
Duplo Clique
A Andrea Janer da Oxygen, e a Fernanda Belfort da Tribo de Marketing, são duas amigas apaixonadas por lifelong learning. Toda semana, elas se juntam para dar um Duplo Clique nos principais temas de tecnologia, negócios e tendências. Conversas gostosas e descontraídas, mas cheias de conteúdo para você ganhar repertório e estar sempre atualizado.
"As opiniões expressas aqui são estritamente pessoais e não devem ser interpretadas como representativas ou endossadas pela Salesforce, empresa onde a Fernanda Belfort trabalha."
Duplo Clique
#26 Trump Impõe Tarifas no Brasil, Grok 4 Mostra Viés Nazista e os Dilemas do AI for Good
A carta de Trump ao Brasil chamou atenção não apenas pelo percentual elevado da tarifa, mas também pelas referências diretas a Bolsonaro e acusações sobre "ataques à liberdade de expressão". Analisamos como essa decisão afetará principalmente setores ligados ao bolsonarismo, como o agronegócio, e as possíveis motivações políticas por trás da medida comercial. A resposta firme de Lula sinaliza que o Brasil não aceitará imposições e pode responder com reciprocidade.
Recém-chegada do evento AI for Good em Genebra, Dea compartilha suas impressões sobre os desafios de equilibrar o avanço tecnológico com responsabilidade ética.
Por fim, exploramos o lançamento do Grok 4, o novo modelo da empresa de IA de Elon Musk que gerou polêmica por produzir respostas com conteúdo antissemita.
Links:
Elon Musk Updated Grok. Guess What It Said? - The Atlantic
Grok, Elon Musk’s AI Chatbot, Shares Antisemitic Posts on X - The New York Times
Grok 4 Wows, The Bitter Lesson, Elon’s Third Party, AI Browsers, SCOTUS backs POTUS on RIFs
Acompanhe mais com agente:
Oxygen Club - Andrea Janér
https://club.oxygenhub.com.br/
Tribo de Marketing - Fernanda Belfort
https://www.tribodemarketing.com.br/
"As opiniões expressas aqui são estritamente pessoais e não devem ser interpretadas como representativas ou endossadas pela Salesforce, empresa onde a Fernanda Belfort trabalha."
Olá, eu sou a Andréa Janer E eu sou a Fernanda Belfort, e esse é o Duplo Clique. Bem-vindos e bem-vindas.
Speaker 2:Galera essa semana, além do nosso round-up e das principais coisas que aconteceram, a gente realmente vai dar um Duplo clique em três temas Na carta do Trump para o Brasil, falando da tarifa de 50% e do Bolsonaro Acho que esse assunto não é surpresa para vocês que vai estar na pauta de hoje.
Speaker 2:A gente também vai falar do evento do AI for Good, que nem eu ouvi da DEA ainda como é que foi, mas é o evento que acabou de acontecer em Genebra e a DEA chegou ontem, então vai ter um monte de informação fresquinha desse evento. E o terceiro tema, para vocês que gostam de tecnologia, a gente vai falar do GROK 4, que foi o lançamento do novo modelo da XAI, que é a empresa de inteligência artificial do Musk que saiu essa semana. tem vários temas de como ela está performando bem, várias coisas e tudo que são interessantes que eu preparei para vocês. E o tema mais bombástico que é ela falando, recomendando e dando ideias antissemitas, se comparando a Hitler e todos esses absurdos que saíram aí. Então, esses são os três temas de hoje, mas vamos começar no Roundup E aí Dé o que você preparou pra gente de Roundup essa semana.
Speaker 1:Bom gente, hoje temos uma data muito simbólica, muito emblemática 13 de julho de 2025 é o aniversário de um ano do atentado a Donald Trump naquele comício na Filadélfia. Então, para marcar, para celebrar essa data, trump fez um post no feed da White House e no feed do POTUS, president of the United States, mostrando uma foto, daquelas fotos, com seu punho cerrado dá pra ver um pouco de sangue saindo da sua orelha e tal e uma frase bem trumpística assim né I was saved by God to make America great again. Só que a gente não podia começar o podcast de hoje sem contar né Sem falar desse momento histórico.
Speaker 2:Esse grande dia, né Esse grande dia que talvez tenha definido, né.
Speaker 1:Que tenha talvez definido a eleição americana. Ali, talvez ainda faltavam alguns meses pra eleição americana, mas esse foi o momento que talvez tenha definido o pleito e foi o momento que o Musk apoiou ele oficialmente foi nesse dia o romance começou oficialmente há um ano atrás.
Speaker 2:Tudo bem que ele já acabou hoje já está na última fase, mas foi nesse dia que começou Exato.
Speaker 1:Então acho que esse dia é um dia que realmente vai ser lembrado, vai ser estudado no futuro como o dia em que as eleições talvez ganharam um outro contorno e o mundo passou a operar diferente. Porque, se a gente pensar em tudo que aconteceu desde que o Trump assumiu a presidência dos Estados Unidos, como os mercados, como os governos, como todo o contexto geopolítico global está sendo influenciado pelo que está acontecendo na Casa Branca é realmente um momento histórico e isso vem me trazendo também muitas reflexões. Eu acho que não é uma pauta para hoje. Acho que isso a gente tem que voltar em outro momento. A gente vai ficando com um backlog de assuntos né Fê De coisas que a gente tem que voltar em outros duplos cliques, em vários a gente não volta, né A gente falou que ia voltar, que a educação não voltou.
Speaker 1:A gente está né Aqui, está aqui tá mais espuma do que café, mas ok, mas esse é um assunto que eu gostaria de falar em algum momento aqui e você também, que é uma nossa maga do marketing, é sobre essa questão da memificação maga.
Speaker 2:Eu não sei se é uma palavra que eu quero associar do meu nome, mas tudo bem, não uma maga, uma música por causa do Make America Great Again.
Speaker 1:Não tô brincando uma maga captou ok gente. A gente tá muito bem-humorado.
Speaker 2:hoje Vai segue.
Speaker 1:Claro, né A Fernanda vai pra Paris hoje, pra Londres hoje, né Que não estaria E eu tô feliz que voltei pra casa.
Speaker 2:Então a gente tá nos nossos momentos mais assim felizes, você vai conseguir dormir na sua cama cinco noites pelo menos tá.
Speaker 1:Pelo amor. Eu vou nem falar, tô muito feliz, mas eu acho que assim, o quanto o perfil da Casa Branca White House no Instagram diz sobre o momento que a gente tá vivendo, eu acho que é muito importante observar. De novo, não é sobre. Eu acho que tem muitas lições que dá pra tirar dali e tem muito essa observação do quanto a Casa Branca assumiu, começou um modelo de comunicação, uma linha de comunicação muito inédita dentro desse contexto de como os governos se comunicam, dentro desse universo mais formal, protocolar, oficial, que sempre tem uma série de códigos que são muito bem pensados e tal. Então, a comunicação do governo Trump que eu acho que deveria ser um objeto de estudo, porque não é só os perfis nas redes sociais, mas é uma Caroline Leavitt, a porta-voz do governo, que eu acho que é dentro do que ela faz, eu acho que ela é muito competente dentro do que ela faz, dentro do que é esperado dela, dentro do que ela se propõe a fazer.
Speaker 2:Eu ouço ela falar, eu fico chocada, juro.
Speaker 1:Mas ela é boa. no que ela fala, pensa, ela é muito boa.
Speaker 2:ela é meio v bully com as pessoas. Ela mente descaradamente. Eu concordo Ela é surreal mas dentro daquilo ela é boa.
Speaker 1:Essa semana um perfil fez um resumo de todas as vezes que a Caroline fez bullying com os jornalistas que cobrem a Casa Branca, Aqueles que ficam lá, que são equipes de todos os jornais, E como ela assim, mas ela faz com uma segurança, com uma autoconfiança que eu tirei meu chapéu pra que ela não ia ver isso.
Speaker 2:Imagina ela no high school que ela deve ter passado o rodo assim da, galera.
Speaker 1:Gente, ela é muito nova. É uma maldade em pessoa né E ela é nova Tem um bebezinho.
Speaker 2:É surreal Tem tem.
Speaker 1:Mas eu olho para ela e falo meu Deus, é a maldade.
Speaker 2:Numa carinha de anjo. Que é surreal.
Speaker 1:Mas concordo que na maldade.
Speaker 2:Ela é competente. Vamos lá.
Speaker 1:Eu acho que estudar a comunicação do governo Trump é um must hoje para quem trabalha com qualquer disciplina ligada à comunicação. Hoje Acho que vale a pena entender os códigos as ligada à comunicação. Hoje acho que vale a pena entender os códigos, as mensagens, as palavras que eles usam, a forma como eles pegam palavras e repetem. Agnauzam assim essas palavras, como a história do Enfim, o JD Vance, com aquela.
Speaker 2:Obliterated, Obliterated.
