Duplo Clique

O Mundo em Transformação

Andrea Janer e Fernanda Belfort

Send us a text

O cenário da informação vive uma transformação preocupante: bilionários controlam plataformas e a liberdade de expressão sofre ataques crescentes. Neste episódio, analisamos a venda do TikTok nos EUA, o favorecimento de aliados de Trump, como Larry Ellison, e a suspensão de Jimmy Kimmel após piadas sobre o presidente — sinais de um discurso hipócrita em defesa da liberdade de imprensa. Some-se a isso a propagação de desinformação científica, como a polêmica infundada ligando Tilenol ao autismo.

Na ONU, Lula adotou um tom sereno e humanista, em contraste com Trump, que mesmo deselegante mencionou cordialidade com o brasileiro — possivelmente articulada por interesses da JBS diante do tarifaço americano. No Brasil, a rejeição unânime da “PEC da Blindagem” mostrou a força da mobilização popular e a vigilância democrática. Mas será que democracias consolidadas resistem a tamanha concentração de poder midiático?

- Links:

Inclusion Cloud+3Data Center Frontier+3RCR Wireless News+3

Inclusion Cloud+3CIO+3RCR Wireless News+3

- Acompanhe mais com a gente:

Oxygen Club - Andrea Janér

Tribo de Marketing - Fernanda Belfort

"As opiniões expressas aqui são estritamente pessoais e não devem ser interpretadas como representativas ou endossadas pela Salesforce, empresa onde a Fernanda Belfort trabalha."

Speaker 2:

e eu sou a Fernanda Belfort e eu sou a Andrea Janer e bem-vindos a mais um duplo clique.

Speaker 1:

Bom gente, quem acompanha a gente sabe que a gente demorou para gravar dessa vez. Né A vida nos atropelou um pouco, faz parte, mas a gente tá cheio de assunto legal, eu e a Deia, só aqui nessa organização de pauta que a gente faz um pouquinho antes de começar, a gente já ficou um tempão batendo o maior papo porque tem muito assunto. Então vamos direto ao que interessa. Né Deia.

Speaker 2:

Vamos. Tem muita coisa acontecendo, muita coisa que a gente precisa comentar que aconteceu nessas duas últimas semanas. Vamos começar pelo TikTok Fê.

Speaker 1:

Vamos. E essa saga do TikTok Finalmente É um assunto que a gente já trouxe aqui no passado. A gente falou bastante disso aqui no passado Tipo eu lembro a gente em janeiro, acho que no primeiro que a gente gravou a gente falando desse assunto, né, então esse assunto está realmente se esticando.

Speaker 2:

Coloquemos assim É O Trump se esticando. coloquemos assim É o Trump foi adiando esse deadline. Só para a gente recapitular aqui, para quem não lembra o TikTok foi Essa história de banir, de suspender o TikTok ou vendê-lo para uma empresa americana começou no governo do Biden. Nem foi uma coisa do Trump. Começou lá atrás, quando levantaram algumas suspeitas de que o TikTok poderia estar espionando os usuários americanos, né, reunindo dados sobre os usuários americanos ou até direcionando conteúdo através dos seus algoritmos que favorecessem o governo chinês. Então, nessa tentativa de né, talvez um pouco nessa onda de nacionalismo e tudo mais, sem o governo chinês. Então, nessa tentativa de Talvez um pouco nessa onda de nacionalismo e tudo mais, essa regra foi criada.

Speaker 2:

Então ele, a partir de 2025, ia ter que ser vendido por uma empresa americana ou banido, e isso mexeu com muita gente, porque tem toda essa economia de criadores hoje em dia que depende muitas vezes do TikTok, gente que vende produtos, serviços, né, então isso mexeu muito com esse cenário aí das redes sociais americanas e desde que o Trump assumiu, ele disse que ele ia resolver deixa que eu resolvo, assim como todas as guerras, deixa que eu vou resolver esse BO aí.

Speaker 1:

E ele foi adiando esse tem que ser a mesma coisa. Eu vou resolver a Ucrânia para a Rússia. Eu vou resolver um monte de coisa, né Então? Não conseguiu bem, mas tudo bem.

Speaker 2:

Não, mas ele foi dando deadlines para isso acontecer e ele tentando, segundo ele, costurar nos bastidores um acordo com o Xi Jinping, que não está fácil, né dois estão obviamente em polos opostos em vários campos e, no fim das contas, essa semana ele anunciou com muita pompa e circunstância, finalmente a assinatura de uma executive order que criou uma nova empresa, o TikTok US, que foi comprado por um consórcio de empresas americanas e deixou a ByteDance, que é a controladora original do TikTok, com apenas menos de 20%, na verdade, da empresa. Isso está dando o que falar. Primeiro, porque eu acho que assim tem uma coisa engraçada dele mostrar isso como um triunfo. Ele triunfou e resolveu um problema. Então, quem segue o perfil da Casa Branca, eu sigo porque eu acho realmente necessário, até do ponto de vista de entender comunicação hoje em dia.

