Duplo Clique

#29 O Deadline das Tarifas, Lula em Alta no Exterior, Magnitsky e Moraes, COP30 Sob Pressão, e o ChatGPT Study Mode

Andrea Janer e Fernanda Belfort

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As tarifas comerciais anunciadas por Donald Trump sacudiram o cenário geopolítico global esta semana, com o Brasil recebendo o tratamento mais severo: uma sobretaxa de 50% que supera todos os outros 68 países afetados. O que torna este caso particularmente significativo é a motivação explicitamente política por trás da decisão, sem qualquer justificativa econômica válida – algo que economistas como Paul Krugman classificam como completamente fora dos parâmetros legais do comércio internacional.

Surpreendentemente, essa pressão americana teve um efeito colateral inesperado: o fortalecimento da imagem do presidente Lula. Sua postura de resistência catalisou um aumento significativo na sua popularidade doméstica e projetou sua figura no cenário global como um dos raros líderes dispostos a enfrentar Trump. Importantes veículos internacionais como New York Times, Financial Times e CNN destacaram sua posição, conferindo-lhe uma relevância internacional que há muito buscava. A questão agora é se este capital político resistirá quando as consequências econômicas das tarifas começarem a se manifestar.

Na esfera ambiental, a realização da COP30 em Belém enfrenta sérios questionamentos logísticos, com 25 países solicitando formalmente mudanças devido à falta de infraestrutura adequada. Com hospedagens chegando a 700 dólares por noite e motéis sendo adaptados para receber diplomatas, o evento expõe contradições fundamentais: um encontro sobre sustentabilidade gerando especulação imobiliária e até desmatamento para melhorias estruturais. Apesar das críticas, o governo brasileiro mantém a decisão de realizar o evento na cidade amazônica, prometendo intervir para reduzir os preços abusivos.

- Links:

In recognising Palestine, Britain and France won’t advance peace 

Hamas Wants Gaza to Starve - The Atlantic 

Trump/Brazil: Delusions of Grandeur Go South

Alexandre, Magnitsky e picanha barata | Ponto de Partida

The Discourse Is Broken

- Acompanhe mais com a gente:

Oxygen Club - Andrea Janér

Tribo de Marketing - Fernanda Belfort

"As opiniões expressas aqui são estritamente pessoais e não devem ser interpretadas como representativas ou endossadas pela Salesforce, empresa onde a Fernanda Belfort trabalha."

Fernanda Belfort:

Eu sou a Fernanda Belfort, eu sou a Andréa Janer, e bem-vindos a mais. Um Duplo Clique E aí Déa, o que a gente tem de Roundup para hoje Me conta.

Andrea Janér:

Pois é, infelizmente a gente vai ter que falar bastante do Trump. Né Porque mais uma semana em que ele foi uma das figuras mais midiáticas aí da semana, a gente começa com uma história pitoresca né de que ele vai fazer uma reforma na Casa Branca, algo inédito. Assim faz muito desde 1948 que a Casa Branca não sofre nenhum tipo de alteração, não tem nenhuma reforma, e ele decidiu que ele vai fazer um salão de baile.

Fernanda Belfort:

Tipo 80 anos depois, né vamos fazer um salão de baile. Acho bem, é por que não né, por que não ter né um salão de baile, porque a gente está num momento né de não é um momento de corte de custos, né de não é um momento de corte de custos né de Big Beautiful Bill de tirar dinheiro, né de todo mundo, né Das agências cortar dinheiro das agências, né por que não Vamos gastar dinheiro nisso acho super prioritário.

Andrea Janér:

Então, prioridades né. Ele vai fazer um salão de baile de 200 milhões de dólares com capacidade para 650 pessoas, de dólares com capacidade para 650 pessoas, dizendo que nenhum presidente americano antes dele era bom de salão de baile. Juro essa frase entre aspas porque ele falou exatamente assim Nunca houve um presidente que fosse bom em salão de baile, de festa, de receber, entendo Enfim Que é o papel do presidente, é tipo os reis né de receber. Entendo enfim que é o papel do presidente.

Fernanda Belfort:

Realmente é tipo os reis franceses a monarquia antes da guilhotina vinha acabar com todo mundo querendo ou perguntando mas se eles estão passando fome, porque você não dá brioche pra eles?

Andrea Janér:

é tipo essa mentalidade e que tem tudo a ver com essa maneira como o Trump se vê com uma postura meio monárquica, ele tem essa coisa meio imperialista. Ele na verdade contraria uma postura comum a todos os presidentes anteriores, que se preocupam em manter uma imagem mais austera de seriedade, de sobriedade, até porque o uso dos recursos é algo que mexe diretamente com a opinião pública sobre o governo. Eu acho que ele fazer isso realmente demonstra que ele não está nem um pouco preocupado com os cortes que ele está fazendo em outras áreas importantes do governo e que vai fazer o salão de baile pronto. Né, eu acho que isso é bem uma coisa, bem Trump. E outra coisa curiosa dele que eu queria trazer essa semana no Roundup foi uma.

Fernanda Belfort:

Só um comentário rápido eu que trabalho né passei a minha vida inteira trabalhando em empresa grande tinha épocas que assim, né a empresa tava em crise, a gente estava cortando a verba de marketing, tirando um monte de coisa e tal, e daí vinha um mega VP e tinha uma reunião no fazano do Rio E a gente falava é sério, mega negócio, tinha uma reunião não sei onde E a gente cara porque é exatamente essa inconsistência.

Andrea Janér:

É muito incoerente, isso. Mas enfim, uma outra coisa que aconteceu agora há pouco, enquanto a gente estava preparando aqui o material para a gente compartilhar no nosso podcast, foi uma notícia de que saiu hoje um relatório do Bureau of Labor Statistics, que é o órgão do governo que publica enfim, acompanha o número de empregos gerados todos os meses, que é um indicador importante da saúde da economia americana. Né E agora recentemente hoje saiu esse relatório mostrando que a economia americana gerou apenas 73 mil vagas, o que foi considerado muito abaixo do esperado, né O desemprego subiu a 4,2%, o que enfureceu o Trump. Então, horas depois, ele postou na Truth Social, que é a rede social que ele fundou.

Fernanda Belfort:

Que é a rede da verdade, né Que é a rede social, porque obviamente ele é o porta-voz da verdade, da verdade.

Andrea Janér:

Demitindo a Erica McInturfer, que é a chefe desse peru, dizendo que ela teria manipulado os números para prejudicá-lo. Sem prova alguma, ele apenas afirmou que esses números não eram verdadeiros. Esses números foram manipulados apenas para prejudicar a sua reputação. Ele disse com essas palavras Ela apenas fez isso to make me look bad.

Fernanda Belfort:

Assim, gente é surreal né Tipo.

Andrea Janér:

Eu não gostei do número então você vai ser mandada embora. Exatamente, ela é uma mulher, uma economista de carreira.

Andrea Janér:

está há 20 anos no governo, foi indicada pelo Biden, confirmada pelo Senado, mandato de 4 anos ou seja, é uma profissional enfim com um currículo irretocável e aí assim nunca teve nenhuma acusação de falta de credibilidade, nem nada do gênero. Mas enfim, ela agora vai ser enfim demitida por ter contado a verdade. Isso é muito perigoso, né Quando a gente começa a olhar essas evidências, né Quando a gente lembra do que tem sido comentado, né Pela mídia e tal, por essas tendências autocráticas do Trump, né Que só vale a verdade dele, né Só o que lhe convém, né É muito perigoso. Isso tudo é um precedente realmente muito perigoso. Isso obviamente acabou contribuindo para essa queda nas bolsas hoje. Acho que isso pegou muito mal para o mercado e chega a ser um risco político para o Trump também. É o famoso caso do atirou no mensageiro. Né Don't shoot the messenger, aquela expressão americana. Né Exatamente Ele foi contra todo o bom senso, né Atirou no mensageiro, né Don't shoot the messenger aquela expressão americana.

Fernanda Belfort:

Né Exatamente. Ele foi contra todo o bom senso, né Atirou no mensageiro.

