Duplo Clique

#18 Edição Genética Crispr, Alphafold e Quantum

Andrea Janer e Fernanda Belfort

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A medicina personalizada está dando passos gigantescos graças às tecnologias de edição genética. Mergulhamos profundamente no fascinante mundo do CRISPR, uma técnica revolucionária que permite modificar o DNA com precisão incrível, funcionando como uma "tesoura molecular" capaz de corrigir mutações específicas.

Exploramos também o papel crucial da inteligência artificial nesta revolução médica, especialmente o AlphaFold, desenvolvido pela DeepMind (Google), que consegue prever estruturas tridimensionais de proteínas em minutos - um processo que antes levava décadas. Essa capacidade de compreender como as proteínas se dobram é fundamental para o desenvolvimento de novos medicamentos e tratamentos. Conectamos esses avanços às possibilidades futuras da computação quântica, que promete amplificar exponencialmente nossa capacidade de simular sistemas biológicos complexos.

Links:

A Baby Received a Custom Crispr Treatment in Record Time | WIRED

NYT CRISPR Anniversary Classroom Explainer 

CRISPR Explained 

https://www.nytimes.com/2024/04/22/technology/generative-ai-gene-editing-crispr.html?searchResultPosition=20

https://www.nytimes.com/2024/05/08/technology/google-ai-molecules-alphafold3.html?searchResultPosition=13

"As opiniões expressas aqui são estritamente pessoais e não devem ser interpretadas como representativas ou endossadas pela Salesforce, empresa onde a Fernanda Belfort trabalha."

Andrea Janér:

Oi gente, estou de volta ao Duplo Clique. Estava com saudade do nosso podcast. Hoje, no nosso Roundup, falamos das demissões da Microsoft, que já estão sendo consideradas um efeito do uso da IA nas empresas. Também da concordata dos vigilantes do peso, que estão lutando para continuar relevantes em meio ao boom do Ozempic e de outras drogas similares, e da visita do Trump ao Oriente Médio, da qual ele voltou com um singelo souvenir um avião de presente da família real do Qatar. O nosso Duplo Clique de hoje se aprofunda em edição genética, uma tecnologia conhecida como CRISPR, e nesse contexto falamos do AlphaFold, o super banco de proteínas desenvolvido pela DeepMind que hoje pertence ao Google, e de como a computação quântica vai impactar o mundo. Vem com a gente.

Fernanda Belfort:

Dea, que bom que você voltou. Fiquei arrasada de fazer sozinha semana passada, entendeu?

Andrea Janér:

Não, você mandou bem, mandou muito bem adorei você sozinha, você sozinha você é uma one woman show. Você pode falar por horas, e horas que nunca falta assunto. Eu tive que trazer meu lado meio piadista.

Fernanda Belfort:

Entendeu Fiquei conversando com você, assim né Tipo na imaginação. Entendeu Muito bom muito bom.

Andrea Janér:

Mas sim, voltei, obrigada por ter tocado aí, sozinha, na minha ausência foi uma semana. Realmente não dava pra ter organizado esse podcast no meio da viagem, só pra todo mundo saber, enfim, o motivo real. Eu tava na formatura da minha filha, a Fê falou né, e depois a gente ainda engatou numa mudança dela pra Nova York. Ela vai morar lá. Então teve toda uma logística de traz as caixas, as malas, coloca num storage porque o apartamento ainda não tá disponível. Aí foi uma experiência conhecer esses prédios de storage de Manhattan. Assim Nunca tinha ido. Foi um negócio assim surreal né. Você chega num prédio com uma chavinha milhões de códigos, aí você tem corredores e mais corredores e mais corredores com portõezinhos. Você escolhe pelo tamanho. Uma super experiência. Aí toca tudo pra lá, daí compra o que falta Enfim foi aquela.

Fernanda Belfort:

Não foi uma viagem de turismo.

Andrea Janér:

Foi uma viagem de função, mas foi muito bom.

Fernanda Belfort:

Você tava na funça de mãe.

Andrea Janér:

Tava na funça de mãe Delicioso.

Fernanda Belfort:

Muito bom, né Querida. E aí Vamos lá. Kiki, começando o nosso roundup, me conta aí um pouco do que você viu essa semana.

Andrea Janér:

Bom, lá nos Estados Unidos um dos grandes assuntos foi a falência da Weight Watchers, o famoso Vigilantes do Peso, que é uma instituição americana.

Andrea Janér:

Há muitos anos foi aí, se expandiu globalmente e óbvio que está sofrendo o impacto da era Ozempic e similares. Acho que já é um golpe muito forte para uma instituição como o Weight Watchers. Lidar com essa nova forma que as pessoas têm de perder peso e principalmente de manter o peso, que eu acho que é a próxima grande fronteira que a gente vai ver nos remédios dessa geração, porque as pessoas usam para emagrecer e depois elas usam artifícios meio personalizados e meio que hackeiam o sistema para poder continuar usando esses remédios na manutenção quando você não precisa mais perder peso. Então as pessoas estão usando contagem de cliques, espaçando mais as doses pra poder usar esses remédios na manutenção. Então eu acho que a próxima fronteira aí eu tenho a sensação de que as marcas como Eli Lilly, como a própria Nova Nordisk vão lançar novas canetas, novos formatos pra poder atender esse público que já tá no outro estágio, né que é só fazer a manutenção aqui no Brasil.