Speaker 2:

O perfil da White House é vai ser estudado, eu acho. Acho que a gente fala pouco disso. Até eu já falei várias vezes aqui no podcast, mas a gente não se debruça o suficiente sobre as coisas que a Casa Branca tem postado, né Com a linguagem de meme, com uma coisa assim, muito sei lá, quem estuda semiótica, acho que tem um prato cheio ali.

Speaker 1:

Mas ele postou né E é chocante porque é uma conta que a gente espera que tenha uma seriedade de comunicados oficiais de um governo e que assim né. De repente tem posts que parecem o doido do Trump no próprio.

Speaker 2:

Instagram dele. Exato, é uma coisa. Tem muita gente que faz comentários hilários tipo assim, gente, quem é o estagiário que tá cuidando dessa conta? né Tirem o estagiário deste job, né De parar de fazer isso, porque está patético. Uma coisa meio irônica que não condiz com o perfil oficial, né Podia até ser um perfil paralelo, mas não é E é muito chocante assim. Então ele postou ontem que ele finalmente salvou o TikTok para a alegria, segundo ele, de milhões e milhões de americanos que dependem dessa plataforma até para sobreviver.

Speaker 2:

Só que essa venda do TikTok ela gera uma série de questionamentos numa semana muito importante, porque essa história do TikTok não parece, mas ela tem muito a ver com a suspensão do Jimmy Kimmel. A gente até depois vai falar um pouco desse tema também, mas tudo isso está muito interligado. Só para dar um spoiler, aqui essa semana o Bernie Sanders, que é um senador americano, fez um post mostrando por as evidências de que toda a mídia americana está concentrada nas mãos de cinco homens E assim a mídia americana lê tudo que a gente consome também. Então até a articulação da venda do TikTok foi feita de forma a privilegiar amigos do Trump, Tanto que um dos acionistas novos do TikTok é a família Ellison, que são os donos da Oracle também. Então, super braço direito do Trump, super apoiadores desde o início. O Larry Ellison, inclusive, agora se tornou o homem mais rico do mundo. Ele e o Elon Musk estão ali disputando o primeiro lugar. Mas tudo isso são tudo fruto de articulações do governo para que ele tenha esse protagonismo no governo do Donald Trump.

Speaker 1:

Então ele e o filho E só para complementar a Oracle desde o começo do ano já estava falando que tinha interesse em entrar nessa negociação do TikTok, então acho que não é uma novidade.

Speaker 1:

E só para a gente falar rapidamente desse capítulozinho Oracle. depois a gente segue em frente. ele virou o homem mais rico do mundo porque a OpenAI e a Oracle também nessa última semana anunciaram um acordo para o Stargate, que é aquele projeto de infraestrutura nos Estados Unidos, de que eles teriam um contrato de 300 bilhões de dólares para fornecer poder computacional, ou seja a parte de cloud, das nuvens infraestrutura, os data centers e tudo isso que seriam usados pela OpenAI. E teve até uma grande brincadeira que falaram assim nossa, que coisa doida, porque a OpenAI está fazendo um contrato de 300 bilhões, dinheiro que ela não tem, para comprar o poder computacional da Oracle com uma infraestrutura de data center e tudo que a Oracle não tem. E isso fez a ação da Oracle subir um monte e ele virou o homem mais rico do mundo E que a brincadeira era ok, estamos vivendo em uma simulação, porque assim é só a intenção disso tudo. Corta esse assunto, voltamos para o TikTok.

Speaker 2:

É o TikTok teve vários potenciais compradores ao longo desses últimos oito meses desde que você lembrou bem, desde janeiro que a gente fala nesse assunto, e várias empresas, vários investidores estavam interessados, inclusive o Frank McCourt do Project Liberty, que foi o primeiro a entrar no bid para comprar. Mas na verdade é que o Trump manipulou toda essa negociação para acabar nas mãos de seus homens de confiança. Essa é a realidade. Então assim é bem preocupante. Isso porque a gente já tem o Elon Musk, que é o primeiro ou o segundo homem do mundo mais rico do mundo, no comando do X.

Speaker 2:

A gente vai ter Larry Ellison e possivelmente os Murdochs também, que são donos da Fox News, no comando do TikTok. A gente tem o Jeff Bezos, que é dono do Washington Post. A gente tem enfim o Mark Zuckerberg é dono do Washington Post. A gente tem enfim o Mark Zuckerberg dono da Meta, ou seja Instagram e Facebook, tudo a turma que estava jantando com o Trump na Casa Branca, né naquela noite. Então assim é bem preocupante. O Bernie Sanders fez esse alerta, falou gente, nós estamos assistindo uma concentração de mídia como nunca aconteceu antes e isso é muito perigoso para a democracia, muito perigoso para a liberdade de expressão. E aí isso já emenda no assunto do Jimmy Kimmel e na capa da Economist.

