns dizem que ele era um lobista. Era realmente uma pessoa muito bem relacionada, um homem considerado muito charmoso, muito envolvente, que se envolveu com várias mulheres muito bonitas e que foi enfim descoberto como sendo na verdade o pivô de um grande escândalo de tráfico de menores, tráfico sexual, acusações muito graves né E tinha costas muito quentes, né Muita gente ali poderosa tinha se envolvido com ele nos grandes círculos de Washington, de Palm Beach, de Miami, de Nova York, e com essas costas quentes ele acabou enfim sendo.

Andrea Janér:

Ficou durante muito tempo sem nenhuma consequência mais grave, mas isso acabou vindo à tona. Ele acabou sendo preso e ele se suicidou na prisão. Na verdade, ele foi encontrado morto. A versão é que ele teria se suicidado, mas existem muitas teorias da conspiração de que na verdade aquilo foi uma queima de arquivo, porque ele sabe muita coisa. Ele sabia muita coisa e poderia incriminar pessoas muito importantes, entre elas Trump. O próprio Bill Gates já confessou ter enfim tido relações muito, segundo ele muito superficiais com Jeffrey Epstein, mas ele estava lá o nome dele. Apareceu o nome da Oprah.

Fernanda Belfort:

Ele tinha uma ilha para onde as pessoas iam, ele levava as pessoas e a gente não sabe quem foi lá, simplesmente por encontrar outras pessoas pedrosas, quem realmente estava envolvido. Nisso, mas tinha isso e tinha a menor idade, tinha essa parte sexual então o negócio super. Acho que tem até um, tem uma série. Acho que Netflix é uma série sobre isso e o Trump.

Andrea Janér:

essa semana veio mais uma notícia de que os nomes seriam revelados e o Trump estava nessa lista E teve até alguém que falou Não é uma grande surpresa encontrar o Trump nessa lista, né Lamento, mas Mas tem algumas pessoas no X comentando que tudo que ele fez ontem com Zelensky foi para desviar a atenção do fato de que ele estava nas Epstein Files.

Andrea Janér:

Então enfim, essa foi outra notícia da semana Eleição na Alemanha. A gente gravou o duplo clique na véspera da eleição alemã, que acabou sendo vencida, como esperado, por um partido de centro-direita. Não foi a extrema-direita, o AFD, como algumas pessoas temiam, mas acabou sendo um partido de direita, de centro-direita. Tivemos também outra notícia que mexeu com o mercado.

Fernanda Belfort:

E até para comentar um pouco esse negócio das eleições, eu acho que, apesar do AFD não ter ganhado, ele teve realmente uma vitória, uma quantidade de votos, tudo muito grande Super.

Fernanda Belfort:

Ele foi muito bem Acho que foi muito bem E você tinha até colocado do Make Europe Great Again, do quanto que esses grupos de direita estão crescendo E acho que tem um lance todo aí. A gente sabe que o USAID, que foi de alguma forma desmantelado quando o Trump chegou no poder, várias das coisas que ele também defendia, investia no mundo e tudo eram para defender a liberdade, a democracia nos países. Então tinha muito efeito disso tudo E a gente vê agora até um apoio, desde as presenças do Musk, a cena com o Milley, com a Serra Elétrica e tudo isso de um apoio americano a esses grupos de extrema-direita E acho que isso também é algo grande e importante que está acontecendo. Então que bom que a centro-direita ganhou, mas não deixa de ser um ponto de atenção, de que tem um crescimento enorme.

Fernanda Belfort:

Na Alemanha é crime falar de nazismo, fazer o símbolo, essas coisas, todas tudo isso é crime, mas eles sem a menor dúvidavida flertam com todas as coisas e os símbolos fascistas possíveis e imaginários. Então acho que isso só para deixar esse alerta aí para a galera que está ouvindo a gente, de que existe um movimento acontecendo, que a gente precisa estar atento, né.

Andrea Janér:

Só falando rapidamente do mega, que acho que foi legal ser trazido. O mega foi um termo que o Ian Brammer, um dos nossos gurus aqui da Eurasia, escreveu recentemente na newsletter dele fazendo uma alusão ao MAGA o MAGA do Trump, que é Make America Great Again. Existe um movimento parecido na União Europeia, liderado pelo Vitor Orbán, o ditador húngaro, que é Make Europe Great Again. Então já existe uma representatividade muito grande desse grupo, inclusive de assentos no Parlamento Europeu. Eles representam milhões de votos.