Fernanda Belfort:

Você falou bastante disso, porque agora tem Monjaro aqui no Brasil né?

Andrea Janér:

sim, chegou o Monjaro.

Fernanda Belfort:

Não era junho que chegava, o Monjaro já chegou porque eu já tenho amigo tomando e aí a caneta é descartável. Não tem esse lance de clique, entendeu? Você compra da dosagem X, aperta, aplica todo aquele negócio e joga fora. E a gente tava falando justamente isso. Né, não vai bater isso de contar clique economiza, não economiza.

Andrea Janér:

Sim, talvez isso esteja até sendo responsável um pouco pelos problemas que a Nova Nordic está enfrentando, que eu acho que, na esteira desse assunto da Weight Watchers, teve também uma notícia super impactante essa semana, que foi a demissão do Lars Jorgensen, que era o CEO há oito anos da Nova Nordisk. Foi ele que conduziu a Novo a esse momento em que ela chegou a ser a empresa mais valiosa da Europa, ultrapassando a LVMH, e ele foi demitido de surpresa. Ele não esperou, não esperava pela demissão. Ele soube numa reunião do Teams. Foi algo assim muito surpreendente para ele e para o mercado como um todo. Todo mundo sabe que a Eli Lilly está enfim lançando um novo medicamento que promete um resultado ainda melhor com menos efeitos colaterais. Então, essa é a guerra dessas farmacêuticas agora É lançar mais produtos com menos efeitos a um preço mais acessível, numa forma mais inteligente, né.

Fernanda Belfort:

E explicando super rapidinho para quem não acompanha isso o Zempic foi a grande revolução que é da Novo Nordisk. Dizem que o Zempic foi meio acidental, eles não estavam querendo inventar uma droga para isso, e depois então duvida um pouco da capacidade de inovação e de se manter realmente à frente da Novo Nordisk. Enquanto você pega o Melaylili que está trazendo drogas Mundjaro é deles. Né Dea Que está trazendo realmente drogas superiores, melhores. Então essa disputa toda que a Dea está falando, mas esse com certeza continua sendo um tema, né Com certeza Dea fora isso nas tarifas da China, né A gente viu que teve lá uma reunião em Genebra e suspenderam por 90 dias. Suspenderam, não reduziram por 90 dias as tarifas entre os Estados Unidos e a China.

Fernanda Belfort:

Ela começou a valer no dia 14 de maio. Agora as tarifas nos Estados Unidos de produtos importados chineses caiu de 145 para 30% e as da China para produtos americanos de 125 para 10%. Então continua tudo isso. Eu acho que até aquele negócio de que coloca o bode na sala, que a hora que você fala de 145, a hora que você tira o bode virou 30, já até tem uma certa aceitação que se tivesse saído do zero para o 30 teria sido absurdo, mas continua com uma instabilidade muito grande de previsibilidade e tudo, e vamos ver o que vai acontecer daqui a 90 dias. Agora dizem que o grande ganhador disso tudo foi a China, que no fundo, nesse negócio da arte da negociação e tudo de ver quem ia ceder quem ia ceder, a China foi até o fim. Então vamos ver como fica isso, bom, verdade.

Andrea Janér:

Bom, outros assuntos importantes na semana que chamaram a minha atenção foi a demissão de 3% da força de trabalho da Microsoft, que foi algo que, enfim, levantou muitas discussões, muita polêmica sobre o que vai acontecer com o futuro do trabalho, né, e acho que é uma pauta que a gente volta e meia atrás aqui no Duplo Clique. Eu falo bastante disso nos meus conteúdos na Oxygen, uma pauta que para mim é a pauta da década. Acho que, junto com a crise climática, o futuro do trabalho é algo que a gente não está falando suficientemente sobre. Eu acho que a gente tem aí cada vez mais evidências como essa da Microsoft, que demitiu 3% da sua força, o que representa mais ou menos 6.500 funcionários de diversas partes do mundo.

Andrea Janér:

Aqui no Brasil teve desligamentos também no LinkedIn, que pertence a Microsoft, e isso já demonstra o apetite das empresas de tecnologia por corte de custos na esteira da inteligência artificial, ou seja, já são cortes que refletem uma otimização de trabalho, de funções, de tarefas e que vão começar a acontecer de forma mais intensa nas empresas de tecnologia. E acho que falta, acho que todo mundo que não enxergou isso precisa ver que isso vai ser uma verdadeira revolução, uma transformação muito profunda no mercado de trabalho E queria chamar atenção também para o fato de que nessa demissão da Microsoft, o maior número de pessoas demitidas foi nas áreas de engenharia e código de desenvolvedores de pessoas demitidas foi nas áreas de engenharia e código de desenvolvedores. Isso é muito distópico, porque os próprios engenheiros e cientistas da computação que criaram, que trabalham na inteligência artificial, estão sendo substituídos por ela. É difícil até de compreender um pouco esse momento que a gente está vivendo, né Fê Total E a gente assim a gente está vivendo, né Fê, não total, e a gente assim.

