Duplo Clique

#10 Cessar-fogo na Ucrânia e a Economia do Ozempic

Andrea Janer e Fernanda Belfort

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A revolução silenciosa liderada pelo Ozempic e outros medicamentos da classe GLP-1 está transformando muito mais que apenas silhuetas. O que começou como tratamento para diabetes tipo 2 agora remodela economias inteiras, muda comportamentos sociais e cria novas tendências em múltiplos setores.

Discutimos os estudos surpreendentes que mostram potencial dessas drogas para tratar condições que vão desde dependência alcoólica até Alzheimer, e como a queda próxima da patente no Brasil pode democratizar o acesso e amplificar ainda mais esses efeitos na sociedade. Analisamos também o impacto econômico em indústrias aparentemente não relacionadas – da moda à aviação, das academias aos restaurantes – todos se adaptando a um mundo onde emagrecer se tornou muito mais acessível.

Links citados:

https://jamanetwork.com/journals/jamapsychiatry/fullarticle

https://med.stanford.edu/news/all-news/2025/03/ozempic-rival.html

https://www.nytimes.com/2025/02/10/health/doctors-ozempic-weight-loss.html

"As opiniões expressas aqui são estritamente pessoais e não devem ser interpretadas como representativas ou endossadas pela Salesforce, empresa onde a Fernanda Belfort trabalha."

Speaker 1:

Olá pessoal, bem-vindos a mais um americanas e os motivos que o levaram a isso. A gente fala também de Ozempic. Fizemos um longo papo sobre essa nova categoria de drogas de LP1, que está revolucionando inúmeros setores da sociedade para muito além do emagrecimento. Um papo muito gostoso, espero que vocês curtam. E aí Fê, e aí querida Tudo bem Tudo Engraçado que agora a gente tá assim no mesmo lugar né No mesmo fuso horário em São Paulo. Mas assim você é super com calor e eu aqui com uma roupa de frio, né.

Speaker 2:

Parece que a gente não tá mais na mesma cidade né, mas a gente tá né, É que eu tô numa menopausa, já, eu acho entendeu, Como se eu não tivesse né amiga. Mas enfim, Entrei muito jovem na menopausa depois do meu tratamento, Deve ser isso. Né Teve até um leque aqui na gaveta, só não aconteceu nada quebrar.

Speaker 1:

Ai, ai, muito bom, né Muito bom E aí, querida, foi nessa semana a gente gravou o último duplo clique domingo né. Então a gente teve uma pausa pequena aí de domingo pra hoje, o que não significa que a gente não esteja cheia de assuntos, né. O mundo tá indo nesse ritmo e o que não falta é notícia Com certeza.

Speaker 2:

Mas como o Migue e o Miguel, que é o nosso producer, vai tirar merecidas férias, né Dea E a gente convida assim ele, a gente resolveu.

Speaker 1:

Merecidos não sei, mas tudo bem.

Speaker 2:

Merecidos não sei, mas tudo bem eu falo pro meu time, que não pode ficar shaming.

Speaker 2:

Entendeu o amiguinho que vai sair de férias entendeu E aí a gente tá gravando na quarta porque ele vai pra uma fazenda sem conexão. Eu tenho um amigo do trabalho que fala que ele tinha um chefe, não sei o quê, que mentia E falava assim nossa, mas você sempre vai tirar férias, vai fazer uma caminhada, pegar um cruzeiro num lugar que não tem. Um dia ele virou e falou assim não é tudo mentira, é que eu minto no trabalho pra não correr o risco de ficarem me ligando. Será que o Miguel tá fazendo isso comigo?

Speaker 1:

Com a gente, porque a gente sabe que hoje nesse mundo do trabalho híbrido e que ainda tem muita gente trabalhando de forma remota, tem uma trend aí que teve recentemente que os millennials iam fazer seus long vacations, tirar semanas inteiras, emendar feriado, entravam nos calls, colocavam fundo falso e jamais revelavam onde eles estavam. Então era sempre você aparecer ali na reunião com o fundo da sua marca, da sua empresa, ou fazer um fundo falso, ninguém vai descobrir que você está em outro lugar. E teve uma história muito engraçada que viralizou no TikTok uma vez que era uma reunião no Teams, eu acho, e o chefe eram quatro ou cinco jovens assim e o chefe pede pra fulana, que tava de câmera fechada, abrir a câmera E ela tava numa cama de auto-bronzeamento, sabe aquelas camas de raio ultravioleta, sei lá.

Speaker 1:

E ela abriu a câmera e ela tava com aquela luz laranja e tal Aí todo mundo na reunião começa a rir. O chefe fica irritadíssimo com ela E ela fala assim é que eu tenho um casamento no sábado E o único horário que eu achei pra fazer o bronzeamento era esse E ela tava lá no call. Né Poxa esforçada, a menina no call, com fone, na cama de auto bronzeamento. Então assim hoje em dia tem de tudo, né? Então o Iggy pode muito bem… Podia muito bem estar enganando a gente. Mas tá aí, foi sincero. E como é que ela abre?

Speaker 2:

a câmera. Jesus Maria José Exato.

Speaker 1:

O chefe mandou né Não vou poder entendeu Na cama de auto-bronzeamento.

Speaker 2:

Mas vamos lá, vai, senão a gente começa a fofocar e não fala nada do que está acontecendo no mundo Dea. E aí, meu amor, o que você viu esses dias não vamos nem chamar de semana, né essa curta semana que te chamou a atenção.

Speaker 1:

Tem uma notícia super importante que aconteceu praticamente meia hora atrás e há tempo de entrar no nosso podcast. Acho que o Zelensky ficou sabendo que a gente ia gravar o Duplo Clique antes e aceitou Melhor eu falar logo pra dar tempo de sair no Dessa Semana.

Speaker 1:

Exatamente, ele acatou um cessar-fogo de 30 dias depois que o Trump teve aí uma conversa telefônica com o Putin e também isso por si só já é um fato marcante, uma aproximação, uma retomada das relações diplomáticas entre Trump e Putin. Eles alinharam um cessar-fogo e o Zelensky aceitou os termos propostos pelo Trump. Então aí vai ser a grande notícia de amanhã, vai ser esse cessar-fogo que espero que seja realmente colocado em prática, que isso aconteça, que seja o início de uma conversa, de uma negociação que leve Rússia e Ucrânia ao fim dessa guerra. Então acho que essa é a grande notícia, é algo que o Trump tinha prometido para o dia 1 do seu governo era terminar essa guerra, com algum atraso aí, mas estamos chegando lá.

Speaker 2:

Interessante, né Porque isso um dia depois de Israel voltar a bombardear Gaza?

