Duplo Clique

#13 Volta Atrás de Trump e a Revogação dos Vistos Estudantis

Andrea Janer e Fernanda Belfort

Send us a text

As placas tectônicas do comércio global estão se movendo de forma dramática, e estamos testemunhando a história acontecer diante dos nossos olhos. A guerra das tarifas desencadeada por Donald Trump criou uma onda de choque que já reverberou por mercados financeiros globais, apagando trilhões de dólares em valor e forçando 75 países a correrem para negociar com a Casa Branca.

Examinamos também as consequências para empresas como Apple e Amazon, que dependem fortemente da produção chinesa, e como o novo conceito de "friendshoring" está emergindo - a busca por estabelecer cadeias de suprimentos em países aliados confiáveis. Paralelamente, uma situação alarmante se desenvolve nas universidades americanas, com centenas de estudantes estrangeiros tendo seus vistos revogados por razões arbitrárias, desde protestos políticos até infrações menores de trânsito.

"As opiniões expressas aqui são estritamente pessoais e não devem ser interpretadas como representativas ou endossadas pela Salesforce, empresa onde a Fernanda Belfort trabalha."

Andrea Janér:

Oi gente, mais um duplo clique aqui e o assunto principal dessa semana não poderia ser outro a guerra das tarifas imposta pelo governo americano. Muitos países abriram as negociações com Donald Trump e ele suspendeu o início das tarifas por 90 dias, Enquanto o mundo se reorganiza nesse novo contexto de comércio global. a China declara que não tem medo dos Estados Unidos e retalia com tarifas ainda mais altas. A gente deu um duplo clique nesse assunto e ainda finalizou com uma notícia que está ameaçando a paz dos estudantes estrangeiros que estão nas universidades americanas. O governo está revogando os vistos de vários alunos sem maiores explicações. Venha ouvir esse episódio, que está cheio de pautas interessantes.

Fernanda Belfort:

Oi Déia, E aí, como você está.

Andrea Janér:

Ai, que exausta dessa semana. né Ontem teve download de SXSW para a turma dos membros e convidados do Oxygen Club, então foi até tarde. A gente teve uma semana cheia por conta disso.

Fernanda Belfort:

Aí eu fiquei arrasada que eu acabei não conseguindo ir na última hora. Mas tinha amigos meus lá me mandando fotos, falando gente, tá lotado, sucesso. Eu falei. é tava com uma fila de espera enorme, então que legal.

Andrea Janér:

Sempre é gostoso falar desse Reviver o SX, né. Muita gente que tava no nosso grupo tava lá, então foi gostoso reencontrar todo mundo e reviver. Parece que já faz um mês que a gente voltou do SX, né.

Fernanda Belfort:

E não faz.

Andrea Janér:

Falta muito menos Não faz mais Não.

Fernanda Belfort:

Foi dia 20?

Andrea Janér:

É faz pouco tempo que a gente voltou, mas parece que já faz muito tempo que passou A vida. Né, quando a gente chega dessas viagens, a gente deixa um monte de coisa pendente, deixa um monte de coisa para ser resolvida. Então a gente já mergulha de novo no dia a dia e parece que foi no século passado que a gente fez uma viagem dessa. Então foi bom reviver, conectar os pontos. Né Porque, por exemplo, a gente a gente viu Ben Lamb, lembra do Keynote que falou sobre The Extension, aquela tecnologia pra segundo, o título da palestra falava que ele ia reviver dinossauros pré-históricos e tal que não era isso, na verdade era só um título sexy um mamute não é alguma coisa assim é um título sexy pra chamar as pessoas pra palestra.

Andrea Janér:

No fim ele usa CRISPR, que é uma tecnologia de edição genética que enfim, é super. É nova, mas já existe. Já está acontecendo de dois, três anos para cá, e ele tinha acabado de anunciar que eles tinham conseguido fazer um animal chamado rato lanoso É um nome estranho, mas é porque é um rato com pelos né E foi inspirado. Lanoso de lã Interessante, Lã exatamente Lanoso de lã.

Fernanda Belfort:

Podia ser gato velho Harry.

Andrea Janér:

Rat, sei lá, ele tinha um nome específico em português e foi traduzido pela mídia como rato lanoso, por isso que eu tô usando esse termo, que foi o nome, a tradução que os jornalistas brasileiros usaram. Isso tinha acontecido. Acho que talvez 10 dias antes do Ben Lamb estar no SXSW, ele tinha anunciado que eles tinham conseguido recriar esse rato. Com Eles fazem uma edição genética, que não é que eles pegam o DNA do mamute, eles pegam algumas informações desse DNA, juntam com outras coisas e fazem esse animal viver, enfim existir.

Fernanda Belfort:

E agora, depois que a gente ouviu ele lá acho que essa semana foi capa da Time o Dire Wolf, que é um lobo que também foi criado Em portugu o Dire Wolf, que é um lobo, que também foi Que em português eles chamam de lobo terrível, que já dá um pouco de medo. Né Essa tradução de como eles chamam em português já dá medo.

Andrea Janér:

Tipo pra que reviver este lobo, né Se ele é terrível Exatamente, você não viu.

Fernanda Belfort:

Jurassic Park, pra que reviver o lobo terrível.

Andrea Janér:

Ok, então reviver o lobo terrível ok, então isso tudo faz parte de uma tecnologia que a Colossa usa chamada de extension, que é uma maneira de definir o trabalho que eles fazem de edição genética, que eles conseguem reviver espécies que estão em extinção.

Andrea Janér:

Então toda essa conversa do Ben Lent, no fundo fundo é uma conversa sobre biodiversidade, sobre sustentabilidade, sobre uma tecnologia que pode ser usada com animais, com plantas, com uma série de organismos que podem ser resgatados. então essa foi, enfim, rapidamente, essa notícia dessa semana, que foi super interessante, que mostra realmente, no meio de tantas notícias ruins, né Tantas notícias duras que a gente tem visto todos os dias, coisas bacanas que estão sendo criadas.

Fernanda Belfort:

Tem muita gente boa. Você acha que é bacana trazer o lobo terrível? Não, tô brincando, eu acho Quem assistiu Game of Thrones Dizem que é o lobo de Game of Thrones. Né, era um lobo enorme, tudo que tinha. Adoro Game of Thrones. Não, né, eu tô brincando, mas assim acho que no fundo eles também fazem essas coisas pra mostrar o potencial que isso tem. E obviamente essas empresas precisam de rounds de investimento, precisa de talentos, precisa disso tudo.

Andrea Janér:

Mas espero eu, e é uma tecnologia, realmente, que está sendo usada né Perfeito CRISPR foi uma tecnologia desenvolvida por duas mulheres, inclusive, que ganharam o Nobel de Química Eu estou tentando lembrar se foi em 2019, 2020, né A Jennifer Doudna e a Emanuele, esqueci o sobrenome dela, mas as duas são cientistas e criaram essa tecnologia CRISPR, que está sendo usada ainda de forma experimental em pesquisas, mas que pode realmente ter um impacto na saúde, na medicina, na ciência assim gigantesco. E é mais ou menos a mesma tecnologia que é usada pela Colossal, e o foco da Colossal é trazer de volta espécies em extinção pra gente poder popular de novo o mundo, já que a gente sabe que a nossa biodiversidade está enfim sendo seriamente ameaçada pela emergência climática.