Fernanda Belfort:

isso vai continuar acontecendo né Dé. E acho que até tem um assunto que a gente ainda não fez um duplo clique, que é sobre educação, como que a gente prepara os nossos filhos e tudo para esse futuro, porque tudo está mudando. As pessoas vão ter que aprender a trabalhar de uma forma diferente. Tem realmente setores que vão desaparecer. Alguns anos atrás uma das coisas né que era uma das maiores escassezes, assim de nossa super difícil achar profissional, eu não consigo pôr um negócio em pé porque não tem desenvolvedor suficiente no mercado. De repente isso não existe mais né. E essas empresas de tecnologia estão realmente pivotando. Então quer dizer, em parte elas estão reduzindo o custo e encolhendo porque elas podem encolher em algumas coisas que elas fazem, usam a própria tecnologia para fazer e em parte elas estão realmente virando o canhão porque elas acreditam que vai fazer, vai ter efeito. Então acho que continua essa virada.

Andrea Janér:

Exato. acho que volto aqui a lembrar de uma das palestras que a gente viu no Assistir SW com a Jay Graber, fundadora do aliás, ceo, uma das co-founders do Blue Sky, que é uma rede social que tinha 35 milhões de usuários no mundo e apenas 21 funcionários. Então acho que esse modelo é um modelo que a gente vai ver cada vez mais nas empresas de tecnologia e resta saber o que vai acontecer com todos esses engenheiros e cientistas da computação, toda essa turma de STEM que foi tão valorizada nos últimos anos STEM sendo uma sigla para Science, technology, engineering and Maths que é essa área que foi a mais valorizada nos últimos anos na educação. Eu vi agora na formatura da minha filha em Duke, quando eles chamaram os formandos em engenharia e levantam naquele estádio de futebol, sei lá, 600 engenheiros recém-formados. Eu só pensava gente para, onde vão essas pessoas.

Andrea Janér:

Isso foi um sentimento que eu tive ao longo de todo. A gente pode falar disso no nosso podcast de educação. Mas sobre essa questão da educação, Quando eles resolveram fazer faculdade de engenharia.

Fernanda Belfort:

era incrível. quatro anos atrás Com certeza Era talvez uma das áreas mais promissoras.

Andrea Janér:

Os salários de desenvolvedores eram sempre os salários mais altos. A gente falava que logo depois da pandemia um dev ganhava sei lá quase que um CEO ganhava então. Assim uma profissão super procurada, uma escassez de bons devs no mercado e agora os devs muitos vão ser substituídos por realmente por IA que está codando agora. Então esse é um assunto super importante. Acho ótima ideia a gente fazer um podcast sobre isso.

Fernanda Belfort:

Vai estar vários de educação, mas acho que a gente pode começar E hoje a gente vai falar um pouco mais de tecnologia. Então aguenta aí galera. E aí bom. Rússia e Ucrânia. Pela primeira vez depois de três anos sem encontros, em que realmente tinha uma rodada de conversa, teve uma negociação entre Rússia e Ucrânia em Istambul. Eles não conseguiram chegar no cessar-fogo. Acho que tem muita coisa para acontecer ainda. Aí os Estados Unidos também estão entrando e pressionando mais, mas pela primeira vez realmente houve um encontro. Então acho que as coisas estão caminhando para esse lado.

Andrea Janér:

E, por fim, acho que outro assunto que também ficou muito quente nos Estados Unidos essa semana foi a ida do Trump para o Golfo. né A primeira viagem internacional dele, uma visita considerada já histórica, né E porque eu estava nos Estados Unidos, a gente assistindo o tempo todo o noticiário e tudo mais acho que o grande tema dessa viagem foi o avião, o bendito avião né O bendito avião mais um factóide.

Andrea Janér:

Assim dessas notícias todas. Né que sempre algumas coisas ficam muito em evidência, e nesse caso não foi diferente. Né ele resolveu aceitar um avião que estaria sendo dado de presente sem nada em troca, né, apenas pelos seus belos olhos, um avião aí avaliado enfim 400 milhões de dólares, Que vai ser reformado, vai passar por uma série de processos para torná-lo digno de carregar um presidente americano para lá e para cá. E aí, várias discussões sobre enfim o aspecto ético disso, compliance, todas essas questões que envolvem um presente dessa magnitude.

Fernanda Belfort:

Odea e o que eu vi bastante, assim a família real do Qatar que ofereceu esse presente pro Trump. parece que o Air Force One já é um avião da década de 90, já super sucateado, super antigo, que eles já acho que encomendaram um modelo novo que só chega em 2027, então ainda não está pronto. e entrou em toda essa discussão. eu estava ouvindo algumas discussões falando que é comum dentro dessa galera, ali eles se presentearem esse tipo de coisa entre os reinados todos, mas assim não é comum pra uma democracia como os Estados Unidos, e que esse avião ficaria a serviço dos Estados Unidos para o Trump e depois iria fazer parte da abre aspas biblioteca, ou seja, a biblioteca é o que o presidente leva depois pra ele como pessoa física, uma vez terminado o mandado, e que assim não tem nenhuma, nenhum espaço do ponto de vista legal e tal. pra isso acontecer, o Trump, como sempre causando falando que sim, que é um absurdo o avião daquele jeito e tal que quer aceitar o avião.

Fernanda Belfort:

e o que eu tava ouvindo que é super interessante é que assim, pra esse avião ter, poder carregar, ser um Air Force One e carregar o presidente dos Estados Unidos, ele teria que obviamente passar por uma série de reformas, teria que trocar toda a fiação e o sistema eletrônico, toda a comunicação dele, porque imagina todos os riscos que podem ter. Tem toda uma tecnologia de defesa anti-mísseis, escudo eletromagnético, reabastecimento em voo, então ele tem um sistema que você consegue reabastecer Além de tudo que eles teriam que fazer contra espionagem. E todo mundo acredita que mesmo se e aí tem um grande, se fosse aceito, cara, ele não estaria pronto antes de 2029.