Speaker 1:

Sim, Mas é engraçado que esse cessar-fogo, quando ele foi assinado lá atrás, quando ele foi divulgado lá atrás, muita gente, inclusive amigos meus que têm conexões, amigos meus judeus que têm conexões com Israel muito fortes, e tal, muita gente não achou que isso iria se sustentar do Cesar Fogo. Né ele não foi muito positivo pra Israel. Israel abriu mão de muita coisa, então não se achava assim que seria definitivo. Né O Cesar Fogo em geral tem um caráter provisório, né só pra enfim criar aí uma janela de negociação, uma janela de oportunidade. Mas o de Israel não chegou a durar os 90 dias que tinham sido previstos.

Speaker 2:

Ou chegou agora, estou até na dúvida, mas que bom né, vamos ver se o da Ucrânia segura mais tempo, se Deus quiser indefinitivamente, mas vamos lá.

Speaker 1:

Outro assunto que a gente está observando aqui dentro dessa, dessa linha que a gente está acompanhando aí, sobre a escalada dos conflitos, a maneira como a Europa está se comportando diante dessa situação com o Putin, o alinhamento de Trump com o Putin, a chamada que o JD Vance deu à Europa para que ela se responsabilizasse por defender a Ucrânia, por defender seu território. Então, depois daquela conversa, daquela fatídica conversa do Trump com Zelensky e JD Vance no Salão Oval, realmente eles devolveram esse problema para a Europa. Os Estados Unidos alegou que não tem, não vai continuar segurando essa defesa da Ucrânia sozinho, gastando dinheiro nessa guerra. E a Europa precisou tomar de fato uma atitude, começou a se unir em torno de algumas iniciativas e uma delas é esse fundo que foi anunciado essa semana de 150 bilhões de euros, liderado pela França, para desenvolver de novo a indústria armamentista europeia.

Speaker 1:

A ideia é que os países voltem a comprar armas, que eles voltem a investir em defesa, e o interessante é que eles só vão comprar armas de países que assinarem esse acordo e que colocarem dinheiro nesse fundo. Então, por exemplo, estados Unidos, reino Unido, turquia, por exemplo, estão fora desse acordo porque não quiseram assinar. Então é muito emblemático que a Europa esteja se preocupando de novo com esse tema. A gente tem falado disso já há algum tempo. Semana passada saiu na mídia que a Europa está voltando a conversar sobre armas nucleares, inclusive. É um tema sombrio, é um tema difícil de falar, desconfortável, mas são fatos e a gente não pode ignorá-los. Então existe realmente essa preocupação na Europa de voltar a investir bastante em defesa e agora tentando desenvolver também a própria indústria europeia, já que os Estados Unidos com sua Andrew e sua Palantir estão muito avançados. Né quando a gente fala principalmente de tecnologia bélica.

Speaker 2:

Sim, isso né seguindo a tendência das conversas que a gente já tem falado temos comentado um pouco disso todas as semanas né, e realmente tem uma tendência sólida aí dessa preocupação, né em militarizar e se armar de vários lugares do mundo e muito presente na Europa.

Speaker 1:

E por fim, acho que outro assunto assim também bastante polêmico, né, a gente não tem muito boas notícias nesse início de podcast hoje, né, mas enfim, vamos lá. O Trump continua cortando verbas de vários lugares importantes, agora na educação, principalmente no Higher Ed, na educação, no ensino superior americano, e em duas semanas ele já começou a cortar a verba de duas Ivy Leagues, ou seja duas universidades de ponta nos Estados Unidos. O primeiro foi Colômbia. Ele cortou as verbas de Colômbia quase 400 milhões de dólares que financiam projetos de pesquisa, bolsas e coisas assim porque alegando que Colômbia não fez o suficiente para conter os ataques antissemitas, que foi também uma questão muito importante que aconteceu uns anos atrás, uns dois anos atrás, quando houve a invasão de Israel pelo Hamas, um ataque terrorista, houve muitos protestos pró-Palestina e realmente algumas universidades americanas foram bastante complacentes com esses protestos. Teve protestos que foram mais pacíficos, mas teve protestos que envolveram agressões.

Speaker 1:

Foram mais pacíficos, mas teve protestos que envolveram agressões enfim, pichação de porta de dorm de aluno judeu, perseguição a judeus, uma coisa realmente muito séria, muito grave, que não podia ter acontecido, e algumas universidades realmente se abstiveram de tomar medidas mais drásticas como expulsão de alunos, suspensão de alunos que estavam promovendo esses debates.

Speaker 1:

Então isso foi muito marcante nos campi americanos, foi muito forte E essa foi uma forma que Trump encontrou de retaliar as universidades como Colômbia, que fizeram muito pouco para desencorajar esse tipo de movimento antissemita. E agora, essa semana, trump anunciou que vai cortar as verbas da UPenn, da University of Pennsylvania, que também é uma Ivy League, onde tem Wharton, a famosa Business School de Wharton, também alegando retaliando UPenn por aceitar que uma atleta transgênero, uma mulher transgênero, fosse competir no seu time de natação. Ela se chama Lia Thomas, ela foi campeã de vários torneios e ela tentou disputar uma vaga na seleção americana de natação para disputar as últimas olimpíadas e ela não pôde disputar por conta dessa questão que é bem polêmica, né De atletas transgêneros poderem disputar a categoria para a qual eles transicionaram, né Então, no caso, ele fez essa Ele já está cortando dinheiro de educação, mas ele está na verdade colocando a conta nesse problema.

Speaker 1:

E Penn é uma mater do Trump. Ele se formou lá, então é bem interessante que ele tenha feito isso de uma forma, atacando a própria universidade onde ele se formou.

Speaker 2:

Eu não sabia que ele tinha se formado lá Dea, mas você sabe que isso o que eu observo primeiro. Eu sabia que ele tinha se formado lá Deia, mas você sabe que isso O que eu observo Primeiro. Eu acho que esse movimento Todo antissemita É preocupante E a minha percepção Bate Do que sai em algumas matérias E tudo de que Algumas coisas que estão sendo feitas com os judeus hoje Se estivessem sendo Feitas com alguns outros gruposus hoje, se estivessem sendo feitas com alguns outros grupos, né que de alguma forma sofrem preconceito, mas são talvez grupos mais né periféricos, numa situação de vulnerabilidade maior, e acho que é verdade de que são, né quando você pega negros, quando você pega alguns recortes aí, né de etnias e de coisas assim. Mas eu acho que a intolerância a algum tipo de preconceito e tudo a esses grupos seria muito maior, teria uma resposta muito mais eficiente, e que existe uma tolerância, né talvez por não ser um grupo né que tem uma situação de vulnerabilidade do ponto de vista assim, da maioria.

Speaker 2:

Né Você olha, e é um bando de branco, né Um grupo com poder aquisitivo alto e tudo. Eu acho que existe uma situação aí com os judeus que realmente é muito preocupante. Isso é uma coisa que eu toda vez que eu tenho oportunidade de me posicionar, eu me posiciono.