Andrea Janér:

Tem também a Marine Le Pen nesse grupo, também o primeiro-ministro holandês, então são pessoas que representam esse novo rosto da direita europeia, buscando essa união pelos valores, pelos princípios da direita, que são pautas, que são contra imigrantes, pautas contra populações minorizadas em geral. Então isso é bem importante da gente observar e saber que isso está acontecendo E com isso eu acho que isso também reflete um pouco essa mudança realmente de direção dos ventos e que teve, acho que, um fator importante aí, que foi ontem essa conversa completamente planejada do Trump com o Zelensky e a presença do JD Vance. Eu acho que esse tem tudo a ver com isso que a gente está falando e tem a ver até com os Oscars, né Fê. A gente estava falando um pouquinho antes de começar aqui de como o filme o Ainda Estou Aqui tem reais chances de ganhar por falar de um tema que voltou a ser pauta no mundo.

Fernanda Belfort:

Sim, e até falando um pouco do Oscar. Então a gente vai ter o Oscar aí no domingo. A gente tem O Ainda Estou Aqui concorrendo a categorias importantíssimas E além de melhor atriz está melhor filme, o que é um fato inédito de ter um filme brasileiro concorrendo a isso. E eu estava ouvindo até uma entrevista do Walter Salles, ele falando que depois que teve todo aquele evento em Brasília depois da eleição do Lula, em que realmente chegou ali num risco de um golpe à democracia brasileira, esse filme, ele conseguiu financiar esse filme Porque até então era um filme sobre o passado. A hora que tudo isso aconteceu ele passou a ser um filme também sobre o presente E ele agora, com a volta do Trump para a Casa Branca, não só é um filme sobre o presente no Brasil, ele é um filme sobre o presente nos Estados Unidos. Então obviamente a chance de um filme não americano ganhar o melhor filme nos Estados Unidos tem uma chance baixa disso acontecer. Mas existe uma relevância dessa pauta enorme E eu acho que é um filme que infelizmente é muito necessário. Infelizmente, porque eu queria muito que fosse um filme só sobre o nosso passado. Né Não seja um filme assim. E você me mandou uma matéria, the Atlantic falando sobre o Brasil, né Falando puxa, como que o Brasil está conseguindo defender a democracia de uma forma que os Estados Unidos não está. E ele até fala que no Brasil a gente ainda tem uma geração viva. Meus pais e tudo. Eles foram muito.

Fernanda Belfort:

Imagina minha mãe na época da ditadura e de tudo isso estava direito na São Francisco, então imagina as histórias que ela me conta e tudo, todos os amigos dela, as pessoas que eram os colegas de classe que de repente começaram a se envolver nos movimentos. Então eles estavam realmente ali, no centro disso tudo e de narrar essas histórias que tinha gente que simplesmente sumia, tinha gente que tinha que morar fora, tinha gente que eles não podiam escrever uma carta, que todas as músicas do Chico Buarque, todas as coisas que aconteciam. Mas a gente tem uma memória muito clara de tudo isso E acho que talvez isso seja uma das coisas que proteja. Mas me assusta bastante esse flerte com o fascismo.

Fernanda Belfort:

E o próprio Ian Brenner fez um vídeo, acho que há umas duas semanas atrás, falando do quanto não é só a economia que tem esses movimentos meio cíclicos, pendulares no mundo, a geopolítica também tem E é uma coisa que eu nunca considerei há um pouco de tempo atrás, que talvez esse movimento todo de ter democracia, ter liberdade no mundo, seria algo potencialmente cíclico que agora está em risco E talvez a gente esteja indo E que os ciclos são muito maiores, são mais difíceis de ser identificados porque muitas vezes eles atravessam gerações, então tem pessoas que nascem e morrem dentro de uma mesma fase.

Fernanda Belfort:

Mas o quanto que existe, sim, uma coisa pendular agora que está acontecendo e que está muito ligado ao que a gente está falando do mega e que está muito ligado a muitos dos assuntos e até o que a gente vai falar agora da Rússia e dos elenques que irá a Casa Branca. Mas acho que isso é um movimento que Eu não gosto de usar a palavra assustador porque eu não gosto de ser muito. Sabe. Ah, estou preocupada. Não quero ninguém que saia daqui preocupado, mas que me chama atenção porque é algo que eu vou vendo as coisas pequenininhas, acontecendo, acontecendo, acontecendo, acontecendo. Eu falo gente como assim, né Quando eu acho que a gente chegou no limite, acontece uma coisa a mais.

Andrea Janér:

Mas sabe, fê essa coisa até que você falou agora no final, de não ficar assustado. É uma pauta constante pra mim. Sabe, essa questão do medo, do pessimismo, da falta de esperança, né, eu acho que isso é Na Oxygen a gente fala muito desses assuntos, desses assuntos. A gente fala que na auction as pessoas entram para ficar duas casinhas na frente do jogo e entender um pouco mais para onde o mundo está indo antes que as coisas aconteçam, para que a gente possa se preparar e tomar melhores decisões.