Speaker 1:Então essas palavras que eles vão usando e eles vão marcando firme esses conceitos E eu acho que o perfil da Casa Branca só rapidamente vale olhar porque eles estão usando memes e usando uma linguagem que é uma linguagem de garotada. Tem um monte de comentários nesse tipo de post que fala assim tirem o estagiário da gestão dessas redes sociais, não deixem o estagiário cuidar dessas redes sociais, porque a sensação que dá é que existe alguém de 20 anos de idade usando o perfil da Casa Branca pra se comunicar. então assim é, nesse nível. a mensagem de ontem era o Trump vestido de super-homem, porque lançou o super-homem nos cinemas e tal, e ele, usando essa imagem, a figura dele como super-homem Já teve, ele de papa Lembra. Então assim essas mensagens são muito poderosas.
Speaker 2:Há um tempo atrás, no carnaval eu não lembro, foi alguma empresa, acho que algum banco digital, alguma coisa assim que tinha uma pessoa jovem que cuidava da mídia social. E aí o que acontece muitas vezes, gente, é que assim essas pessoas que cuidam da mídia social da empresa tem lá, sei lá, o Instagram no celular e tem a sua conta pessoal e tem a conta da empresa, né que posta coisas em nome da empresa e tudo. E ela pegou, tava numa marchinha de carnaval e foi fazer um post de alguma coisa.
Speaker 1:Você lembra disso? E postou Era do Banco Digital E pegou. E postou Entendeu.
Speaker 2:Uma coisa que tinha nada a ver com o negócio, porque?
Speaker 1:errou.
Speaker 2:E virou a maior zoeira da internet. É tipo isso. Né A gente de repente uma hora vai olhar e vai aparecer um negócio no post, na conta da Casa Branca, no post Total total, então, assim total.
Speaker 1:Eles colocam fotos das deportações, mostrando assim poder que a gente agora vai deportar todo mundo The mass deportation has begun E celebrando essas coisas com assim requintes de crueldade, mesmo assim, então, é uma conta que não tem limites, não tem freio. Vale a pena olhar e entender, dentro desse grande esquema de coisas, tudo que existe em termos de comunicação desse governo, que eu acho que talvez seja uma nova era. Não sei, esse é o primeiro assunto aqui do Roundup. O segundo tema do Roundup acho que a FIA vai voltar bastante nessa história do Grock, que eu acho super importante a gente prestar atenção. Mas o Musk está levando em frente aquela ameaça que ele tinha feito ao Trump quando eles brigaram recentemente de criar um terceiro partido.
Speaker 1:Aparentemente ele tem até tido conversas com o Andrew Young. Não sei se vocês lembram do Andrew Young. Ele é considerado nos Estados Unidos um político um pouco fracassado, porque ele já tentou duas vezes se eleger. Ele fez parte da corrida presidencial de 2019, aí ele acabou voltando atrás e desistiu. Depois ele tentou concorrer a prefeito de Nova York em 2021, então ele nunca consegue avançar muito, mas ele tem uma base de eleitores fiéis que até nos Estados Unidos é conhecida como Yang Gang, que é a turma que vai com ele segue o Andrew Yang onde ele vai, e a aproximação entre eles não é de agora. Começou lá atrás, quando o Musk fez uma doação importante para a campanha de Andrew Yang a presidente em 2019. Então ali já tinha um namoro. Depois o Musk acabou tendo essa guinada para a direita e acabou doando 300 milhões de dólares para a campanha do Trump. Depois embarcou no governo do Trump efetivamente, mas agora que eles brigaram ele voltou a conversar com o Andrew Yang e é possível que nasça daí essa semente desse novo partido americano. Vamos ver.
Speaker 2:E a teoria dele é que, se ele conseguir sei lá quatro, cinco cadeiras na Câmara, alguma outra no Senado como a maior parte dessas votações são muito próximas isso vai ser o suficiente para conseguir realmente ser ali um voto de Minerma que muda? Então obviamente, ele tem noção de que não é que ele vai inventar um partido. Não é a primeira vez que tentam fazer um terceiro partido nos Estados Unidos. O sistema nunca sempre conseguiu destruir.
Speaker 2:Sempre tirou e tudo. Nunca conseguiu manter isso, mas a teoria é interessante. Vamos ver o que vem. E as enchentes no Texas. Eu acho que essa foi uma grande coisa que aconteceu essa semana também. Eu acho que foi muito impressionante. A gente sempre fica com esse pensamento ah, isso tá ligado ou não? a emergência climática? não tá, mas acho que foi algo realmente dramático. Você me ensinou né que tem um termo em inglês que chama né como que é Flash, flood, flash flood.
Speaker 1:Essa tá sendo considerada chamada de flash flood, que é uma inundação muito rápida, e hoje a grande questão nos Estados Unidos é sobre o sistema de alertas. Eu acho que isso não só lá. Eu estava agora em um dos assuntos na conferência no AI for Good, foi justamente sobre enfim. A gente sabe, já falamos aqui várias vezes que a gente pode esperar um aumento sensível no número de eventos climáticos extremos como esses, ou seja incêndios, enchentes e coisas do gênero, e como que a tecnologia pode ajudar a criar sistemas de alerta melhores para que as áreas que vão ser atingidas pelo menos possam ser evacuadas, para que a gente não tenha perdas humanas. Que a gente sabe que é difícil você evitar uma enchente, mas pelo menos que as pessoas possam ser retiradas dos locais ameaçados com uma antecedência mínima, que é o que não aconteceu no Texas dessa vez. Então esse acampamento que foi atingido ali, o Camp Mystic, que é esse acampamento, esse summer camp onde estavam essas meninas todas e tal, ficava muito perto da margem, mais ou menos 600 pés da margem do rio.
Speaker 1:Então hoje a grande discussão é por que elas não foram retiradas antes daquele lugar, que era um lugar já muito próximo desse rio. Então, inclusive isso está sendo usado politicamente porque tem muitas teorias de que esses cortes que o governo Trump, que o Doge fez no governo americano, trump, que o Doge fez no governo americano, foi responsável por desmontar departamentos que cuidavam justamente desses alertas. Então tem muita gente puxando. Ainda não tem uma clareza muito grande sobre isso, mas existem uma possível explicação para esses alertas não terem acontecido Ou seja, essas áreas, esses departamentos, esses funcionários que ficam responsáveis por isso podem ter sido desligados nessa limpa que o Dout está fazendo no governo americano. Então essa é uma das possíveis explicações também.
Speaker 2:Igual o tema do controle aéreo. Né Começaram a ter uma série de acidentes, perfeito Daí começaram a se questionar de opa peraí teve cortes, teve um monte de coisa, será que não foi isso que levou a essa falta de eficiência e a essa tragédia? Então eu acho que o mesmo tipo de questionamento está acontecendo agora. E como esses cortes também foram feitos de forma super rápida, não estudadas, eles não sabem nem contra-argumentar ideia, porque mal eles sabem quem foi mandado embora, quem não foi o que teve se teve impacto.
Speaker 1:Se não teve.
Speaker 2:Aí também começa uma guerra de narrativas, mas acho que esse é um ponto que está vindo bastante, mas de qualquer maneira, eu acho que essa questão dos alertas é algo que o mundo inteiro tem que se debruçar sobre.
Speaker 1:É um tema porque os eventos climáticos extremos são cada vez mais frequentes, cada vez mais intensos, ou seja as chuvas são cada vez mais mortais, os incêndios, as queimadas. Daqui a pouco a gente vai entrar de novo na época das queimadas. A Califórnia vai queimar de novo. Quer dizer, a gente já sabe o que acontece, as épocas mais delicadas. Para isso, então assim é preciso desenvolver sistemas melhores para a gente não ver essas tragédias acontecerem todo ano e de novo nas mesmas épocas e às vezes nos mesmos lugares, porque elas se repetem às vezes no mesmo lugar. Então assim é algo que a tecnologia pode facilmente entrar. A gente só precisa do foco e do deployment mesmo dessas tecnologias nos governos.
Speaker 2:E a gente vê aqui em São Paulo eu e a Dea moramos em São Paulo, mas aqui em São Paulo a gente recebe mensagem quando começa uma chuva forte, alguma coisa, e tem uma modalidade de entrega de mensagem que ela realmente, mesmo se você estiver no silencioso ou em qualquer coisa, assim ela pita, ela fica na sua tela até você falar ok, eu vi. Então a tecnologia já tem no sistema operacional, nas operadoras e tudo essa capacidade e a gente já está sendo notificado chuva forte, tudo bem, podem ter piorado, mas é uma coisa que sempre existiu em São Paulo e a gente já tem esse aviso de assim tá vindo um negócio, uma chuva forte, não sai de casa, sua região vai ser impactada, busque abrigo. Então acho que a gente já viu como a tecnologia tá acontecendo nesse tipo de situação, né.