Speaker 2:

É porque assim cara uma coisa que eu pessoalmente acho um absurdo Muita coisa que está acontecendo na guerra. Eu não apoio o Netanyahu, mas é a mesma coisa de você não gostar do Lula ou do Bolsonaro e por causa disso começar a achar que brasileiro é tipo gente. uma coisa é o povo, outra coisa é o direito ao Estado de Israel e da Palestina, outra coisa são os governos, as atitudes que eles têm, mas assim nada justifica o que está acontecendo com os judeus. é assustador.

Speaker 1:

Isso é realmente uma alerta a toda essa onda de volta da extrema-direita na Europa. Se fala de novo em grupos neonazistas voltando, então isso realmente é um retrocesso que é inaceitável, deveria ser inaceitável. Acho que realmente as universidades foram muito complacentes, tiveram uma mão realmente muito leve na punição dessas pessoas na tentativa de dissipar esses movimentos, esses protestos, e isso ficou muito marcante para os estudantes, para os jovens que estavam nas universidades. Então isso é uma coisa para a gente pensar. É então assim, talvez algo que o Trump tenha?

Speaker 2:

feito Agora esse negócio de Will Penn. Estou super aberta para ouvir opiniões diferentes. Vocês podem mandar comentários e tudo, mas esse negócio de ter de repente né alguém que nasceu no sexo masculino né fez essa transição pra o sexo feminino e de repente competir no grupo feminino, pra mim é uma coisa que eu não entendo, porque acho que no fundo existe uma situação física diferente de vantagem eu acho que tem uma coisa você acolher, respeitar a pessoa ela tem direito a todas essas coisas.

Speaker 2:

A outra coisa é você considerar e classificá-la para jogos, jogos olímpicos, esportes e coisas, assim que existe claramente uma distinção e você não levar isso em consideração, então aí já é um. Talvez esse seja um dos poucos tópicos do ponto de vista de diversidade, inclusão e tudo que eu falei não espera. Aí acho que até aqui vai, mas daqui para frente não entendo.

Speaker 1:

Sim, acho que tem linhas que a gente pode traçar. Eu acho que talvez o que a gente está vendo hoje em termos de desmonte das agendas de DI, de diversidade, equidade e inclusão, muita gente fala que de fato a gente foi, talvez tomou atitudes muito extremas em alguns casos, que gerou outros problemas, gerou quase que uma aversão à pauta por parte de muita gente, por parte de empresas. Então acho que a gente talvez esteja tentando encontrar esse meio de caminho agora. Então acho que teve realmente é muito importante que a gente não abandone essas pautas e essas agendas, mas que talvez a gente possa corrigir algumas distorções que aconteceram. Né Talvez essa seja uma delas, em que respeitar, aceitar, acatar, abraçar, acolher é nossa obrigação. Né, mas talvez algumas tem algumas limitações nisso. Né Talvez a competição profissional tenha que ser uma dessas exceções. Né Acho interessante pensar e ouvir sobre isso. Também sou super aberta a ouvir opiniões contrárias. Eu sei que isso pode ser polêmico para algumas pessoas, mas acho interessante ouvir e talvez até aprender com outros pontos de vista também nesse tema.

Speaker 2:

Você sabe que isso me lembrou também uma matéria que eu estava lendo sobre a Apple E eu sei que a Apple colocou em votação para os stakeholders deles se eles deveriam continuar ou não com os programas de DI. Uma vez que isso passou a ser usado pelos investidores muitas vezes para falar puxa, eu quero que você esteja aqui focado no resultado financeiro que você vai trazer, como você vai trazer remuneração e tudo, e daí eles resolveram então colocar em votação e o resultado da votação é que eles deveriam continuar. Mas mesmo assim existem uma série de questões legais. Então hoje ainda existe essa disputa porque várias ações e programas, se você tem um tipo de vagas afirmativas ou coisas que você não necessariamente estejam considerando que todos são iguais e dando igual acesso para as oportunidades e coisas, assim você pode entrar numa batalha legal.

Speaker 2:

Além dessa discussão toda de se você vai ser considerado um fornecedor apto para vender para o governo americano ou não, então acho que tem uma série de coisas e a gente vê claramente o uso aí do poder do governo e tal pra garantir que essas coisas aconteçam. Então acho que tem muita coisa. Esse é um papo depois pra gente entrar né Com mais calma em DI e tudo isso e como que tá sendo tudo isso. Tá vindo até um termo né de diversidade inclusão. Muitas estão continuando fazendo coisas, mas usando outros nomes. Estão fazendo uma coisa mais por debaixo do pano. Não estão falando tanto disso agora.

Speaker 1:

Acho que é um super tema. Acho que a gente precisa de um certo Por que eu acho que a gente tem que esperar um pouquinho pra falar disso Fê? Porque que a gente tem que esperar um pouquinho para falar disso Fê? porque eu acho que agora a gente está vivendo um período ainda muito recente dessas novas políticas do Trump. Ainda é muito. Eu acho que a gente às vezes precisa de um certo distanciamento para poder falar em retrospectiva de algumas coisas que ainda são muito recentes. Então as empresas estão sendo confrontadas com essas novas políticas dele. Como você disse, ele está fazendo inclusive uma espécie de chantagem com as empresas só podem prestar serviço para o governo americano empresas que não tiverem programas de DI. Então ele começa a fazer esse tipo de coisa e as empresas estão tendo que tomar decisões sobre como elas vão continuar, como é que elas vão seguir com os programas que elas já tinham. Tem muitas questões ali que são valores das empresas, são princípios das empresas. Então como é que elas vão lidar com isso? então acho que é tudo muito recente. A gente precisa observar um pouco como isso vai se desdobrar e eu acho que essa é a é a sempre a armadilha da gente comentar coisas em tempo real. Eu sempre gosto de falar isso aqui no nosso Duplo Clique que a gente muitas vezes comenta coisas que aconteceram agora, que aconteceram semana passada, que aconteceram ontem E as coisas ainda estão muito cruas.

Speaker 1:

Né, e a gente às vezes comenta ou faz um comentário que, como dizem os americanos, it doesn't age well. Né, às vezes a gente fala alguma coisa que com o passar do tempo você fala nossa, naquele momento parecia tanto que era isso e agora, duas semanas depois, a gente entendeu que não é nada disso, é aquilo. Então essa é uma, é uma, é uma dinâmica do mundo como está hoje. A gente muitas vezes comenta as coisas de uma forma muito fresca e acho que esse assunto de AI é um assunto que teve muita repercussão nas XW, teve muitas palestras sobre isso e tá todo mundo tentando entender ainda pra onde as coisas vão, quem vai continuar, de que forma vai continuar, se serão novos nomes, se serão novos projetos, como isso vai se desdobrar. Então acho que a gente vai ser bom, a gente esperar um pouquinho pra comentar um pouco de como ficou. É que nem o futuro do trabalho. Eu adoro esse tema e eu falei lá no início que a gente ia ficar anos em transição.

Speaker 2:

Você canta essa bola desde a pandemia. Você tá cantando essa bola.