Speaker 1:

Dea, mas só para a gente falar um pouco mais disso, do negócio do TikTok. O que eu estava lendo também é que o TikTok quem falar um pouco mais disso do negócio do TikTok? o que eu estava lendo também é que o TikTok quem está nos Estados Unidos não afeta a nossa vida aqui, né gente. Mas quem está nos Estados Unidos talvez tenha que baixar um outro app não agora, mas tenha E daí tem essa dúvida. Mas eles vão continuar tendo acesso aos vídeos do mundo inteiro. A intenção é que, sim, continuem tendo acesso. E como vai ser o algoritmo? e como vai ser o algoritmo? Porque a grande discussão era essa O que vai acontecer com o algoritmo? Porque o TikTok só é o TikTok? por alguns motivos.

Speaker 1:

Primeiro, esse é o tipo de mercado que é the winner takes it all, uma rede social só, e o TikTok mais ou menos. Mas assim uma rede social só faz sentido você estar no WhatsApp ou no Instagram se os seus amigos estiverem. O TikTok virou uma coisa de entretenimento. Ele até saiu desse nível. Mas só faz sentido você estar lá se tiver um monte de gente criando conteúdos para estar lá. Mas o que torna o app tão incrível é que ele tem um algoritmo realmente de te mostrando coisas que potencialmente vão te interessar de uma forma eficiente que prende a atenção das pessoas.

Speaker 1:

Por isso que tanta gente vende no TikTok, por isso que ele é importante para tanta gente, imagina a popularidade dele se ele cortasse o TikTok dos Estados Unidos também, e o que eu li é que eles vão continuar usando o algoritmo oficial da ByteDance. Então essa engenharia não vai passar essa propriedade intelectual, não vai passar para umariedade intelectual, não vai passar para uma outra empresa. Eles continuam usando, mas com toda a parte de dados e tudo isso dos usuários acontecendo nos Estados Unidos. Então isso é uma coisa interessante. Também. Parte da preocupação era o que é o algoritmo. Se o algoritmo nos Estados Unidos estava levando a vídeos e coisas menos profundas, barra que educassem menos a população, se não estava viciando as pessoas em coisas diferentes do que de repente na China que mostrava um monte de coisas de educação, então tinha um pouco dessas questões. Mas isso é um ponto para a gente também entender aí nas próximas semanas.

Speaker 2:

Perfeito. Então acho que a gente vai acompanhar esses próximos passos, porque ainda não está tudo absolutamente transparente e finalizado, embora o Trump sempre faça isso antes das coisas estarem absolutamente resolvidas. Ele vai lá e avisa antes e aquilo se torna uma verdade. Então acho que essa tem sido uma prática comum nele desde sua candidatura, desde o primeiro mandato, na verdade. Mas o que eu acho interessante é esse tema que levanta uma preocupação muito grande da liberdade de imprensa nos Estados Unidos. Né Então a gente viu que essa semana a The Economist saiu com uma capa em que o Trump aparece num desenho, numa ilustração na capa, mostrando que ele está ao mesmo tempo por trás da câmera segurando o microfone, sendo entrevistado, ou seja o Trump em todos os papéis, e a capa foi muito provocativa porque está todo mundo se perguntando nos Estados Unidos agora, depois da história do Jimmy Kimmel, o que é o Trump? fez toda uma campanha, os republicanos em geral, falando da liberdade de expressão. Uma das grandes bandeiras da campanha era acabar com esse movimento woke que fazia as pessoas falarem aquilo que era politicamente correto, em que as redes sociais baniam ou silenciavam pessoas que diziam o que eles chamam de verdade.

Speaker 2:

Ficou muito forte essa discussão sobre liberdade de expressão na campanha. O Elon Musk mesmo falou várias vezes que ele tinha comprado o X para evitar que pessoas fossem banidas, para permitir que cada um falasse aquilo que quisesse. Todo mundo podia falar o que quisesse. Isso foi muito forte na campanha. Isso inclusive levantou muitas discussões na época porque a gente falava assim, gente. Mas não é assim. Não pode ser assim Cada um chegar num Twitter ou num Instagram e falar o que quiser e incriminar pessoas ou espalhar em verdades né, como foi a questão das vacinas e tudo mais. Esse foi um ponto crucial na campanha do Trump E aí, quando ele foi eleito, agora ele está enfim calando pessoas também. Então a grande discussão agora nos Estados Unidos é ah tá, a liberdade de expressão funciona enquanto ela é conveniente para o governo, né Enquanto as pessoas estão dizendo que o Trump quer ouvir. Se você discorda dele, se você, no caso do Jimmy Kimmel, fez uma piada que na verdade é uma prática absolutamente comum.

Speaker 1:

Todos esses late night shows todos foram, sempre fizeram muita.

Speaker 2:

Eu acho até um pouco deselegante, é uma coisa que pra nós é um pouco estranha, Também passa do limite, assim né Tem umas brincadeiras E é um pouco até A cultura também passa do limite.

Speaker 1:

Assim, né Tem umas brincadeiras, passa do limite E é um pouco até né Lembra quando o Will Smith deu o tapa na cara. Né Sim no Oscar, esqueci até o nome do outro. É no Oscar.

Speaker 2:

É um desses caras de stand-up né E Acho que foi o Quiz Rock, A confusão É aquelas piadinhas do Oscar.