Speaker 1:Eu acho que são mais as ferramentas de prevenção mesmo. Acho que já existem modelos de IA que conseguem reduzir esse prazo de identificação de um evento climático extremo, de previsão de um evento climático extremo. Então, por exemplo, ano passado eu lembro que a gente teve essa informação de que o Google tinha criado um sistema que usava IA e que reduzia de 15 para 13 ou de 13 para 11, não lembro direito a quantidade de dias necessários para prever um evento climático extremo. Então acho que é um pouco isso que a gente precisa mais Que todas essas ferramentas de inteligência artificial sejam usadas para alertar para um possível evento climático com uma antecedência mínima para poder tirar as pessoas do lugar. Acho que é um pouco isso, sim.
Speaker 2:E daqui a pouco a gente vai falar do AI for Good, que tem muito a ver com isso, né Dea, Como que você pode também usar a tecnologia. Então já fica o gancho para vocês não desistirem da gente e continuarem ouvindo.
Speaker 1:Dea e o Jensen.
Speaker 2:Huang, que é o CEO da NVIDIA, na Casa.
Speaker 1:Branca Na Casa Branca. Veja só, essa semana saiu uma foto, também aquelas fotos bem midiáticas do Jensen Huang, que é o CEO e fundador da NVIDIA, que eu sempre falo aqui no nosso podcast, que eu acho que hoje em dia é o cara mais poderoso do mundo porque ele fabrica as GPUs que na verdade são a base de todas essas empresas de tecnologia que a gente está vendo.
Speaker 1:Para quem não está muito bem com o sistema mineral, ou seja que fazem e processam o chip de ar então, todas essas empresas que a gente fala aqui, openai, entrop, enfim, o Google, a Meta, todo mundo compra os chips da NVIDIA que são considerados os melhores chips do mercado, os melhores processadores do mercado, os mais velozes, os que têm mais capacidade de processamento, enfim, tudo isso é da NVIDIA. Então, quando a gente fala da NVIDIA, a gente sabe que ela está na base de todas essas grandes empresas e ela está na base, na verdade, desse avanço da inteligência artificial que a gente está assistindo hoje em dia. Então, o Jensen Huang ele estava no VivaTech que eu estava em Paris duas semanas atrás, no palco junto com o Macron, falando um pouco sobre um tema que eu considero muito importante nos próximos meses, que é da soberania em inteligência artificial dos países. Ou seja, a gente vai ver um movimento daqui para frente de países investindo em inteligência artificial para que eles não dependam de empresas ou de outros países. Então eu acho que esse é um tema importante nos próximos anos.
Speaker 2:E só fazendo parênteses Déa, só para explicar um pouco isso dessa soberania.
Speaker 2:Tem muito esse lance de que você precisa ter o processador no país para ter primeiro todo o serviço de dados. Se você, por exemplo, fosse numa situação dessas de tarifa, taxar a Europa, taxar tudo o que ela compra dos Estados Unidos e incluir serviços de tecnologiaar tudo o que ela compra dos Estados Unidos e incluir serviços de tecnologia, praticamente tudo o que ela compra hoje do ponto de vista de armazenamento em nuvem, processamento em computador, em nuvem, tudo vem dos Estados Unidos. Então tem esse lance de você ter isso no seu país e também até um ponto legal que a partir do momento no Brasil tem isso também tem um monte de requisitos às vezes que as empresas têm de que não eu preciso que o dado esteja guardado no país para que ele siga as regras e a soberania daquele país. Então, só para que o Dadea fale um pouco disso de a gente quer garantir ter data centers e ter os dados dentro do país. Isso que é essa soberania de tecnologia de dados em A, mas segue Dadea, só para dar esse background Perfeito, super bom.
Speaker 1:Isso porque acho que esse é um tema bem importante nesse contexto geopolítico que a gente está vivendo hoje. Então é por isso que foi muito no mínimo intrigante ver o Jensen Wang no Salão Oval ao lado do Trump, com mais uma série de assessores do Trump ali atrás dele, membros do primeiro escalão do governo dele, numa agenda cujo teor não foi divulgada. Eles não abriram o que o Jensen Wang foi conversar com o Trump. Então isso dá margem a mil especulações, mil teorias aqui. Isso veio numa semana em que a Nvidia ganhou o posto, conquistou o posto de a primeira empresa do mundo a conquistar, a chegar a um valuation de 4 trilhões de dólares. Então a Nvidia, por tudo isso que a gente falou no início, por ser a empresa que está na base dessa indústria de inteligência artificial, eles se tornaram a empresa que está na base dessa indústria de inteligência artificial. Eles se tornaram a empresa mais valiosa do mundo. Então isso é bem importante. Aconteceu essa semana e esse encontro também aconteceu dias antes do Jensen Huang ir para China E também ninguém sabe direito o que ele vai fazer lá.
Speaker 1:Então tem aí várias especulações. A gente sabe que a China não tem acesso a chips da Nvidia. Foi uma negociação feita ainda no governo do Biden, para evitar que a China liderasse essa corrida de inteligência artificial. Houve um acordo para que a Nvidia, houve um embargo dos chips da Nvidia para o mercado chinês. Então essa ida do Jensen Huang para lá será que tem a ver com isso? será que a China vai tentar alguma manobra para poder ter acesso aos chips dele? vai oferecer talvez dinheiro, alguma coisa?
Speaker 1:então esse é um encontro que a gente precisa prestar atenção nos próximos dias, até porque o próprio Jensen Huang tem defendido o afrouxamento dessas barreiras comerciais. Então, enfim, vamos entender o que vai acontecer. Ainda não sabemos. Ele vai estar lá com autoridades do alto escalão da China, incluindo o ministro do comércio, e também vai participar de uma exposição, de uma feira que vai acontecer lá sobre supply chain. Então acho isso bem importante, porque a gente já falou várias vezes a chip hoje é uma questão geopolítica e acho que esse poder, essa liderança, essa liderança na corrida de A passa por essas exportações, essas negociações que acontecem principalmente com a Invidia, que está a anos-luz de todas as outras. Então vale a pena a gente prestar atenção no que vai sair dessa viagem dele até a China.
Speaker 2:Maravilhoso, e a gente falando de restrições comerciais e tudo isso, acho que já fica a deixa para o nosso primeiro duplo clique, que é falar da tarifa imposta ao Brasil de 50%. Eu acho que se teve um assunto que todo brasileiro acompanhou essa semana, eu acho que foi esse. Então acho que vocês já devem estar informados. Mas mesmo assim, a gente resolveu trazer aqui alguns aspectos que a gente achou interessantes disso. Então o presidente dos Estados Unidos, o Trump, anunciou uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras para os Estados Unidos. Essa taxa teria início no dia 1º de agosto. Essa decisão foi comunicada oficialmente por uma carta para o Lula que foi divulgada na Truth Social, nas mídias sociais do Trump. O Trump não fez isso apenas com o Brasil, ele fez isso com uma série de países numa carta até preguiçosa que tinha um monte de coisa meio copy-paste ali, igual para todo mundo. Mas a carta do Brasil chamou atenção por alguns fatores. Primeiro, porque ele fez uma menção direta ao ex-presidente Bolsonaro, ao que estava acontecendo no Brasil, como uma caça às bruxas, e claramente se posicionando, defendendo o Bolsonaro numa situação que até a própria mídia americana interessante. Eu estava vendo uma matéria nos Estados Unidos falando que o Bolsonaro é o Trump dos trópicos, que tem uma história muito parecida com ele, que o que aconteceu dele também negar eleições como o Trump fez, a invasão que teve ao Congresso aqui muito parecida ou melhor, no Brasil muito pior, porque o acesso que eles tiveram foi muito mais grave e pior, foi muito grande e do processo que ele vai ter que enfrentar aqui no Brasil e que não está acontecendo nos Estados Unidos. Então aí fica mais uma vez a reflexão como a nossa democracia é muito mais sólida do que a americana E também porque ele impõe 50%, que é um percentual muito alto E diferente do que uma série de países em que ele está colocando esse tipo de tarifa, o Brasil não tem uma situação de superávit versus Estados Unidos, ou seja, a gente importa mais, nós Brasil do que a gente exporta, então esse saldo é positivo para os Estados Unidos, então não existe nenhum tipo de desequilíbrio que deveria ser corrigido. Então acho que esses são alguns pontos que chamaram bastante atenção. Essa carta também citou que o Brasil comete ataques à liberdade de expressão, ao impor ordens judiciais contra redes sociais americanas, lembrando que o Trump tem uma empresa que é a Trump Media, que tem uma rede social que é a Truth Social, que é onde o Trump geralmente posta as coisas todas dele E essa empresa, a Trump Social, horas depois de sair lá, a decisão de que o Bolsonaro seria julgado nas discussões todas do STF, iniciou um processo contra o Alexandre de Moraes no Brasil, de que o Brasil não de alguma forma era partidário e tirava de uma forma desproporcional as opiniões contra o Bolsonaro versus contra o Lula e tem uma discussão toda.