Andrea Janér:

Então, acho que esse foi um E foi legal porque sim, foi essa conexão que a gente fez ontem no download. Né Você vê um keynote fazendo uma palestra sobre um tema que ainda era muito árido para muita gente, né As pessoas foram na palestra sem entender muito bem o que é isso mamutes, dinossauros pré-história. O que esse cara está fazendo foi até criticado na mídia, tipo ah, esses milionários ainda estão tentando gastando dinheiro para reviver mamutes. Não é sobre isso, é sobre tecnologia para ciência, para biodiversidade. Então foi uma palestra muito interessante. Está disponível no YouTube do SXSW.

Andrea Janér:

Então quem tiver curiosidade de entender um pouco mais sobre esse tema, recomendo que assistam essa palestra, essa conversa que ele fez no SXSW, porque de fato é algo que está muito fora talvez do nosso dia a dia. A gente não lê muito sobre isso, mas essa semana gente foi capa da Time Magazine, então assim é um tema que tá em pauta. Acho que a Time até de repente quis fazer uma capa assim um pouco mais leve. Saiu um pouco do Trump, jesus amado eu e a Dé quando a gente tá discutindo a pauta.

Fernanda Belfort:

A gente fala ok, que a gente vai falar da semana. Né, obviamente tá sempre o Trump no meio. A gente falou o que a gente vai falar além disso, pelo amor de Deus, né Que nem a gente aguenta mais O.

Fernanda Belfort:

Dé, mas você sabe que uma coisa que eu acho uma coisa que eu acho que rola do SXSW você vai há mais tempo você tem isso né Muito mais já claro. Mais pra mim Foi meu segundo festival que eu fui pessoalmente E é que assim as fichas muitas vezes vão caindo depois né as conexões. Hoje de manhã eu tava num app né que chama NOA N-O-A, né que é News Over Audio. Eu acho que você precisa estar na conta americana pra baixar da Apple, mas que eu lembro que assim no final desse XSW passado, eu lembro que eu tava com você numa salinha vendo um negócio de tecnologia e não sei o quê E notícia e pã, pã, pã, e uma das pessoas era desse app. Ela falou e lá que eu descobri o app.

Fernanda Belfort:

Então, assim tem coisas que você conecta depois né Ontem eu tava mostrando pra uns amigos que trabalham em tech E eles não conhecem o anel sabe O Aura, eles não Fê, mas isso é um anel sabe O aura. Eles não feministas, não, não, esse é o anel inteligente, mas como é que chama? Mas o que que é? Umas coisas que pra gente de repente nesses festivais, nessas coisas tem coisas que já estão tão presentes né E a gente muitas vezes não se dá conta da quantidade de valor que a gente tira né E de conhecimento e tudo dessas coisas.

Fernanda Belfort:

E você falou do YouTube Super. Eu sou super fã de assinar o YouTube, porque eu acho que o YouTube, sem propaganda, podendo fazer download, podendo ouvir como áudio no background, faz toda a diferença E eu tô…. Uma das páginas que eu sigo é da SXSW E é super legal assim porque… Uma que você assistiu e gostou muito, muita gente assistiu e não tinha assistido, era aquela do Weird né, que fala do quanto que a gente tem que ser esquisito é e do quanto isso e super legal e assisti essa semana porque entrou no ar essa semana.

Andrea Janér:

Então mesmo quem não foi por SX e tem essa curiosidade.

Fernanda Belfort:

Vale a pena porque tem muita coisa bacana, né sim, você consegue ficar meses assistindo essas palestras.

Andrea Janér:

Se você assistir sei lá uma por semana, porque elas são palestras de uma hora, então demora um pouquinho. Mas eu sempre sugiro se às vezes você está almoçando sozinho no escritório, está almoçando sozinho em casa, eu ouço como se fosse um podcast.

Fernanda Belfort:

Sabe É?

Andrea Janér:

ao invés de ficar scrolling no seu feed do Instagram, muitas vezes naquele brain rot, brain rotting. Né Às vezes é legal você colocar um conteúdo que você sabe que é bem feito, que é um conteúdo curado, que é um conteúdo de qualidade e que vai te acrescentar alguma coisa, né Eu acho que esse conceito do consumo de conteúdo consciente até ficou parecendo com, com, com, mas assim consumo de conteúdo consciente é algo que a gente deveria prestar mais atenção. Acho que a gente fica muito levado às vezes pelos hábitos, né De enfim abrir o Instagram, abrir o TikTok, ficar ali rolando o nosso feed meio de uma maneira quase que anestesiada, assim a gente não tá fazendo aquilo de forma, não tá absorvendo aquilo de forma consciente. É o que os jovens chamam de brain rot, que foi a palavra do ano, ano passado. Tem muito a ver com isso, é você não ter um consumo consciente, intencional, de você buscar, seguir perfis e usar o seu tempo de forma intencional e construtiva. Eu acho que a gente já falou bastante disso quando a gente pensa, por exemplo, nessa questão da desinformação nas redes. É um assunto que eu gosto muito de falar e eu sempre dou uma dica para as pessoas que estão tentando ter uma relação mais saudável com as redes sociais, porque eu acho também muito utópico a gente dizer não vamos viver fora das redes. Eu acho muito difícil viver fora das redes.

Andrea Janér:

A gente existe, a Oxygen existe por causa das redes. A gente começou lá atrás em 2019, com um perfil no Instagram e hoje existe a Oxygen. Então eu não posso nem ser hipócrita de criticar as redes. Acho que elas têm realmente um papel super importante no mundo. A questão está na nossa relação com elas e no modelo de negócio delas. Então acho que tem duas questões aí grandes que precisam ser endereçadas. Mas a nossa relação, que é o que está mais próximo, que a gente pode mudar. Eu acho que tem a ver com uma sugestão que eu sempre dou para as pessoas, que é de criar às vezes um outro perfil no Instagram, por exemplo, um perfil novo.

Andrea Janér:

Você começa do zero e nesse perfil você faz a sua própria curadoria e aí segue veículos que você sabe que são confiáveis veículos globais, veículos tradicionais, veículos da nova mídia que você sabe que tem uma preocupação com a fonte das notícias e que são confiáveis. Seguir pessoas que você admira cientistas, pensadores, professores, criadores de conteúdo que são respeitados, jornalistas que hoje em diaados jornalistas, né Que hoje em dia existem muitos jornalistas que têm as suas próprias plataformas no Instagram, no Substack né. Então existe hoje maneiras de você consumir conteúdo, mesmo dentro de uma rede social como o Instagram, de forma muito construtiva, de forma muito produtiva. E aí você sai um pouco daquele feed que tem marca, que tem influenciador, que tem piadinha, que é gostoso às vezes.

Fernanda Belfort:

As piadinhas que você acha produtiva, você coloca, não tem problema né.

Andrea Janér:

Perrengue chique. eu adoro Perrengue chique, é exato.

Fernanda Belfort:

Faria limers, essas coisas.

Andrea Janér:

Mas assim eu acho que o importante é você de repente ter um outro perfil, em que você cura o seu feed de forma construtiva. E aí, gente, a relação com as redes sociais muda, porque você tá ali no seu tempo livre, né, mas você tá lendo coisas interessantes, você tá aprendendo coisas que vão ser úteis em algum momento pra você. E eu acho que essa história de consumir os conteúdos do STSW, por exemplo no YouTube, entra super nesse momento de consumo de conteúdo consciente. Por exemplo, eu tinha a Lucê que trabalhava comigo. Ela teve uma meta durante um ano de assistir um TED por dia. Eu achei super legal, ted sempre é bom. Os TEDs são conteúdos de 15, 16, 18 minutos, são coisas muito rápidas, E ela tinha essa meta E ela todos os dias durante um ano assistiu um TED por dia. Ela falou a quantidade de coisas que eu aprendi durante aquele ano, coisas completamente aleatórias, mas sabe o que eu faço?