Speaker 1:

Dea, que tá em transição, a gente não ia ter essa resposta se o futuro do trabalho ia ser híbrido, remoto, presencial, tudo isso ia levar muitos anos porque é uma mudança muito profunda. Então a gente está o quê? No terceiro ano, quarto ano disso, ainda estamos discutindo esse tema. Isso foi tema no SXSW. né Essas pessoas estão trabalhando melhor ou pior, remotas ou híbridas ou presencial, se é bom ou não é. Então tudo isso o Jamie Dimon que a gente sempre comenta, aquele piti que ele deu foi sobre, foi muito sobre o trabalho remoto. Ele falou que não lida bem com isso, ele não gosta que os líderes da empresa dele não estejam lá todo dia enquanto ele, que é o CEO, está. Então assim isso ainda continua motivo de debate. Então você veja quantos anos já faz que a gente tá discutindo isso e eu acho que esse é um tema que não vai ter consenso tão cedo. né A gente ainda tá experimentando com muitos modelos e eu acho que de IA é a mesma coisa.

Speaker 2:

Dea. Mas e aí Tá na hora da gente trazer um pouco mais de leveza pra nossa conversa. Você tá achando isso tudo muito pesado.

Speaker 1:

O que você tá achando. Isso tudo muito pesado o que você tá achando, né, eu tô adorando seus trocadilhos, a rainha dos trocadilhos.

Speaker 2:

Pun intended o pior é que a gente tá falando aqui na maior mistério e as pessoas vão ler o título do podcast e vão falar já sabia que vocês iam falar disso. Mas gente, um dos assuntos, o assunto que a gente preparou pra entrar também hoje e comentar um pouco mais o famoso efeito Ozempic e o que essa droga está trazendo no mundo Dea, começa a puxar. Vai o assunto.

Speaker 1:

Bom, eu acho que também é uma bola que a gente cantou há bastante tempo. Quando começaram a surgir esses medicamentos, quando eles começaram a ficar um pouco mais populares, digamos assim, foi outubro de 23, quando a gente começou a falar desse tema de forma mais constante nos nossos conteúdos, na Oxygen, nas nossas palestras, nas nossas conversas, porque naquele momento ficou muito claro pra mim que a gente estava diante de uma daquelas tecnologias que são profundamente transformadoras. Né Era muito mais do que apenas uma droga pra diabetes que depois foi usada pra emagrecer, né E sim um novo paradigma na indústria. Né A gente já falava há muito tempo na indústria farmacêutica que quem encontrasse a solução pro emagrecimento, o remédio para emagrecer que tivesse poucos efeitos colaterais e tivesse um sucesso nos tratamentos, ficaria muito rico. E é o que aconteceu com a Nova Nordisk, que se tornou a empresa mais valiosa da Europa, passando até a LVMH, Que é, a Louis Vuitton, Que é a Louis.

Speaker 1:

Vuitton, que é a Louis Vuitton, né Que é a Louis Vuitton. Então acho que o que essa nova classe de drogas a GLP-1, trouxe é realmente uma quebra de paradigma de todos os tratamentos que já existiram para emagrecer. São medicamentos, são moléculas que estão sendo investigadas inclusive para outras, para solucionar outras doenças. Então elas têm sido testadas, desde a apneia do sono, que já foi inclusive aprovada e já é recomendada pelos médicos para tratar a apneia do sono, até Alzheimer. Então são usos das drogas, drogas quase múltiplas de efeitos, muito além da sua origem. E se a gente parar para pensar, naturalmente quando as pessoas perdem peso elas já evitam uma série de outras doenças. Então só a perda de peso já serve para afastar o risco de várias outras doenças, mas para além disso, essas drogas podem solucionar outros problemas também.

Speaker 2:

Então realmente foi uma uma descoberta que você que me contou que foi acidental no caso do Novo Nordisk, eu sei bem se foi acidental- foi uma droga desenvolvida para acho que é talvez isso para diabetes, tudo que acabou sendo descoberta por uma série de outras coisas e até comentando né antes da gente chegar nessa parte. Mas uma das coisas que eu acho que é super interessante é isso né Assim o Zimpic veio, começou a ter um super efeito. Um monte de gente tomando o Zimpic ainda. É uma droga muito cara. O próprio Scott Galloway fala bastante isso. Né Ele fala que é uma droga que ainda tá entre os ricos magros, né Querendo dizer Exato, é quem tá um pouco acima do peso e tudo.

Speaker 2:

A hora que caírem as patentes, né E daqui a pouco você comenta um pouco e a gente comenta porque um dos primeiros países que vai cair patente é o Brasil. Mas a hora que cair a patente, o preço dessa droga reduzir cada vez mais, vai ter mais gente tomando, até porque hoje todo o capitalismo e a indústria e tal é que assim alimento barato hoje em dia é alimento ultraprocessado, é alimento que tem muitas vezes existe uma cultura de fast food, de açúcar e de coisas assim que levam a uma situação de obesidade. A gente vê os países aí engordando as populações, ganhando peso e tudo e as outras coisas que estão saindo agora de estudos científicos relacionados a essas drogas que, como você mesma comentou, essa categoria, essa classe de drogas se chama GLP-1, a semaglutida, que é o principativo do Zempic, começou a ser testado. Saiu até um estudo no JAMA, que é um jornal de medicina, falando que ele pode ajudar as pessoas a reduzir a dependência ao consumo de álcool. Eles fizeram uma pesquisa da Universidade da Calaureira do Norte com 48 adultos que tinham esse transtorno por uso de álcool durante nove semanas e eles receberam injeção semanal de Ozempic, de semaglutida, e consumiram 41% menos álcool e relataram uma redução de 39% no desejo de beber, comparado com o grupo que recebeu placebo.

Speaker 2:

Claro que esses estudos uma das coisas que eu já aprendi desses estudos científicos não sai um estudo e você fala isso é assim, sai um estudo. Você fala ah, é, isso, é assim, sai um estudo. Você fala hum, interessante, aí você espera outros lugares estudos serem feitos também com todo o critério do que deve ter sido, com peer review, com tudo o que precisa, mas em outros lugares, a hora que vários estudos começam a ir na mesma direção, você fala opa, realmente tem alguma coisa aqui. Mas a gente está começando a ver uma série de estudos vindo não só em relação a álcool mas, como você colocou até estudos relacionando também a redução de chance de outras doenças, inclusive declínio cognitivo, de Alzheimer, esse tipo de dependência, até em abuso de opioides, cannabis, além do álcool, como a gente falou.

Speaker 2:

Então agora tem vários benefícios e com estudos feitos que não é simplesmente o efeito de você emagrecer, que daí já teria por pressuposto tudo isso E o impacto que isso está tendo na economia E até no quanto as ações. Acho que não necessariamente já tem um impacto grande, apesar de ter uma matéria no The Economist que fala que um a cada oito adultos americanos já usou esse medicamento, algum medicamento GLP-1. Então quer dizer, é um número gigantesco. Mas também o impacto que isso vai ter. E o impacto que isso vai ter em toda a indústria de fast food, em toda a indústria dessas que faz salgadinho, bolacha, chocolate, todas essas porcarias, ou guloseimas, ou chama como você quiser, e coisas que de repente a população acaba não conseguindo consumir com a mesma frequência.