Speaker 1:

Então que pra gente, pra nossa cultura sério vai fazer uma piada de que a esposa dele é careca. Tem uma coisa meio cultural americana de que eles fazem principalmente nesses stand-ups, nesses late shows e tudo que as audiências já caíram muito né assim já não é algo com tanta relevância, mas acho que realmente foi um choque e acho que foi interessante porque realmente mostrou quanto tem dois pesos, de duas medidas e a contra tudo que ele falava. A gente já vinha falando disso nas últimas semanas, no quanto eles sempre falaram da liberdade de expressão e agora ele estava se traindo. E é interessante até porque eles voltaram atrás, colocaram o Jimmy Kimmel de volta no ar. Algumas emissoras afiliadas, né a ABC não quiseram colocar de volta, então em alguns estados americanos não passou. E foi interessante né até na volta dele, o discurso dele, né ele ficou até emocionado quando ele falou da viúva do Charlie Kirk que perdoou o assassino, e acho que tem aí um movimento acontecendo cada vez mais claro e teve o lance do Pentágono também, né Dea.

Speaker 2:

É só pra terminar a história da volta dele, o que eu achei interessante também porque a volta do Jimmy Kimmel se deu muito por pressão também das pessoas. Né Teve uma campanha online de celebridades, outros comediantes, todos que se sentiram ameaçados também tipo Jimmy Fallon, que é uma super celebridade nos Estados Unidos e que tem uma linha muito parecida com a do Jimmy Kimmel, né Faz aquelas piadas, também sempre abre o programa ironizando as falas do Trump. Fazendo tudo isso, então teve uma mobilização de Hollywood e enfim de jornalistas, de celebridades, pedindo pelo retorno de Jimmy Kimmel E campanhas online. Eu pelo menos fui impactada pela atriz Cynthia Nixon, que era a Miranda do Sex and the City. Enfim fez um post, né super dramático, assim convidando as pessoas a cancelarem suas assinaturas do Disney+, que é a dona da ABC, então Hulu também, né uma outra plataforma que é do mesmo conglomerado. Então assim houve uma pressão muito forte.

Speaker 2:

O Bob Iger, que é o todo poderoso da Disney, se viu em maus lençóis porque na verdade o convite da Cynthia Nixon não foi só pra parar de assinar, cancelar a assinatura da Disney Plus e da Hulu, era assim gente não vão mais aos parques, não viajem mais nos cruzeiros da Disney, boicotem tudo, boicotem tudo que for relacionado à Disney, então uma coisa realmente que podia ganhar uma proporção muito grande nos Estados Unidos, e a Disney acabou cancelando a suspensão dele e ele voltou E foi muito verdadeiro. Eu vi depois também, como você, no YouTube, o discurso dele. Achei que ele foi muito verdadeiro. Eu vi depois, também, como você, no YouTube, o discurso dele. Achei que ele foi muito verdadeiro. Ele não parece que vai medir as palavras a partir de agora, porque esse é o ambiente americano. Agora será que todo mundo vai ter que medir suas palavras. Como é que a mídia vai funcionar a partir de agora? Houve também uma nova regra do governo americano que os jornalistas vão ter que passar as suas notícias antes para aprovação deles.

Speaker 1:

Então, tem um cerceamento de que quem cobre o Pentágono deveria. Pelo que eu entendi, a proposta é de que eles, para poderem ter acesso e estar lá, eles teriam que assinar um termo em que eles concordariam em passar para aprovação, sei lá do PR do Pentágono, alguma coisa assim, do que poderia ou não ser publicado.

Speaker 2:

Ou seja, é um cerceamento da liberdade de imprensa muito sério.

Speaker 2:

E aí a gente vê todos os veículos que a gente acompanha que são obviamente mais críticos ao governo o New York Times, o Washington Post um pouquinho menos porque é do Bezos, então eles não podem pesar muito a mão ali, mas os veículos E é engraçado que o Wall Street Journal também, ele é da News Corp do Murdoch.

Speaker 2:

Então isso, quando cai a ficha desse de como funciona o sistema de mídia americano, existe um cenário muito preocupante mesmo em que os chefes estão sentados ali ao lado do Trump e a gente não sabe o que vai acontecer Se a gente vai continuar tendo livre acesso à informação como ela é, ou se a gente vai ter tendo livre acesso à informação como ela é, ou se a gente vai ter que assistir as notícias por canais independentes. A Carys Fisher e o Scott Gellar debateram isso no podcast recentemente que talvez eles precisem usar outras plataformas, mas que plataformas vão ser essas? se o X é do Musk e o Threads e o Instagram e o Facebook são do Zuckerberg, que sentou do ladinho do Trump naquele jantar, então é um cenário bem preocupante, viu, bem preocupante mesmo.

Speaker 1:

Ainda confio bastante no YouTube e em algumas plataformas, mas aí também tem muito menos do orgânico. Né É muito mais orgânico, né Não tem tanto desse negócio de você estimular. Talvez o alcance desses criadores não seja tão grande. Então acho que tem temas aí interessantes.