Fernanda Belfort:

Então no fundo é uma discussão mas que mostra essa corrupção Porque no nosso Tudo bem, né Lá pro Catar, isso não é corrupção, é normal porque tem as pessoas que são as donas do mundo mesmo né, mas no nosso mundo isto não é algo aceitável. E eu tava até lendo que nos Estados Unidos né A Constituição dos Estados Unidos proíbe o presidente de aceitar presentes estrangeiros sem o aval do Congresso E além disso tem uma outra lei que eu acho que é meio anti-bribery assim de suborno e tudo que eles só podem aceitar presentes até 415 dólares e isso pertence, isso fica para o governo, não sai depois. Não é que o presidente leva a coisa depois, então obviamente não tem nenhum tipo de espaço legal pra isso acontecer.

Andrea Janér:

Pois é, mas a discussão preenche né ali as redes sociais. O noticiário isso aí toma como tudo que ele gosta de fazer, né Ele realmente gosta de tomar essas decisões e fazer determinadas iniciativas que realmente mexem com a opinião pública e isso realmente disfarça.

Fernanda Belfort:

Talvez tira atenção de outras coisas mais importantes Flood zone.

Andrea Janér:

lá se vai mais uma vez essa técnica que ele usa tão bem.

Fernanda Belfort:

Não com certeza. E aí né o, na verdade esse encontro no Oriente Médio foi um encontro de investimento entre os Estados Unidos, os países do Oriente Médio, muita coisa de A que eu tava doida pra trazer aqui, mas que eu não trouxe porque eu achei que tem um assunto que me chamou muito mais atenção e que a gente resolveu dar um duplo clique, porque essa semana teve a notícia do primeiro bebê que teve uma terapia genética de precisão. Então tem um bebê que eles estão chamando de KJ. Ele tinha uma doença genética rara que afeta uma a cada 1.3 milhões de recém-nascidos e se ele sobrevivesse ele ia ter grandes deficiências neurológicas, passaria por transplante de fígado e seria super difícil.

Fernanda Belfort:

E pela primeira vez fizeram um tratamento de edição genética personalizada pra corrigir exatamente a mutação dele. Isso pra mim é uma coisa tão de ficção científica, como assim você pode pegar um DNA, achar o que tá errado no DNA com uma substância que vai fazer chegar nas células e ajustar o DNA. E aí eu comecei a mergulhar nesse assunto todo né E eu e a Dea resolvemos trazer um pouco disso. Né Do, que é CRISPR, que eu acho que pode ser a primeira parte, né Dea, que é uma coisa até já mais antiga. Conta pra gente um pouco Dea disso.

Andrea Janér:

O CRISPR é uma técnica de edição genética que tem uma história muito legal porque ela foi inventada por duas mulheres, a Emanuele Charpentier e a Jennifer Doudna. A Jennifer Doudna inclusive foi tema de um livro, a decodificadora do Walter Isaacson, que é um biógrafo de nomes incríveis como o próprio Steve Jobs. O próprio Elon Musk também foi feito por ele e ele ficou encantado com a história dela, da Jennifer Dahl especificamente, e ela inclusive recebeu o prêmio Nobel em 2020 de Química. Então, uma história super legal. Elas criaram essa técnica que ainda está na sua infância, ainda está começando e que pode ser realmente uma revolução na forma como a gente trata as doenças de forma realmente revolucionária.

Andrea Janér:

O que eu acho que tem muita preocupação no CRISPR acho que você vai falar disso um pouquinho mais pra frente é a questão ética. Tem muitas implicações e por isso que ele ainda está sendo usado com muita parcimônia, com muito cuidado, porque não existe ainda regulação a respeito disso, porque no momento que a gente pode fazer uma edição genética para curar doenças, a gente pode fazer uma edição genética para curar doenças. A gente também pode fazer edição genética para escolher a cor dos olhos do nosso filho, né A altura que ele vai ter ou os traços de personalidade que ele vai ter Ou criar doenças né.

Fernanda Belfort:

E tem uma história né Eu nem sei quanto é verdadeira, mas de que a Jennifer Doudna sonhou que o Hitler queria aprender CRISPR e que a partir daí ela começou realmente a liderar debate de ética e edição genética E eu fui tentar entender né.

Fernanda Belfort:

Você sabe que parte da minha vida, como eu trabalho com tecnologia, parte da minha vida é querer ficar tentando entender essas coisas e explicar de um jeito que faça sentido. Né. E o que eu vi, que eu achei interessante, é que no fim, o CRISPR, ele é como se fosse uma tesoura genética, uma ferramenta que é baseada em um sistema de defesa bacteriano. Parece que as bactérias acabam tendo uma memória das coisas que aconteceram, dos vírus que atacaram e coisas assim. Isso foi o que inspirou isso E a partir daí eles conseguiram fazer realmente uma tecnologia que você consegue ir lá, cortar e colar ou alterar o gene. Então imagina quando a gente estava na escola, que a gente estudava gene né Era aquela linhazinha cheia de coisas. Imagina que você vai lá, encontra o pedacinho que você quer ali, né, e daí você usa até uma outra tecnologia, mas você consegue ir lá e editar exatamente aquilo né. E aí entra nessa coisa toda da medicina de precisão. Né, a medicina de precisão é uma medicina em que você faz alguma coisa sob medida para aquele paciente. Então imagina uma correção genética que não é feita né para todo mundo do mesmo jeito Ela vai lá, estuda o gene daquela pessoa e faz aquele ajuste pra ela. Então assim tem um paciente que de repente tem uma mutação, né Você pode usar AlphaFold, que a gente já entra nesse assunto, né Que é um assunto super interessante pra prever o efeito daquilo. Então a inteligência artificial entra pra você conseguir simular o que vai acontecer, porque também imagina que é uma coisa arriscada.