Speaker 2:Então tem uma coisa muito maior acontecendo aí e a uma discussão toda Então tem uma coisa muito maior acontecendo aí E a percepção de todo mundo é que isso é uma coisa pessoal. Não é que ele está defendendo o Estado americano, a economia americana, mas que isso realmente é um tema pessoal para ele. O Lula respondeu numa carta declarando que o Brasil não vai ser tutelado por ninguém e que o Brasil vai responder com possíveis retaliações com base na lei da reciprocidade econômica. Então, falando ali uma série de coisas eu achei que foi uma carta bem escrita falando que não tinha nenhum tipo de relação, que o julgamento do Bolsonaro estava sendo feito pelo judiciário e que não existe nenhum tipo de interferência. Ele deu uma entrevista para o Jornal Nacional, que daí ele já começou a colocar um pouco mais de opinião e tudo. Mas obviamente não faz nenhum sentido para o Brasil entrar numa briga econômica com os Estados Unidos.
Speaker 2:Existe também o lado de que, se não me engano, um terço do café americano é importado do Brasil. Tem muito de laranja, aço, uma série de coisas. Então isso tem uma implicação imediata nos Estados Unidos. A partir do momento que acontecer, isso obviamente afetou a economia no Brasil. Então a Bolsa de Valores, aqui a Ibovespa, caiu, o dólar subiu, então começou uma série de coisas E o Pedro Doria fez uma análise que eu achei super interessante.
Speaker 2:Né a gente até trocou um pouco de mensagens sobre isso, mas ele falando que ele achou bastante curioso tudo isso que aconteceu do ponto de vista de que esse tipo de medida vai doer principalmente nos bolsonaristas, que é o agro-brasileiro, que são algumas indústrias de base que vendem aço e coisas assim. E o próprio Lula falou a primeira coisa que eu vou fazer vai ser chamar as empresas, os estados e os setores impactados para conversar. Então vai ser muito interessante porque a base que apoia o Bolsonaro, o bolsonarismo e tudo é quem vai ser o principal afetado. Tipo nos Estados Unidos que o Trump também começou a fazer um monte de coisa que adoe principalmente nos estados, nos red states, que são os estados republicanos. Então acho que tem aí uma coisa interessante.
Speaker 1:É. Mas acho que tem uma questão também que, como tudo, como é uma questão de narrativas também, tem muita gente no Brasil que acha que essa carta, essa pressão do Trump, no fundo é uma punição por termos um presidente que não buscou fazer alianças com o Trump. Esse é o preço que a gente está pagando. Então mesmo os bolsonaristas acreditam que está vendo isso, que deu fazer aliança com a China, como é o caso do Lula. O Lula tem uma proximidade grande com a China. Ele esteve na China recentemente. Ele esteve lá, fez conversas com Xi Jinping, costurou inclusive acordos de tecnologia para tentar aproximar o Brasil da China. Então eu acho que também tem um fundo disso Essa carta tem como intuito. Tem um intuito também de uma certa forma, colocar o Brasil contra a parede, tipo olha, você quis ficar ao lado da China, então agora você vai pagar esse preço aqui você vai ter que escolher seu lado o Lula que acha que vai ser a força que vai negociar a paz com a Ucrânia.
Speaker 2:Porque tipo assim, né. Também entendeu, pega e me vai comemorar o aniversário do fim da segunda guerra na Rússia. Tipo, cara, né, Pelo menos assim Tem que ter mais de Goiânia.
Speaker 1:Né, Não precisa, né Faz umas alianças muito questionáveis, altamente questionáveis, né Com a Venezuela também.
Speaker 2:Então assim sabemos da proximidade.
Speaker 1:Sabemos que o Lula tem esse, talvez esse traço, né que ele carrega da sua origem de tentar se aliar com governos que não são só socialistas, mas que também são ditaduras, também são governos altamente questionáveis.
Speaker 1:Então eu acho que, para ser fofa, altamente questionável, exato, exatamente Tentando ser delicada aqui no podcast Mas eu acho que talvez essa, essa postura do Lula, do Trump, tenha tido Também tenha buscado esse efeito De dizer então escolhe um lado, você vai ficar do lado desses governos Ou você vai vir conversar. Então de novo está tudo errado. A forma como o Trump faz, não concordo. A gente está tentando aqui especular Por que ele teria feito isso E tem uma outra vertente aí de especulações que acha que de repente essa carta é um indício de que o Trump estaria se preparando para receber um Bolsonaro em fuga. Esse é mais polêmico, né?
Speaker 2:Receber um Bolsonaro em fuga é muito bom. Um momento que não gostou.
Speaker 1:Porque a gente sabe que o Bolsonaro está prestes a ser preso e que isso pode ser uma manobra costurada pelo Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos para garantir um asilo político ao Bolsonaro para evitar uma prisão. Então essa seria uma Bem interessante. Essa análise É uma linha de especulação.
Speaker 2:E outra análise que eu achei interessante também, que eu vi no New York Times, para a gente fechar esse tema e ir para o próximo que eu estou louca para ouvir do AI for Good, é de que o Trump obviamente está sendo questionado há algum tempo sobre o poder que ele tem para decidir tarifas ou não. Ele tem usado uma lei de 77 que tem a ver com a emergência do Estado e tudo para isso E que nessa opinião que foi publicada no New York Times, essa carta do Brasil já começa a deixar claro e provar o quanto ele está realmente não sei mais falar português overstepping his power, mas assim realmente abusando do poder, abusando do seu poder, gente demais abusando do seu poder executivo com tudo isso da lei. Então eles dizem até que isso pode acabar saindo pela culatra, então isso pode acabar sendo algo mais caro para ele do que simplesmente entrar nessa discussão com o Brasil.
Speaker 1:Então acho que temos alguma coisa importante, até porque ele fez essa semana. Ele fez de novo com o Canadá, ele começou de novo, ele ressuscitou a sua trade war ali com o Canadá e avisou também que dia 1º de agosto ele vai fazer isso com a União Europeia. Então é muito oportuno que essa discussão aconteça porque assim não tem limites. Ele vai continuar usando esse instrumento, que devia ser comercial, pra discutir geopolítica praticamente com os países todos e é muito doido.
Speaker 2:Porque na verdade? Porque na verdade ele fica fazendo e volta atrás. Fica fazendo e volta atrás e ele acha que é the art of the deal, como a Caroline Leavitt fala né, ai, você não leu the art of the deal daquele jeito bully dela. Porém, eles também estão dando tempo pra esses países. Todos irem se rearticulando, né, E todos irem se rearticulando e reestabelecendo seu comércio e tudo entre eles e diminuindo a dependência dos Estados Unidos. Então é interessante, mas me conta, e o AI for Good.
Speaker 1:Bom, foi o meu segundo AI for Good. Só para todo mundo ter aqui um contexto ele é uma conferência organizada pela ITU, que é o Departamento de Tecnologia da Informação da ONU. Então tudo isso para dizer que ele é um evento organizado em última análise pela ONU, por esse ITU, que é um órgão que reúne sei lá 140 países e empresas para falar sobre tecnologia e informação. E ele, pelo próprio nome, ai for Good, ele se propõe a ser um palco para discutir os usos de inteligência artificial em benefício da humanidade. Então ele tenta ser um palco mais neutro, mas é muito difícil. Né, fê, eu voltei muito reflexiva sobre esse ponto em que nós estamos como humanidade, né Quando a gente fala de inteligência artificial Eu lembro que no passado você falou ai foi eu sair de lá falando meu Deus, preciso de um ganho, entendeu?
Speaker 2:Porque tem o lado maravilhoso das coisas boas que a APA pode fazer, mas também tem o lado de os riscos. Né Vai acabar com o mundo de emprego Pra que a gente tá fazendo algumas coisas, como que a gente vai controlar o lado ruim. Também tem um pouco essa caixa de Pandora que foi aberta. Eu acho que é um confronto com a realidade dos riscos Exato.
Speaker 1:E como é que a gente consegue navegar nesse mundo Desde reflexões pessoais tipo assim eu dou dinheiro todo mês pro Sam Alt, assim eu dou dinheiro todo mês pro Sam Altman, eu dou dinheiro todo mês pro Antropic, pro Dario Amodei você tá financiando. nós estamos todos usando essas ferramentas porque a gente tem que usar, mas ao mesmo tempo a gente tá sendo conivente com algo que é difícil de mudar, como as redes sociais.
Speaker 2:né Tem um tempo atrás, mas tem uma coisa que assim não é, nem que a gente precisa usar né, Mas elas são boas e úteis. Eu uso um monte de ar pra preparar a pauta aqui né. Eu pego tudo que eu vou lendo ao longo da semana e depois pego e taco o Niaque pra resumir ou lembrar os principais pontos.
Speaker 1:quer dizer É muito parecido com a relação que a gente tem com as redes, né Tipo o Instagram, o Facebook, até o próprio Facebook que a gente fala ah não usa mais o Facebook, né Só que assim o quanto ele permitiu que pessoas fizessem sei lá vaquinhas pra comprar um equipamento médico pra uma pessoa que tava precisando, versus também permitir que as pessoas se organizassem ali para enfim invadir o Congresso.