Fernanda Belfort:

Exatamente Dé a outra coisa que foi muito comentada essa semana foi sobre a Sidney Sweeney, ela que é uma atriz que fez, entre outras coisas, white Lotus, mas é uma atriz que está em várias coisas hoje, que fez uma campanha pra American Eagle, e ela fala né que assim, genes são passados dos pais pros filhos e os meus jeans são azuis, então ela faz uma brincadeira de jeans and jeans, né assim de genes e jeans, entendeu, e isso numa menina que tem olho azul, cabelo claro, tudo que tem, e que a diversidade toda que veio do estereótipo da beleza ela acaba sendo o contraponto disso tudo e que é muito também dessa estética do maga, de que mulher tem que ser bonita mesmo e que ser né olho claro e tudo.

Fernanda Belfort:

E aí isso foi algo que acabou tendo né uma repercussão grande eu lembrei daquela expressão né de dog dog whistle, de que no fim do dia todo mundo que é mais progressista, de esquerda e tal, fica louco da vida porque é o estereótipo da mulher branca, bonita, de olho azul, fazendo um trocadilho de gem azul, de jeans e tudo isso valorizando essa herança. E aí teve gente comentando que não, isso tinha uma narrativa nazista, um monte de coisa, e isso mostra em parte até o que a gente estava falando quando teve aquele caso todo do casal do show do Coldplay. Algumas coisas pequenas podem viralizar na internet e virar uma coisa enorme. Obviamente que os caras não fizeram isso. Eles sabiam que estavam mexendo com um tema polêmico, mas estavam dentro da licença poética do que pode fazer ou não ali né Pra não ser uma coisa realmente agressiva. Mas começou uma discussão enorme, né, dé?

Andrea Janér:

Super Inclusive. A American Eagle tirou do ar o anúncio, acabou cedendo aí a. A gente nunca sabe se essas coisas são feitas justamente pra gerar repercussão e o famoso falem mal. Mas falem de mim. Né muitas coisas. A gente sabe que são jogadas assim pro universo e o importante é clicar, é a pessoa falar da marca, é ficar sabendo que a Sydney Sweeney é que é uma matriz que tá super em alta no momento, né fez um anúncio pra American Eagle, então associa ali com uma marca cool e tudo mais. Então a gente não sabe até que ponto isso foi provocado, foi gerado, mas o fato é que pegou mal. Né muita gente falou que tinha mensagens eugenistas escondidas atrás desse trocadilho, né De jeans e jeans, como se tivesse defendendo Que é uma mensagem eugenista.

Andrea Janér:

Eugenia vem dessa limpeza étnica, né Essa coisa de meio ariana, né De achar que o padrão de beleza ideal é o da Sidney Sweeney, que é loira, tem olho azul, tem os peitos grandes, tem a pele clara E você não falou isso porque é eugenística.

Fernanda Belfort:

Tive que fazer essa piada na quinta série.

Andrea Janér:

Certamente, certamente vem daí. Será que veio essa conexão na sua mente, mas é um ideal estético que há muitos anos, desde o Hitler, essa coisa da raça ariana, de que é uma raça superior. Acho que, se foi intencional, foi de muito mau gosto, porque traz à tona realmente pesadelos, coisas que a gente já quer esquecer que existem, que existiram. E outros disseram exatamente o que você falou, tipo ai gente, nem tudo precisa virar um campo de batalha.

Fernanda Belfort:

foi apenas um anúncio, né foi apenas uma brincadeira, foi um jogo de palavras se não tivesse esse contexto cultural dela ser loira de olho azul no meio desse momento que tá acontecendo, né da volta dessa estética e desse negócio e de saído politicamente correto, todo esse movimento anti-woke que está acontecendo e não teria nenhuma repercussão. Mas dentro desse contexto é provavelmente algo intencional.

Andrea Janér:

É, e as marcas estão testando, testando mensagens, testando conversas, e muitas marcas estão testando mensagens, testando conversas e muitas marcas realmente hoje estão dispostas a ir às últimas consequências para ganhar engajamento, para ganhar seguidores, para ficar na boca do povo. Então acho que saberemos mais sobre isso daqui a pouco. O importante é que o anúncio acabou saindo do ar e até isso é meio engraçado. Né Porque no fim das contas é um tiro super curto, é um esforço rápido. Né Quando a gente fala até de veiculação. Nem acho que foi o caso aqui. Mas quando você fala de veiculação você ainda gasta pouco. Você veicula dois, três, quatro dias, aquilo viraliza e pronto você tira do ar.

Fernanda Belfort:

Gasta né, não gastou nada né, e agora aconteceu né, assim já foi. Pode tirar do ar. Ai, que loucura.

Andrea Janér:

Desculpe, não tive a intenção, entendeu Tira do ar e já foi né Exatamente Essa oportunidade, mas esse é o nosso roundup de hoje. Acho que foram as notícias que mais marcaram a nossa semana. Teve também aquela situação terrível em Nova Iorque essa semana do atirador que entrou num prédio na Park Avenue com uma arma e acabou atirando e matou quatro pessoas. E até agora está se tentando entender o tamanho do problema de saúde mental desse atirador porque ele estava ali se referindo ao que ele sofreu no passado como jogador de futebol americano. Então ele mirava mesmo a NFL, que ficava nesse prédio.

Andrea Janér:

Não se sabe exatamente o que ele ia fazer lá dentro, mas possivelmente atirar e matar quem ele encontrasse pela frente. E ele acabou fazendo isso num outro andar, atingindo uma pessoa que trabalhava na Blackstone, que é um grande fundo americano que ocupa vários andares nesse prédio, além de um policial enfim, de uma pessoa que estava no lobby do prédio. Ou seja uma história, uma tragédia que a gente vê se repetir nos Estados Unidos com uma frequência impressionante. Né A quantidade de shootings como esse que a gente vê em escolas, universidades, shoppings e que até acontecem pontualmente em outros países. A Suécia, por exemplo, é um país que tem dois ou três shootings desse por ano. A gente já viu acontecer na Holanda, mas nos Estados Unidos é com uma frequência assustadora.

Fernanda Belfort:

E aquela coisa. Né, eu tenho a sensação, e que fique claro aqui que não tem nenhuma ciência, não estou comentando nada aqui, nenhuma The Connors da vida, né, mas eu tenho uma sensação que lá tem um problema de saúde mental mais intenso Porque tem um lado que é assim cara, aqui no Brasil tem tanto doido quanto lá. A diferença é que eles não têm acesso a arma. Aqui no Brasil bandido tem acesso a arma, mas não maluco Ou não. Aqui tem menos maluco do que tem lá. Então eu não sei muito bem, todos nós até investigaram um pouco isso, mas claro que existe esse ponto de que é muito fácil comprar mármore nos Estados Unidos. Né Acho que é uma discussão super antiga lá, mas existe essa, essa coisa realmente cultural.

Fernanda Belfort:

Aqui no Brasil você não precisa ensinar ninguém numa escola, numa empresa o que fazer se tiver alguém que entre onde você tá para matar todo mundo. Aqui no Brasil a gente ensina as pessoas, nossos filhos, tudo como reagir ou não reagir a um assalto. Mas não é esse tipo de coisa.

Andrea Janér:

É muito difícil realmente mas é engraçado que dessa vez olha que interessante, dessa vez a gente não viu a discussão sobre porte de armas tomar conta da mídia, como a gente não viu a discussão sobre porte de armas tomar conta da mídia como a gente costuma ver em outros shootings como esse. Sempre que acontece isso volta à tona a discussão sobre porte de armas. Dessa vez não teve. Eu achei muito interessante como o assunto mobilizou ali à noite, acho que foi de terça para quarta-feira foi o assunto principal.

Andrea Janér:

E depois porque a gente sabe que temos um presidente lá nos Estados Unidos que, enfim, é totalmente defensor dessa política de liberar as armas para a população, acreditando que isso faz com que o país seja mais seguro. Acho que tem milhões de estudos e de pesquisas a favor e contra esse argumento. Sempre tem uma pesquisa para provar algum ponto. A gente sempre fala isso, sempre tem uma pesquisa pró e uma pesquisa contra alguma coisa. Você sempre consegue provar um ponto com algum número.

Andrea Janér:

Mas é algo que nos Estados Unidos realmente é inacreditável que uma pessoa desça de um carro em plena Park Avenue em Manhattan com uma arma na mão ostensivamente não é que ele estava escondendo a arma entre no lobby de um prédio de escritórios e, enfim, atire em todo mundo e isso seja absolutamente. Você está dentro do seu escritório trabalhando na frente do seu computador e entra um maluco desse com uma arma e mata quem ele vê pela frente. É inadmissível e eu acho inacreditável que isso tenha já praticamente sumido da mídia. Teve um pico ali na noite de terça, no dia de quarta e hoje em dia o assunto já é outro nos Estados Unidos.