Fernanda Belfort:

Pra mim isso não compete com Netflix, por exemplo, mas eu de manhã eu consumo conteúdo E eu coloco no YouTube, mas eu vou me arrumando e tudo e fica como se fosse um podcast. Né muitas vezes esse eu meu Instagram, eu tenho um feed que é 90% notícia ou pessoas assim e tal que eu sigo. Mas no YouTube eu tomo um cuidado, eu tenho uma conta paga e eu tomo um cuidado pra alimentar meu algoritmo de uma forma interessante E aí ele já me sugere um monte de coisa. E acho que a outra dica também, né Dea, é quando você está um pouco nessa jornada, como a gente, é que a gente já está num nível, né que assim a gente vai em uma palestra, vê uma pessoa que a gente acha incrível, a A gente já começa a seguir aquela pessoa, busca o que aquela pessoa tem e tal. Então a gente acaba indo atrás de pessoas também que a gente sabe que são muito boas e seguindo.

Fernanda Belfort:

Mas eu no meu YouTube eu faço bastante isso E daí o próprio algoritmo acaba me sugerindo muitas vezes conteúdos que são super interessantes e relevantes, baseados no que eu gosto. Então acho que tem essa coisa. E de manhã é a hora que eu penso. De noite eu fico vendo Netflix, novela, o que for, porque daí tá na hora de desligar o cérebro, aí eu vou pro outro negócio. Mas eu nem acho legal colocar um vídeo desses do SX e ficar assistindo. Eu não consigo Assim. Eu fico ouvindo e fazendo alguma coisa ao mesmo tempo, aí a coisa vai bem, né? Então eu acabo E com isso eu consumo sei lá provavelmente duas horas de conteúdo por dia. Assim seja do que for.

Fernanda Belfort:

Outra coisa que eu tenho também nas minhas assinaturas eu tenho uma telazinha. Tem essa dica também, né Dé, de você não ter o Instagram já logo na sua primeira tela no celular. Essas coisas todas deixar escondido, só quando você quer muito colocar e quem tá até muito viciado tem uns apps que te ajudam a controlar isso que você vira e você pode pôr regras e quanto você pode ficar. E se ele bloqueia, se ele te deixa desbloquear, se ele não deixa, como que é, mas só de tirar essas coisas da tua página principal. E o que eu tenho na página principal, assim eu tenho o New York Times, eu tenho o The Atlantic. Então às vezes eu tenho um tempo eu vou lá, dou uma olhada nos jornais, dou uma olhada no que tá acontecendo. Então acho que esse tipo de rotina também de como você substitui a hora do cafezinho né por outros conteúdos, acaba sendo uma dica importante.

Andrea Janér:

E essa semana a gente acabou enfim sendo inundado pelas notícias das tarifas nos Estados Unidos. Continua a novela das tarifas e assim os mercados. essa semana Quem trabalha aí no mercado financeiro, nossos queridos ouvintes que trabalham no mercado financeiro, devem ter tido uma semana insana, porque a gente observou aí o rali das bolsas no mundo inteiro continua, não teve ainda uma estabilidade e a gente vai comentar hoje um pouco sobre isso, porque a gente está assistindo a história acontecer. Eu acho que isso é uma coisa que a gente precisa ter essa consciência quando a gente está passando por algo dessa dimensão, dessa envergadura. nós estamos assistindo a história acontecer diante dos nossos olhos. A ordem mundial está mudando. O Trump, quando entrou na Casa Branca muitos especialistas usaram inclusive esse termo Está começando uma nova ordem mundial. As placas tectônicas estão se movimentando, então o mundo provavelmente não vai mais ser como a gente conheceu.

Andrea Janér:

né Eu acho que na pandemia a gente teve um gostinho disso, porque na pandemia as cadeias de suprimento foram completamente disruptadas né, na medida em que os países precisavam fechar suas fronteiras, tudo começou a ficar mais complicado. Eu me lembro disso de uma época em que a gente passou a consumir produtos nacionais e descobrir marcas nacionais Foi interessante para as economias dos países naquele momento, mas lentamente a gente foi retomando as rotas de comércio exterior e o mundo voltou, voltando aos poucos para o que acontecia ali antes de 2020. E assim, desde que o Trump assumiu o poder, ameaçando mudar todo o cenário das tarifas do comércio exterior global, isso vem sendo especulado E essa semana passada, enfim, ele criou todo esse caos mundial com o anúncio das tarifas e essa semana ele voltou atrás. Isso tem sido amplamente discutido.

Andrea Janér:

Se a gente abrir o Financial Times, wall Street Journal, new York Times, a gente vê a página principal desde que isso tudo aconteceu. são análises de especialistas, de pensadores, de influenciadores sobre, assim, o que levou o Trump a fazer isso, os impactos que isso vai ter. Então, assim, nenhuma de nós duas aqui é economista, então nós não vamos fazer análises assim, assim muito profundas sobre o que está acontecendo. a gente vai discutir um pouco mais os impactos e as percepções que a gente tem visto de pessoas que a gente admira, que a gente segue na mídia, porque esse assunto realmente é muito, muito relevante para o momento econômico que a gente está vivendo agora no mundo, e político também.

Fernanda Belfort:

Sim, Gente, desculpa o barulho da obra. Acabei mudando aqui de ambiente para ver se melhora essa bateção. mas a vida como ela é, um dia a gente vai ter um estúdio, né Dea, o clique vai ser tão incrível, mas vamos lá Dea. mas acho que vale a pena a gente também fazer uma retrospectiva do que aconteceu. Me ajuda aí com os fatos do que rolou essa semana. mas semana passada o Trump colocou todas aquelas tarifas e todo mundo ficou esperando para ver o que ia acontecer. demorou um pouquinho e começaram as retaliações. então a Europa começou com uma retaliação de colocar tarifas. tinha uma preocupação grande se as tarifas iriam também englobar serviços, porque aí entra a tecnologia, entra um monte de coisa, lembrando que a conta doida que, por mais que ninguém entenda e diga que todo mundo diz que não tem nenhum sentido, a conta que eles estavam fazendo era em cima de consumer goods, ali efetivamente produtos que passam pelo porto e o déficit ou superávit que tinha de quanto eu mando para um determinado país e quanto que eu como Estados Unidos, os Estados Unidos recebe, qual que era esse delta, pegaram isso, dividiram por dois, mas era tudo em cima de produtos E um dos pontos que eles falavam era tá bom, mas você não está considerando a troca de dinheiro entre países, que também envolvem serviços, também envolvem turismo, também envolvem N outras coisas, e tinha uma preocupação grande com a indústria de tecnologia. A Europa não foi para cima da indústria de tecnologia. Aí, assim minha percepção pessoal Fê também porque não ia ter muito padrão de ação para as empresas europeias.

Fernanda Belfort:

O que eles iam fazer sem o Google, sem a Meta, sem a minha amada Salesforce O siga, minha amada Salesforce o que ia acontecer E no fundo ia ser um aumento de custo para eles E eles acabaram fazendo uma estratégia super interessante em que eles foram e colocaram tarifas em produtos agrícolas, em coisas que Quer dizer tarifas maiores, em coisas que iam afetar principalmente o que a gente chama nos Estados Unidos dos red states, dos estados que são os estados que apoiam o Trump e que são classicamente republicanos. Então eles foram bem ali fortes nisso, e começou essa discussão. toda O mercado caiu imensamente do ponto de vista das ações S&P, todos os índices do mercado financeiro, e uma coisa que também começou a acontecer é que geralmente nos Estados Unidos, quando tem uma fuga de capital do mercado de ações porque acontece alguma coisa, eles não acreditam. geralmente o dinheiro é transferido para os títulos do governo, para os bonds, e isso não aconteceu nessa proporção, tanto que a taxa de juros que eles estavam pagando pelos bonds americanos também subiu. E isso foi uma coisa que, ouvindo os especialistas do mercado e tudo falando, é uma coisa meio inédita.