Speaker 1:

Com certeza, eu sou usuária há dois anos, sou fã e acho engraçado porque a gente pensa na caneta ela é cara, a caneta. Já vou falar qual é o método que eu estou usando hoje, que acho que é bem interessante a gente abordar também. Mas a caneta do Ozempique, que é de um miligrama, deve estar custando talvez mil e duzentos, mil e cem reais. Muita gente alega que sim, é cara, mas as pessoas passam a gastar muito menos em comida, passam a beber muito menos álcool, comprar menos vinho, comprar menos. Então assim ainda você ainda sai talvez no lucro.

Speaker 2:

Exato, talvez, talvez de break-even, talvez até o recurso seja pequeno. Interessante. Nunca tinha ouvido essa visão, né gostei.

Speaker 1:

Eu super notei isso. né meu apetite reduziu, minha vontade de beber álcool reduziu muito também, e eu tô numa fase, agora já faz muito tempo, que eu usei pra perder aquele peso pós pandemia, que a gente na pandemia bebeu muito álcool, comeu muita coisa indulgente, né aquela história que a gente já sabe bem E eu fiz muita quimioterapia, mas tudo bem tá, só vou jogar essa culpa.

Speaker 2:

Assim ó entendeu Que bom que você pode beber muito álcool. Aquela muito amiga né É verdade, verdade Faz tudo bem.

Speaker 1:

Eu fui feliz nessa minha fase gordinha, nesse período exato. Mas quando acabou a pandemia você fica com aquela sequela né Tipo puxa, como é que eu vou perder esse peso? Aí você já tá com quase 50 anos, minopausa batendo na porta. É dificílimo perder peso. Quando a minha endócrino recomendou o Zempic, eu tinha um certo preconceito com remédio pra emagrecer. Eu nunca tinha tomado remédio pra emagrecer. Eu já tinha feito jejum intermitente, já tinha feito dieta cetogênica, vários tipos de dieta, mas nunca tinha usado remédio pra emagrecer. Então foi um certo.

Speaker 2:

Eu tive um processo de convencimento, assim né Até porque remédio pra emagrecer antes era assim, né Era uma bolinha, era uma doença que tinha muito amor sempre tive maior preconceito com isso exato porque?

Speaker 1:

não eram boas, as drogas mesmo sim e quando eu comecei a pesquisar, e aí foi meu faro de pesquisadora e de investigadora e eu comecei a entender naquele momento que era um caminho sem volta. gente, assim, isso é uma verdade que a gente precisa assimilar, fazer as pazes com a realidade. quando você começa a usar uma droga como essa, é muito difícil você parar. Então você tem que tomar, você tem que começar a tomar sabendo que aquilo é um remédio de uso contínuo, Como muita gente toma remédio pra colesterol, toma remédio pra dormir, toma remédio pra depressão, tem remédio que você usa há de eterno, E eu acho que o Ozempic pra mim tá nessa categoria. Agora, o que eu tô fazendo hoje, Hoje eu sou parte de uma grande parcela dos usuários de Ozempic que tá microdosing, né Porque eu já perdi o peso que eu queria perder, né Eu não quero emagrecer mais do que eu emagreci Agora.

Speaker 2:

Você quer manutenção Agora você quer manter.

Speaker 1:

Então quem quer manter tá numa outra fase, que é a fase do microdosing, que é você Tem lá várias tabelinhas né Os endócrinos, os médicos mandam essas tabelinhas, tem na internet, tem no TikTok também de quantos cliques você faz pra você tomar uma dose menor do que a mínima dose da caneta. A caneta tem as marcações das doses de um miligrama e tal, 0,25, 0,5, mas você pode tomar inclusive menos do que isso. Eu fui outro dia numa geriátrica com a minha mãe que ela própria tomava oito cliques toda semana. Oito cliques, dá de um, dá de um. Então assim são pessoas que estão encontrando fórmulas muito pessoais, muito individuais, e isso é um fenômeno que eu acho muito interessante a gente estudar, porque muitas vezes são soluções que cada um usa para si Quantos cliques eu vou tomar para ficar bem, sentir meu apetite reduzir, mas não a ponto de eu emagrecer, de eu perder peso.

Speaker 1:

Então cada um está experimentando com as doses no seu caso e está encontrando ali um número ótimo de cliques e vivendo com isso. Então você não gasta mais tanto, a caneta dura muito e você vive de uma forma mais permanente com aquela medicação. Então isso é um fenômeno muito interessante do microdosing e eu acho que as canetas vão evoluir pra isso Eu acho que vai, assim como o Ozempic era um remédio pra diabetes que as pessoas começaram a usar pra emagrecer e aí a Nova Nordisk criou o Egove pra tentar separar. né é o Nordisk criou o Egove para tentar separar. né É o mesmo medicamento, o mesmo produto, só em dosagens diferentes. né Porque o Ozempic continua com aquela dosagem mais baixa e o Egove tem uma dose um pouco mais alta.

Speaker 1:

né Eu acho que eles vão lançar uma caneta com doses bem menores para as pessoas fazerem esse microdosing de forma oficial, de forma organizada. né Então eu acho isso super interessante. E outro ponto que acho que a gente precisa falar aqui é que essa semana a Novo Nordisk lançou um estudo, soltou um estudo que ela está fazendo com uma outra, um super OZENPIC. Eles estão tentando trabalhar num outro medicamento, mais poderoso, mais forte, para competir com o Monjaro, que é da Eli Lilly. né um super Ozempic, eles estão tentando trabalhar num outro medicamento mais poderoso, mais forte, pra competir com o Monjaro, que é da Eli Lilly. Então o Ozempic ainda é considerado mais fraquinho que o Monjaro. O Monjaro agora é o remédio, o GLP-1, mais desejado.

Speaker 2:

né Porque ele tem menos efeito colateral também não é Tem menos efeito colateral.

Speaker 1:

Ele tem menos efeito colateral, tem menos efeito colateral. As pessoas emagrecem muito mais com ele e dizem que mantém melhor o peso depois que usam. Então a Nova Norte está desenvolvendo uma droga chamada Cagricema. Os nomes de hoje, os nomes de remédios, só no chat de EPT.

Speaker 2:

Esse nome em português não funcionou bem.