Speaker 1:Então assim a gente volta nesse tipo de conferência a discutir o fato de que a tecnologia, em sua essência pura, ela não é, ela não tem nenhum viés. Ela é usada ou para o bem ou para o mal, dependendo de quem está usando. Mas até isso hoje em ela é usada né, ou pro bem ou pro mal, dependendo de quem tá usando. Mas até isso hoje em dia é questionado né, porque na verdade, quando essas ferramentas são criadas, elas já são alimentadas com informação que já contém um viés. Então tudo que a gente tá usando hoje já nasceu com algum viés né. Acho que a própria história que você vai falar depois aqui, que é do Grock, acho que fala um pouco sobre isso, sobre quem está alimentando, que tipo de conteúdo está sendo usado para treinar esses modelos E, depois que eles já são criados, quais são os impactos que isso tem no mundo. Então essa conferência ela leva membros da ONU, pessoas que trabalham com relações internacionais, leva muita gente da academia, pesquisadores, professores, empresas também para colocar na mesa discussões importantes que precisam ser feitas agora.
Speaker 1:Então, por exemplo, você tem o Geoffrey Hinton, que foi o Nobel de Física do ano passado e que é uma figura frequente lá. Ele é um convidado, o ano passado ele já foi lá também. Quer dizer, ele não vai pessoalmente, ele tem uma certa idade, então ele já não sai mais do Canadá, onde ele mora, mas ele sempre entra por vídeo ao vivo, entrevistado pelo nosso mus, do Nick Thompson, que é o CEO da The Atlantic, que é uma revista já com um viés mais questionador, com pautas mais progressistas. A gente brinca que a The Atlantic é a nossa Piauí de uma certa forma, e as colocações do Geoffrey Hinton são muito pessimistas. Ele sempre traz um lado mais sombrio, Ele acredita, uma das principais preocupações dele é que ele acha que a IA representa uma ameaça existencial para a humanidade E ele é motivo de chacota de muita gente por causa disso, porque ele acredita que a IA pode se voltar contra nós, por exemplo, e criar, sei lá, provocar uma guerra nuclear a hora que esses agentes tiverem autonomia, né Mas eu acho que assim até pra gente contextualizar aqui pra audiência, né De todos os grandes papas, né coloquemos assim, né Essa galera até que já é mais velha, teve muita estrada que construiu IA, redes neurais, deep learning, essas coisas todas, a maior parte desses nomes hoje está na indústria, né Então você pega o Ian LeCun que está na meta, você pega essa galera toda.
Speaker 2:E só para lembrar o Demi Sassabes que tá no Google, o Mustafa Suleiman que tá na Microsoft, tem poucos que restam hoje independentes digamos assim e o Jeffrey foi o único que ficou fora e se posicionou desta forma de que ele queria realmente estar fora desse circuito para ele poder exercer a voz dele.
Speaker 1:Não, ele entrou no Google e saiu. Ah, então, quando ele saiu E fez uma carta super contundente.
Speaker 2:Perfeito, maravilhoso, maravilhoso teu histórico. mas assim, quando ele saiu do Google, ele saiu falando isso que ele não queria ficar numa grande empresa, porque ele queria ter a liberdade de expressar e poder fazer o papel do risco que essa tecnologia tem. Então ele é né E ele tem um papel importantíssimo, porque ele acaba sendo o contrabalanço né Ao outro lado, o contraponto é O contraponto né.
Speaker 2:Mais umas palavras invent lado O contraponto, o contraponto mais umas palavras inventadas, o contraponto dessa narrativa. Toda A gente tá rindo aqui que a gente lançou o glossário de novas palavras. Vamos lançar.
Speaker 1:Desculpa parentes, Vamos lançar o glossário Agora. Vai ter um contra.
Speaker 2:Exato. Então ele acaba fazendo este papel que é o papel dele. é um papel importante, mas realmente, se a gente leva em consideração só o que ele está falando, eu não acho que a gente vai chegar num momento desse existencial, porque eu acho que a gente como sociedade vai ser eficiente em evitar que isso aconteça. Do mesmo jeito que a bomba nuclear poderia ter acabado com o planeta Terra E a gente conseguiu fazer com que não acabasse, porque a gente entendeu esse risco todo E a gente só vai garantir que a gente vai colocar todas as coisas para que não acabe com o mundo, porque a gente tem medo que acabe com o mundo, porque senão a gente não teria. Então acho que isso tudo acontece, mas as narrativas como um todo Deia o que você sentiu.
Speaker 2:Eu acho que tem um lado, sim, de ir fazendo milhões de coisas incríveis e boas e a tecnologia, até o que a gente estava falando, o potencial que a gente tem hoje de receber um aviso e um alerta se tem alguma emergência climática, alguma coisa assim que a gente precisa atuar. tem milhões de coisas. mas, num tom geral, o que você sentiu de ideias novas ou um foco maior de ir a para o bem ou em combater os riscos, de ir a, porque o tema de regulamentação eu acho que é um tema que já quase caiu de pauta, né, eu acho que meio que esse trem já passou, ou você ouviu bastante gente defendendo e conversando sobre isso.
Speaker 1:O que você sentiu Lá é um fórum pra isso, tanto que tem os dias. São quatro dias de evento, então cada dia tem uma temática mais forte, uma ou duas temáticas mais fortes. Eu teve, por exemplo, um dia de governança para a AI, em que se discute sistemas e estruturas que possam garantir a aplicação disso para o bem. Mas a gente teve algumas intercorrências que eu não sei qual vai ser a repercussão delas, se elas vão reverberar ou não ou se ficou muito contido lá dentro. Que foi uma palestrante do primeiro dia.
Speaker 1:O nome dela é Abeba Birhani. Ela é africana, é uma cientista de AI super respeitada que já esteve naquela lista da Time Sabe, aquelas listas da Time Tipo a hundred most influential people on AI. Então ela já fez parte dessa lista. Ela é jovem, deve ter talvez nem 30 anos. Ela também hoje está prestando serviço para a Mozilla, que é uma fundação também muito voltada para essas discussões éticas da AI, e ela denunciou, em parte no palco e em parte depois em entrevistas privadas, que ela sofreu censura na sua palestra. Ela teria encaminhado a palestra na véspera, como a maioria dos speakers faz. Ela tinha uma palestra com uma apresentação. Ela teve que submeter a apresentação dela na véspera porque muita gente pede isso por questões de sistema. Você tem que já deixar tudo pronto no momento que a pessoa vai subir no palco até pra garantir que não vai dar problema lá na hora.
Speaker 2:Então eu não consegui mostrar eu por exemplo.
Speaker 1:Acho um saco isso, mas quase toda vez que eu faço uma palestra pedem pra vir minha palestra com antecedência pra receber, pra colocar no sistema. Então ela teria sido chamada duas horas antes da palestra dela pela equipe do AI for Good e que eles pediram delicadamente porque fizeram isso dentro de um contexto de elogiar todo o papel dela, a importância dela na indústria e tudo mais, mas que eu gostaria que ela modificasse a apresentação dela deletando ou escondendo, ocultando alguns slides nos quais ela chamava atenção da própria ONU por sua parceria com empresas que ela considera que não são para o bem. E a palestra dela foi na sequência da palestra do Werner Vogels, que é o CTO da Amazon, e ela citava a Amazon criticando a relação da ONU com a Amazon. Então ela fez essa denúncia porque ela foi pega de surpresa. Ela disse que não estava preparada para receber esse tipo de censura porque afinal de?
Speaker 1:contas. Então isso não ganhou a mídia. Isso está em duas ou três matérias. Ela, na verdade uma parte dessas críticas ela chegou a levar para o palco, estava no slide, ela ocultou alguns e mudou algumas. Por exemplo, ela falava de Gaza e usava a palavra genocídio. Eles pediram para ela trocar genocídio por war crimes, que é mais suave do que genocídio.
Speaker 1:Enfim, ela ficou e aí isso explica porque que eu até não comentei no começo da minha fala. Mas ela entrou no palco muito nervosa e isso era nítido pra quem tava assistindo. Ela falou de um jeito que dava a entender que ela estava realmente nervosa e com o inglês um pouco também com um sotaque muito difícil. Então algumas coisas que ela trouxe eram difíceis de compreender E depois que eu li a matéria tudo ficou mais claro. Então isso ilustra só que tem essa história para ilustrar como esse é um tema difícil hoje de você tratar. Isso me lembrou o Salto Mais Alto West desse ano, fê. Você estava lá quando o Scott Galloway subiu no palco e na fala dele ele falou uma alvabessa dos CEOs das empresas das Big Tech.
Speaker 1:Então ele colocou aquele slide que tinha o dominó, lembra do slide do dominó, lembro Que tinha lá o rosto do Jeff Bezos, do Mark Zuckerberg, do Elon Musk, até da Linda Iacarino que você vai ver daqui a pouco, dela. E depois a gente soube que a palestra dele não ficou, não estaria disponível No YouTube.