Fernanda Belfort:

nos Estados Unidos O ouro já estava subindo, já tinha insegurança, o ouro subiu mais ainda. Mas quer dizer eles começaram não só os investidores a duvidar da capacidade das empresas, trazerem lucros e daí com isso venderem as ações dessas empresas no mercado acionário, mas também começaram a duvidar da própria confiança com o governo americano. então acho que teve esse ponto todo os países entraram em contato com a Casa Branca para negociar. né Béa, você estava puxando aí que 75 países fizeram isso.

Andrea Janér:

Então, exato, foi o que tinha sido a orientação da Casa Branca logo que o Trump soltou esse pacotão das tarifas. Aí a orientação da Casa Branca foi presidentes, entrem em contato com o presidente Donald Trump o quanto antes se vocês quiserem ser beneficiados. Então foi uma grande, foi muito interessante a maneira como ele soltou essas tarifas, né Porque ele criou uma narrativa de que quem entrasse em contato primeiro e o primeiro país, se não me engano, foi o Japão os primeiros a entrarem em contato com a Casa Branca seriam melhor tratados, digamos assim, com toda essa questão das tarifas. E 75 países entraram em contato com o Trump por isso que ele alegou.

Andrea Janér:

Isso foi uma das razões que ele alegou para voltar atrás nessa semana né o fato de que de fato os países resolveram negociar, procuraram a Casa Branca e isso fez com que ele repensasse, né desse um prazo de 90 dias para essa negociação. Acontecer que, se a gente olhar para trás, tem sido o modus operandi dele, porque foi assim com o México, foi assim com o Canadá, foi assim com todo mundo que ele ameaçou penalizar com alguma tarifa. Então ele tem esse modus operandi, ele ameaça, ele solta a sanção e aí cria esse pânico.

Fernanda Belfort:

Põe o voz na sala para depois ter levo Exato.

Andrea Janér:

Então, assim, isso está sendo considerado meio que uma estratégia dele de negociação. Vamos lembrar aqui que o Trump tem um livro chamado The Art of the Deal, um livro que foi lançado, se não me engano, em 87. Foi o primeiro livro do Trump. Ele tem acho que 3 ou 4 livros escritos por ele, sempre com ghostwriters, mas ele tem 3 ou 4 livros publicados e o primeiro, assim mais importante, foi o The Art of the Deal. Então, nesse contexto das tarifas, nas duas últimas semanas algumas pessoas estão trazendo esse livro de volta, né Dizendo isso é o Art of the Deal, é a maneira como ele recomenda que se negocie as coisas, né Para você conseguir o que você quer. Essa é uma artimanha que você pode usar. Então, muitos comentários essa semana sobre essa forma de negociar que ele acredita que é super válida e bem sucedida. Ele não está levando em conta as externalidades. O fato de que o governo da maior economia do mundo cria esse tipo de pânico derruba as bolsas. Ele apaga os ganhos que aconteceram na bolsa desde o começo do ano.

Fernanda Belfort:

Trilhões de dólares, trilhões de dólares.

Andrea Janér:

E, como se não bastasse todo esse terremoto no mercado financeiro global, ele arranha a marca dos Estados Unidos de uma forma quase que irreversível, pelo menos no médio prazo. O Scott Galloway fala muito isso num podcast dessa semana, falando de por que a Bolsa Americana é o que é, por que a economia americana é o que é. Um dos principais motivos disso é ser um país onde existem instituições fortes, que existe um respeito pelas leis, pelas regras, existe uma previsibilidade, que é o que o mercado financeiro mais gosta. Eu acho que o pré-requisito número um para um mercado financeiro saudável é a previsibilidade e que isso que o Trump está causando vai realmente prejudicar, comprometer a economia americana por muitos e muitos e muitos e muitos anos, principalmente por essa volatilidade.

Andrea Janér:

Né Tipo. Ele anuncia a tarifa, aí cria esse caos, aí não não tem mais. Enfim, olha a cobra, é mentira. Essa coisa é meio quase infantil, um jeito quase infantil de lidar com algo tão importante. Então esse talvez seja um impacto menos mensurável agora, quando a gente compara com bolsa, com estudo, mas é um impacto que não pode ser minimizado, não pode ser ignorado como um dos grandes reflexos aí.

Andrea Janér:

E essa semana foi uma semana só para concluir aqui uma semana, que muitos CEOs que são muito vocais, são muito influentes no mercado americano, acabaram vindo na mídia, vindo a público questionar, claro que de uma forma cautelosa, não entrando batendo de frente com o Trump, mas questionando esse modelo. Então, assim tivemos aí o Jamie Dimon, que é o do JB Morgan, é o CEO do JB Morgan, que foi a público questionar, enfim, criticar essa política. O Larry Fink da BlackRock. O Obama também falou, não necessariamente disso, mas depois de um longo silêncio o Obama apareceu e fez aí umas declarações muito relevantes criticando o governo. O Ray Dalio também E além desses que são os titãs, eu diria, do mercado financeiro, a gente ainda teve CEOs de empresas que vão ser diretamente impactadas, como o Andy Jassy da Amazon, o Tim Cook da Apple. Então, assim, lembrando que esses caras todos foram na posse do Trump na esperança ali de criar uma política de goodwill com o Trump, Então até foi interessante que a Kara Swisher no seu podcast também falou Good job attending the presidential inauguration.

Andrea Janér:

Parabéns para vocês que foram lá prestigiar o Trump na sua posse, mostrar que estavam lá apoiando o governo e agora levaram essa bola nas costas Porque a Amazon, por exemplo, vai ser super impactada, porque a Amazon recentemente entrou na onda da Temu, da Shein começou a vender produto chinês loucamente, então isso vai ter um super impacto na Amazon. A Apple nem se fala. A Apple está em uma situação muito delicada. Talvez de todas essas empresas grandes seja a que está mais ameaçada aí, porque ela tem uma boa parte da sua produção, uma grande parte da sua produção na China. O iPhone o Scott Taylor estava fazendo essa conta vai passar de sei lá 1.200 dólares para sei lá 3.000 dólares Ou seja. Vai impactar diretamente.

Fernanda Belfort:

É as contas que eu vi. a gente até comentou na semana passada né Eu ouvi que era de sei lá 1.600. Agora, porque as taxas estão aumentando, né A gente já entra na China, até que acho que é um ponto importante, é que falta a gente entrar.

Andrea Janér:

Então as empresas agora estão falando, os CEOs estão vindo a público criticar as políticas do Trump. Isso é uma coisa que não estava acontecendo. O Trump estava no poder corrompido.

Fernanda Belfort:

Deixa eu até entrar para comentar alguns pontos porque senão a gente vai andando, também fica umas coisas para trás. Mas assim, primeiro, esse lance do The Art of the Deal, o livro A própria Caroline Leavitt, que é a porta-voz da Casa Branca, ela mesma. Depois que o Trump essa semana, então, gente, aconteceu tudo isso E o Trump, depois que realmente a coisa ficou feia, ele recuou E ele deu 90 dias de prazo para todas as tarifas. Ele falou que os países estavam, as pessoas estavam ligando para ele e ele usou a expressão eu não usarei essa linguagem, eu vou falar como um quote de they are all kissing my ass, numa fala que ele falou de que tava todo mundo assim.