Fernanda Belfort:

Eu acho isso muito impressionante. Tá bom, mas o flow of the zone lá também tá impossível. né, Porque fora tudo isso voltamos para as tarifas. Daqui a pouco a gente vai falar do Brasil, né, gente, Que óbvio que não dá para não falar do Brasil no momento dessa confusão toda Estamos nessa semana do tarifácio, né O tarifácio vai além do que o.

Andrea Janér:

Brasil, né Dé Hoje era um dia importante, era o primeiro de agosto, foi o dia escolhido pelo Trump pra que as tarifas passassem a valer. Mas ele acabou, como ele sempre faz, dando um prazinho, um chorinho pros países poderem se organizar de alguma forma. Então a verdade é que tínhamos a data de hoje, o deadline era de hoje, mas vamos ter aí alguns dias a mais. Para essas últimas negociações. Foram 69 países incluídos nesse decreto, nos decretos que o Trump assinou ontem. São taxas muito mais altas até do que ele tinha anunciado anteriormente. A Suíça ficou com 39%, gente, os americanos agora para comprar relógio, para comprar chocolate, não sei como é que esse povo vai fazer, não com Toblerone, né Com enfim os Rolex da vida, como é que os americanos vão sobreviver. Mas enfim. Canadá ficou com 35%, áfrica do Sul 30% também. E o Brasil ocupa o ranking.

Andrea Janér:

Né Está em primeiro lugar, é a maior alíquota divulgada até agora 50%. Em segundo lugar vem a Síria os produtos taxados em 41% e quem ficou com o mínimo, por exemplo, foi o Reino Unido que tá com 10%. Né se deu bem Mais uma vez ele esticou o prazo pra negociar com o México 90 dias aí para conseguir negociar. Não sei o que a Claudia Sheinbaum tem que ela sempre consegue organizar ali um aumento aí nesse prazo. Ela acha que é muito hábil aí. E a China continua também em conversas, em negociação e tem prazo até o dia 12 de agosto. Então tudo vai entrar em vigor daqui a sete dias, com exceção da China. Esse anúncio derrubou os mercados pelo mundo. Todas as principais bolsas da Ásia fecharam no vermelho com quedas acima de 1% e as bolsas europeias também abriram em queda acentuada Mercados futuros também, indicando o mesmo caminho para os índices de ações nos Estados Unidos.

Fernanda Belfort:

E lembrando que essa volatilidade no mundo de ações permite que muita gente ganhe muito dinheiro. Né É frequente as notícias de quando, antes de notícias ou coisas assim, tem um volume grande de coisas sendo de alguma forma comercializadas na bolsa e tem muita gente ali próxima do Trump ganhando muito dinheiro com isso, mas antes da gente entrar em Brasil. Até uma coisa que me chamou atenção essa semana eu ouvi um podcast do Scott Galloway, né do Prof G, e eles estavam comentando, né ele e o Ed o quanto que no fim do dia isso continua sendo mídia. O Trump anunciou um acordo com a União Europeia A União Europeia é assim como um bloco de países extremamente importante E a União Europeia aceitou uma tarifa de 15% sobre a maioria dos produtos e prometeu um investimento na economia dos Estados Unidos de 600 bilhões de dólares.

Fernanda Belfort:

Esse acordo segue o modelo do acordo que tinha acontecido nas semanas anteriores com o Japão, que era um acordo de 550 bilhões de dólares. Esse acordo segue o modelo do acordo que tinha acontecido nas semanas anteriores com o Japão, que era um acordo de 550 bilhões de dólares. Mas o que ele chama a atenção e é uma coisa que a mídia também não tem dado uma ênfase aí na cobertura é que nada foi assinado. Nenhum detalhe foi divulgado.

Andrea Janér:

E ele já está anunciando que já está resolvido.

Fernanda Belfort:

E todo mundo nossa, isso foi um grande win para o Trump, isso que o Trump conseguiu. Até alguns veículos e algumas pessoas que costumam ser contrários ao Trump falaram não, mas espera aí nessa. Realmente ele conseguiu negociar uma coisa que é boa. Só que eles estão falando que esses acordos raramente se concretizam. Que o acordo do Japão que foi anunciado, parece que só 1% vai ser de investimento real nos Estados Unidos. Várias outras coisas vão ser empréstimos com juros em favor do Japão. Então no fundo tem muita coisa que é uma grande jogada de mídia.

Andrea Janér:

Mas Fê só pra, só pra te ter um pouco de desculpa, mas sabe que lembra quando ele criou, quando a palavra do ano dos dictionaries americanos lá era o pós-verdade Exatamente concreta, mas aquilo pega, aquilo viraliza, aquilo é o que fica impregnado no imaginário das pessoas. E é essa pós-verdade que esse termo, que não é bem uma mentira, mas também não é uma verdade, é algo no meio do caminho, porque o processo continua. pode ser que ele seja assinado, mas se não for assinado, o que vale é que ele falou né Isso que fica na mensagem que eu vou dizer, que ecoou Que ecoou exatamente.

Fernanda Belfort:

Perfeito, né É tipo obliterated, obliterated, obliterated, Obliterated, tá obliterated, Mas esse negócio assim né. E na conversa o Scott e o Ed até viram e falam assim cara, o que a gente considera que é um acordo É quando realmente existe algo assinado, com cronograma, com tudo isso que não é um termo. Ele fica nessa imagem vitoriosa de press release sem nenhuma substância e realmente existe aí, de novo, essa manipulação. Quando a gente fala do Brasil é diferente, porque realmente ele foi o único país que ele usou algo político E a gente está tendo uma cobertura enorme. Eu sei que daqui a pouco você vai entrar e falar um pouco melhor dessa cobertura, mas a gente está tendo uma cobertura muito grande em cima desse tema de vários veículos internacionais.

Fernanda Belfort:

O próprio Paul Krugman fez também um, soltou no blog dele, no Substack, falando que é totalmente legal e ele até vai listando que assim qualquer uma das justificativas legais que ele estava usando antes ele fala tem a seção 201, que é proteger indústrias contra surtos de importação. Seção 232, proteger setores essenciais da segurança nacional. Seção 301, retalhar práticas comerciais desleais, Emergência econômica, que ele mesmo nega que exista. Mas tudo bem. Mas o Paul Krugman fala que nenhum advogado mais ardiloso conseguiria justificar legalmente essas tarifas contra o Brasil, então a gente, e até, enfatizando essas informações, o Brasil não tem uma balança comercial desfavorável para os Estados Unidos. E toda a justificativa usando o Bolsonaro, o papel que o filho do Bolsonaro está fazendo, nisso, tudo é inaceitável para uma democracia e como forma de pressão para a outra.

Andrea Janér:

Não total. Acho que o que a gente viu essa semana foi notícia no mundo inteiro. Acho que o mundo inteiro está acompanhando esse caso. Claro, as tarifas, como a gente falou há pouco, estão sendo impostas em inúmeros países, mas o que está acontecendo com o Brasil é algo realmente inédito e que está sendo observado com muita atenção por todos os outros países, porque isso pode criar um precedente que inclusive pode funcionar contra os Estados Unidos em algum momento também. Né Eles podem ser vítimas dessa própria armadilha que o Trump colocou, né e eu acho que isso deu criou um efeito muito interessante essa semana, né que foi um aumento incrível na popularidade do Lula dentro e fora do Brasil. Dentro do Brasil ele teve um aumento importante na sua popularidade. Acho que pela primeira vez o seu governo tem mais aprovação do que desaprovação. Então ele subiu nas pesquisas, ele despertou, acho que essa ação do Trump despertou nas pessoas um sentimento quase patriota, assim, né nacionalista, o que aconteceu nos países, né aconteceu no Canadá.

Fernanda Belfort:

Aconteceu, e até países que estavam flertando muito com a direita, próximos de eleições e tal, e que deram um passo pra trás. Então acho que esse não é um movimento novo, mas a ideia, tudo que a gente precisa é ter um candidato que não seja nem o Lula nem o Bolsonaro, né. Gente do Bolsonaro, aparentemente a gente se livrou, mas assim o Lula, deus do céu. Eu só quero ter uma alternativa boa, né Para conseguir tirar o Lula.