Andrea Janér:

Então faz parte da minha vida olhar para esses movimentos e tentar entender quais são os próximos impactos que isso vai ter. E realmente a gente está num momento que está difícil ter esperança. Né Acho que várias palestras que eu vi recentemente em eventos grandes falam justamente sobre isso, sobre como a gente acorda todo dia e sai e vai trabalhar num momento tão delicado da história. Né Em outubro do ano passado, novembro do ano passado, eu comecei a falar, a reverberar uma fala do Jamie Dimon, que é o presidente do JP Morgan, o CEO do JP Morgan, dizendo que a gente já estava na terceira guerra mundial.

Fernanda Belfort:

Aquele que deu piti, que a gente comentou duas semanas atrás. Tá gente, Só pra vocês lembrarem.

Andrea Janér:

É, a gente segue ele de perto. A gente segue ele de perto porque ele é uma voz muito influente na economia mundial, não só americana. Ele é uma voz muito respeitada também e ele deu essa declaração. Ele foi algumas pessoas deram essa declaração na época mas ele talvez tenha sido a voz mais importante a declarar que o mundo já estava vivendo uma terceira guerra mundial e a gente não estava se dando conta. O mundo não estava vivendo uma terceira guerra mundial e a gente não estava se dando conta. Né O mundo não estava se dando conta, e isso é muito duro de ouvir. Né É uma manchete que ninguém quer ler E acho que isso traz muitas consequências. Né Como por exemplo um movimento que a gente vê hoje, que é de pessoas que param de ver notícia, de ler notícia, param de assistir os programas de notícias, param de ler os jornais, param de entrar nos veículos, nos seus feeds, para poder se proteger, se isolar um pouco desse contexto que está tão complicado A gente prestar atenção em tudo o que está acontecendo.

Andrea Janér:

Então é um momento muito delicado, esse assunto da Terceira Guerra Mundial, ele já vem crescendo. Tem mais ou menos uns oito meses, dez meses que a gente tem observado que esse, só essa expressão, ter voltado para a mídia já é bastante preocupante. Né Você começa a ler de novo sobre isso, ver isso numa manchete, ver pessoas debatendo, pessoas importantes debatendo se isso está próximo ou não está próximo né, e eu acho que isso ontem a gente ouviu da boca do Trump.

Fernanda Belfort:

Isso que eu ia te falar né.

Andrea Janér:

Isso me preocupou muito. Quando ele jogou, entre as suas frases de efeito ali para colocar o Zelensky na frigideira, foi dizer que ele, zelensky, estaria brincando, gambling, jogando com a Terceira Guerra Mundial. Para mim, de tudo que eu li, que eu observei desde ontem a gente está todo mundo lendo as repercussões disso foi sem dúvida a frase que mais me marcou.

Fernanda Belfort:

Odea e até para a gente dar também um background aí muita gente indo para o carnaval no avião, quem não conseguiu acompanhar alguma manchete.

Andrea Janér:

Não tem escapismo melhor que esse gente.

Fernanda Belfort:

Isso até aconteceu na véspera do carnaval Maravilhoso.

Fernanda Belfort:

Mas assim todo mundo ouviu falar isso de alguma forma porque estava aí, mas acho que muita gente não conseguiu entender bem o que estava acontecendo. Mas a gente veio de uma semana em que o Macron esteve na Casa Branca, depois o Starmer, o primeiro-ministro britânico, também esteve, e a gente teve dois eventos que aconteceram que nas conversas geralmente eles têm. britânico também esteve E a gente teve dois eventos que aconteceram que nas conversas geralmente eles têm um momento ali nesses encontros. geralmente eles têm um momento no salão oval em que eles falam um pouquinho com a imprensa, tiram algumas fotos e tal. depois eles fazem uma coletiva E nesse momento com a imprensa no salão oval, o Trump começou a falar mentiras, como sempre fala e que até fazendo um parênteses rápido existe. hoje eu estava lendo também ou vendo isso de alguém comentando como existe uma normalização de que o Trump fica falando as mentiras e as pessoas já ignoram porque ele fala tanta mentira o tempo inteiro, que tem uma normalização disso, mas que também é uma coisa super perigosa porque tem gente que não tem a informação correta.