Speaker 2:

E nessa história da liberdade de imprensa, dessa maneira como o Trump continua avançando, acho que temos que falar do discurso dele na Assembleia Geral da ONU essa semana, Na verdade Oi fala Não só antes desse assunto.

Speaker 1:

deixa eu só contar um outro, porque daí a gente já cola e mata. Mas o que eu achei mais engraçado do Jimmy Kimmel é quando ele falou que a única pessoa que devia estar tendo uma semana tão ruim quanto a dele foi o CEO do Tilenol.

Speaker 2:

Entendeu Porque realmente assim cara.

Speaker 1:

Mas essa Conta um pouco desse negócio do Tilenol, e daí a gente já muda de assunto e vem pro Brasil e pra onde.

Speaker 2:

Bem lembrado, bem lembrado, essa história do Tilenó. Eu assisti ao vivo porque, você sabe, eu trabalho com isso, então eu tô com a televisão ligada o tempo todo e eu assisti ao vivo. Um pronunciamento do Trump. Aí você pensa, gente, o presidente vem fazer um pronunciamento, né? Então eu acho que isso é muito importante também a maneira como isso foi anunciado, o presidente foi fazer chamou, convocou uma coletiva de imprensa junto com o Robert Kennedy Jr, o ministro da saúde dele, para ler um texto em que ele declara o presidente dos Estados Unidos, com o seu ministro da saúde, declara que existem estudos suficientes para linkar, para ligar o uso de Tilenol na gravidez ao autismo nos Estados Unidos, o que gerou assim uma revolta na comunidade científica, nos médicos, porque existem sim estudos sobre esse tema, como existem milhões de outros estudos para tentar entender consequências e tudo mais, mas jamais um consenso sobre essa relação de causa e consequência.

Speaker 2:

Então não existem vários cientistas foram ouvidos, a imprensa foi atrás de vários experts em vários hospitais e laboratórios do mundo inteiro para dizer, e todos eles foram unânimes, não existem evidências suficientes para uma acusação desse porte. Então é mais um daqueles momentos em que o Trump pega um assunto que ele não tem profundidade para falar, nem o RFK Jr, que é um negacionista, quanto mais a gente sabe disso e aquilo se torna uma das bandeiras dele essa semana. Quer dizer por quê, por quê?

Speaker 1:

Dea, você sabe que você tava falando isso. Né, você tava falando desse negócio de que não tem evidências suficientes e eu até comecei uma busca aqui de entender o que tem o que não tem. Obviamente, quem sou eu para ver tudo isso? mas a hora que você começa a ler, dá uma super insegurança porque começa essa discussão. Sabe aquela teoria de me dá um número que eu te dou um racional, me dá um racional que eu te dou um número. Tem uma manipulação, tem livros e livros e livros sobre isso. Como você pode usar estatística pra mentir e coisas assim. Então sempre tem um estudo que fala uma coisa, um outro que fala outro. Tem essa discussão de cruzamento de barreira placentária, estresse oxidativo, epigenética, um monte de coisa. Mas a grande verdade é que só levantar estresse oxidativo epigenética, um monte de coisa. Mas a grande verdade é que só levantar essa dúvida já é suficiente. Né, se eu tivesse grávida, eu não tomaria Tilenol Por nada. Não imagina, você corta o docente quando você tá grávida. Você não tem a menor ideia se tem AV ou não mas você fala na dúvida.

Speaker 2:

Não colocarei risco né, claro. E eu ainda fico com pena da grávida que tomou Tilenol semana passada porque essa vai passar o resto da gravidez pensando que ela tomou um Tilenol pronto, colocou em risco a saúde do bebê.

Speaker 2:

Então cria um pânico infundado. Porque as coisas? eu acho que a grande queixa da comunidade científica é assim, gente, não é assim que a gente trabalha. Né, não é dessa forma, criando, tirando conclusões em cima de estudos que não são suficientes, precisa muito cuidado para declarar uma relação de causa e consequência. Então ele põe realmente, ele põe por terra, ele derruba tudo que se acredita, né Tudo que se construiu, uma marca que é uma marca enfim, as ações da empresa obviamente despencaram. Né Tudo isso em cima de algo que tipo ele nem precisava ir, ele tá indo lá falar isso, né Por que ele pegou esse tema.

Speaker 1:

E é o que você falou. Assim tem temas que são complexos, né Tem uma coisa super importante e estatística que é o fato de duas coisas estarem associadas. Não quer dizer que é causalidade. Então é aquele negócio assim de repente tá acontecendo de ter tomado o Tilenol e tudo, mas não tem nada a ver uma coisa com a outra. E, pelo que eu tava lendo, aqui existem uma série de estudos. Né Tem estudos que fizeram com controle de irmãos, que tem uma série de estudos, né Tem estudos que fizeram com controle de irmãos que foi inconsistente ou seja não mostrou nenhuma relação. Tem um monte de inconsistência de alguns estudos E é complicado né realmente ter essas verdades e isso ser dito desse jeito. E o que você falou é o presidente americano, não é que sai um novo estudo. Eu tava lendo, por exemplo, de que a recomendação agora é que quem tem pressão de 12 por 8 não considere mais 12 por 8 uma pressão normal, porque existe uma percepção de que tem uma evolução da pressão aumentando conforme você vai envelhecendo e que se você é jovem tem 12 por 8, você já está saindo de um baseline que não é bom, que indica a pressão mais alta ao longo da vida, e que isso é uma coisa que você tem que tratar desde agora. Então tem coisas que vão mudando na medicina. Mas não é um presidente que vai lá e solta um negócio e encontra um negócio, é uma coisa que a comunidade médica fica sabendo as coisas. Né eventualmente tem alguma coisa de postar uma coisa ou outra, mas é bem o Robert Kennedy Jr e Maga. E daí a gente entra no tópico das vacinas, que é extremamente preocupante também. Né Dé A campanha de vacinação de outono, inverno nos Estados Unidos já começou e aí tem todo esse também esforço de fazer o reforço de toda a vacinação de Covid e essas teorias nos Estados Unidos, puxadas pelo Robert Kennedy Jr, de que não deveriam tomar vacina, de que não é recomendado tomar contra, toda a parte, toda a comunidade científica dizendo o contrário.

Speaker 1:

Então esse tipo de teoria e uma cobertura enorme sobre isso também e os riscos que podem existir, os riscos de que tem um monte de doenças que foram quase erradicadas justamente por causa da vacinação. E é muito doido porque pode ter o risco de você de repente tomar um Tilenol na gravidez. Pode, mas também tem o risco dessa mãe que está acostumada, dessa grávida que está acostumada com esse tipo de medicamento, ter febre, ter um monte de coisa, não o tratar e eventualmente ter complicações que podem ser muito mais sérias. Tem esse ponto de você colocar em dúvida a vacina, só que a hora que vem a doença, ela é imensamente mais grave. Então esse tipo de é uma teoria, são essas teorias quase de conspiração, né Bea que acontecem, mas que com saúde E a gente viu isso de uma forma muito clara no Covid né assim assustadora Super super E é muito preocupante.

Speaker 2:

Isso tudo entra nesse mesmo tema que a gente está falando aqui, que é a descredibilização da imprensa, da ciência, que são temas muito caros para todos nós. A gente tem décadas construídas de sabedoria, de conhecimento que de repente estão sendo colocadas por terra. Então é muito sério, tudo isso tem a ver com esse. É um grande tema. Na verdade, a gente está falando aqui de vários pequenos episódios, mas tudo isso está dentro desse grande guarda-chuva que é a questão da desinformação, a questão das fake news, a questão da concentração da mídia. Tudo isso está dentro desse. Para mim, sem dúvida, o grande tema é a descredibilização das instituições, que começam nos Estados Unidos e por isso que a gente fala muito deles aqui, mas assim é algo que impacta todos nós em alguma medida, na medida em que as redes sociais, tudo que está acontecendo começa lá e depois acaba impactando a gente aqui também. O Brasil tem sido um exemplo para o resto do mundo com relação a isso. A gente aqui também o Brasil tem sido um exemplo para o resto do mundo com relação a isso. A gente aqui teve uma medida, teve medidas judiciais e acho que o Brasil mostrou que é possível enfrentar as big techs, esse poder que a gente acha que é infinito, das big techs. Acho que o Brasil fez um. Teve uma bela performance aí nesse meio e eu acho que assim a gente precisa acreditar que dá para fazer diferente.

Speaker 2:

Teve uma bela performance aí nesse meio E eu acho que assim a gente precisa acreditar que dá para fazer diferente. E acho que com isso a gente pode falar um pouco da Assembleia Geral da ONU que está acontecendo agora. Nesse exato momento, inclusive, o Netanyahu está falando. Enfim, está fazendo o seu discurso e foi uma cena bem chocante porque muita gente que estava, muitos diplomatas, muitas pessoas que estavam na plateia, se levantaram e deixaram o plenário da ONU na hora que ele começou a falar. enfim, esse é um outro tema, mas queria falar um pouco dessa, dessa abertura esse ano. Eu assisti também ao vivo né da Assembleia desse ano e foi o momento em que o Lula discursou. Ele abriu os discursos na Assembleia Geral da ONU esse ano e sempre falo isso aqui no podcast eu não tenho nenhuma filiação política, eu sou a partidária. Meus comentários aqui não tem nenhuma intenção política. Eu não tenho político de estimação.

Speaker 1:

Você não é fã do Bolsonaro de carteirinha? Nem Bulula.

Speaker 2:

Então preciso revelar que não.

Speaker 1:

Eu também não Óbvio que não.

Speaker 2:

E a gente aqui faz uma avaliação. Eu tento sempre ser muito imparcial. Sou uma pessoa de centro-esquerda, eu diria.

Speaker 1:

Eu aprendi centro-progressista né.

Speaker 2:

Ah, boa, boa, Não é G eu aprendi centro progresista Lizzy.

Speaker 1:

Gosto mais, gosto mais centro progresista gostei também acho que me identifico aprendi com a Lizzy mas preciso aqui dar minha opinião.