Andrea Janér:

Eu não considerava, confesso para você, eu considerava o Lula um pouco carta fora do baralho, porque a aprovação dele estava baixa. Acho que o próprio governo dele não estava sendo muito bem avaliado. Do ponto de vista econômico, político também ele muito ali, quase que estagnado, não tinha grandes avanços. Acho que tem essa questão, também ambiental, que todo mundo tinha muita expectativa e não aconteceu. E de repente assim ele surgiu, quase como sei lá o salvador da história. Né os jornais, acho que foi muito interessante vê-lo. Por exemplo, ele teve na CNN, no programa da Amanpour, ele foi teve uma matéria importantíssima sobre ele no New York Times e uma no Financial Times mostrando, né posicionando o Lula como um líder global, que um dos raros exemplos de um líder que resolveu enfrentar o Trump. Então acho que nessa história toda ele fez realmente do limão uma limonada. Acho que no mundo em que as pessoas estão o líder, eles estão tentando evitar confrontos diretos, né com superpotências. O Lula descobriu que a resistência lhe trouxe capital político, né essa resistência trouxe um capital político melhor do que a submissão.

Fernanda Belfort:

Então acho que E ele que sempre sonhou em ter uma relevância internacional. Né lembra que ele falava que ia mediar a paz entre a Rússia e a Ucrânia a gente falava gente, é sério, vem cá senta aqui com a titia. Não, você não vai, você não tá na mesinha dos adultos, nesse nível bonitinho. Mas agora de repente todos os jornais querem falar com ele. Ele tá sendo de alguma forma, entendeu? Quer dizer, deve estar se dirigindo.

Andrea Janér:

Está brilhando, ele está brilhando lá fora.

Fernanda Belfort:

Você me contou uma coisa hoje, quando a gente estava na prep da idade dele, que ele tem a mesma idade do Trump.

Andrea Janér:

Eu fui olhar porque, como eu estava falando, eu não achava mais que o Lula poderia ser uma opção na próxima eleição. Eu achava que ele já estava velho e também estava um pouco desgastado desse governo e tal, e acho que esse episódio trouxe o Lula de volta para o jogo. E aí eu fui lá pesquisar a idade dele ele tem 79, que é a mesma idade do Trump, que também até pouco tempo atrás estava falando sobre uma reeleição. Ele queria mudar lá a constituição americana pra ele poder disputar mais um mandato. Então são dois candidatos de quase 80 anos.

Andrea Janér:

Pensa né, e eu acho que vem uma agora passados, né esses, depois que a gente teve esse momento em que o Lula está vivendo essa popularidade extrema dentro do Brasil, fora do Brasil.

Andrea Janér:

Eu acho que agora, a partir do momento em que as tarifas passarem a valer aí, vem aí que a gente vai ver mesmo o circo pegar fogo, porque aí tem que entender se o Lula vai conseguir manter esse momentum num cenário que economicamente vai ser mais desafiador. Porque nesse momento, aqui agora a gente está falando apenas do capital político, de como ele se posicionou, da postura que ele assumiu e tudo mais de como ele falou. Ele falou de uma forma muito serena em todas as vezes que ele foi entrevistado ele tem se posicionado bem, falado bem e tal que é uma coisa que eu achei que ele também já não estava mais fazendo ultimamente. Então acho que ele realmente marcou pontos aí. Mas agora que são elas, né agora que o Brasil vai ter que lidar, por mais que vários produtos brasileiros tenham sido isentos aí das tarifas, né as de laranja, coisas que eram muito importantes para o Brasil, vamos ver como é que o Brasil vai se comportar, como é que a nossa economia, nossas exportações vão se comportar depois que isso entrar em vigor.

Fernanda Belfort:

Então assim não dá para cantar a vitória também.

Andrea Janér:

Né vamos esperar para ver quando a coisa vai acontecer.

Fernanda Belfort:

E voltando um pouco pra temidade, o Scott Galloway, que é zero politicamente correto. Ele tava falando nos Estados Unidos. Obviamente. Né Ele falando ah, o Trump não me preocupa mais, né A própria natureza, a biologia vão dar conta disso. E ele falando que quando ele virou e foi um dos primeiros a falar que o Biden estava muito velho, as pessoas falaram é você é etarista. Ele falou não sou eu que sou etarista, é a biologia que é etarista. Então ele fala cara, é esse cara. Ele falou eu me preocupo com o Jay DeVance, com o Peter Thiel atrás, com tal. Esses caras me preocupam mais. E a verdade é essa, para o bem ou para o mal, quantos anos ainda pode ter? e acho que passa a ter um risco de ter um declínio cognitivo, que algumas pessoas chegam aos 90, ótimas, outras aos 70, já não estão mais. Daí. É um risco muito grande para ter alguém desse jeito e até para também dar um pouco de contexto para quem não conseguiu acompanhar bem as notícias nessa semana.

Fernanda Belfort:

Mas a gente viu os Estados Unidos dando uma série de exceções, inclusive para o Brasil, e com isso eles tiraram o percentual do suco de laranja, aço, petróleo e celulose e o impacto se concentra principalmente no café 30% do café consumido nos Estados Unidos vem do Brasil e da carne bovina, e a carne bovina obviamente vai causar um impacto no setor, mas a carne vai ficar mais barata para o cidadão, a picanha vai ficar mais barata. A picanha mais barata já foi tema de discussão e eleição. Igual o ovo foi nos Estados Unidos o preço do ovo, aqui o preço da picanha, e isso de alguma forma vai ser um ponto positivo pro Lula. E aí acaba tendo um ataque, principalmente um impacto nos bolsonaristas, a galera de agro que é notoriamente mais bolsonaristas, então a galera de agro que é notoriamente mais bolsonarista.

Fernanda Belfort:

Esses públicos são os que principalmente vão sentir impacto econômico aqui E por outro lado a gente vai ter o Lula fortalecido não só desse ponto de vista patriota, mas também do ponto de vista econômico, uma vez que da forma que o brasileiro sente no bolso algumas categorias vão melhorar. E outra coisa que a gente precisa comentar, que eu acho que é importante, foi o Moraes que foi incluído na lista do Magnitsky. Então todo mundo até brincando, falando que quer ver o Lula falar Magnitsky.

Andrea Janér:

A gente falou disso. Eu não sei se no podcast passado, no podcast retrasado eu estou já confusa aqui mas a gente falou inclusive. Foi a primeira vez que eu tinha ouvido falar nessa lei. Eu fui pesquisar.

Andrea Janér:

Achei super fascinante a história de como nasceu essa lei Por causa de um procurado russo e tudo mais E que ela se tornou um instrumento inclusive usado por vários países, não só pelos Estados Unidos, apesar de ela ter nascido lá, mas que é uma lei destinada a casos infinitamente mais drásticos do que uma, digamos assim, divergência política, que é o caso ali do Trump com o Alexandre de Moraes. Né então essa história pegou o mundo de surpresa muita gente repercutiu esse tema né por ser uma medida reservada para ditadores criminosos de guerra, né a primeira vez que um juiz de uma democracia é sancionado sob esse instrumento. Então acho que a questão não é discutir se você concorda ou discorda, ou gosta ou não gosta do Alexandre de Moraes. Acho que ele é uma figura muito polêmica no Brasil, né Ele tem realmente assim fãs e tem assim detratores assim muito extremos. Né, mas eu acho que aqui não é isso.

Fernanda Belfort:

Mostrar o dedo do meio no jogo do Corinthians não ajudou né, amiga, Vamos combinar. Não ajudou né, Mas aquilo também foi uma, Pelo amor de Deus né.

Andrea Janér:

Mas foi uma jogada altamente calculada. Ele fez com a intenção. Foi horas depois dele ficar sabendo disso, então foi muito planejado com certeza.