Fernanda Belfort:

O CRISPR projeta essa correção, aí você pode usar IA pra ver se vai dar certo ou não e aí você faz essa terapia pra realmente entregar e mudar a genética daquela pessoa. Foi isso que fizeram, quer dizer não sei se envolveu o AlphaFold, mas foi isso que fizeram com esse bebê E foi algo que realmente me chamou muita atenção essa semana. E aí, entrando um pouco mais nesse lance desse Alpha Fold, imagina que as proteínas são moléculas microscópicas que regulam o comportamento de todos os seres vivos. Eles começam como cadeias de compostos químicos e o jeito que eles se torcem, se dobram, quer dizer a forma tridimensional dela que define como ela vai interagir com os outros mecanismos microbióticos do corpo.

Fernanda Belfort:

Então imagina que a proteína é algo que o formato dela 3D é super importante para saber o que ela vai fazer e o que vai acontecer. E aí a DeepMind, que hoje é um laboratório do Google. Eles fizeram uma inteligência artificial justamente para você conseguir prever a estrutura 3D de proteínas e fazer isso com uma precisão muito grande e conseguir acelerar o desenvolvimento ou testar uma série de coisas, uma série de remédios, enzimas, biotecnologia e tudo isso. E tem uma coisa aqui que eu acho que é super interessante né Que é esse lance de que imagina, na complexidade e na quantidade de coisas que tem A gente, sem computadores muito poderosos jamais ia conseguir simular, entender e fazer alguma coisa.

Fernanda Belfort:

Assim Parece que o AlphaFold, e agora eles já lançaram o AlphaFold 3, mas tem centenas de milhões de estruturas de proteína. Antes os biólogos passavam anos, décadas tentando identificar a forma de uma proteína E quando o AlphaFold surgiu, tanto que acho que eu aprendi com a Deia, que o Demis Hassabis, ele ganhou o Nobel, acho que de química também, né Deia por causa desse projeto, sim, ano passado, super recente, e é considerado assim um breakthrough, assim na forma como a gente vai evoluir, a medicina e a ciência mesmo.

Fernanda Belfort:

E é justamente isso, né É você conseguir ter uma tecnologia para entender essa cadeia de aminoácidos que compõe uma proteína e conseguir prever a sua forma tridimensional em minutos.

Andrea Janér:

E não é só para drogas, medicamentos humanos, que o CRISPR vai ter impactos significativos. Ele também vai ter uma força enorme na agricultura, na medida em que ele pode ajudar a desenvolver espécies mais existentes a pragas. as questões climáticas também, que eu acho que é uma super necessidade que a gente tem a partir de agora, à medida que os eventos climáticos extremos vão prejudicando as safras, então ele vai muito além só das ciências humanas, digamos assim. Então acho que é muito, muito interessante o alcance que o CRISPR vai ter.

Fernanda Belfort:

Odéa, você sabe que uma coisa que eu estava lendo, que depois eu até fiquei curiosa, eu não consegui chegar na resposta. Gente, infelizmente o tempo é finito, né Pra gente pesquisar tudo que a gente quer, mas aquela época de dengue, zika e tudo isso que estavam colocando mosquitos geneticamente alterados, que não carregavam a doença, pra tentar acabar com a difusão, com a propagação das doenças. Tem um monte de coisa que esse tipo de tecnologia é usada, de CRISPR e coisas assim que são essas coisas de edição genética, e para mim uma coisa que é fascinante é pensar nessa parte toda de como o IA acelera tudo isso. Existe um conceito, gente no mundo que fala do digital twin, do seu gêmeo digital. Imagina você conseguir num ambiente digital simular uma série de coisas e com isso saber se aquilo vai dar certo ou não. Tem gente que faz isso com modelos para empresas. Tem gente que E tem ideias até de Imagina que você tem uma Fernanda ali digitalmente para você simular, né Assim se um remédio vai ter sucesso, se alguma coisa vai funcionar ou não, e medicina de precisão já tá muito ligado a isso, é você fazer coisas pro indivíduo.

Fernanda Belfort:

Mas tudo isso ainda é de alguma forma complexo, difícil e tem algumas margens de erro, e eu fiquei fascinada com uma das apresentações da XCSW sobre quantum. Foi a melhor apresentação que eu já vi até hoje, porque computação quântica é um assunto. Aliás, a gente está trazendo um monte de assunto difícil aqui edição genética. Hoje está mais cabeçudo o nosso podcast. A gente está muito cabeçudo, gente, alpha Fold e tudo isso, e daí agora a gente vai entrar em Quantum. Porque é isso aí, gente, vocês têm que estar muito empoderados com esses assuntos.