Speaker 2:

Acho que o Lula fez um discurso brilhante na abertura da ONU que me deu arrepios em alguns momentos, me deu orgulho. Deve ser um trabalho muito bacana da nossa equipe do Itamaraty. Não sei se todo mundo tem essa visibilidade, mas o Itamaraty brasileiro, o Itamaraty que é o nosso corpo diplomático, é muito bom, é muito bem avaliado, é muito técnico. A gente tem profissionais excelentes lá e assim claramente trabalharam muito bem para construir esse discurso com as palavras certas. A escolha de palavras eu achei muito precisa, com muita serenidade ali. Não gosto normalmente dos discursos do Lula.

Speaker 2:

Acho que ele já falou muita bobagem, principalmente quando ele fala de improviso. Já teve momentos tristíssimos de vê-lo falar, mas agora eu acho que ele encontrou um tom, encontrou um caminho, foi muito bem orientado e fez um discurso belíssimo E que contrastou tremendamente com quem veio depois dele, porque o Trump subiu no púlpito logo depois do Lula. Então eu acho que também esse timing das coisas, a maneira como aconteceu, foi muito interessante porque depois de um discurso bem progressista com pautas humanitárias, ele falou de Gaza, ele falou enfim da desigualdade, ele falou do clima, ele mandou todas as mensagens que ele tinha que mandar, falou do autoritarismo no mundo, que a gente não podia agir assim. Vem o Lula e começa assim de uma forma muito deselegante.

Speaker 1:

Vem o Lula, não né Vem o Trump.

Speaker 2:

Desculpa Trump Isso E já começa assim reclamando da ONU. Ele tá na ONU e passa metade do discurso criticando a ONU de uma forma muito deselegante, muito Enfim no mérito. Aqui não é a ONU em si, porque acho que ela tem milhões de problemas e, de fato, agora que ela está fazendo 80 anos esse ano, ela está precisando se reinventar. Acho que tem muitas coisas para serem consertadas, mas existe um decoro, existe um protocolo. Eu acho que ele totalmente, de um jeito totalmente atropelado, chegou ali e reclamou do teleprompter e deu aquele até improvisado.

Speaker 1:

Deu a entender que a pessoa responsável pelo teleprompter que não tava funcionando ter quebrado ia.

Speaker 2:

se Deu a entender que ia ser mandado embora, né Total mandado embora. As cabeças vão rolar por causa disso e tal.

Speaker 1:

Mas será que ele falou de improviso.

Speaker 2:

Nesse momento, sim, depois acho que voltou né.

Speaker 2:

Aí ele voltou pro discurso que ele tinha levado ali impresso, falou que ele ia por ali mesmo que tudo bem. Depois o teleprompter foi consertado, voltou a funcionar, mas ele tinha obviamente o discurso ali impresso. Mas fez aquele improviso logo no começo, dizendo que ele encontrou o Lula na chegada e que fez aquela declaração que reverberou, assim como há muito tempo eu não via né Todos os veículos aqui no Brasil enfim jornais, revistas, tv, reverberando aquele afago que o Trump fez no Lula, né, pra surpresa da própria do próprio corpo diplomático ali brasileiro O Lula estava sentado na plenária e filmaram o box do Brasil E estava ali o Celso Amorim, o Lewandowski, a própria Janja, todo mundo. Quase que Opa como Ele está falando de nós.

Speaker 1:

Ele está falando da gente E ele fez ali um afago que agora, depois de passado em alguns dias do episódio, começa a viatona que existe na verdade antes disso ele virou e falou que tivemos ao menos 39 segundos de uma química excelente foi sensacional e que ele fala que ele só faz negócios com pessoas que ele gosta e que ele parece um nice guy e que não sei o que lá, mas quer dizer, é muito doido.

Speaker 1:

Ele tem um pouco isso com a presidente do México ele tem um pouco isso com algumas pessoas, então vira esse negócio. O Lula também. Ele não está onde está por não ser muito bom em política, em isso tudo ele deve ter encontrado. Agora ele está criticando fortemente o Trump em todos os veículos. Isso que me surpreendeu, porque assim a grande verdade é que o Trump não deve estar nem aí, não deve nem estar vendo o que o Lula está falando. Porque o Trump quem é o Lula, entendeu? mas bom, conta aí sua teoria do trabalho por trás.

Speaker 2:

São dois gamblers, né Os dois ali. São dois políticos né São raposas são raposas. Ninguém ali tá Nada do que eles falam e por mais que o Trump seja um pouco falastrão mesmo e ele improvisa e às vezes ele fala coisas que não- tá planejado.

Speaker 1:

O cara é muito esperto.

Speaker 2:

Exato, eles sabem o que eles estão fazendo. e agora veio à tona, através de algumas reportagens que saíram aí de ontem para hoje, que no fundo não foi tão fortuito, não foi tão casual esse encontro E que na verdade existiu, nas semanas anteriores à Assembleia da ONU, uma forte articulação encabeçada pela JF leia-se Irmãos Batista, né Joesley e Wesley.

Speaker 1:

É JBS.