Andrea Janér:

Mas acho que, independente da gente gostar ou não gostar, eu acho que a atitude do Trump é extremamente perigosa. Acho que abre um precedente muito grave, fragiliza a imagem dos Estados Unidos como um árbitro democrático confiável. Acho que abala a legitimidade de instituições como banco, sistemas de pagamento, plataformas de tecnologia. Acho que mostra que nada é muito previsível quando a gente fala de Trump, e se tem uma coisa que mercados detestam é imprevisibilidade. Então acho que essa atitude do Trump de agir sempre com uma coisa meio intempestiva, de uma forma agressiva, meio arbitrária, sem pesar muitas consequências, né Gera realmente uma sensação de que os Estados Unidos virou realmente uma autocracia, né Odé e o Pedro Doria estava contando né num ponto de partida do meio até quais são as consequências de ser sancionado nessa lei.

Fernanda Belfort:

Então você acaba perdendo acesso a cartões de crédito com bandeiras americanas, então Mastercard, visa, coisas, assim. Eles podem não conseguir usar serviços pagos de empresas americanas. Consegue usar os gratuitos, mas assim, ah, eu tenho aqui o backup da Apple, ah, eu tenho o Google e pago não sei o quê, eu tenho o Pro. Parece que essas coisas não conseguem mais se fazer. Bancos onde eles têm contas vão ter que operar com cautela. Então ele vai poder continuar tendo conta no Banco do Brasil. Mas tem algumas coisas de compliance que eles precisam prestar atenção.

Fernanda Belfort:

Eles não podem operar em dólares americanos. Mas olha que interessante. Geralmente quando os Estados Unidos aplicam essas sanções a União Europeia, o Canadá e o Reino Unido automaticamente espelham também essas mesmas sanções. Só que no caso do Alexandre de Moraes isso não deve acontecer E vai ser a primeira vez que o Washington vai aplicar esse tipo de punição de forma isolada E aí provavelmente eles vão poder continuar operando em euro, em outras coisas assim. Então realmente existe aí um uso totalmente atípico para ser muito fofa, Independente da gente, gostar do Alexandre de Moraes, não gostar mas esse tipo de sanção não é para isso e é mais uma vez uma forma de coerção.

Andrea Janér:

É, eu acho que no que tange a liberdade pessoal dele, do Alexandre de Moraes, é claro que quando na medida que envolve a soberania nacional, acho que já é uma outra coisa. Mas no que tange a liberdade pessoal dele, eu não acho que ele esteja muito preocupado. Liberdade pessoal dele, eu não acho que ele esteja muito preocupado. Eu acho que é um preço até pequeno a pagar diante do quão o quão, a imagem que ele está passando de ter sido vítima da lei Magnitsky ele acabou sendo quase que um mártir, digamos assim, de toda essa história E a imagem dele que já estava muito. Ele já era uma figura muito respeitada no exterior. A gente falou aqui várias vezes de matérias sobre ele no New York Times, na Time Magazine, em que ele é considerado talvez uma pessoa que enfrentou as big tech, que enfrentou as redes sociais e que tem essa atitude de fazer com que a lei seja cumprida aqui no país.

Andrea Janér:

Eu acho que isso para ele é um capital político e profissional que para ele é muito maior do que ter que lidar com essas restrições que ele vai ter em pequenos Claro não são pequenos né se ele não puder mais usar o Gmail, não puder usar nenhum serviço de uma empresa americana, mas enfim, tem empresas europeias, empresas de outros países que podem suprir, então acho que ele não deve estar muito preocupado. O que foi interessante, também, que foi divertido, foi ver os memes. Naquele dia a internet estava assim inspiradíssima e tinha histórias, piadas ótimas de frases que ele teria dito, obviamente de brincadeira, falando sobre puxa, agora eu não posso mais comprar meu shampoo nos Estados Unidos, e coisas assim. Então, assim, no fundo, ele acho que sai fortalecido de qualquer maneira de todo esse processo.

Fernanda Belfort:

Planejando passar férias na Disney? eu acho que nenhum desses ministros da STF estão planejando na atual situação dos Estados.

Andrea Janér:

Unidos. Com certeza ele não deve estar lamentando que ele não vai poder passar o réveillon dele em Nova York e coisas do gênero.

Fernanda Belfort:

Acho que isso é um preço pequeno a pagar e tem um outro que eu não sei se foi meme ou foi verdade, mas que um deles acho que não foi o Moraes falou ah, sempre temos Paris, querendo dizer não estou nem aí, querido, vou estar feliz indo para a Europa. Beijo obrigada.

Andrea Janér:

Exatamente exatamente. E acho que, falando em Brasil, pegando esse gancho aqui, acho que hoje também a gente teve uma notícia bem impactante que está ainda em desenvolvimento mas 25 países teriam pedido formalmente para a COP30 não acontecer em Belém devido aos problemas de logística que a gente já sabe que desde o início são o grande impasse ali. O governo prometeu uma estrutura para receber delegações do mundo inteiro. Essas medidas não foram implementadas, ou seja a gente está muito atrasado na preparação da cidade para receber um evento dessa magnitude. E assim acho que o ponto principal dessa reivindicação desses países é o custo das hospedagens. Tem hospedagem custando 700 dólares por pessoa por noite. Então vários países estão dizendo que simplesmente não vão.

Fernanda Belfort:

Né A gente fala desse, né hiperturismo, como é que chama? Qual que é a expressão? Over tourism É over né E não sei em português como vai ficar isso. Tudo bem, né, mas desse vamos colocar assim, desse turismo excessivo que penaliza os lugares. Não é uma cidade pra receber uma coisa dessa magnitude e pra fazer tudo que precisa pra receber bem essas pessoas. Provavelmente também tem um impacto que não sei se faz sentido.

Andrea Janér:

Bom, mas, e aí É uma grande contradição, né É uma grande contradição.

Fernanda Belfort:

Né É uma grande contradição né Tipo o Davos, né Todos os físicos pegam seus jatinhos individuais, vão lá pra discutir como eles podem diminuir a emissão de carbono no mundo. Não é mesmo assim Exato, é uma grande contradição.

Andrea Janér:

Nada faz sentido né. Acho que essa história da COP ela sempre vai simbolizar talvez essa ironia do capitalismo contemporâneo, essa ganância de curto prazo que está sabotando os esforços para salvar o planeta. Então, assim a gente está vivendo uma especulação imobiliária no local enfim, obviamente só quem tem muito recurso pode ir. Então vai ser um evento provavelmente restrito às elites globais, que é a antítese da essência desse evento enfim do que ele deveria ser. Né, e de fato teve uma. Tem muitas críticas de do quanto a própria cidade acabou tendo. Sof cidade acabou sofrendo construções ilegais, houve desmatamento para abrir rodovia. Tudo isso mostra que assim as prioridades realmente foram totalmente as prioridades estão invertidas. Né.

Andrea Janér:

Então houve esse pedido e hoje à tarde houve uma reunião para discutir se de fato era o caso de reduzir. Nunca foi, nunca esteve em jogo tirar a COP de Belém, mas o que podia acontecer realmente era reduzir as agendas que iam acontecer lá e transpor vários desses encontros para lugares próximos que têm uma infraestrutura maior e já pronta para receber chefes de Estado, lideranças políticas, ativistas, etc. E acabou de terminar essa reunião e ficou resolvido que tudo vai ser mantido como estava e que o governo vai fazer algum tipo de intervenção para fazer cair o preço das hospedagens, mas que não existe um plano B, que tudo vai ser mantido e a COP30 vai acontecer em Belém, como estava originalmente planejado. Teve um tempo, lá uns 4, 5 meses atrás, que foi cogitado trazer para o Rio de Janeiro uma boa parte dessas agendas.

Andrea Janér:

Porque o Rio de Janeiro, uma boa parte dessas agendas? porque o Rio tem toda uma infraestrutura hoteleira, aeroporto, tudo pronto. Isso chegou a durar ali algum tempo, essa especulação, e depois de novo voltou tudo para Belém E agora acho que tivemos um outro questionamento e na verdade acho que isso prova que o governo não quer abrir mão vai ser lá mesmo.