Fernanda Belfort:

Então, obviamente ele tá não posicionando como estão voltando atrás, ele está posicionando como bacana, atingiu o meu objetivo. Mas ele admitiu porque ele virou e falou que o mercado estava um pouco, acho que iti, ele usou uma expressão meio americana, assim que eu não lembro, mas querendo dizer que estava todo mundo muito nervosinho, entendeu, e que estava sabe assim, a galera não estava tendo a resiliência de passar por esse processo, dando a entender E que por isso que ele tinha voltado atrás. Então ele admitiu que foi por causa de uma reação do mercado financeiro e a Caroline virou e falou assim é, e o pessoal da mídia não entendeu o livro The Art of the Deal. então querendo dizer que tudo isso era uma negociação, mas a grande coisa que tem por trás e eu sei que você também estava fazendo isso, porque a gente foi trocando mensagens ao longo da semana, mas eu já há algumas semanas estou buscando quais são as referências dessa teoria de que aumentar a tarifa- seria uma coisa boa.

Fernanda Belfort:

Eu não sou economista, mas eu sou administração, fiz GV, fiz economia lá. Então vamos combinar que o base Q eu entendo e eu não consigo entender, e não sou só eu. Não tem ninguém sério defendendo esta teoria, ninguém Não é que existe uma linha de pensamento econômico que defende isso e que acha que é uma coisa super importante, que faz sentido. Existe um consenso de que trazer indústria para os Estados Unidos é algo que demoraria de cinco a dez anos. Não é um investimento do dia para a noite, e as pessoas não são bilionárias. Elas precisam viver durante esse processo, e esse processo traria muito mais problema do que solução. Porque entrar em recessão? várias brincadeiras, recession by design, make recession great again, e tudo isso. Os Estados Unidos já viveu esses processos. Então, assim, e o grande cara que é o cabeça do Trump é o Peter Navarro. Esse é um cara que escreveu alguns livros sobre isso, também sobre a China e como a China estava estragando os Estados Unidos porque estava puxando toda a parte da indústria e defendendo tarifas. Ele é um cara que tem mestrado em Harvard, alguma coisa assim. Todas as faculdades já se pronunciaram Falando que ele não faz parte delas. Eles não concordam, ele não fala em nome E ele tem uma série de livros publicados, e vários dos livros dele citam uma pessoa, um expert que chama Ron Vara, esse tal desse Ron Vara, ron Vara. E ele cita, como se o cara também tem mestrado em economia em Harvard. Ele é um expert, ele isso, ele aquilo. Até que saiu uma matéria em 2016 ou 2019, não sei no New York Times dizendo que tinham descoberto que o tal do Ron Vara não existe. Ron Vara é um anagrama. Quando você pega o nome Navarro, muda as letras. Você consegue escrever Ron Vara Era um personagem que ele tinha criado pra usar no livro dele.

Fernanda Belfort:

Ele trata isso como uma grande brincadeira. Toda a galera que é mais acadêmica e tal tal fala que é um absurdo porque ele não escrevia isso. Ele dava a entender que era uma fonte, né assim, de um expert. Ele colocava um monte de coisas assim. Então, na verdade, assim a gente tá falando de um cara que tem uma narrativa meio que de ficção, não tem nenhuma seriedade acadêmica, é absolutamente nada do que ele traz. E ele que é o grande influenciador. E quando você estava falando, né Dea de que começou uma virada contra os, quer dizer, os CEOs começaram a falar.

Fernanda Belfort:

Essa semana finalmente aconteceu uma coisa que há muito tempo não acontecia, que foi eu concordar com algo que o Musk falou, entendeu. Mas assim o Musk saiu e começou a atacar o Peter Navarro com aquela finesse que ele tem, contém ironia, mas ele virou e falou que ele era um moron. Entendeu Que ele era. Não era mais inteligente do que um saco de tijolo, né, e inclusive o irmão dele começou a brincar. Né, e de novo o Colt, que eu não usaria esses termos, né, mas Colt, o irmão do Musk, que ia chamando o Peter Navarro de Peter Retardo, entendeu. Então assim começou um mega bate-boca A Carolyn Leavitt, né que fala que é a porta-voz da Casa Branca.

Fernanda Belfort:

Virou e falou não, boys will be boys. Quando perguntaram e falaram nossa, a gente está vendo duas figuras super importantes do governo Trump fazendo isso. Há um detalhe o Peter Navarro chegou aí preso alguns meses por não depor contra alguma coisa do Trump daqueles processos que rolaram ano passado em relação à invasão do Capitólio e aquelas coisas, assim. Então, meu imagina, eles têm uma super ligação. Né, então ele é um cara muito próximo também do Trump e de repente começou essa briga toda e ficou nessa de tipo boys will be boys. Vocês têm que agradecer que a gente tem né uma administração tão transparente do que está acontecendo. Mas esse bafafá todo acontecendo E aí, no meio disso, né Déa, o mundo derretendo, entendeu Assim o mercado financeiro. E uma diferença, eu acho Déa, do que é especulação financeira e já está tendo um monte de discussão. Né Você pode comentar um pouco de insight trading E o que é a indústria real financeira.

Fernanda Belfort:

As empresas que têm ação na bolsa são empresas da economia real. Então, assim, cara, quantos iPhones você está vendendo? Quanto você está vendendo de carro, tesla, o que tem Aumenta a inflação. Nenhuma dessas empresas vai investir. Os custos vão aumentar, as margens dessas empresas vão cair, eles vão ter que repassar custo. Vai ser um horror. E assim está todo mundo falando eu não vou mais investir, eu não quero ser mais dona de um pedacinho dessa empresa, porque esse negócio certamente vai ser pior com as tarifas do que ele é hoje, e foi isso que aconteceu. E quem que vai investir para fazer uma fábrica nos Estados Unidos? Quem que vai investir, confiando nesse governo que muda de opinião toda hora?

Andrea Janér:

Então, só para jogar mais um elemento aí nessa instabilidade que ela própria já mina até o objetivo dessas ações todas, Sim, e eu acho que nesse delírio do Trump, que é um retrocesso ao que os Estados Unidos foi muito tempo atrás, o mundo já mudou, já deu cinco piruetas de lá pra cá, mas nesse delírio dele, os Estados Unidos vão recuperar a manufatura. E é muito interessante. Tem algumas matérias que eu li sobre o quanto os defensores, os eleitores do Trump continuam ao lado dele. Aquele americano médio, republicano do interior dos Estados Unidos que votou no Trump e que continua apoiando o Trump mesmo depois de tantas evidências de que ele está realmente prejudicando a própria classe média americana com os aumentos de preços que vão acontecer fatalmente. É que existe quase que um culto mesmo à personalidade dele. Né tem uma matéria do Wall Street Journal mostrando que as pessoas dizem que ninguém está entendendo.

Andrea Janér:

Ele tem um master plan, né os eleitores do Trump assim acham que existe uma grande estratégia por trás que as pessoas que criticam não estão captando. A gente não capturou, assimurou o grande pensamento por trás. Então, quando você olha os posts que ele faz, principalmente na Truth Social, que é a rede dele, onde estão ali os seguidores dele mesmo, ele tem um tom profético. Ele escreve em letras maiúsculas America will be great again. Ele tem umas frases assim meio Parece realmente que ele é um, que aquilo é uma seita. né, é uma coisa muito interessante observar assim. Né Don't be weak, don't be stupid, be strong. Greatness will be the result, umas coisas assim, que você fala realmente assim e as pessoas aplaudem e tudo mais. Então ele está delirando realmente que a América vai fazer isso, quando na verdade o americano não quer voltar para a fábrica e apertar parafuso.