Speaker 2:Foi a única palestra que não ficou gravada das palestras principais, né, de uma certa forma, scott Galloway foi censurado também, né Então, quanto que Na época na dúvida, tipo assim ah, será que não foi porque o Scott Galloway né de alguma forma não deu direitos ou nada disso, porque isso é uma coisa que ele vende, ele fala por aí, ou foi censura. Mas eu concordo, é isso aí né.
Speaker 1:Eu acho que é uma dor desses festivais, porque esses festivais, até o festival da ONU, tem patrocinadores. Eles precisam dos patrocinadores para botar o evento de pé, eles precisam verba um evento que esse ano passou de um evento que era considerado médio para um lugar, para o maior lugar de eventos de Genebra que é o Palexpo. Então, assim as coisas precisam acontecer E mais Fê aqui fica uma dúvida coisas precisam acontecer E mais Fê aqui fica uma dúvida, um ponto pra discussão o quanto que essas discussões sobre AI for good, elas também não podem alienar as grandes empresas. Não adianta você falar de inteligência artificial sem trazer o Google pra mesa, sem trazer a Microsoft pra mesa sem trazer a.
Speaker 1:Amazon pra mesa. Porque? assim você não pode também falar num vácuo, senão você perde totalmente a relevância.
Speaker 2:Porque o que da ONU é muito o de conversa, o de construir as pontes, o de ter uma coisa um pouco mais diplomática, da coisa que se começa a ter um discurso muito agressivo. Mas o que eu acho que deveria ter é assim até depois de um acontecimento desse, eles deveriam ter um pouco as diretrizes para quando eles convidam alguém para falar, eles já colocarem um pouco o que é o objetivo do evento, como as mensagens têm que ser passadas, porque talvez um ativismo muito agressivo não seja o objetivo do evento. E aí, honestamente, eu acho que se está claro desde o começo você está sendo convidado, o papel do evento é esse. Eu acho que se tá claro desde o começo, né assim, olha, você tá sendo convidado, o papel do evento é esse e não obviamente assim. Ah, você não pode falar mal dos patrocinadores, não, não é isso. Mas assim a gente né não é.
Speaker 2:É um lugar muito mais de diálogo e de um convite de conversa, tudo do que um lugar de um ativismo extremo, do que um lugar de, porque daí eu acho que pelo menos fica o que aconteceu extremamente desagradável, e ela poderia até ir lá e eles falarem olha, se você seguir com essa apresentação, a gente gostaria que você colocasse um disclaimer, entendeu, por mais óbvio que seja que essa é a sua opinião. Não sei lá, mas precisa ter alguma coisa, precisa pensar como eu acho que isso tem.
Speaker 1:Isso me lembra o SX de 2018, em que uma das keynotes era uma garota que foi o whistleblower da Uber. Você tá me lembrando o nome dela É Susan. Não, você lembra o nome dela, sério, eu?
Speaker 2:já tava assim. Meu Deus do céu, a memória dessa mulher, que ela já tá em 2025. Gente não, mas hoje faz 8.
Speaker 1:Ela chamava-se Susan, alguma coisa. Eu vou lembrar o sobrenome dela daqui a pouco. Já me impressionou, gata, eu já tô impressionada. Segue, e o mais interessante é que ela tava no Ballroom D, que é a sala maior Do principal, onde vão os speakers mais importantes, mais conhecidos.
Speaker 1:E ela, ela tava super nervosa e ela leu. Ela não fez uma apresentação, ela leu uma coisa, um discurso que ela tinha escrito previamente. Ela até fez esse descrever nisso. Ela falou eu queria pedir desculpa porque eu vou ler. É que eu tô muito nervosa. É a primeira vez que eu falo pra uma plateia tão grande. É um palco de 3 mil pessoas. Ela falou que eu fiquei muito nervosa. É um palco de 3 mil pessoas.
Speaker 1:Ela falou fiquei muito nervosa, então achei melhor escrever e no alto do palco fica o nome dos patrocinadores. Então, quando a gente foi fazer uma foto dela, até meu marido que reparou, ele falou olha que engraçado, ela está fazendo um discurso denunciando, denunciando, não contando a história da denúncia que ela já havia feito. Inclusive, ela depois escreveu um livro sobre isso, uma denúncia sobre a cultura da Uber. E no palco, logo acima da cabeça dela, a gente conseguia ver os patrocinadores e um deles era o Uber Eats. Então eu falei nossa, isso que é ser isento. O patrocinador está ali, mas o festival permite, porque talvez seja a característica do SX, que sempre teve um lado. Tá ali, mas o festival permite uma que não, porque talvez seja a característica do SX né.
Speaker 1:Que sempre teve um lado meio rebelde e tal.
Speaker 2:Sempre teve essa pegada, que não é a pegada da ONU, É outra pegada né.
Speaker 1:Então isso que eu acho interessante hoje é que os festivais vão precisar navegar esse mundo em que existe hoje uma preocupação muito grande do que você vai dizer e das narrativas né, e como isso vai ser tratado. E eu acho que a ONU, com o AI for Good, ele corre o risco de ficar muito woke pras marcas da iniciativa privada ou muito capitalista pra quem tá ali Pra ser um AI for Good, exato for good. Eu acho que ele tá nesse minha primeira impressão voltei ontem mas eu sinto que ele tá um pouco nesse lugar de tentar encontrar esse meio termo que eu acho que é o meio termo necessário, porque se não, se ele for um evento que não for envolver a iniciativa privada, ele vai ficar pregando pra convertido, que é o maior problema hoje da Câmara do Eco as pessoas que estão ali, os perfis online que ficam falando de sustentabilidade, de emergência climática ou de justiça social, com todo o respeito a essas plataformas que precisam existir, mas elas caem nesse lugar comum de ficar pregando pra convertido e a gente precisa furar as bolhas.
Speaker 1:A gente precisa falar com pessoas que não são normalmente sensíveis a esse tipo de conteúdo, não são permeáveis a essas pautas, acham isso tudo meio woke. Então a gente precisa encontrar um jeito de falar com essas pessoas pra mostrar pra elas.
Speaker 1:A gente tem que mostrar pra essas pessoas que a emergência climática é real. Teve uma palestra, por exemplo, que foi uma das que eu considerei mais bem sucedidas, olhando pela ótica da mensagem, que eu acho que foi a palestra mais eficaz em termos de mensagem foi a Climate Lead do Hugging Face, que é uma das grandes empresas de AI hoje no mundo, em que ela trouxe de uma forma muito franca, sem hipocrisia, o impacto da inteligência artificial na emergência climática, que é uma pauta. Questão do consumo de energia, consumo de água para refrigerar esses data centers. A gente sabe que isso hoje é um problema que a gente tem porque os data centers tendem a aumentar. A gente precisa de mais energia e isso vai causar super importante, mas pouca gente fala.
Speaker 1:Eu contei aqui no podcast eu vi o Jensen Huang no VivaTech fazer uma palestra de uma hora e meia sobre os seus processadores e não falar uma linha sobre a questão climática. Então esse para mim é um exemplo de como a gente está avançando na inteligência artificial sem pensar no que eles estão considerando externalidades. A pauta da energia não é uma externalidade, ela é intrínseca à inteligência artificial e a gente não está dando a esse ponto a importância necessária. Então essa palestra da Hugging Face ela é uma cientista de dados, ela é uma pessoa que tem um background todo de meio ambiente e hoje ela está sentada nessa cadeira na Hugging Face tentando avançar a inteligência artificial que eles criam lá dentro de uma forma mais friendly para o meio ambiente. Então ela veio para a palestra trazendo números, trazendo dados e sem hipocrisia, sem dizer que não é bem assim, que não é tão ruim para o meio ambiente como a mídia está pintando. Ela de fato assume, fala a verdade.
Speaker 1:A gente tem aí um problemão como a mídia tá pintando. Ela de fato assume, fala a verdade. A gente tem aí um problemão Como é que a gente vai resolver? A gente precisa de todo mundo junto pra gente resolver esse pepino porque é um pepino. Então eu achei muito legal uma empresa de inteligência artificial admitir que existe esse pepino E não ficar dizendo não veja bem, não é bem assim. Que nem as empresas que falam sobre a questão dos empregos e falam não, não, a gente vai perder alguns empregos, mas outros vão ser criados, não teremos um problema. Então acho que precisa esse tipo de discussão mais franca, mais aberta, pra tentar trazer todo mundo pro jogo.
Speaker 2:Sim, perfeito, bea, então super legal. Não vejo a hora de ver, mas teremos download na Oxygen eu ia falar isso, amiga eu ia falar, não vejo a hora de assistir o download da Oxygen, porque daí gente a Bea realmente vai sabe slide por slide todas as apresentações que ela viu, porque me deu vontade de saber mais, entendeu né, então vai ver.
Speaker 1:Mas vamos pro terceiro duplo clique aí que a gente tem um assunto do GROC que eu acho que tem a ver com isso também, porque a gente estava falando sobre essas inteligências artificiais, esses modelos usando enfim todos esses dados de uma forma perigosa, exato.
Speaker 2:E aí então vamos entrar nesse tema.