Fernanda Belfort:

Mas tinha um racional para ir para Belém, que era realmente ir ali para o coração da Amazônia ou para o mais próximo disso possível, para mostrar essa urgência. Então eu acho que esta razão faz sentido, é muito bonita, mas talvez tenha que se redimensionar mesmo o evento E aí, ideia sabe o que acontece? Eu acho que a hora que não é uma coisa intencional de falar parte vai acontecer no Rio, vai acontecer em outra cidade, o que for começa realmente aí vira economia Quem tá disposto a pagar esse dinheiro, quem não tá, e naturalmente a escassez desalinhada ali, a oferta desalinhada com a demanda, faz com que os preços subam e naturalmente existe uma seleção e se reduz do mesmo jeito. Então eu acho que uma coisa é assumir tudo isso, a outra não, mas talvez a gente chegue no mesmo resultado Agora que com certeza vai ter um impacto inclusive ambiental, além de financeiro, nos participantes, porque acho que isso já é óbvio.

Fernanda Belfort:

vai, então espero que a atenção que a gente consiga chamar para essa urgência seja maior do que a exploração que vai acontecer da natureza, para que tudo isso aconteça.

Andrea Janér:

Mas assim eu acho que de qualquer maneira, sem querer ser enfim, acho que a gente tem que torcer para que tudo dê certo. A ideia aqui não é tripudiar em cima de um problema, mas assim o mal já foi feito. Né agora, por exemplo, tem uma reportagem ótima The New York Times contando como a cidade está adaptando motéis para receber políticos, lideranças, diplomatas. Né E essa reportagem é irônica porque fala assim o absurdo.

Fernanda Belfort:

Imagina o diplomata europeu num motel de Belém. Jesus, maria José, entendeu.

Andrea Janér:

É um absurdo da situação, então, diplomatas, a matéria fala assim. Né O absurdo da situação quando diplomatas internacionais são forçados a considerar acomodações com abre aspas, postes de danças, pole dances, né E paredes com estampa de leopardo. Algo está fundamentalmente errado com o planejamento da conferência. Né Então é uma solução mínimo constrangedora, né Enfim, então vão ter histórias assim para contar por muitos anos, né Os diplomatas que forem ficar nesses motéis de Belém, mas o fato, assim é que o que fica exposto realmente é a falta de planejamento que é muito característica do Brasil. Né Nada de novo até aqui. Né O Brasil teve muito tempo para se preparar, dois anos para se preparar para a COP, não conseguiu. Né então acho que até agora a gente teve, para você ter uma ideia, 36 mil leitos contra os 50 mil inicialmente prometidos. Né, e aí, se você olhar as conferências anteriores, elas ofereciam cerca de 90 mil leitos. Então a gente já estava bem abaixo, já se sabia que a COP 30 ia ser uma COP num escopo reduzido, mas mesmo assim.

Fernanda Belfort:

Já tinha gente vendo barco, você que está mais próxima desse mundo.

Andrea Janér:

Já tinha um monte de coisa acontecendo né Barcos são uma solução que está sendo usada por muitas empresas e muitas delegações vão ficar em barcos, porque isso foi mais fácil de transportar até lá E também ninguém quer construir tantos hotéis que depois não tem uso, né Que nem a gente fica com aquele legado da Copa do Mundo, da Olimpíada do Rio, que tem milhões de construções que foram feitas né, ah, isso faz sentido construir um hotel mesmo, né, amiga, você não acha?

Fernanda Belfort:

Talvez seja mais útil para a população.

Andrea Janér:

Ai meu Deus do céu, com certeza Bom, e agora indo para o assunto, vamos lá.

Fernanda Belfort:

Acho que a gente pode aqui assuntos finais, mas a gente falou bastante da guerra em Gaza e do Hamas na semana passada. Eu li dois artigos interessantes essa semana, um da The Atlantic, falando que o Hamas realmente quer matar Gaza de fome ou fazer Gaza passar fome, e até conhecendo que é uma matéria no The Atlantic, que não é uma matéria, não é uma revista muito mais progressista do que qualquer outra coisa, mas falando que essa crise de fome prolongada está acontecendo de forma deliberada, que é justamente a narrativa que o Estado que Israel tem e tudo que é uma forma de gerar uma comoção internacional, pressionar o Israel a terminar a guerra nos termos que fizerem sentido para a Palestina, e que no fim, por um lado está Israel limitando o envio de ajuda mais por decisões ineficazes e polarizadas, mas que a população civil acaba sofrendo. E eles falam que achei uma informação interessante que a maior parte da população culpa o próprio Hamas, que acaba sendo acusado de ficar escondido nos túneis da cidade enquanto o gás é destruída e que o grupo rejeita qualquer solução diplomática, inclusive uma recente proposta de cessar fogo de Israel e Estados Unidos, e se opõe ativamente ao envio de ajuda humanitária, criticando até o lançamento aéreo de alimentos. E interessante também quando eles falam numa segunda matéria que eu estava lendo, essa na The Economist, mas falando que o fato do Reino Unido e da França estarem considerando reconhecer a Palestina, isso vai atrapalhar chegar na paz e não facilitar. Então sei que esse é um assunto que está pegando bastante e o que ele fala nisso é que, a partir do momento que tiver esse reconhecimento, ao invés de promover a paz eles vão estar prejudicando, porque existe um contexto. Aí ele volta para o mesmo tema.

Fernanda Belfort:

Assim o Hamas e Israel rejeitando o cessar fogo a fome e a guerra toda lá sem solução, aí por outro lado vem essa intenção super declarada. Isso acaba dando um impulso à solução dos dois estados, mas também acaba sendo uma mensagem para pro Hamas e pro povo, né pra quem tá tomando as decisões na Palestina continuarem a guerra Falar opa. Agora a gente tá mais forte, então agora vamos pra cima. Isso faz com que Israel se sinta mais ameaçado E até naquele ponto de partida que o Pedro Doria faz no streaming, na assinatura do meio sobre a Palestina, que até a gente comentou também semana passada, que é super bom, o Pedro Doria até vai explicando o quanto que a direita e a esquerda em Israel está muito ligada ao quanto que você acredita que o Estado de Israel está sob ameaça ou não. Então imagina o quanto a direita se fortaleceu durante todo esse processo.

Fernanda Belfort:

Isso faz com que o Estado de Israel se sinta mais, ou as pessoas sintam que o Estado de Israel está cada vez mais ameaçado E na hora de ter negociações, de falar da influência futura, se eles reconhecerem agora o Estado, eles vão perder também poder de negociação relacionadas à paz e relacionadas a tudo isso. Então o que ele dá um pouco a entender é acho que esse é o tipo de coisa que só pode acontecer numa situação de estar chegando a um acordo de paz, numa situação não é uma coisa que você possa fazer do jeito que estão as coisas hoje. Claro que o que a população lá está passando não pode, não é uma coisa que você possa fazer do jeito que estão as coisas hoje. Claro que o que a população lá está passando não pode continuar então sem absolutamente tirar o olhar humano de tudo isso. Mas eu achei que são duas matérias interessantes que trazem alguns ângulos diferentes para assuntos que a gente tem falado bastante.

Andrea Janér:

Muito bom, eu tenho muitos amigos judeus, você também, e isso é uma coisa que a gente ouve deles há muito tempo que realmente a narrativa da grande mídia é sempre explorando essas imagens de Gaza e colocando os palestinos numa posição realmente de vítimas de Israel, quando na verdade eles são vítimas do Hamas. Então acho que isso é uma história que a gente sabe muito pouco. Eu acho então veículos locais, veículos que falam de lá mesmo, do front, publicações que são tocadas por judeus, também trazem esse outro lado que não chega a se tornar mainstream. Essa informação fica muito restrita e o que a gente mais consome mesmo são essas notícias que nos deixam sempre com esse sentimento de que existe uma grande tentativa de colocar o Hamas realmente numa posição de minoria e os palestinos como vítimas do jugo israelense.

Andrea Janér:

Né eu acho que tem muitas, como dizem, tem muitas camadas nessa história e a gente muitas vezes fica só na superfície, levados por tudo que a gente vê ouve, lê. Né eu acho que essas imagens da fome, elas são muito dramáticas e assim foram mostradas aí, assim de uma forma muito intensa nos últimos, nas últimas semanas. Né a gente liga uma CNN, você liga uma Globo News, você pega um jornal. Essas cenas são muito contundentes e elas estão realmente ali a serviço de uma tentativa, uma campanha quase né de pressão para que a comunidade internacional, os líderes internacionais, tenham alguma atitude como a que o Macron teve. Né chegou num ponto que o Macron tomou uma atitude e agora está tentando convencer outros países a fazerem a mesma coisa, e isso realmente pode ter. É um tipping point, talvez da guerra. Talvez a gente esteja chegando num ponto aqui de uma mudança de rumo.