Fernanda Belfort:

Quantum é uma coisa que eu já estudo há algum tempo E tem uma sessão que eu vou deixar o link pra vocês aqui, em que a chefe do Google na parte de Quantum, que chama Karina Cho, ela fez uma apresentação no SX que chama The What, why and When de Quantum E foi pra mim a melhor que teve. E no fim do dia a gente sabe que os computadores eles funcionam com ou zero ou um. Então tem esse lance que é o bit. No fim do dia em todos os sistemas tudo chega num nível em que é uma codificação entre 1 e 0. Então pensa que é como se fosse um interruptor que está ou para cima ou para baixo, e ela fala que com o computador quântico então o bit vira quibit, que eu não sei exatamente como fala isso Deia, mas é o quantic bit, ele não precisa estar, ele não é binário, ou está na posição 1 ou está na posição 0.

Fernanda Belfort:

Se você fizer um paralelo de pensar num globo, pensa que não existe só o Polo Norte ou o Polo Sul, mas você pode ter diversas direções lá, apontando para qualquer cidade a partir do centro do globo, e que pode ter simultaneamente coisas relacionadas a zero e um, então traz uma complexidade para cada um deles muito grande E que no fim do dia, toda a natureza é feita com moléculas, átomos, reações químicas. Nada disso se comporta de forma binária. Tudo isso é quântico E que quando a gente tenta usar um computador pra simular alguma coisa, pra fazer alguma coisa, tem que existir uma aproximação pra colocar isso dentro de zero e um que tem uma margem de erro enorme E que a hora que a gente vai usar computadores quânticos pra resolver problemas impossíveis, com esses computadores atuais a gente vai conseguir chegar num nível de resposta, num nível ali de o quanto a gente vai conseguir processar de informação, que vai permitir, por exemplo, a gente simular todas as reações e interações biológicas, químicas e tudo que podem existir ali com alguma coisa. Então imagina a hora que você começa a juntar essas informações. Então tudo bem. A gente já tem lá o tal do CRISPR que é a edição genética.

Fernanda Belfort:

A gente tem IA, cada vez ajudando mais a simular como uma proteína vai ser o que ela vai ter e conseguir simular qual vai ser a reação que esse tipo de mudança vai ter naquela situação. Em medicina de precisão, tudo Pensa que a hora que a gente soma isso à computação quântica, que é algo que ainda não está pronto para ser usado, tá gente, daqui a pouco eu conto um pouco para vocês essa parte que eu preciso deixar minha super dessa lá, porque ela sempre tem informações muito legais também, entendeu. Mas a hora que a gente junta tudo isso com o potencial quântico, por isso que falo, acho que tem algumas frases que são famosas né de computação quântica, vê, se vocês concordam comigo, gente, vocês podem concordar comigo, é isso aí eu não vou estar ouvindo, mas eu vou gostar mesmo assim. Né, primeiro, a computação quântica vai acabar com toda a criptografia, vai chegar em todas as senhas do mundo.

Fernanda Belfort:

Essa é uma. Tem uma outra que é com a computação quântica a gente vai descobrir a cura do câncer. Super me interessa por esse assunto. Né gente Como uma sobrevivente de câncer, mas o racional que tem por trás disso é o racional de que a hora que a gente conseguir realmente entender todas essas interações, conseguir entender a química, o corpo humano, nesse nível, a gente vai conseguir encontrar soluções para cada um dos problemas usando esse tipo de capacidade. Então acho que tem uma coisa aí super interessante.

Andrea Janér:

Não muito legal E eu estou animada aqui porque, fazendo algumas conexões de tudo isso que você está trazendo Fê com tanto o SX, de tudo isso que você está trazendo Fê com tanto o SX de Austin, que teve a presença do Keynote, teve um Keynote do Ben Lamb. o Ben Lamb, talvez alguém, talvez vocês tenham ouvido falar, ele é um empreendedor serial, um cara que já fez duas ou três empresas de tecnologia, já vendeu, já está, já tem bastante dinheiro e usou boa parte desse dinheiro para fundar uma empresa chamada Colossal, que é uma empresa de biotecnologia que ele fundou em 2021.

Fernanda Belfort:

A gente até contou que acompanha todos os duplos cliques, mas eu deixo você repetir, porque a gente deve ter novos fãs.

Andrea Janér:

Sim, a cada semana entra uma nova horda de ouvintes aqui. Então vamos lá. O Ben Lamb se associou com o geneticista George Church, que é um professor de Harvard e que é considerado o papa, digamos assim, da genética, e juntos eles montaram uma colossal que tem como objetivo trazer de volta à vida espécies extintas por meio de engenharia genética, ou seja CRISPR. Eles usam CRISPR, que é essa grande ferramenta nova para poder trazer de volta espécies que estão em vias de extinção também. Então, o objetivo da Colossal é preservar a biodiversidade. Então, por isso que eles tiveram na mídia recentemente, inclusive na capa da Time mais ou menos um mês atrás, eles criaram, eles já lançaram alguns projetos no mundo, como o rato lanoso esse nome é meio estranho, mas é um ratinho que tem um pelo longo, que foi algo que eles conseguiram fazer E também, recentemente, o Lobo Terrível.

Fernanda Belfort:

O nome é esse tá Que a gente falou muito do Lobo Terrível Exato.

Andrea Janér:

O Homo nos Remus e o Calise Tipo para que o Lobo Terrível Não tinha um bichinho mais inofensivo para reavivar, Exato. Então é uma prova de que o CRISPR já está sendo usado, Claro que de forma ainda experimental, Mas esse é o objetivo da Colossal, né Usar CRISPR pra espécies distintas. E mais um link aí com toda a nossa conversa. Hoje A gente tá indo pro SXSW de Londres que começa daqui a 14 dias A gente é muita gente.