Speaker 2:Essa semana o Elon Musk lançou o GROK4. Grok é o modelo que a empresa XAI, que é a empresa de inteligência artificial do Elon Musk, tem, e eles acabaram de lançar o modelo mais novo que é o GROK4. É um modelo que foi lançado só para quem tem conta paga nesse primeiro momento custa 30 dólares por mês. Depois tem um que custa 300 por mês, que é um modelo mais avançado com agentes múltiplos, e eles falaram que tem um sistema um pouco diferente do jeito que eles trabalham, porque tem vários agentes que vão meio que colaborando no paralelo, comparando respostas, simulando meio que um grupo de estudo para chegar na melhor resposta, e eles fizeram alguns benchmarks. Então eles fazem alguns testes e coisas assim, e falaram que ele superou o ChatGPT4, o Gemini 2.5 Pro e o Cloud em coisas como raciocínio lógico, matemática e programação. Eles geralmente, quando esses modelos são lançados, eles lançam os modelos e lançam as documentações técnicas, às vezes white papers, explicando uma série de detalhes. Eles não lançaram esses detalhes todos, então tem uma parte aí que está meio cinzenta ainda, que é importante ser dita, mas e eu vou contar um pouco da parte técnica antes de entrar realmente no bafafá que acabou virando a notícia que foram as opiniões antissemitas e tudo isso que esse modelo deu. Mas o que esse modelo fez e chamou atenção, eu acho que de uma forma diferente. Primeiro, o Elon Musk estava totalmente fora dessa corrida de ar e ali, com toda a briga que ele tem com o Sam Altman, com a OpenAI a gente já comentou um pouco disso aqui. Não vou me estender demais, senão a gente vai ficar duas horas falando no podcast mas existe ali uma briga grande E ele estava totalmente por fora E ele conseguiu em dois anos ter um modelo que a gente fala que é um modelo frontier, que está entre os melhores modelos no mercado.
Speaker 2:Então acho que isso, mais uma vez, apesar de todos os problemas e quem ouve a gente sabe que a gente é zero fã do Elon Musk mas ele conseguiu entregar um modelo que, do ponto de vista não de safety e de ser um modelo correto para estar no mundo, mas do ponto de vista de conseguir entregar respostas exatas em alguns ambientes e sistemas. Assim ele conseguiu Esse modelo. Ele usou muito mais de dados sintéticos do que outros modelos. Então existe essa ideia, que foi uma ideia defendida no artigo de 2019, no ensaio chamado The Bitter Lesson do Rich Sutton, em que ele falava que a gente precisaria ter modelos que aprendem com força bruta de capacidade computacional e que isso ia superar as abordagens de conhecimento humano explícito de você estar efetivamente lá colocando os dados e as coisas. Essa foi uma das grandes premissas que levaram os modelos que a gente tem hoje. Mas o que acontece Hoje os modelos já usaram todos os dados que existem na internet. Não existe mais dado para melhorar o modelo, porque acabou, acabou o dado E aí começaram a entrar os dados sintéticos, que são os dados feitos pelos próprios modelos.
Speaker 2:Esses modelos eles não aprendem. Se você falar uma vez pra eles sabe aquela coisa. Não adianta eu virar pra você e te explicar uma vez a lei da gravidade. Eu preciso te explicar muitas e muitas e muitas vezes a lei da gravidade pra você entender a lei da gravidade. Então precisa de uma quantidade de dado muito grande para ele conseguir ter o conhecimento.
Speaker 2:E geralmente esses dados, que são esses dados sintéticos, são usados com cuidado e moderação por esses modelos. Então você pega, sei lá, os outros modelos, desde a OpenAI, o CLOD, mistral. Eles acabam usando esses dados ou para complementar alguma coisa ali no fine tuning, que é a parte final, ou com super cuidado para garantir que ele não está aumentando o risco de ter um bias, um viés de alguma coisa. Então eles são usados com mais cuidado. A XAI, agora a Kugro, usou esses dados de uma forma mais forte.
Speaker 2:Parece que isso tem o potencial, por um lado, de fazer com que esses modelos se ele consegue ele mesmo ir criando dado e validando dado e vendo tudo isso, ele acaba tendo o potencial de ir se automelhorando mais um tema aí, mais uma palavra para a gente de uma forma mais intensa, ou até de criar novas hipóteses e coisas assim, de ideias que podem potencialmente trazer inovações científicas ou coisas que não estão simplesmente replicando o que já se conhecia. Então tem algumas coisas que, segundo esses experts de AI que eu estava ouvindo, podem ser interessantes disso. Mas isso também tem um monte de riscos associados. E aí entra neste grande tema que é o de que Este modelo. Eles têm o groque no ex. Ninguém fala ex sem explicar ex-Twitter. Você vê que o nome não deu certo quando todo mundo tem que explicar que é explicar ex-Twitter. Você vê que o nome não deu certo quando todo mundo tem que explicar que é o ex-Twitter. Mas tudo bem, esse modelo ele tá no X, então, do mesmo jeito que hoje você tá, sei lá, numa conversa no WhatsApp, você pode dar uma arroba não sei o que lá e falar com a AI da meta. Você pode tá direto ali no Twitter vou chamar do nome velho porque eu sou velha, então tudo bem. Né, você tá lá no Twitter e você dá lá sei lá um arroba groc e tem um perfil como se fosse uma pessoa ali né que é o groc, com quem você pode dialogar e isso fica, essa interação fica pública nessa rede. Né, e teve algumas situações em que tinham posts com ideias ali né de alguma forma fascistas ou alguma coisa assim, e que deram um arroba para o Grock E o Grock começou uma interação com ideias antissemitas. Ele se autoditulou como Meta Hitler. Então teve essa interação, foi assim horrível. O próprio ex depois se pronunciou falando que realmente eles vão colocar uma camada ali pra checar e de segurança e tudo. E eu já vou comentar isso um pouquinho melhor. E também outra coisa que me chamou a atenção foi de que em vários testes que eles fizeram também de pessoas interagindo com o Grok, ele também em algumas situações, quando você vê ele fala assim ah, me dá uma opinião sobre a política na Alemanha. O Grock vira e fala puxa, citando o post do Marx no Ex, ou momentos em que ele vira e quando você vira e fala assim, assim me dá uma opinião sobre um assunto tal que não necessariamente seja uma coisa politicamente correta e tudo um tema politicamente incorreto, ele, mas que não necessariamente você force pra pedir isso, você só tá pedindo de algum tema. Ali ele vira e muitas vezes vai pesquisar na internet com uma frequência ou no ex com uma frequência enorme de procurar a opinião do Elon Musk sobre aquele tema. Quando ele volta e dá a opinião, então tem algumas coisas que é uma preocupação enorme, não só pelas apologias a toda a parte de ataque racial, a parte extremista, a essa parte toda antissemita que é assim obviamente intolerável, como também tem isso de que ele acaba sendo tendo essa força que por definição o Elon Musk queria fazer um chat GPT, um parecido com, mas um modelo que não fosse woke e que trouxesse ideias questionadoras, mas o quanto que isso passou do limite Nossa acho que isso, assim, aquele meme, né Desapontada mas não surpresa Dele buscar respostas alinhadas com a visão do Musk, por isso que eu nunca usei Glock, eu não gosto de usar, nem tenho esse hábito, não faz parte dos modelos que eu uso, porque na verdade tudo que vem dele pra mim, mim tem um viés muito forte.
Speaker 1:Então já sou naturalmente, já não sou naturalmente uma usuária desse LLM, mas acho que só pra gente fazer um contraponto aqui, contraponto, não na verdade, um argumento aqui a mais pra essa história. Essa semana também tivemos o anúncio da saída da Linda Iacarino, que era a CEO do X. Como você também tem dificuldade de chamar X, né tem até uma piadinha que a Economist fez. Né Now the X CEO virou realmente a X CEO do X, né Tipo, ficou uma, um trocadilho assim, né A CEO do X virou a ex, né De ex CEO, perfeito, Exato exato.
Speaker 1:Então assim ela ficou dois anos como CEO do X. Nunca conseguiu fazer nada, não ficou conhecida por ter feito nada ali na liderança dessa empresa. Foi sempre considerada uma marionete do Musk e alguém que nunca conseguiu de fato ter um protagonismo. Ela estava ali sempre como uma figura meramente decorativa e as decisões todo mundo sabia que sempre foram tomadas por ele e ela era uma super profissional. Ela veio da NBC Universal, era uma executiva de publicitária super conhecida, respeitada no mercado. Por isso que ela enfim foi recrutada para liderar o X, mas teve uma trajetória super apagada, eu diria assim, na liderança da plataforma, porque ela nunca realmente foi conhecida por nenhum grande feito E na verdade teve que aguentar poucas boas, porque foi na liderança dela que eles viveram vários escândalos, e esse do Hitler foi apenas o último, nos Estados Unidos tem a tal da Section 230, dessa sessão 230, que limita a responsabilidade por conteúdos gerados por usuários, que as plataformas têm que responder.