Fernanda Belfort:

E no fundo é isso, Essa política. Isso me lembra um pouco o Ian Brenner falando de que no fim do dia não tem mais uma liderança além da selva, Porque se tivesse uma articulação um pouco maior entre Estados Unidos, o resto do mundo e geopolítica, talvez fosse mais fácil ter as alavancas para segurar Israel no que é necessário. Mas está tudo muito complicado. Então eles estão praticamente usando ameaças, Eles estão tentando recorrer a outras coisas, mas é um jogo perigoso. Odea e outra notícia que essa você até que me mandou, né, Mas é a de que a gente tem, acho que uma notícia boa no mundo de IA, de que junto com o lançamento dos agentes, que depois, se der tempo, você pode até contar pra gente que você começou a usar o agente do chat de APT, a OpenAI também lançou um modo que é um modo de estudo, Então é um study mode, e que eles, pela primeira vez uma empresa de IA reduziu intencionalmente a eficiência, a eficácia de um produto em nome de valores humanos e educacionais, E aquela coisa de que hoje a ideia desse modelo é recusar, dar respostas prontas para forçar o estudante a pensar.

Fernanda Belfort:

Então contrariar um pouco essa lógica de décadas de inovação que prioriza a eficiência, a conveniência, apresentando a resposta melhor possível para apostar na formação cognitiva ao invés da automação imediata, Então acho que isso é uma coisa super interessante.

Andrea Janér:

Eu acho incrível essa história porque isso também mostra um pouco da OpenAI estendendo seus tentáculos. Assim, né Então já antevendo ou já percebendo um backlash das pessoas, né Com a sensação de Saíram muitas matérias recentemente falando que o cérebro está se desenvolvendo menos ou ele é menos utilizado à medida que a gente usa mais inteligência artificial, então isso obviamente é um risco reputacional para a OpenAI. Né Então, assim, vamos fazer algo para que isso não seja a narrativa predominante. Né Então vamos criar esse produto que traz uma abordagem que eu achei super legal quando a gente foi lendo as definições. Né São perguntas socráticas, então quando o aluno faz uma pergunta, né Realmente né na base da filosofia exatamente Total, total.

Andrea Janér:

Então, assim, quando o estudante pergunta, por exemplo, sobre a Segunda Guerra Mundial, né o sistema né o chat de EPT pode responder que fatores você acha que contribuíram para o início do conflito, antes de dar a resposta pronta. Né, então, esse convite a pensar, né O convite a refletir é algo que não estava acontecendo, né Não era esse o rumo que esses elelemos estavam tendo. E agora acho que houve um momento assim de reconhecer que puxa, a gente também não pode tornar todo. Na verdade, a gente vai ter um momento de reckoning assim não vou conseguir falar a palavra em português mas o momento de colocar em xeque todo o sistema educacional, porque se a gente tem as respostas nessas ferramentas, e elas estão cada vez mais perfeitas e cada vez mais redondas, você vai pra escola pra quê?

Andrea Janér:

Desde a criança que vai pra escola até o adulto que vai pro o jovem adulto que vai pra uma universidade. Né A gente vai pra escola, então, pra aprender a não roubar o brinquedo do amiguinho, né Aprender valores cívicos, a viver em sociedade. Então acho que tudo isso a gente vai passar os próximos anos questionando. Vai ser um grande questionamento que vai passar por tudo isso, mas neste primeiro momento a gente também não precisa deixar as pessoas, os jovens, viciados nessa cola, que é usar essas ferramentas.

Fernanda Belfort:

E eu acho que teve A gente fala isso no Duplo Clique. a gente já comentou, desde daquela estudante que estava processando a faculdade de falar pô, eu não posso usar o chat de GPT como que o professor usa de um monte de coisa, e realmente não coloquei aqui na pauta o estudo em especial, mas houveram pesquisas nesses últimos meses.

Fernanda Belfort:

Teve uma até que teve uma repercussão muito grande, mostrando que a atividade, assim quando você usa IA para escrever, você tem menos atividade cerebral comparado com quem usa outra ferramenta ou não usa nenhuma. Teve uma que falava isso é até meio óbvio, mas é importante ter uma pesquisa que mostre que isso é verdade, que se você escreve um texto sem usar um chat GPT por exemplo, e minutos depois te pergunta e aí o que você escreveu no texto, quais eram os principais pontos, você lembra, você sabe versus uma coisa que você usou ali, meio que copy-paste do negócio que você não lembra depois. Então acho que essas foram coisas interessantes E eles falam no texto que a frustração é parte do processo de aprendizado E que esse modo de estudo é deliberadamente mais lento E que isso pode parecer frustrante. Então acho que também vai precisar ter formas de nós como pais.

Fernanda Belfort:

Bloquearmos e deixarmos nossos filhos terem acesso apenas a este módulo, porque é óbvio que na hora entre decidir se vai descer para jogar bola, se vai passarcer para jogar bola, se vai passar no shopping ou se vai ficar com o melhor módulo ou mais lento, que vai aprender mais, não pode deixar essa decisão na mão deles. E um ponto que eu acho que é importante ressaltar também que em abril né Anthropic com o Cloud já tinha lançado um Learning Mode semelhante, mas a gente sabe que a penetração da quantidade de usuários que usa a Cloud é imensamente menor. A quantidade de pessoas que usam o chat GPT, então essa acho que vai ser a primeira que realmente vai ter um, vai ecoar mais no mercado.

Andrea Janér:

Não, e bem assim. Não é surpreendente que a Antropic tenha sido a primeira, porque ela sempre se coloca realmente como essa empresa mais ética e que busca uma IA mais segura. Então acho isso bem interessante ter sido ter vindo deles. Mas acho que outro assunto importante que envolve a Open IA essa semana foi o lançamento dos agentes. Né A gente falou disso rapidamente e eu comecei a usar porque ele vai sendo disponibilizado aos poucos, então algumas pessoas não estão ainda visualizando o agente outros já estão, o meu apareceu uns dois dias.

Andrea Janér:

É o meu, apareceu hoje e eu já passei uma tarefa pra ele porque eu precisava fazer alguns exames que o meu plano não ia cobrir.

Andrea Janér:

Então eu ia fazer enfim de forma particular. E é muito que o meu plano não ia cobrir, então eu ia fazer enfim de forma particular. E é muito curiosa assim a discrepância de preço entre os laboratórios. Né, então, como eram 10 ou 11 exames, eu tirei uma foto do pedido médico, subi no chat de EPT e pedi para o agente fazer um orçamento daqueles exames para mim, e aí deixei ele lá trabalhando, fui fazer outras coisas no computador enquanto isso e daqui a pouco ele apareceu com uma tabela em que ele comparava sete ou oito laboratórios eu tinha pedido para ele fazer no meu prompt. Eu pedi para ele fazer uma análise incluindo os laboratórios Fleury, einstein e Alta, mas não somente, então para ele procurar outros laboratórios também. E aí ele me explicou que esses três que eu pedi para incluir não tem os preços dos exames no site. Então para que esses preços pudessem ser avaliados eu precisaria colocar um CPF. Então quando começa a precisar muito de tem traves em que você tem que entrar colocar seu CPF, coisas, assim ele trava e te pede.

Andrea Janér:

Mas ele me deu uma tabela muito boa de preços que variavam enfim de mil reais até sei lá quatrocentos reais. Eu acabei me dando o trabalho de entrar mesmo eu mesma no site desses laboratórios que ele não incluiu na pesquisa. Percebi que eles custavam 2.500 reais e que outros laboratórios faziam por 900. E minha endocrinologista liberou fazer esse mais barato. Então tá tudo certo, Mas mostra que realmente é um trabalho que teoricamente você passaria pra um assistente, pra um secretário, uma secretária, fazer esse levantamento que ia levar provavelmente sei lá uma hora, e a gente passaria horas fazendo isso, né no meio dessa loucura toda Ou a gente faria isso, Ou você faria no primeiro que você ligou e falaria cara é isso.