Speaker 1:

Não foi pensado pro Brasil as indústrias farmacêuticas estão todas criando nome no chat de EPT. Só pode ser. Então eles anunciaram o resultado de um estudo profundo que eles fizeram com o Cagrecema essa semana e os resultados não foram bons E as ações da Nova Nordes caíram bastante essa semana. Então é muito interessante como o mercado é duro, né Porque um dia você está na crista da onda. O Novo Nordisk é uma empresa que ficou extremamente valorizada, invejada, admirada e precisa continuar inovando, precisa continuar surpreendendo, senão ela vai perder mercado. Né E a Eli Lilly está aí surfando essa onda. O Monjaro ainda não é vendido no Brasil, ele é contrabandeado para o Brasil, conheço muita gente que está tomando e faz assim verdadeiras epopeias para conseguir uma caneta de Monjaro.

Speaker 1:

A caneta custa 1.200, 1.500 dólares cada uma. Então é isso, e é super engraçado. Hoje em dia você sai caneta de Monjaro. A caneta custa 1.200, 1.500 dólares cada uma. Então é isso, e é super engraçado, hoje em dia você sai. Né. Eu, por exemplo, tenho essa sensação. Quando eu vou em algum, uma festa, algum encontro, de repente eu vejo uma pessoa que perdeu assim 30 quilos, 20 quilos. Né tem muito acontecendo muito isso e tem várias histórias interessantes sobre a etiqueta do Ozempic né Tipo. Se você encontra uma pessoa dessas, você fala meu Deus, você emagreceu muito. Eu não reconheci você. Né Você não reconhece as pessoas. Tem gente que perdeu tanto peso com essas drogas que você tem dificuldade até pra reconhecer, porque isso acontecia, por exemplo, com as pessoas que faziam, por exemplo, bariátrica. Só que é uma cirurgia muito pesada.

Speaker 2:

Eu ia falar a mesma coisa.

Speaker 1:

né Isso era uma coisa de bariátrica, né De bariátrica E bariátrica é uma cirurgia super invasiva, super difícil, que é muito traumática. Então não é toda hora que as pessoas faziam bariátrica. Era raro você encontrar alguém que tinha feito bariátrica, né Já com o Ozenpick e com o Monjaro. você encontra as pessoas assim cotidianamente, tendo perdido 15, 20 quilos, e elas ficam muito diferentes. Existe até o termo, né O Ozenpick Face, ozenpick Head, Ah, eu ia falar isso do Ozenpick Face. É que a pessoa fica bem de rosto magro.

Speaker 2:

Aí agora precisa começar a ir no dermato, começar a fazer plástica. Você me contou uma roupa super interessante, né As marcas estavam começando a vender muito mais roupa decotada e tipo né Braço de fora.

Speaker 1:

Porque as pessoas precisam refazer seus guarda-roupas. Né Depois que a pessoa perde 15 quilos, nem vamos falar de tantos quilos, se 8 quilos, 10 quilos, você já perde praticamente seu guarda-roupa todo. E as pessoas precisam refazer seus guarda-roupas. E é muito nítido esse movimento das pessoas buscarem roupas de um estilo diferente do que elas usavam, porque quando a pessoa estava mais gordinha ela usava aquilo tudo meio largão, né Aquela coisa meio pra esconder um pouco os quilos a mais. A pessoa não tinha, não se sentia confortável pra usar enfim roupas um pouco mais decotadas. E quando elas emagrecem elas querem usar assim fenda saia, curta, coisas mais justas. Então elas mudam até o estilo de vestir. Então o impacto do Zempic, o impacto dessas drogas, né Eles vão até enfim a moda passando pela alimentação, porque a gente viu aí empresas como o Danone, como o Nestlé desenvolvendo linhas de produtos específicas pra quem tá usando esse tipo de medicamento. Por quê? Porque você tem que mexer no tamanho da porção.

Speaker 1:

Você não vai mais comer a mesma coisa que você comia antes, a quantidade que você comia antes. Você precisa comer mais proteína. Né Você tem que buscar na sua alimentação os nutrientes que você perde. Muita gente perde muita massa magra quando está tomando esse tipo de remédio. Então você precisa fazer mais musculação, você fica flácido. Então as academias agora estão descobrindo que elas precisam mexer no layout dos seus salões, porque onde antigamente tinha muita esteira, muita bicicleta ou seja coisas para esportes aeróbicos para quem quer perder peso, agora você tem que colocar aparelho, porque as pessoas já emagreceram, então elas querem ir pra academia pra ganhar músculo, pra ficar forte. Então assim esse também é uma outra discussão que a gente vem tendo muito sobre o que são.

Speaker 2:

Né a pessoa magra antes o bacana era ser magro né Agora, quando muita gente vai atingir isso de uma forma mais fácil, quando muita gente, se ficar fácil ser magro já passa a não ser um diferencial, né Exatamente, porque daí todo mundo é magro, então você tem que ficar o quê.

Speaker 1:

Forte, você tem que ficar sarado. Então, assim, agora o novo aeróbico é fazer musculação, você fazer enfim crossfit, coisas assim para você ganhar massa muscular. Né, então são esses impactos que a gente vê, dessa indústria, dessa movimentação, que são extremamente interessantes e revolucionários. Eu acho que essa é a grande mensagem que a gente começou a falar quase dois anos atrás. Isso vai ser revolucionário, está só começando.

Speaker 1:

Então as pessoas vão viver com muito mais saúde. Isso tem tudo a ver com dois anos atrás. Isso vai ser revolucionário, tá só começando. Né, então, assim as pessoas vão viver com muito mais saúde. Isso tem tudo a ver com longevidade, porque as doenças atreladas à obesidade são doenças que matam muito, né doenças vasculares e tal, então cardiovasculares, etc. Então é um novo momento de mundo, né em termos de saúde E isso tem a ver com o que você falou das patentes né no Brasil a patente deve cair. No começo do ano que vem a CIMED já anunciou que vai fazer a canetinha amarela. O Eduardo Paz, prefeito do Rio, já anunciou que vai colocar o Zempic na rede municipal de saúde, porque ele sabe que se as pessoas emagrecerem, eles vão gastar menos com essas pessoas por todas as doenças que isso vai evitar.

Speaker 2:

Então eu acho que ano que vem, a gente vai ver uma massificação, um momento em que realmente muito mais gente vai ter acesso a essas canetas e vai ser muito interessante observar o que vem por aí E é muito, realmente interessante a gente pensar todas as implicações que isso tem, né Dea, porque acaba tendo implicação, óbvio, na saúde da pessoa, né, mas aí começa a ter todas essas implicações sociais, né Todas essas implicações dos mercados que acabam sendo dependentes não só da parte de alimentação mas das outras implicações que isso tem. Eu vi uma matéria uma vez falando de como os aviões estão mudando a forma, a quantidade de combustível que eles estão colocando, porque eles já estão considerando que o peso médio do passageiro está mudando versus ao que era antes. Então categorias que você nunca imaginou que iam estar associadas a isso que passam a estar A outra também. Né que daí é um pouco mais óbvia, mas assim existe uma indústria pra engordar a pessoa até a obesidade e depois ficar vendendo remédio de diabetes, de todas essas doenças e coisas. Assim O impacto que isso vai ter no sistema de saúde, nas seguradoras, numa série de coisas, porque tem um monte dessas doenças crônicas que muitas vezes as pessoas têm, que são decorrentes desse tipo de coisa.