Fernanda Belfort:

Mas estava lá o Trump fazendo o que sempre faz, colocando um monte de mentiras, falando que os Estados Unidos tinham investido mais, colocado mais dinheiro do que colocou na guerra da Ucrânia, um monte de coisas assim, e ele foi parado né Com uma mãozinha assim do Macron que colocou uma mão no braço dele para corrigir o que ele estava falando, e o primeiro-ministro britânico não chegou a encostar porque ele é britânico né, mas ele também fez esse gesto da mão assim, né Para fazer a mesma coisa E que um monte de gente falou nossa, que humilhação o presidente ser corrigido dois dias seguidos por chefes de Estado de países extremamente importantes política e economicamente, como a França e a Inglaterra, o Reino Unido. Isso tudo aconteceu. E na sexta-feira ele recebeu o Zelensky que ia assinar o tal do acordo dos minerais que eles estão querendo garantir ali para os Estados Unidos como forma de ressarcir de alguma forma o investimento Que o Trump vive falando que foi imensamente maior do que a Europa, e não foi. Eu procurei várias fontes diferentes, números diferentes, mas todos eles têm mais ou menos o mesmo valor de investimento entre a Europa e Estados Unidos, pelo que eu pude verificar. Se alguém tiver alguma informação melhor, pode colocar nos comentários do YouTube e mandar no Instagram, que a gente vai adorar, porque a gente também nem sempre tem todas as informações. então, adoramos a participação, Mas foi em linha com o que a Europa investiu e os Estados Unidos não mandou dinheiro.

Fernanda Belfort:

Os Estados Unidos mandou armas. Os Estados Unidos mandou ajuda militar de coisas compradas de empresas americanas. Isso ativou a economia americana. Então também não é que ele vive mentindo, mas ok, estava lá, ele, zelensky. Eu depois fui assistir a entrevista inteira da época. Falei, meu Deus do céu, o que aconteceu antes. Fiquei até impressionada, porque teve uma hora que o Zelensky deu uma informação que eu pelo menos não sabia, mas de que 20 mil crianças foram sequestradas na Ucrânia e levadas para a Rússia.

Fernanda Belfort:

Mudaram os nomes dessas crianças, elas foram colocadas em outras famílias. Então eles querem as crianças de volta, mostrando uma série de presos de guerra E assim muitos pastores das igrejas, gente que não era soldado e tudo, e mostrando que essas pessoas estão passando fome. E ele perguntou para o Trump eu posso mostrar as fotos? E ele falou sim, pode. Aí, uma pessoa passou uma pasta para ele.

Fernanda Belfort:

Ele começou a mostrar fotos para o Trump de pessoas como pasta pra ele. ele começou a mostrar fotos pro Trump de pessoas assim como a pessoa era e como a pessoa tá hoje na cadeia, que assim você vê todos, né super magras, desnutridas, assim um horror. E ele falou não vou mostrar fotos das crianças, eu vou te mostrar depois só nós dois, porque são muito impressionantes. E o Trump até aquele momento tava super assim, realmente absurdo. ele tava numa postura ótima, estava super assim, realmente isso é um absurdo. ele estava numa postura ótima, porque eu também sou muito boa de criticar o Trump, mas até então acho que foi muito bem.

Fernanda Belfort:

E teve uma hora que a conversa foi, conversa foi, conversa, foi, e o grande ponto é que o Zelensky ele quer acabar com a guerra.

Fernanda Belfort:

óbvio, ele fala ninguém quer acabar com a guerra mais do que eu e mais do que a Ucrânia. só que Só que a gente quer uma garantia de que a Rússia vai respeitar o cessar-fogo. Então eu não quero, simplesmente Porque obviamente o que está acontecendo hoje é que, para terminar a guerra, os territórios que já foram invadidos pela Rússia muito provavelmente vão ficar com a Rússia. Então a Ucrânia vai perder tudo isso, tanto que teve uma hora que uma jornalista fez uma pergunta. a gente falou não, mas espera aí. mas e os lugares onde tem minerais e tudo para os Estados Unidos que já estão ocupados pela Rússia?

Fernanda Belfort:

E o Zelensky até falou ótima pergunta, eles vão contar e os Estados Unidos vai defender para falar não, então espera aí. isso aqui é da Ucrânia, porque vai ajudar nessa conta ou não vai, então muito provavelmente os territórios ficam com a Rússia. Então, assim a Ucrânia não quer abrir mão desses territórios sem uma garantia de que a Rússia não vai invadi-los de novo uma vez que isso já aconteceu. E aí teve uma hora que ele foi falar alguma coisa assim e o JD Vance por isso, na ideia que você está falando, que existe a teoria de que tudo isso foi armado. o JD Vance nunca está nessas conversas.

Andrea Janér:

ele tem geralmente Nunca ele é meio café com leite, se bem que ele foi na conferência de Munique. mas ele não é visto como uma figura diplomática.

Fernanda Belfort:

Ele estava ali junto E ele pegou, puxou a palavra e falou olha, a gente vai resolver isso com diplomacia, dando a entender que isso ia ser simplesmente um acordo no fio de bigode. Não vai ter ajuda militar americana, não vai ter uma garantia de, se a Rússia entrar, a gente vai lá e vai defender. E o ponto que o Zelensky sempre faz, que ele quer security guarantees, que ele usa. Então, assim, cara, como é que ele vai ter essa segurança? E aí o Zelensky falou desculpa, posso falar? Eles falaram? sim, fale.