Andrea Janér:

Não tenho tempo né pesquisar preço é um luxo e eu não vou conseguir. Sim, e às vezes você faz no primeiro lugar que aparece porque você não tem esse tempo. Então vai ser um recurso pra todos nós que vai poder realmente fazer pedidos de orçamento, levantamento de possíveis locais pra você fazer um evento, reserva de restaurante. Tudo isso a gente já tinha falado, a gente já sabe, mas agora tá chegando cada vez mais perto, lembrando que daqui a um mês, se eu fosse contar essa história, provavelmente ele já ia estar mais ainda eficiente e eu ia ter uma resposta ainda melhor. E ele terminou a tabela perguntando você quer que eu entre em contato com esses laboratórios e agende para você essa coleta domiciliar, por exemplo, que era o que eu queria?

Andrea Janér:

Então ele vai acrescentando novas etapas e daqui a pouco você vai dar a tarefa e vai deixar uma tela aberta ali. Toda vez que ele tiver uma dúvida ou ele precisar da sua interferência, ele vai te avisar, você vai lá, ajuda a resolver aquele problema e ele vai seguir, vai continuar fazendo o que ele tá fazendo E assim vamos caminhando né em direção ao mundo em que a gente vai ficar finalmente mais produtivo e mais eficiente.

Fernanda Belfort:

E agora, depois de passar quase uma hora e a gente tem que terminar o episódio, né eu quero ficar falando de agentes Porque eu tenho várias coisas pra contar, mas tudo bem, eu vou resistir. Antes de qualquer coisa, eu queria aproveitar que você falou em exames e eu queria agradecer as várias pessoas que foram imensamente fofas e mandaram mensagem né acho que até muitas até de convívio da Deia, porque quem me conhece e convive comigo há mais tempo já tinha ouvido a minha história do câncer, mas assim eu recebi muitas mensagens lindas.

Fernanda Belfort:

Nossa foram muitas mensagens, muitasuitas Muitas E assim gente, as horas que a gente passa aqui né Deia se dedicando ao podcast e tudo a cada uma mensagem que a gente recebe de alguém valem a pena. Então queria de coração agradecer e falar que o meu exame deu tudo bem, Que Deia, graças a Deus, não acharam nada. E daí o meu irmão lindamente me deu a notícia, que eu confirmei no laudo, que quando não dá nada falam que você só precisa fazer de novo na recomendação daqui a 10 anos. Então o que o meu médico queira fazer daqui a 5, que seja pelo menos. eu falei, graças a Deus, não vou ter que fazer todo ano.

Andrea Janér:

Já achei que eu saí no lucro, entendeu, mas graças a Deus, eu fiz tudo bem E você confirmou que o limão ajuda. Limão ajuda, e confirmou que o lim.

Fernanda Belfort:

Mas realmente eu acho que Eu tava no desespero, né gente, porque me bateu cinco minutos. Eu falei preciso fazer esse exame E tinha horário dez da manhã no sábado. Eu fui dez da manhã, mas a dica que o meu médico tinha dado de fazer tipo meio-dia, eu acho incrível, porque eu acho que deixar pra tomar lá o Manitol durante o dia e não atrapalhar a sua noite de sono.

Fernanda Belfort:

Né sono né porque são esses dois problemas, é que você fica lá né igual uma rainha, por outro lado você também não dorme direito. Então acho que né conseguir separar essas duas coisas, eu acho que já é uma ajuda, que vai ser um aprendizado para o próximo, mas foi super bom, é, mas eu queria também.

Andrea Janér:

Queria agradecer também porque muita gente mandou mensagens muito legais sobre o último podcast, em que a Fih foi super vulnerável, contou a experiência dela E é nessas horas que a gente fala de coisas mais vulneráveis, que as pessoas né se conectam muito. Então queria agradecer, foi muito gostoso ouvir o feedback de todos vocês aí.

Fernanda Belfort:

Obrigada, e se vocês quiserem a gente fica contando muito mais coisa pessoal, porque isso é muito mais fácil, né Dea, do que descobrir tudo que tá acontecendo com o Tiago. A gente pode super incluir uma parte, entendeu?

Andrea Janér:

e só pra fechar é a mesma coisa que ter agentes a gente pode fazer um outro.

Fernanda Belfort:

A gente pode fazer um duplo clique, um whatever, duplo clique alguma coisa.

Fernanda Belfort:

Mas, odé, e o que você tava falando de agente, imagina que o que tá acontecendo agora é que já existem protocolos de como que um agente conversa com outro agente. Então isso vai começar a cada vez mais aparecer. Imagina que no futuro você vai colocar o teu agente pessoal que vai falar com o agente do laboratório, entendeu Lá via MCP, e vai conseguir resolver E uma coisa, né que depois a gente pode fazer uns episódios e falar melhor disso, porque além de falar da nossa vida pessoal, vocês também gostam quando a gente fala de tecnologia, que eu sei. Mas ano passado todo mundo falava muito de engenharia de prompt. Né Nossa engenheiro de prompt, engenharia de prompt, agora vamos ter que formar os engenheiros de prompt. Durou muito pouco.

Fernanda Belfort:

Né Foi um voo de galinha do engenheiro de prompt coitado, porque na? porque na verdade não é mais total voo de galinha, não é mais engenheiro de prompt, gente, agora é engenharia de contexto. Engenharia de contexto é um guarda-chuva maior que inclui a engenharia de prompt, que é o que a Andrea efetivamente escreveu lá e pediu pra fazer. Mas além disso são as bases de dados que esse agente tem acesso a. Então desde vou pesquisar na internet, vou buscar aqui num reg que eu tenho de PDFs da minha empresa, o que for São. Obviamente tem memória de longo prazo, tem memória de curto prazo, tem várias coisas ali também que entram nisso E tem a parte das ações do que ele efetivamente consegue fazer. Então eu consigo fazer um agendamento, eu consigo entrar num site, eu consigo o que eu consigo. Então tem muita coisa legal. E a gente vai falar de agente muito ainda gente, porque eu adoro esto E aliás trabalho com isso também. Então que bom que eu adoro, porque senão eu ia ter que estudar do mesmo jeito E com isso encerramos, mais um Duplo Clique.

Andrea Janér:

Nos vemos de novo na semana que vem. Agora entramos, acho que num ritmo de novo, né Exatamente.

Fernanda Belfort:

Agora que você saiu da sua temporada de 30 eventos, quando que vai ser o download de tudo da Europa? meu amor Pra quem não quiser perder e quiser assinar Oxygen. Boa pergunta, a gente vai ter um no Rio?

Andrea Janér:

A gente vai ter um no Rio.

Fernanda Belfort:

Junto com o Rio Innovation Week Pra comunidade do Rio.

Andrea Janér:

Junto com o Rio Innovation Week, Que aliás tá incrível. Fica aqui a dica Quem quiser ver nomes incríveis no Brasil, É um line-up realmente de peso Amy Webb, Daniel Goldman, Peter Diamandis E quem E quem Muita gente boa Andréa Janer.

Fernanda Belfort:

André Janer está no Line Up, lá Person. quem quiser conhecer a minha musa em carne e osso pode ir Ai. Fê.

Andrea Janér:

Verdade, verdade, mentira, vou estar lá também, mas o Rio Novejo Bic tá demais, aproveitem. Não é sempre que a gente vê tanta gente boa reunida no Brasil. E a gente vai ter também uma edição online ao vivo no dia 19 de agosto para os assinantes da Oxygen também, então dá tempo de assinar e ter acesso a tudo isso na nossa plataforma.

Fernanda Belfort:

E com esse jabá a gente termina a sessão de hoje né Não encerra nada. Todas aquelas coisas que a gente teve que gravar e tava lá a Deia na Suíça, estadéia em Paris, estadéia não sei em que outros lugares mais Londres, sxsw, todos esses eventos juntos vão estar nesses downloads, neste download.

Andrea Janér:

Mas é 4 em 1, 4 em 1, 4 em 1, vai ser assim um exercício de edição assim homérico, mas tudo bem Imperdível, perco por nada.

Fernanda Belfort:

Não conseguirei estar presente no Rio porque eu tenho que trabalhar pra pagar obra, alimentar meus adolescentes e tudo, então infelizmente não poderei estar lá. Porém estarei no online. Então quem quiser trocar emojis comigo, estarei lá, valeu e com esse bom jogo encerramos mais um duplo clique, exatamente até a semana que vem. E com esse bom favor encerramos mais um Duplo Clique Exatamente. Até a semana que vem Sextou Beijo Beijo pessoal Tchau, tchau.

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