Andrea Janér:

O americano médio está em outro lugar. Quem vai fazer esse trabalho? quem estaria disposto a fazer esse trabalho de manufatura? são quem? Os imigrantes que o Trump está expulsando dos Estados Unidos com cada vez mais vontade? né Depois. Eu quero falar um pouco sobre isso também, porque agora ele está chegando nos estudantes. Eu quero falar um pouquinho disso. Esse assunto é interessant. Ele está chegando nos estudantes.

Fernanda Belfort:

Eu quero falar um pouquinho disso, esse assunto é interessantíssimo, não é? Vamos guardar para a gente dar atenção para isso, porque esse assunto é super interessante.

Andrea Janér:

Mas esse sonho do Trump, esse plano do Trump de voltar a produzir tudo nos Estados Unidos, é algo que ninguém enxerga isso com bons olhos. As pessoas estão entendendo que isso é um retrocesso. é algo que ninguém enxerga isso com bons olhos. As pessoas estão entendendo que isso é um retrocesso. Existe uma razão pela qual o mundo se organizou da forma como se organizou décadas atrás, em que países como a China absorveram a manufatura, não só porque a mão de obra é mais barata, mas porque existe um treinamento, uma especialização.

Andrea Janér:

Então existe uma razão para o mundo ter se organizado como se organizou E é muito difícil agora você voltar e fazer as coisas de outra forma. Então acho que a gente ainda vai assistir muitas reviravoltas nessa história. Eu estou aqui enquanto a gente faz o nosso podcast, com a CNN ligada, e a China acabou de aumentar de 84% para 125% as tarifas nos produtos importados americanos. Ou seja, Xi Jinping aumentando o tom, subindo o tom, e acabou de declarar, quebrando um silêncio que ele estava mantendo desde o anúncio das tarifas do Trump. ele acabou de avisar que ele não tem medo dos Estados Unidos e que ele vai levar essa guerra de tarifas até as últimas consequências.

Fernanda Belfort:

Boa, vamos entrar nesse duplo clique da China porque acho que esse assunto é importante. Então vai. O Trump voltou atrás para todos os países do mundo com exceção da China. Eu acho que a China o mercado foi um alívio, as ações subiram, estão começando investigações e discussões de inside trading. Você mesma colocou que ele colocou lá no X é um great time to buy, meio querendo dizer que está no momento de compração. Tem outras coisas dizendo que minutos antes A gente estava procurando até as referências para saber o que é. Ainda está uma coisa meio nebulosa. Mas a gente já está vendo um monte de gente importante americana comentando disso, porque certamente muita gente ganhou muito dinheiro na especulação do mercado financeiro durante essa semana toda. E por mais que isso tenha acontecido e a ação a Bolsa tenha subido, ainda existe uma preocupação muito grande e que agora está todo mundo voltando o foco para cá com a relação com a China. Então o New York Times está na capa lá do site. Eles estão até com um gráfico que é um timeline, falando que o Trump primeiro colocou 10%, depois colocou 20%, depois colocou 50%, isso foi num crescente 54% e daí atingiu os 84%, aí ele subiu para 104%.

Fernanda Belfort:

Na verdade, quando a China falou, a China ficou bastante tempo, desde o dia 1º de fevereiro, sem reagir, sem retaliar. A hora que a China virou e falou assim vai para 34%. O Trump colocou mais 54%. A hora que a China falou vamos para 84, os Estados Unidos mudou para 104. E aí a China acho que os próprios Estados Unidos foram para 145, até já me perdi no timing, mas anyway, gente, só mensagem geral. E agora a China aumentou para 125. Ou seja, gente, está numa escalada, essa briga enorme, né Dea, e nesse contexto de que aí o Xi Jinping vem e fala que não tem medo de brigar com os Estados Unidos, né.

Andrea Janér:

Então acho que isso é o assunto mais importante do momento São as duas maiores economias do mundo entrando em confronto direto. Não sei quais são os impactos disso para além de uma guerra comercial. Espero que fique só nisso, espero que a gente tenha aí, não tenha mais desdobramentos em outros sentidos. Mas a gente tem um contexto geopolítico que já não é muito bom, em que a gente tem aí, enfim, entra a guerra da Ucrânia no meio, a possível invasão de Taiwan pela China, que é algo que também já está sendo ensaiado há muito tempo. Produção de chips.

Andrea Janér:

A possível invasão de Taiwan pela China, que é algo que também já está sendo ensaiado há muito tempo. Nossa, isso me dá arrepio. Produção de chips, todas essas questões que a gente sabe que estão orbitando no mundo geopolítico acabam tendo um papel aqui nessa conversa. Então é bem importante, é bem preocupante. Isso Tem oportunidades, obviamente, para outros países. Então, como vai ser a Europa? Com quem ela vai se alinhar, Com quem o Brasil vai se alinhar, Se isso vai ser bom para o Brasil ou não. Vai ser bom para o Brasil. Tem sempre winners e losers nessa história. É uma história que está acontecendo as we speak, que enquanto a gente está falando, a China dá uma declaração. Então é algo que a gente precisa acompanhar de perto e certamente será um assunto recorrente aqui do Duplo Clique nas próximas semanas.

Fernanda Belfort:

Odé e acho que tem alguns pontos interessantes para a gente comentar. Primeiro, quando a gente fala de China, existe duas coisas interessantes que eu vi essa semana comentar. Primeiro, quando a gente fala de China, existe duas coisas interessantes que eu vi essa semana. Primeiro, levar uma pesquisa na China entendendo com pessoas, chineses, cidadãos, qual seria o impacto. Não existe uma preocupação tão grande Porque a China tem tanta produção de tanta coisa que eles falam meu, eu acho um substituto, troco por um produto chinês. Isso não é uma coisa que acontece nos Estados Unidos, a partir do momento até que o próprio iPhone, que é um dos produtos mais icônicos da dominância cultural e tecnológica dos Estados Unidos do mundo, são produzidos lá. Tem um outro ponto que eu ouvi de propriedade intelectual imagina se, numa situação dessas da China. Um outro ponto que eu ouvi de propriedade intelectual Imagina-se numa situação dessas da China, doido também Xi Jinping faz o que quer. Lá Você pega o Jason Max, o meu que voltou os empresários, tipo gente, se a gente acha que o Trump faz o que quer, a China está bem na frente. Imagina se ele vira e fala é Estados Unidos. Então agora eu não vou mais respeitar a propriedade intelectual, só agora eu vou pegar tudo e entendam que as empresas da China têm que responder em diversas coisas ao que o governo manda elas fazerem. Não é assim. Não, eu não vou brigar com o governo. Imagina se ele vira e fala então eu vou pegar tudo que é produzido aqui na China com propriedade intelectual, ip americano, e eu vou continuar produzindo sem a marca e vou vender para o resto do mundo. Então assim existem riscos de coisas acontecerem que numa disputa de quem é mais doido a coisa pode chegar em níveis bastante complicados E existe uma outra discussão. Segundo ponto, sobre a legalidade do Trump. Estar estabelecendo essas tarifas. Para mim é assustador E gente muito orgulho de ser brasileira Porque assim eu estava falando com a minha cunhada que mora na hora e falei você precisa vir para o Brasil que proibiram o celular nas escolas, que alguém tenta alguma coisa contra a democracia. A gente pode até ter várias discussões sobre o Supremo, o que for, mas tem consequência que tem divisão dos três poderes porque algumas coisas básicas que estão acontecendo nos Estados Unidos. Mas assim existe essa discussão da legalidade e, pelo que eu aprendi nas últimas semanas, o Trump está usando uma lei antiga que é uma lei que dá poder para o presidente estabelecer tarifas desse jeito se for uma situação de colocar em risco a segurança nacional americana.