Fernanda Belfort:

E ele falou olha, desde 2014, quando a Rússia entrou, pegou a Crimea, começou tudo isso. já teve uma série de acordos, né e coisas assim que foram envolveram a Europa, envolveram os Estados Unidos, envolveram todo mundo e que a Rússia depois não respeitou. Então, o que é a solução diplomática que pode ser feita que garanta isso, já que no passado isso não aconteceu? Então essa foi a. Eu assisti umas quatro, cinco vezes do negócio, porque eu fiquei assistindo todas as matérias no jornal e tal, ainda bem que eu fiquei em São Paulo no carnaval. e aí o JD Vance pegou e falou olha, é um absurdo, você nunca agradeceu o povo americano. ele chegou a usar a palavra absurdo, mas assim você nunca agradeceu o povo americano por tudo que a gente fez. é desrespeitoso você estar aqui no Salão Oval falando esse tipo de coisa pra fazer essa cena na frente da mídia americana E virou a situação mil por cento E daí o Trump entrou. porque ele virou e falou assim não é que hoje vocês têm um oceano protegendo vocês, mas vocês vão sentir No futuro.

Fernanda Belfort:

Vocês vão sentir. Aí o Trump virou e falou assim quem é você pra falar o que nós vamos sentir ou não? nós não vamos sentir. E aí eles começaram a metralhar os heléns de uma forma surreal, só pra dar, só pra contar um pouco bem o que aconteceu depois disso. Eles iam almoçar, iam ter uma coletiva de imprensa, cancelaram tudo depois dessa discussão e acabou a coisa. Foram embora sem assinar E conte Déia tudo que você está ouvindo, não, assim.

Andrea Janér:

acho que é perfeito o seu resumo para todo mundo entender como aconteceu. Acho que a cronologia da conversa importa. como é que a coisa começou depois, em que momento que desandou? Realmente foram sei lá 45 minutos de uma conversa cordial e os últimos cinco ou dez foram realmente quando tudo O jogo virou. mesmo Rolou um barata-voa, né.

Fernanda Belfort:

Nunca antes visto no salão oval, né Um barata-voa.

Andrea Janér:

Exato. Bom, a primeira coisa que acho que a gente tem que falar aqui, até como disclaimer e eu ouvi hoje de manhã um podcast do Neil Ferguson, que é um historiador que eu gosto bastante num podcast do Sam Harris dizendo que é muito difícil comentar algo que está acontecendo em tempo real, porque muitos desses impactos, muitas dessas consequências só serão conhecidas daqui a muito tempo. Então, com isso eu só queria abrir esse parênteses aqui, porque eu e a Fê estamos comentando isso menos de 24 horas depois do que aconteceu. Então, assim, muito ainda vai se analisar, muito ainda se vai falar sobre esse episódio. Eu tenho uma impressão de que isso vai ser um marco nas relações exteriores dos Estados Unidos histórico. Isso é uma fissura que vai ter repercussões por muitos e muitos anos.

Andrea Janér:

Eu acho que isso é muito mais grave do que apenas uma discussão passageira. Isso é muito maior do que o Zelensky, isso é muito maior do que a Ucrânia. Existem muitas teorias, muitas análises de que essa guerra Rússia e Ucrânia, rússia e Ucrânia são proxies de China e Estados Unidos. Então tem algo muito maior que a gente ainda não é capaz de enxergar em sua totalidade. Tem muitas coisas que só ficarão claras em retrospectiva. Então, feito esse disclaimer, não faz nem 24 horas.

Fernanda Belfort:

Você sabe que eu anotei no meu caderno, né Repercussions are hard to read right now Uma frase que eu já estava Mas é isso né Ainda é muito cedo para a gente entender. Ainda é muito cedo para a gente entender a profundidade.

Andrea Janér:

O que isso vai significar mais pra frente. Sim, maravilhoso. O que a gente tem aqui são primeiras impressões que a gente formou a partir do que a gente assistiu, que a gente leu, que a gente ouviu. O que eu posso dizer é que assim eu estava ontem. Fiquei assistindo os canais americanos fora, a Fox News. Óbvio que a Fox News sempre diz que a culpa é dos Zelensky, que ele não quer paz.

Fernanda Belfort:

Aí, eu assisti um pouquinho da Fox News. acalmei meu estômago e eles falam né O Trump expulsou ele da Casa Branca, eu tenho o lado até coitado divertido.