Speaker 2:

Então eu acho que tem aí uma rede de impactos na sociedade como um todo muito grande. E a outra coisa que eu li uma matéria. Eu estava comentando com você e eu não preciso ach que eu li uma matéria eu tava comentando com você e eu não preciso achar depois onde que foi essa matéria. Vocês veem, gente, tem gente que escreve depois pra mim, pra Deia, fala gente, é impressionante a memória que vocês têm, tal não sei o que. Mas tem coisa que a gente não lembra, mas a Eli Lilly, falando que acredita mais no potencial de inovação da Eli Lilly, que foi atrás de fazer realmente uma droga que tivesse esse efeito, do que a Nova Nordisk, que acabou meio que acidentalmente planejando uma droga para trabalhar, para fazer uma coisa para diabetes e acabou encontrando outra.

Speaker 2:

Então acho que esse é um problema interessante E a gente escolheu falar disso hoje por alguns motivos Primeiro, por essa notícia que a Dea mandou de que realmente as ações da Nova Norte caíram E Teve uma matéria de 2023 que me chamou muita atenção, falando que a Dinamarca estava passando, a partir daquele momento, a colocar o número do PIB dela, do crescimento da economia com e sem a Nova Nordisk, porque assim hoje a Nova Nordisk vale mais do que a economia da Dinamarca, então tinha esse diferencial aí de valores, então todo esse impacto que isso tem por um lado E por outro, porque a a Dé me ligou também e falei Dé, pela primeira vez na vida. Eu tomei o Zenpique. Acho que só meu irmão e meu marido sabem. Minha mãe vai ficar sabendo agora, ouvindo Meu pai não ouve, então não vai saber. Eu vou ter que contar.

Speaker 2:

Nossos ouvintes não vão espalhar, pode ficar tranquila, nossos ouvintes, mas que E a Dé assim. Mas por quê? Então eu falei Dé eu tô ganhando peso, Minhas roupas não estão servindo. Pelo amor de Deus, comprei um vestido de couro lindo ano passado. Gente Não tá servindo, não dá Entendeu? Aí, eu falei pro meu irmão, né Que é médico, doutor, né.

Speaker 1:

Falei meu, pelo amor de Deus.

Speaker 2:

Tomei 11 cliques E não sei se foi o efeito placebo, mas eu achei que fez uma mudança brutal, assim sabe.

Speaker 1:

Você realmente consegue. E é muito interessante porque tem essa questão dos efeitos colaterais, que faz com que muita gente não se adapte né, e eu sempre digo como uma veterana, me considero uma veterana do Zempic, começa leve. É eu me considero uma veterana do Zempic e eu acho o seguinte a maioria das pessoas que desiste, e aí, gente, eu não sou médica, então não levem meu conselho tão a sério. assim, é só uma opinião de quem Não tem o que fazer em casa.

Speaker 2:

não tem o que fazer em casa. Não tem o que fazer em casa O próprio médico, exatamente, né gente Vamos lá Exato, porque assim eu tive uma experiência muito positiva sempre.

Speaker 1:

Eu nunca tive efeitos colaterais sérios a ponto de me fazer desistir dos medicamentos.

Speaker 1:

Eu tive um primeiro mês em que eu fiquei um pouco enjoada. De fato é o efeito colateral mais comum enjoo, náusea, né Algumas pessoas vão tem enfim, vômito, diarreia. Eu não cheguei a ter nada disso, mas eu acho que as pessoas precisam observar também o que a minha endócrina me disse quando eu comecei a tomar. Ela falou assim Dé, você tem que prometer pra mim duas coisas você vai continuar fazendo exercício, principalmente musculação, e você não vai comer besteira, porque é possível emagrecer com o Zempic comendo besteira. Então você tem que mudar sua alimentação pra incluir bastante proteína, evita carboidrato ou seja também é uma reeducação alimentar. Então, como é que eu encaro o Zempic hoje? e talvez seja a mensagem que eu queria deixar pras pessoas Ele não é uma droga milagrosa, né Ele é uma excelente muleta.

Speaker 1:

Ele é um excelente apoio pra você emagrecer sem passar fome, porque com ele você não passa fome. Essa é uma mudança pra mim assim radical de qualquer outra dieta que eu já tenha feito. Você não passa fome, mas você precisa comer, certo, você precisa comer direito. E quando você foge da linha e eu acho que isso acontece com a maioria das pessoas no primeiro mês, quando elas relatam casos de enfim passar super mal. Ah, eu não aguentei, precisei parar porque eu vomitei muito, eu tive muita diarreia. É porque as pessoas não mudam o seu estilo, o seu padrão alimentar E elas acham que o remédio vai fazer milagre. Ele não faz. Então, quando você começa, se você está usando essas drogas, principalmente se você está usando as dosagens mais altas, e você vai comer hambúrguer e batata frita, você vai passar mal. Se você beber muito álcool, você vai passar mal. Se você comer muito doce, você vai passar mal. Então eu tive essa experiência na pele.

Speaker 2:

Talvez seja por isso que eu esteja ótima, porque eu já era uma pessoa natural. E você não come essas coisas, exato. Você não come essas coisas, exato Você não come essas coisas.

Speaker 1:

Eu acho que isso faz muita diferença. Então, de novo, gente, eu não sou médica, mas pela minha observação, da minha própria experiência e de pessoas próximas a mim que também usaram, e algumas até pararam porque não se deram bem, como elas disseram, com as drogas, tem a ver com continuar comendo como se você enfim, como se o remédio fosse fazer um milagre. Né, então, assim não é isso. Ele é um excelente, uma excelente ferramenta, um apoio pra quem está disposto a fazer uma mudança alimentar, comer comidas mais saudáveis. Né, mas você precisa se ajudar.

Speaker 2:

Então, não é assim tão simples quanto E eu acho que e é interessante, né porque tem os modismos também, né Tinha uma época que era tudo assim, jejum intermitente, jejum intermitente. Né O Peter Atia que escreveu Outlives, que eu adoro ele, né uma época.

Speaker 1:

Que estava na CX né Que estava na CX né.

Speaker 2:

E a gente inclusive descobriu que ele cancelou a segunda apresentação, a segunda participação dele com a Esther Perel que sim, era a psiquiatra dele porque ela comentou entendeu Então minha memória está boa de que ele falava isso no livro porque o pai dele estava doente e tudo, ele não estava bem, teve que sair, mas ele era super a favor de jejum intermitente. E aí ele hoje em em dia não faz mais porque ele começou a ver uma parte de perda de massa muscular que é super importante. Né Falam que músculo é a poupança do velho, entendeu Assim, você precisa ter bastante músculo. Né Você vai perdendo músculo depois e tem um monte de problema que vem decorrer, isso, então você precisa ter muito músculo. Então isso que assim meu irmão falou você tá fazendo musculação direito Antes dele me deixar tomar, né Tô tô tô fazendo super direito e tal, mas que então esse é um cuidado grande E o quanto é isso também, né Não adianta.