Fernanda Belfort:

Tá, quem vai é a Andrea. Eu vou ficar aqui trabalhando gente com fomo e tentando achar a agenda dessa mulher pra ela gravar de lá com a gente Exato.

Andrea Janér:

vai ser uma loucura achar essa agenda, mas vou tomar a gente de Londres.

Fernanda Belfort:

Mas a gente vai achar dessa e não vai me largar, so no confuso de quase cinco horas mas vamos lá No SX de Londres um dos keynotes é o Demis Hassabis.

Andrea Janér:

Também fechando aqui o círculo dos nomes e das referências que a gente trouxe, aqui no nosso podcast.

Fernanda Belfort:

Que é quem não prestou atenção. A memória falhou. É o cara que ganhou o Nobel do OffaFold. é o cara que ganhou o Nobel do Afafold galera acabamos de comentar.

Andrea Janér:

Cofundador da DeepMind, junto com o Mustafa Suleiman. Eu quero selfie a ideia quero selfie.

Fernanda Belfort:

Quero selfie com o Demis, tá bom vou tentar esse.

Andrea Janér:

Eu não tenho ainda. Esse é um dos papas da IA que eu não tenho selfie. Ainda tenho com o Sam Altman. Tenho com o X Tag Marks. Olha só, Gary. Ainda Tenho com o Sam Altman. Tenho com o X Tag Mark. Olha só, olha só, Gary, Marcus, mas com Com o Gary Marcus, eu também tenho.

Fernanda Belfort:

Eu tava com você É verdade.

Andrea Janér:

É verdade, tá vendo, Vou ver se eu persigo ele lá em Londres.

Fernanda Belfort:

E eu acho que tem algumas coisas interessantes de quântico. Né Primeiro, computação quântica não substitui a nossa computação clássica, ela é feita e serve para outra coisa, então não é que isso vai substituir. Então acho que isso é uma coisa interessante. Ela é ideal para se fazer simulação, otimização, esse tipo de modelagem molecular e, além de descobertas de medicamentos, simulação de moléculas e proteínas, tem muito uso, parece que pra energia, pra bateria, pra inal solar, fusão nuclear, muitas coisas. Assim Tem algumas coisas interessantes. Né Existem várias tecnologias diferentes. A tecnologia que o Google usa, que eles usam nesse chip chamado Willow, que também teve algumas notícias que falou, ela exige temperaturas tão, tão, tão baixas que são 10 milikelvins. Não sei nem o que é isso gente, eu só sei que dizem que isso é mais frio do que o espaço. Então imagina o que é você conseguir chegar na temperatura pra estabilizar isso Tem que proteger contra ruído, vibração, raios cósmicos, e a abordagem do Google é uma abordagem meio full stack. O que quer dizer full stack? Quer dizer quando você pensa em tudo, você pensa no software, no hardware, nos algoritmos, em tudo que envolve aquela tecnologia, e isso vai precisar de gente qualificada pra esse tipo de coisa. Né E pra quantum. Então tem algumas coisas super interessantes que vêm no meio disso tudo, tanto que é o tipo de investimento. Tipo de investimento não é o tipo de inovação que precisa de investimento público de vários países, de várias coisas, porque realmente não é algo simples nem barato de fazer. E sobre o quando esse negócio está pronto. Não está pronto, não, não está pronto, vai demorar alguns anos para realmente conseguir ter uso de computação quântica. E algumas notícias animaram bastante o mercado porque, por exemplo, a gente precisa de 100 mil a 1 milhão de qubits de alta qualidade para conseguir aplicações reais.

Fernanda Belfort:

Então esse é um dos desafios técnicos que existem. A taxa de erro então isso é uma coisa super importante conseguir reduzir a taxa de erro lógico. Hoje ela está de 1 para 1 mil e foi uma mega conquista super comemorada dessa redução. Ela precisa chegar em 1 para 1 milhão. Então tem uma evolução muito grande, além de inovações que são importantes, desde refrigeração, conseguir fabricar isso em escala, integrar com outras coisas. Então tem uma série de desafios que muitas empresas estão trabalhando e investindo pra conseguir chegar. Agora eu quero muito continuar acreditando que a computação quântica vai chegar na cura do câncer, entendeu, e que vai realmente acontecer. Tudo isso E acho que essa esse lado otimista e a história desse bebê, né Que outro detalhe interessante. Você viu que o FDA aprovou isso em sei lá 10 dias. Assim teve um realmente uma força tarefa até né Até do ponto de vista regulatório.

Fernanda Belfort:

Né, a gente fala cara, assim é um bebê, entendeu, assim temos uma tecnologia, podemos fazer, não podemos e conseguir colocar isso no ar. Mas eu acho que a gente vê esse tipo de medicina de precisão, usando algumas dessas tecnologias para realmente potencialmente salvar uma vida. É incrível, né.