Andrea Janér:

É assim fora a Fox News, todas as redes chamando os comentaristas a toque de caixa para ter uma primeira reação a tudo isso e todo mundo muito perplexo, todo mundo muito estupefato com isso ter acontecido dessa forma. Logo em seguida já começaram a vir as análises, que acho que começou pela The Atlantic com a matéria brilhante dizendo Zelensky caiu numa armadilha, ou seja, o fato da imprensa está toda ali, o fato do JD Vance estar ali, tudo foi uma grande armação e ele enfim caiu nessa armadilha feito um pato e agora a Ucrânia está realmente em maus lençóis. A Ucrânia está em maus lençóis. Acho que agora o que vai acontecer daqui pra frente, a gente ainda não sabe. Mas o fato é que o que eu li agora de manhã é que os países europeus, um em seguida do outro, começaram a soltar notas de apoio à Ucrânia, apoio ao Zelensky. Então, assim, frança, alemanha, polônia, espanha, dinamarca, países Baixos, portugal, noruega, finlândia e a Europa, canadá, o Trudeau fez um post ontem mesmo dizendo estamos com vocês ucranianos, austrália, nova Zelândia, ou seja vários países mandando suas notas de apoio.

Andrea Janér:

Eu não tinha visto essa repercussão, que legal Já são notas de apoio E isso começa a desenhar um novo cenário. Um novo cenário nesse tabuleiro do xadrez geopolítico O Trump está cada vez mais O Estados Unidos cada vez mais isolado. Nessa postura beligerante que é muito característica do Trump, essa postura que a gente falou nos primeiros podcasts, imperialista, ele tem um desejo expansionista. Eu quero a Groenlândia, eu quero mudar o nome do Golfo do México, eu quero o Canadá.

Fernanda Belfort:

Odea, você viu que perguntaram para o primeiro-ministro. Vocês falaram sobre o Canadá, entendeu, e ele não. Então não chegamos a falar nesse assunto, então são?

Andrea Janér:

esses delírios expansionistas dele, que muitas vezes passam de delírios expansionistas dele, que muitas vezes passam de delírios e passam a se tornar um fato. Então assim foi, desde que ele começou, foi a Groenlândia, o Canadá, gaza, o Golfo do México, ou seja, ele foi declarando nos seus primeiros dias de governo o quanto ele tinha a intenção de anexar outros territórios, nessa postura expansionista, imperialista dele. E aí eu volto a repetir aqui uma teoria que eu escutei de um editor da Bloomberg há, mais ou menos três semanas.

Fernanda Belfort:

Eu lembro tanto disso.

Andrea Janér:

Tenho lembrado muito mais frequência do que eu gostaria viu.

Andrea Janér:

Porque está parecendo quase uma profecia, mas começou como uma teoria e está parecendo quase uma profecia, mas está parecendo, começou como uma teoria e está parecendo agora uma profecia. O editor da Bloomberg fez um vídeo há umas três, quatro semanas atrás, dizendo que ele que existiu uma teoria de que, se você analisar bem, o Xi Jinping, o Trump e o Putin são muito parecidos em sua maneira de governar, em seus princípios, em seus valores. Eles também, todos os três, tem esses desejos expansionistas a China, só para dizer o mais óbvio, o low hanging fruit aqui da China é Taiwan. O Putin tentando reanexar todos os territórios que um dia foram da União Soviética, e o Trump com esses desejos de aumentar e trazer o Canadá como o 52º Estado americano, apenas para dizer o mais óbvio. E isso poderia ser parte de um grande acordo que os três presidentes fariam entre si Putin, xi Jinping e Trump.

Andrea Janér:

Um combinado que eles fariam entre si de que o Xi Jinping ficar Trump. Um combinado que eles fariam entre si de que o Xi Jinping ficaria com a Ásia para ele, o Putin com a Europa para ele e o Trump com os Américas para ele, e cada qual no seu quadrado. Um não vai invadir o território do outro. Eles fazem um acordo de paz e cada um vira um imperador ali do seu território estendido um território estendido E as coisas estão caminhando muito para algo assim. O Trump se alinhar ao Putin agora pegou muita gente de surpresa, essa virada que deu na semana passada, quando o Trump passou a chamar os elenques de ditador, dizer que ele era um ditador sem ter sido eleito, quando na verdade o mundo fala que o Zelensky é um patriota.

Andrea Janér:

Um cara que pegou uma bomba na mão. Ele teve que lidar com uma guerra que ninguém estava esperando, de uma forma muito respeitável. Um cara que está ali junto com o povo Estados Unidos ofereceu de levar o Zelensky para os Estados Unidos para garantir a segurança dele. Ele não foi. Ele ficou no território ucraniano para defender seu povo, lutar junto com seus soldados. Ele tem tido uma postura esse tempo todo muito admirável de conseguir manter o país funcionando de uma certa forma, ainda bem de uma forma precária, mas o país tá funcionando, as pessoas estão vivendo, né E eu acho, até aqui Eu concordo com tudo que você tá falando.