Speaker 2:

As pessoas estão buscando cada vez mais serem saudáveis. Não é mais assim. Ah, eu quero ser magro, ah, eu quero. Eu tento até dar um exemplo. Há muitos anos eu falo em casa, né pras minhas filhas e tudo. Não vou fazer ginástica, né porque eu quero ser uma velhinha saudável. Eu sempre falo, elas davam risada e tudo.

Speaker 2:

Mas essa busca por saúde e o quanto tem, todos esses atributos que se você não tem ter, e pra mim uma coisa que pega, é assim, cara, eu como saudável. Agora, se eu for no restaurante tomar uma taça de vinho, for comer um negócio, dificuldade também né de parar de comer aquele cuver delicioso, de não atacar aquele pãozinho, e de repente coisa em pique. Não é um estresse, você comer um pedacinho de pão, entendeu? Então assim você vira uma pessoa elegante, chique, no último. Entendeu Assim? né, não é aquela coisa, porque eu sou do tipo, cara, eu raramente como doce, mas se eu comer uma colher de doce eu vou querer comer dois pedaços de bolo, entendeu Assim? né Difícil ser contido E acho que é uma droga que ajuda. Isso. Então te ajuda a conviver socialmente com as pessoas. Você não precisa ficar em casa pesando o seu.

Speaker 1:

Concordo. Eu acho que isso tem um ponto muito importante aqui. Inclusive, eu me lembro que quando eu comecei a usar o Zempic foi logo depois da pandemia e a minha endócrina me disse que ela estava recomendando o Zempic para pessoas que não conseguiam parar de beber, que tinham se acostumado na pandemia a beber muito. A gente sabe que esse foi um dos consolos da pandemia. Muita gente começou a beber muito mais do que antes pandemia. Muita gente começou a beber muito mais do que antes. Enfim, muita gente começou a ficar mais sozinha, mais isolada, começou a beber mais e que não estava conseguindo voltar aos padrões normais pós-pandemia. E ela receitava o Zempic para cortar essa compulsão pelo álcool. Então assim ele realmente corta essa compulsão, esse desejo por doce, por coisas muito gordurosas, coisas muito condimentadas por álcool. Então não é à toa que a indústria toda alimentícia está se preparando para um cenário em que um grupo muito maior de pessoas, quando isso se tornar mais acessível, vai reduzir suas porções, vai eliminar certos alimentos da sua rotina. Então é uma, é realmente uma, uma revolução. Eu acho que Eu considero o OZENPIC, o GLP-1, de uma forma geral para a gente não falar sempre do OZENPIC, mas o GLP-1, de uma forma geral para a gente não falar sempre do Osempic, mas o GLP-1 como uma das tecnologias mais transformadoras do início desse século.

Speaker 1:

Eu acho que isso vai ser muito lembrado como realmente algo que foi extremamente benéfico para a humanidade. É importante dizer que eventualmente surgem estudos apontando alguns riscos, mas nenhum desses riscos tem sido considerado relevante, né Pela enfim, pelos órgãos que fazem essa regulação. Então são drogas novas, então obviamente sempre existe um risco de daqui a um tempo, descobrir que isso causou alguma coisa, mas a princípio elas são muito bem toleradas e são inclusive prescritas. Os médicos estão usando né. Então teve uma matéria interessante que saiu no New York Times outro dia mostrando que os médicos, principalmente cardiologistas, vão para os congressos de cardiologia e a maioria dos médicos era meio gordinho né. Isso é uma coisa curiosa, tem muito médico gordinho né Na meia-idade e tal, e que agora os médicos estão agérrimos. Então eles se encontram nos congressos e começam a rir uns dos outros porque eles são todos magros, todos esbeltos, e começam a rir falando você tá tomando o Zempic, então assim se os médicos tomam né se os próprios médicos estão tomando né.

Speaker 2:

Então assim tá tranquilo, tá liberado, né E tem um termo, né nesse mundo de farm e dos médicos e tudo que eles falam que é off-label, então assim aquela coisa, putz, o remédio foi feito para uma coisa, isso que está na bula, né no objetivo do remédio, mas às vezes ele funciona para outras coisas também E acho que tem muito disso.

Speaker 2:

Né Tem coisas que, como a sua médica que de repente estava rece estudando para realmente passar a ter estudo científico e poder colocar tudo isso em on-label, que acho que é um termo interessante, mas muita coisa vindo aí nessa revolução toda e todas as implicações que isso acaba sendo um fator de mudança na sociedade como um todo, impactando várias indústrias, vários mercados, o comportamento das pessoas e a quebra da patente vai realmente ser um marco.

Speaker 2:

E daí eu acho que tem um duplo clique, que a gente precisa falar um pouco sobre longevidade. Mas existe muito também dessa guerra hoje sobre alimento ultraprocessado, que acho que também tem esse movimento todo de engorda da população, mas muito porque os alimentos baratos acabam sendo alimentos que engordam muito e que eu sei que estão fazendo milhões de estudos para entender quais são os fatores que levam para isso acontecer, porque é muito difícil né Assim conseguir ter comida fresca para todo mundo que precisa no mundo. Então o ultraprocessado é super importante para a segurança alimentar, mas tem vários pontos aí que precisam ser desvendados no meio disso tudo de entender o que está fazendo mal, para conseguir fazer coisas em escala com segurança, mas que sejam menos maléficas de alguma forma e mais nutritivas.

Speaker 1:

Para fechar esse tema, eu acho bem interessante contar que a Novo Nordisk é uma empresa, que o maior shareholder dela é uma fundação. Então assim é uma fundação. Então assim é uma fundação dedicada à filantropia. E essa fundação ficou assim bilionária depois que a Nova Nordes teve suas ações assim supervalorizadas. E esse dinheiro acabou financiando a compra pelo governo da Dinamarca do primeiro supercomputador de AI do mundo que foi instalado lá. Foi inaugurado em dezembro com a presença do Mr NVIDIA. Jesse Wang foi lá e fez esse lançamento e agradeceu o Ozempic por ter ou seja. O Ozempic está financiando o AI. Basicamente é isso. Acho que é uma maneira engraçada de colocar as coisas e de terminar essa conversa maravilhoso.

Speaker 2:

Amei, querida super.

Speaker 1:

Obrigada por mais um papo. Obrigada a todos, obrigada a Niggi. Mais uma semana e gravamos de novo na semana que vem é isso aí, gente.

Speaker 2:

agora a gente voltou toda semana muitos assuntos bacanas E super obrigada pra quem ficou com a gente até o final, de mais essa conversa, que eu sempre acho deliciosa, com a Deia.

Speaker 1:

Valeu galera, Eu também querida Um beijo a todo mundo. Tchau, tchau, Beijo, tchau, tchau.

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