Fernanda Belfort:

E parte até do discurso de quando tudo isso começou. Começou com o Canadá, começou com o México, falando do tráfico de drogas nas fronteiras, de imigrantes ilegais entrando. Era também muito para dar essa roupagem de que era um tema de segurança nacional. Mas gente, não é mais. A coisa já extrapolou totalmente O Bernie Sanders, por exemplo, que é um senador super famoso americano. Ele não é democrata, ele se diz independente.

Fernanda Belfort:

Está questionando muito isso, já está tendo discussões dessas no Senado e tudo. Mas isso está acontecendo porque o que todos falam é que isso claramente não é um tema de segurança nacional. Essa lei parece que não era usada nos Estados Unidos desde a Segunda Guerra Mundial nesses termos. Então eles procuravam lá alguma coisa para trazer essa brecha, para essa legalidade, e tem o desdobramento todo do que as empresas estão fazendo agora. A gente estava aqui no esquenta do podcast trocando algumas coisas, e você me ensinou um novo termo Tem o onshore e offshore, então eu produzo dentro do meu país, ou eu tenho uma empresa dentro do meu país, eu produzo fora do meu país, ou tudo e que tem um novo termo que é o Friendshore. Né Déa Explica isso aí que eu achei super interessante É Friendshore.

Andrea Janér:

já tem sido usado desde a pandemia né quando a gente reconfigurou.

Fernanda Belfort:

Eu aprendi com você.

Andrea Janér:

Mas é uma reconfiguração do Global Trade. né a gente começou a ver também na época da pandemia, outro termo que é a deglobalização, Ou seja, a gente já estava naquele momento repensando um pouco esse modelo.

Fernanda Belfort:

Eu tinha já ouvido isso de ter cadeias de valor, supply chains, ou seja ter fornecedores dos seus produtos e tudo Alternativas. você não tem uma rota só, você tem alternativas, você tem coisas mais locais. tudo isso porque foi essa dependência toda da China que colapsou, quando a China foi o primeiro país a fechar por causa do Covid. Mas essa parte de friendship né de assim É o friendship nasceu nesse contexto E eu posso confiar exatamente. Né assim, Não necessariamente ao próximo, Porque tava na proximidade. Davi no trasteiro.

Andrea Janér:

Sim, o French Owing surgiu nesse contexto de você produzir bens em países que são seus amigos. Por isso o termo French Owing. Né Então você construir novas alianças, ali comerciais e deixar de depender tanto de um único país. Né Então, acho que agora isso vai se reconfigurar novamente. Quando você vê a Europa também se unindo como bloco mais agora a União Europeia se unindo mais como bloco e tentando se organizar para fazer frente ao Trump, então assim muitos desdobramentos geopolíticos vão acontecer aí nos próximas semanas. Mas tem um ponto que eu não queria deixar de comentar. A gente já está chegando aqui no finalzinho do podcast, mas eu queria chamar a atenção das pessoas por um tema que não deve estar muito no radar de todo mundo.

Fernanda Belfort:

Visto estudantil vai, não podemos terminar sem falar disso.

Andrea Janér:

Conta, conta, conta. Tudo Está no meu radar porque, como eu já comentei aqui no podcast algumas vezes, eu tenho três filhos, sendo que dos três, dois já estudam fora do Brasil e o terceiro vai agora no começo do próximo semestre. Então a gente acompanha muito de perto essas políticas de imigração e sabe que isso é um ponto importante quando você toma a decisão de mandar um filho estudar fora do Brasil. E eu tenho uma filha que está nos Estados Unidos. Ela vai se formar agora em maio. Ela está na Universidade de Duke fazendo economia e, enfim, desde a posse do Trump a gente começou a ouvir algumas coisas interessantes que estão acontecendo lá, tipo a faculdade. Quando começou o semestre nos Estados Unidos esse ano, que foi mais ou menos por volta de 8, 10 de janeiro essa data varia de faculdade pra faculdade, mas em geral é por ali muitas universidades mandaram e-mails para os seus estudantes internacionais no final do ano passado recomendando que eles voltassem para os Estados Unidos antes da posse do Trump. Isso já foi assim um tanto quanto assustador.

Andrea Janér:

Assim em dezembro já começaram a mandar as cartas Antes da posse exato Ou seja muitas começavam as aulas dia 8, 10, 12 de janeiro estudantes estrangeiros com visto, ou seja recomendando que porque, por mais que as aulas comecem ali entre 8, 10, 12, 15 de janeiro, tem gente que, enfim, por N questões, acaba chegando um pouco mais tarde.

Andrea Janér:

tem universidades que realmente começam um pouco mais tarde, mas a recomendação geral das universidades pros seus estudantes estrangeiros é que tentassem estar em solo americano antes da posse do Donald Trump, que foi 20 de janeiro. Então isso já foi assim, um primeiro movimento das universidades, um pouco assim, que me acendeu uma luz amarela, assim, tipo eles devem talvez saber de coisas que a gente não sabe. enfim, minha filha chegou, começou as aulas normalmente e tal, e agora a gente começou a observar um movimento de revogação de vistos de estudantes em várias faculdades americanas. Então isso está acontecendo desde o início de março de uma maneira ainda abaixo do radar de muita gente. Alguns estudantes foram inclusive detidos e agora a história começou a vazar e essa semana Dartmouth, emerson, harvard, boston University, columbia, tufts e Duke estão declarando publicamente que alguns de seus alunos estrangeiros estão por essa situação. estavam envolvidos principalmente em protestos que aconteceram pró-Palestina, pró-ramada.

Fernanda Belfort:

Palestina e Israel né.

Andrea Janér:

Aqueles ataques aos alunos judeus que aconteceram em várias universidades, então esse foi a primeira leva de revogação de vistos. Tinha a ver com isso. Então os alunos que foram identificados naqueles protestos, alunos estrangeiros que estiveram envolvidos naqueles protestos foram identificados muito com uso de câmeras e tudo mais. Então esses alunos foram os primeiros a ter os seus vistos revogados. Só que de lá para cá isso começou a acontecer com alunos que não tinham se envolvido em nada disso, alunos. E aí isso está assim no Reddit, que é uma rede de fóruns de discussão muito forte nos Estados Unidos que não é tão forte aqui no Brasil. No Reddit tem vários grupos discutindo o que está acontecendo e existem registros de alunos que estão tendo seus vistos revogados por causa de multa de alta velocidade, por exemplo, de dirigir em alta velocidade, pessoas que foram detidas em algum momento naquela salinha quando você entra nos Estados Unidos por alguma irregularidade na documentação Ou seja, coisas aparentemente.

Fernanda Belfort:

Que não justificariam revogar o visto, que não justificariam revogar o visto.