Fernanda Belfort:

né Eu acho que tem esse negócio. assim o Zelensky é visto como um herói, né Assim de que tá defendendo o território dele e tudo. Ele teve até uma pergunta, né Fizeram uma pergunta antes da confusão tudo acontecer de ah, por que você não usa um terno? Você não tem um terno, por que você vem pra cá sem um terno? E ele olhou com uma cara do tipo Sim, mano, é sério. E a gente sabe né que o Zelensky, desde que roupa militar ou com roupa, assim Ele fala cara meu país está em guerra.

Fernanda Belfort:

Eu estou né assim. Ele ficava dentro de um bunker enquanto a Rússia bombardeava Ele, então tem todo esse acontecimento. Agora, imagina para esse cara que está passando por tudo isso, ouvir as declarações que o Trump fez de que quem começou a guerra foi ele, o que é uma mentira bizarra, de que ele é um ditador, entendeu. E tudo isso está acontecendo Tanto que no final da entrevista eles começam a falar coisas. Ele não se controla né.

Fernanda Belfort:

Ele faz uns olhares E eu pensei meu Deus, ele deve estar com uma vontade né De dar um soco na cara, não, e uma coisa É uma coisa curiosa, é surreal, né Assim tudo As crianças estão morrendo, As pessoas estão assim E tem horas que eles falam não porque a gente tem que acabar com essa guerra agora, porque a Rússia já acabou com, querendo dizer já acabou com vocês. Vocês não têm como se defender, sem a gente, a gente não vai mais ajudar. E ele fala então você já foi pra Ucrânia. Ele falou meu a Ucrânia o país funciona, as pessoas vão trabalhar, as crianças funciona, as pessoas vão trabalhar, as crianças vão pra escola. Entendeu, tem criança que vai pra escola num bunker, mas vai pra escola Ou não sei o quê.

Fernanda Belfort:

O país está de pé E não é pra passar essa imagem de que a Rússia acabou com a Ucrânia. Ela não acabou com a Ucrânia, mas assim tem coisas que são viscerais pra que esses caras estão passando. Né? Então é quase. E aí imagina ele vendo o vídeo que o próprio Trump publicou de como seria a Gaza se virasse. Você viu o Trump, gaza, nossa esquecemos de comentar isso no começo.

Fernanda Belfort:

Ótima lembrança jogando dinheiro pro alto, fizeram um deepfake fizeram um deepfake que eu não sei quem fez, mas o Trump depois publicou ele mesmo. Então quer dizer, o negócio é de como seria Gaza cheia de yachts, né Prédios que parecem né O Burjar Arábia, assim de Dubai, né Assim gigantes, né Mulheres barbadas jogando dinheiro, dançando e jogando dinheiro para cima, e assim é engraçado pra quem tá longe, né Porque a pessoa que tá perto e tá vendo o que tá acontecendo e a quantidade de gente que tá passando fome e tá morrendo, imagina os elenques no meio disso tudo. E eu acho que de certa forma foi maravilhoso porque a maior parte das pessoas respeitam o poder americano, que tá sob o comando do Trump, que é o maluco, e vão meio que playing the game. Né vão meio que playing the game. Pode até dar uma paradinha para falar uma coisinha que ele está falando errado, como o Macron Pode fazer uma coisa assim, mas é muito difícil alguém parar e falar não espera, aí, não é isso.

Fernanda Belfort:

E o Zelensky fez isso E eu ouvi ideia muito americano falando assim. Nossa, eu estou envergonhado pelo que os Estados Unidos estão fazendo pelo meu país. Eu acho que isso, e de novo, como você colocou, vamos ter que esperar. O tempo vai dizer as repercussões que vão ter, mas eu acho que os Estados Unidos realmente não é mais um aliado confiável, deixou de ser.

Fernanda Belfort:

Eu acho que a Europa vai ter que se unir muito porque ele está realmente abrindo mão dessa posição no mundo. Todo mundo falou que para a Rússia isso foi uma vitória imensa, que ele gerando essa ruptura. Por isso que você falou. Né Foi tudo uma grande animação, né De repente o Jade Van Star provocar ele não sei o quê, porque daí eles viram e falam então porque provavelmente os elenques que não estavam numa situação de aceitar o acordo sem as garantias de segurança que eles não querem dar porque eles não vão colocar mais dinheiro e eles não têm como tirar isso do Putin, então viram uma saia justa E eles falaram então vamos por uma ruptura. A gente fala que quem não quer são eles. A gente para de ajudar e deixa tudo. E aí eu lembro sempre dessa sua teoria né De, tá bom.

Andrea Janér:

Putin. Não é exato. Exato é que eu fiquei muito impactada porque quando eu vi que você me trouxe entendeu, isso faz muito sentido e as coisas estão se encaminhando. Quem imaginaria Estados Unidos, o Trump alinhado com Putin? isso foi uma surpresa pra muita gente, então acho que pra quem tava acompanhando, acho que talvez não dizem que ele ajudou nas eleições, né do Trump nas outras vezes, quer dizer já existe?