Andrea Janér:

Incrível E a gente vê também como a inteligência artificial, que nos traz tanta insegurança e tanto medo, pode ser usada para o bem. Eu acho que essa é uma na na verdade é uma pauta muito repetida pelos, principalmente pelos líderes acadêmicos que estão ligados à inteligência artificial, que ficam se questionando, né Por que que a gente está tentando criar a AGI, né Artificial General Intelligence ou a super inteligência, que é algo que a gente de de fato não sabe como vai controlar, como vai dominar, se ainda existem tantos campos férteis para a gente desenvolver a inteligência artificial por bem, acho que a ciência, a saúde, sem dúvida nenhuma, é um desses campos em que a gente deveria estar talvez dedicando mais talentos, mais recursos pra poder desenvolver coisas como essas que eu acho que realmente vão salvar vidas e mudar aí o destino da humanidade Com certeza Eu compartilho com você todo esse otimismo né e acho que essas tecnologias realmente fazem a diferença.

Fernanda Belfort:

E a hora e até legal galera. Assim vocês podem ter alguns links que a gente vai deixar e até se informar um pouco sobre isso né E sobre as possibilidades. Mas tem muitos projetos incríveis acontecendo né Dé, até um que você estava comentando também, de enzimas que de repente ajudam a acabar sei lá como né tornar materiais Exato, né acabar com o plástico, como você pode acabar com o lixo o que que tem.

Andrea Janér:

Então acho que no fundo, ajudar a decompor esses materiais, que a gente não tem hoje uma solução escalável, né pra essa quantidade de lixo, por exemplo, nos oceanos. Então essas tecnologias, elas têm muitas aplicações urgentes, necessárias e extremamente positivas. né Então a gente não deve nunca vilanizar uma tecnologia inteira, né E sim os usos que às vezes a gente dá a elas. né Então acho que essa é a grande questão hoje, com inteligência artificial, tem um monte de coisas, de questões urgentes esperando para serem solucionadas, mas a gente, aparentemente os grandes cérebros, estão usando essa tecnologia para outras coisas. Então a gente precisa realmente reorganizar as prioridades.

Fernanda Belfort:

Mas eu acho que sim e não. O Google, por exemplo, que já é uma empresa que eu admiro bastante, tem esse projeto gigante de AlphaFold, tem coisas, quer dizer, muitas das grandes mentes também estão trabalhando para coisas positivas. Óbvio que tem uma discussão enorme de quem vai ter acesso a isso. A hora que você olha o mundo inteiro e vê que a quantidade de criança que morre de diarreia, entendeu, e morre de coisas básicas, acho que tem muito trabalho para ser feito, é óbvio, mas muita coisa boa pode acontecer E, do ponto de vista de riscos, você pensar em tecnologias que ajudam a simular nessa ideia meio de digital twin e de coisas assim, mas que te ajudam a entender os impactos e como você pode usar e o avanço que isso tem do ponto de vista de tempo ganho e possibilidades. Acho que tem muita coisa interessante que a gente vai ver uma parte. As próximas gerações eu acho que vão ter um mundo com muitas soluções desse tipo.

Andrea Janér:

Bom, turma, esse foi o nosso Duplo Clique hoje. Você achou mais curto Fê.

Fernanda Belfort:

Eu achei que a gente conseguiu falar quarenta e tantos minutos?

Andrea Janér:

né, acho que sim, e cobrimos a pauta. O mais importante foi isso Cobrimos a nossa pauta. A gente vai tentar ficar um pouco abaixo de uma hora. Foi um feedback que a gente recebeu dos nossos ouvintes Tentar ficar abaixo de uma hora ali na casa dos 45, 40, até 50 minutos. Então a gente vai tentar.

Fernanda Belfort:

Não posso prometer porque tem semanas que tem muita coisa acontecendo né Fê Exatamente, mas a gente tá tentando deixar mais conciso, mais informação junta, mas também dêem feedback, porque às vezes a gente acaba querendo falar mais rápido e deixa de talvez dar um zoom out, de parar e explicar contexto. A gente tá tentando chegar nesse equilíbrio pra manter o lado super interessante. Mas ser mais rápido É mais rápido. Você vai achar tempo pra mim nas próximas semanas com as suas viagens todas.

Andrea Janér:

A gente desliga agora, faz agora fora do nosso podcast, aqui uma ginástica de agendas pra gente poder já marcar os podcasts, porque eu tô embarcando pra uma temporada, né A gente chama de a roda europeia dos festivais.

Andrea Janér:

A roda dos festivais europeus Tem primeiro o SXSW, londres, depois em seguida a VivaTec em Paris, depois Cany Lions e aí tem uma pausa eu volto pro Brasil e depois o último dessa temporada que é o AI for Good em Genebra. Então são quatro festivais, todos na Europa. Então a gente tá chamando de rota dos festivais europeus. Mesmo é uma sequência de festivais todos excelentes e espero poder encaixar nossos horários lá e voltar com muita novidade pra todo mundo é maravilhoso por isso que eu falei que a Dé vai ter que achar.

Fernanda Belfort:

Espero poder encaixar nossos horários lá e voltar com muita novidade pra todo mundo. É maravilhoso Por isso que eu falei que a Dé vai ter que achar tempo pra gente. Entendeu, eu só liberei a Dé a semana passada porque era um tema pessoal. Falei tudo bem, é férias. Entendeu, querida?

Andrea Janér:

super obrigada. Assim, com o nosso microfone poderoso num lugar tão, silencioso. Vou ter que achar um lugar pra gravar Vai ser mais desafiador. Eu acho que arranjar um lugar Mas beleza, a gente descola um estúdio também algum lugar.

Fernanda Belfort:

Gente super obrigada por acompanharem a gente. Mais um Duplo Clique e até a semana que vem. Tchau, débora. Um beijo tchau.

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