Speaker 2:Então elas estão protegidas. Por isso elas se posicionam como plataformas e não como veículos. A gente já falou isso no passado aqui também, no Duplo Clique. Mas na União Europeia, por exemplo, isso não é verdade. O próprio Grop, que já está sob investigação lá. E olha que interessante, pelo que eu estava lendo. Mesmo nos Estados Unidos isso não se aplica se o conteúdo é gerado pela IA da própria empresa, porque realmente uma coisa é um ser humanozinho ir lá e postar alguma coisa eu sou só uma plataforma a outra coisa é ser a IA da própria empresa que está falando isso. Então eles sim seriam responsáveis pelo que está saindo. Então acho que tem um ponto interessante E aí vocês devem estar se pensando além de pensar gente, que episódio longo, mas é que tem muito assunto, bom, né gente? Vocês também devem estar pensando pô, mas por que que esse modelo fala essas coisas e tudo É uma surpresa? Ai, o Elon Musk agora pôs um comunicado que vai ter camadas de segurança, que vai tomar cuidado, mas não estava tomando cuidado antes. Essas são as perguntas que todo mundo se faz E eu trouxe aqui um pouco, para a gente finalizar esse papo de hoje, algumas das hipóteses e do que as outras empresas fazem e eles deveriam estar fazendo para evitar esse tipo de situação. Então a gente sabe que existe uma diretriz deliberadamente permissiva, ou seja anti-WOC, que é um dos fundamentos do groc. Então o groc foi programado para não evitar afirmações politicamente incorretas. A gente sabe que o Gemini uma época, o do Google, algum tempo atrás, lançou um modelo em que eles estavam tentando ser tão inclusivos e tudo que a hora que você pedia referências históricas, eles de repente mostravam sei lá, não lembro exatamente o que era, vou chutar aqui, mas tipo um Abraham Lincoln, né assim negro, um não sei o que que falou, meu para o negócio tá já indo pra outra esfera. Eles tiveram que sair e organizar tudo isso, mas o Grock é o extremo oposto disso, tá? Então talvez isso possa ter contribuído para essa legitimação, né de estar realmente no prompt, estar realmente sendo pedido ali para o modelo, para ele fazer isso. Tem uma outra, um outro ponto, que é essa ausência né de filtros e de uma coisa que em tecnologia nisso a gente chama de red team, né do time vermelho, que assim são os testes de segurança que são feitos. Então essas equipes de Red Team, eles ficam tentando fazer prompt, fazer coisas provocando o modelo para ver o que de ruim pode acontecer, e aí estabelecer limites, guardrails, estabelecer o que que tem. Então, assim se alguém vier aqui e falar pô me ensina a fazer uma bomba química, não é pra você responder e ensinar a fazer uma bomba química. Então exemplos de coisas que realmente têm que ser feitos né e filtros que de alguma forma impeçam esse tipo de publicação de conteúdo. Tá, então existe né no New York Times estava falando que já foram feitas publicações diretamente no X sem esse tipo de mediação. Foi o que a gente viu agora e eles só implementaram esses filtros depois desse incidente. Então eles estavam claramente ignorando essa parte de segurança de A que não poderia ser ignorada.
Speaker 2:Tem um ponto, dessa autonomia excessiva Você já está direto na mídia social, dialogando direto com o modelo. Então não tem nenhum controle ali sobre a saída e essa resposta já é amplificada imediatamente numa mídia social. Esse é um ponto. Tem um lado que é ter ali um fine tuning que pode ser enviesado. Então tem um ajuste no modelo, muitas vezes com dados e instruções que reforçam padrões de comportamento. O Elon Musk já declarou ter reduzido os filtros woke para aumentar a liberdade de expressão de ar. Então isso daí também mostra de novo que tem essa potencial interferência ideológica. Aí tem Del que a gente estava falando dos dados. Então o modelo aprende e replica discursos comuns em bases públicas, inclusive o que vem de textos extremistas. Por isso tem que ter cuidado E provavelmente tem uma intensidade ali de opiniões do próprio Elon Musk que o modelo vai lá buscar e que é curioso, né que ele vai buscar a ideia do Elon Musk.
Speaker 2:Isso obviamente está de alguma forma sendo orientado. A gente algum tempo atrás, talvez um ano atrás, não sei quanto tempo faz já teve esse tipo de opiniões sendo dadas e o Elon Musk falou na época que tinham alterado alguma coisa ali no sistema, né de uma forma intencional e não ficou claro se foi meio que um terrorismo ali, né um atentado contra ou se foi algo né o que que gerou, mas tem esse ponto todo e ele tá claramente refletindo né as postagens do Musk como fonte de autoridade. Então eu acho que tem uma série de pontos aí né Dea acontecendo que mostram e a gente conecta com o ponto anterior. Né tudo bem.
Speaker 2:Ele conseguiu em dois anos fazer um modelo, um modelo que do ponto de vista técnico, apesar de não ter saído toda a documentação agora. Aparentemente é um modelo que está de pau a pau com uma série de outros modelos, mas eles estão aparentemente por uma decisão e não por uma coisa que aconteceu aí colocando no ar modelos que não têm nenhum tipo de filtro de safety ou que têm, estão muito longe do que deveriam ter. Então acho que É, mas é uma repetição do que a deveria ter, Então acho que reforça a preocupação.
Speaker 1:É uma repetição do que a gente viu nas redes. O momento em que o Musk declarou o apoio dele um ano atrás, exatamente hoje, um ano atrás ao Trump na corrida presidencial. A partir daquele momento a gente começou a ver no X muito mais conteúdo. Ele usou os algoritmos, ele manipulou os algoritmos. Momento, a gente começou a ver no X muito mais conteúdo. Ele usou os algoritmos, ele manipulou os algoritmos pra mostrar muito mais conteúdos republicanos do Trump e dele próprio do que outros.
Speaker 1:Então assim é a repetição de uma prática que ele considera a liberdade de expressão, mas não é a liberdade de expressão, é a liberdade da expressão dele. Ele quer ser a voz, mais a voz predominante, a voz protagonista nesses ambientes todos, né Tanto no X quanto no Glock. Então assim é muito perigoso isso que a gente está vendo, muito assustador, enfim, e acho que essa é a base que a gente devia ver em todos os festivais que a gente vai daqui pra frente que eles fossem fóruns pra poder discutir esse tipo de coisa e sair com decisões, com né enfim práticas mesmo pra corrigir essas distorções que a gente tá vendo.
Speaker 2:É isso, pra fechar. do mesmo jeito que quando a gente compra um produto, isso é um ato político, escolher o modelo que a gente usa também é um ato político. Do mesmo jeito que você está falando, eu não uso groc, eu também não uso groc. Então, quer dizer, eu acho que é super importante a gente também colocar o nosso dinheiro, os nossos views, a nossa atenção, os nossos dados para refinar modelos e tudo dentro de empresas que estejam minimamente em linha. E falei minimamente porque não está fácil né Do ponto de vista ambiental.
Speaker 2:Exato por isso que eu estou falando né Minimamente em linha com seus valores, né.
Speaker 1:Mas olha que interessante. O Geoffrey Hinton, em entrevista ao Nick Thompson agora no AI for Good, ele disse que a única que ele acha que tem ali pouco mais de ética e de escrúpulos nesse mundo novo da IA é a Anthropic. É a Anthropic que a conhece.
Speaker 2:Sempre foi, né sempre foi Sempre foi.
Speaker 1:E ela só não é mais do que ele é atualmente porque ele está num contexto altamente competitivo. E quem, agora? quem decidir que vai fazer de uma forma diferente corre o risco de perder o jogo? então essa é a grande ameaça. Então fica todo mundo ali numa corrida, jogando esse jogo por medo de ser ultrapassado, e eles inclusive se colocam de forma meio corporativista ali. Todas as americanas, por mais que elas tenham suas características diferentes, todas elas se sentem em bloco, lutando contra a China. Se eles ficarem pra trás, a China vem e ganha.
Speaker 2:Então enfim, tem esse tema aí pra gente falar Esses desafios do mundo atual. É isso aí, Débora. Muito obrigada pra quem ficou aqui até agora com a gente.
Speaker 1:Fale Não só pra gente lembrar de falar na semana que vem sobre o TikTok Tem uma novidade aí né Lembrar de falar na semana que vem sobre o TikTok Tem uma novidade aí. Né O TikTok agora vai lançar um outro aplicativo, então a gente precisa explorar essa novidade aí no próximo Duplo Clique.
Speaker 2:Então já foi na pauta aí, pra gente não esquecer. Fernando no próximo Duplo Clique. Você vai estar em Paris. Você vai estar em Paris, eu vou, mas eu vou gravar de lá, porque eu só volto segunda noite. Então sen senão vai atrasar muito que beleza, aproveita.
Speaker 1:Tá bom, vai com toda a família, vai curtir, aproveite, tire seus dias de férias, descanse e nos falamos na semana que vem. Então combinado, beijo pessoal obrigada tchau.