Andrea Janér:

um flerte com a Rússia há muito tempo, mas a gente não achou que essa é uma coisa tão escancarada sim, tão escancarada como está e eu acho que assim tudo isso que está acontecendo agora mostra que a gente de fato está caminhando para uma nova ordem mundial. Essa nova ordem que se implantou depois da segundaunda Guerra, que foi construída com acordos, com diplomacia, com muitas conversas entre os grandes líderes que tinham como interesse comum preservar a paz no mundo. Isso caiu por terra Em um mês de governo do Trump. Não vamos esquecer que tem pouco mais de um mês que ele sentou no Salão Oval, né É muito recente tudo isso, então, tudo que está acontecendo, a gente assim eu sei que pode parecer muito, talvez até fatalista, pessimista, mas assim falar para os nossos queridos ouvintes, aqui estamos assistindo a história acontecer.

Andrea Janér:

Nossa geração que pegou 9-11, pegou Barack Obama, pegou Covid, agora a gente está pegando talvez o que pode ser uma nova ordem mundial. Então é muito importante a gente prestar atenção e, por mais que isso seja duro, seja desconfortável, a gente está presenciando o nascimento de uma nova ordem mundial. Tem gente que está considerando o governo do Trump uma mudança de regime nos Estados Unidos. Pouca gente está se dando conta disso, mas é um novo regime. Essas executive orders que ele assina só o Roosevelt é o recordista de executive orders no seu governo e os Estados Unidos estão indo para o mesmo caminho, só que muito perigoso. Então é algo que me preocupa muito. Eu acho que a gente precisa observar com calma esses próximos dias. Vai ter muita. Estamos no pleno sábado, mas nas próximas semanas muita coisa vai acontecer. Os mercados podem ser impactados pelas próximas resoluções também. Então acho que esse é um grande assunto mesmo.

Fernanda Belfort:

Ideia. Tem um outro tópico relacionado a esse, que acho que tem uma importância enorme também, que eu também estava ouvindo. Assim, cara, que recado o Trump está passando para o mundo. Ele está passando um recado de repente para a China de que tudo bem se eles invadirem Taiwan, e assim entram outras conversas. E lembrando que Taiwan tem Taiwan Semiconductor Factory Company, tsm, que é a empresa que produz hoje a maior parte dos chips do mundo todo, todos os chips da Nvidia. Né Assim os Estados Unidos estão desesperados A gente comentou um pouco disso aqui também em outros capítulos. Né Estados Unidos fez lá o Chip Act, está desesperado para conseguir trazer a produção de chips, porque a economia hoje, toda A economia depende de tecnologia e a tecnologia depende dos chips.

Andrea Janér:

Chip é o novo petróleo, Chip é o novo petróleo praticamente.

Fernanda Belfort:

E os chips são fabricados em Taiwan. Entendeu, e assim, cara? se a China invade Taiwan, isto é um problema dos Estados Unidos. Mas quer dizer, será que a mensagem que está sendo passada não é Ok? vai Então assim? isso pode ter desdobramentos em N situações que podem ser bastante impactantes. Então temos aí muita coisa acontecendo.

Andrea Janér:

Acho que temos muitos impactos para a gente acompanhar nos próximos dias. Acho que o nosso próximo Duplo Clique também vai ter Não. isso tem a CX começando. Imagino como isso também vai terminar. Vai ter assunto novo. gente, vocês não precisam desistir da gente.

Fernanda Belfort:

Está ficando pesado, Não porque a gente vai para o South by, vai para Austin, vai esquecer desse mundo todo, vai para a Califórnia do Texas e vai dar tudo certo.

Andrea Janér:

É, vamos ver. Estou ansiosa para ver como isso vai impactar as conversas, as próprias falas das pessoas. Eu acho que cada semana a gente tem vários novos fatos acontecendo e isso vai impactando a semana seguinte. Vamos ver como é que as coisas vão se desenvolver lá. Estamos super animadas. A gente vai ter que organizar um horário também, né Fê, pra gente gravar nosso duplo clique semana que vem. Não já, vamos agendar a gente pode estar no mesmo fuso. A gente pode fazer ao vivo exatamente a gente vai estar no mesmo hotel.

Fernanda Belfort:

Vai ser uma delícia. Já pensou Primeiro ao vivo. Queridos, super obrigada por acompanharem a gente mais uma semana, com mais um duplo clique. Podem mandar mensagem pra gente pelo Instagram. Tem gente deixando comentários no YouTube. Que tá sendo uma delícia.

Andrea Janér:

Tô adorando E vamos a semana que vem direto de hoste obrigada pela companhia, gente, obrigada Mig pela produção e nos vemos semana que vem. Beijo, beijos.

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