Andrea Janér:

Não ferem inclusive as políticas dos próprios vistos, a própria política de migração americana. Você tem a sua documentação, você está legal nos Estados Unidos E isso começou a acontecer. Eu acabei esquecendo de falar um segundo sinal de alerta que a gente recebeu. O primeiro foi os e-mails das universidades avisando para os alunos estrangeiros chegarem nos Estados Unidos antes da posse do Trump. E o segundo foi que algumas universidades, em fevereiro, começo de março, começaram a recomendar que os seus estudantes, que os seus alunos estrangeiros passassem a andar com a sua documentação de imigração na bolsa, na mochila, caso fossem detidos, interceptados, como aconteceu em alguns casos, que inclusive foram filmados e publicados nas redes sociais. Então esse foi o segundo ponto de alerta, o segundo sinal de alerta Então agora você tem que andar com com sua documentação toda na bolsa caso você seja parado. E o terceiro foi esse e-mail que a faculdade da minha filha mandou inclusive para os alunos, antecipando o fato de que três alunos ou dois alunos de Duke tinham tido seus vistos revogados. Então eles quiseram se antecipar não causa pânico que a universidade já estava em contato com o Departamento de Imigração Americano para tentar entender o que estava acontecendo. E nesse ínterim outras universidades acabaram divulgando isso na mídia e hoje já são várias universidades que estão tendo esse tipo de situação no seu campus e universidades muito renomadas Ivy Leagues, harvard, dartmouth, colômbia Então assim se instaurou um certo pânico entre os estudantes estrangeiros. Alguns não estão podendo nem terminar os seus estudos porque quando um visto é revogado, existe um período de apelo de apelo, não de appeal. Eles podem apelar da decisão, mas isso enfim envolve advogados especializados em imigração.

Andrea Janér:

Então tem um está acontecendo ali uma atmosfera, um clima de muita apreensão entre os estudantes americanos, estudantes estrangeiros que estudam nos Estados Unidos, independente da sua origem, porque não é uma perseguição a estudantes de um determinado país ou de outro determinado país. Existe um clima de hostilidade muito grande aos estudantes estrangeiros, que representam uma parcela super importante, inclusive da receita dessas universidades, porque os estudantes internacionais pagam tarifas cheias nessas universidades. Eles não são como muitos alunos que têm bolsa, que têm alguma prerrogativa ali para poder estudar pagando as mensalidades mais baixas. Os estudantes internacionais pagam um preço muito alto para estudar fora e são o motor do sistema de ensino superior americano. Isso é dito amplamente. Então é algo muito preocupante que mostra realmente como o governo Trump está criando esse clima extremamente hostil para os estrangeiros.

Andrea Janér:

De uma forma geral, isso está respingando já no turismo. A gente já falou disso aqui no podcast recentemente o quanto as pessoas estão desistindo de viajar para os Estados Unidos, mesmo que a lazer, mesmo que não seja trabalho, porque estão vendo que existem situações de constrangimento de estrangeiros nos aeroportos, nas polícias de entrada nos Estados Unidos e isso, enfim, está chegando a um nível realmente muito perigoso. Então acho que eu queria dividir aqui com todo mundo, porque acho que esse é um assunto que não está no radar de muita gente. Certamente está no radar de pais que têm filhos estudando nos Estados Unidos. Existe aí essa apreensão, para dizer o mínimo, justamente porque as razões podem ser muito aleatórias.

Fernanda Belfort:

Odé, eu estava lendo aqui também sobre esse tema e tudo, e é bem interessante. O Mark Rubio, que é o secretário de Estado, parece que falou no mês passado numa conferência que já pode ser mais do que é o secretário de Estado, parece que falou no mês passado numa conferência que já pode ser mais do que 300 vistos até esse momento, mês passado. Eles fazem isso todo dia, que toda vez que ele encontra um desses lunáticos ele tira o visto da pessoa, que qualquer pessoa que tenha tido qualquer passagem policial ou não sei o quê, mas eu acho que está indo além disso, estão revogando e o The Guardian já está falando aqui, nessa matéria de 10 de abril, ontem, que já são mais de 600 estudantes internacionais que perderam seus vistos. Harvard está falando em mais de 12, e eu acho que tem uma coisa interessante. Até nisso tudo porque eu tenho muitos amigos, por exemplo, que estão direcionando a educação de seus filhos para fazer faculdade fora E pensando muito em ir para os Estados Unidos, e acho que esse é o tipo de coisa que muda um monte de coisa.

Fernanda Belfort:

Eu tenho amigos que estão com os filhos agora ainda e que estão optando por ir para uma faculdade no Canadá, em ir para uma faculdade no Canadá em ir para a Europa, porque a gente não sabe até onde isso vai, quanto tempo isso dura. E meu marido, o Neurohoca, é brasileiro, advogado. Ele fala cara, a gente tem cidadania, a gente tem direito, a gente não tem. Assim muda a política. Ele sempre até falou isso.

Fernanda Belfort:

Na época todo mundo comprava coisa em Miami. Ele falou agora os americanos querem nosso dinheiro amanhã muda, muda a regra, muda o imposto, muda tudo. Tem uma insegurança nesse tipo de situação e acho que até é um ponto de reflexão quem já está com filhos nos Estados Unidos, é um cuidado, uma preocupação, mas ninguém vai mudar o plano tirar o filho de lá por causa disso, agora e tal. mas acho que tem que realmente, se você é estrangeiro e você mora fora, você tem que, mais do que nunca se mora nos Estados Unidos, andar na linha. Você não pode se dar ao luxo de expor sua opinião achando que você é americano e mídia social. Você não pode se dar ao luxo de passar da velocidade. Você não é mais um rico privilegiado que tem direitos. Então eu acho que isso é uma coisa seríssima.

Andrea Janér:

E eu acho que isso uma preocupação grande é que é censura mesmo, é perseguição política, porque já tem enfim declarações do governo americano de que eles estão usando inteligência artificial para fazer uma varredura nos conteúdos postados pelas pessoas para poder identificar os alvos dos próximos vistos que serão revogados. Então os estudantes estrangeiros que enfim expõem suas opiniões, espero que eles não vejam podcasts em português e descubram que a gente fala mal do governo americano.

Fernanda Belfort:

Até isso hoje em dia é um risco.

Andrea Janér:

Por isso, que eu admiro muito aqui, vou fazer em homenagem aqui ao Scott Galloway e à Carys Fisher, que são duas vozes muito contundentes aí na imprensa internacional contra esses abusos do governo Donald Trump e corajosos, corajosos, né, porque hoje eu acho que a mídia está muito acuada nos Estados Unidos, está sofrendo aí uma série de ameaças e eu acho realmente um momento muito delicado da democracia americana. Eu acho que com isso a gente encerra esse assunto. Vamos continuar falando disso nas próximas semanas, quando a gente tiver mais notícias.

Fernanda Belfort:

Mas eu queria deixar esse assunto aqui e só jogando mais uma coisinha pra gente finalizar também. A gente não entrou nesse tema, mas eles estão indo pra cima dos escritórios da democracia. Sim, ótimo ponto do ponto de insight trading. Né a Elizabeth Warren, que eu chamo a senadora, ela tava né falando que assim cara o SEC, né que é o órgão que cuida dessa parte do insight trading, e tudo isso é nomeado pelo Trump. O que que eles vão fazer, as coisas estão chegando na Suprema Corte. Então assim existe hoje e o que o Obama falou na semana passada foi muito mais isso. Os Estados Unidos acham que muitas vezes as coisas são meio teóricas e tal, essa divisão de poderes, rule of law e tudo isso, mas está existindo o que pode ser o começo de um desmonte da democracia e que isso não é menor. Então acho que tem esse ponto. Então, deia que semana levinha e gostosa né meu amor.

Fernanda Belfort:

Muito tranquila né muito gostosa e assim encerramos.

Andrea Janér:

mais um duplo clique gente então continuaremos de olho aqui nas notícias, pra gente poder explorar os pontos que são as vezes menos explorados na mídia principal, e a gente vai trazer sempre pra vocês esse olhar, esse ângulo diferente, pra ficar todo mundo muito bem informado é isso aí, galera.

Fernanda Belfort:

Muito obrigada por mais uma horinha com a gente até a semana que vem obrigada, tchau.

People on this episode