Speaker 2:

JBS enfim, né a JF sendo a Holding né a JBS sendo uma das marcas mais conhecidas, né da Holding, que são os maiores exportadores de carne. Então eles foram diretamente afetados pelo tarifasso e que eles estão nessa negociação de bastidores com a equipe do Trump já tem um tempo E que eles estariam por trás desse eventual encontro que o Trump mencionou que faria com o Lula na semana que vem. Sabemos pouco sobre esse possível encontro que o Trump mencionou que faria com o Lula na semana que vem. Sabemos pouco sobre esse possível encontro, ainda não temos detalhes. ninguém sabe se isso já está marcado, se é apenas uma tentativa. qual equipe? se a equipe de articulação do Trump já entrou em contato com a equipe de articulação do Lula para tentar marcar o que seria uma videochamada vai ser uma reunião virtual, mas que existe sim uma grande articulação por trás que foi encabeçada pelos irmãos Batista?

Speaker 1:

Odeia e eu estava lendo a notícia que saiu na Reuters sobre isso ontem e fala que a JBS, um dos donos da JBS, não está aqui no meu resumo. quem encontrou com o presidente dos Estados Unidos há três semanas que o que dizem é que isso teve um grande ponto e que a subsidiária da JBS doou 5 milhões de dólares para a inauguração do Trump? Quer dizer, é todo volta para esse mundo dos empresários fazendo negócios né E de alguma forma, indo lá beijar a mão do Trump e fazendo tudo acontecer.

Speaker 2:

O Bolsonaro agora tá frito né.

Speaker 1:

Porque perdeu a última cartada que ele tinha né.

Speaker 2:

Sim, a JBS inclusive eu não me lembro agora se já abriu ou se vai abrir o capital na Bolsa de Nova York, então assim eles têm uma presença muito forte lá. Eles são grandes articuladores, todo mundo sabe disso. Eles são pouco midiáticos, mas a gente sabe que eles estão sempre ali nos bastidores e acho que enfim estarão por trás dessa possível conversa que visa revogar ou modificar os termos desse tarifácio em benefício do Brasil. Então acho que essa é a grande pauta aqui. Vamos acompanhar aí para ver se semana que vem vai acontecer mesmo esse encontro ou não.

Speaker 2:

Mas que foi um momento assim curioso pro Brasil, foi E gerou memes maravilhosos né, como sempre, a internet mostrando a que veio memes maravilhosos do Eduardo Bolsonaro chorando, pensando meu Deus, o que fazer agora que o Trump gosta do Lula? Ele me traiu, né? Então teve umas coisas muito divertidas. E outros memes maravilhosos também que eu vi. O próprio Lula postou um meme. O próprio Lula postou um encontro dele com o Macron e não é de hoje que ele e o Macron se encontram. E é um gente, é uma coisa hilária. Não sei se o pessoal que tá ouvindo aqui acompanha, mas é um tal de abraça, beija, pega na mão, anda de mão dada, anda enganchado.

Speaker 1:

É tipo uma coisa meio até física muito curiosa no caso de amor assim tem um amor forte, mas francês não tem tanto isso né porque espanhol tem muito, né Espanhol argentino os homens se abraçam, mas eu não. Francês e brasileiro assim até fora do.

Speaker 2:

E é engraçado porque o Lula postou no perfil dele ele se encontrando com o Macron lá nos corredores, lá da ONU, e eles trocam algumas palavras. Né o Macron elogia o discurso do Lula, fala ah, eu te ouvi ontem, adorei seu discurso. Aí o Lula abraça ele, aí eles ficam andando enganchadinhos e o melhor são os comentários, porque as pessoas são muito engraçadas. As pessoas comentavam assim isso aí Macron marcando o território, tipo assim agora que o Trump resolveu, né tipo agora tá dando mole pro Lula. Aí o Macron foi lá e falou não, não, não, eu cheguei primeiro. Então, assim, muito engraçados os comentários que as pessoas fizeram nesse post.

Speaker 1:

Acho que vale a pena, é divertido é sensacional me manda, que eu quero ver. E bom, a gente teve. Acho que pra fechar esse episódio de hoje, acho que o último assunto que foi extremamente relevante foi a PEC da blindagem. Então a gente sabe que a anistia tava sendo amplamente discutida e daí tava toda a discussão também em cima de ah, não vamos então para a dosimetria, não vamos discutir se tem anistia, se não tem, vamos discutir qual é o tamanho da pena. E no meio dessas coisas todas acontecendo, veio a tal da PEC da blindagem. E a ideia da PEC da blindagem é resgatar a regra original da Constituição de 88 que exigia a autorização do Congresso para processar deputados e senadores, que foi uma prerrogativa que foi derrubada pela emenda constitucional em 2001, e isso basicamente permitiria, permitiria, não proibiria, que tivesse qualquer processo contra deputados e senadores. Colocaram presidências de partido, nisso tudo, porque acho que o presidente do partido é aquele que não conseguiu ser eleito, nem nada disso. Mas acaba sendo uma forma até de você escolher algumas pessoas que você quer proteger e você põe ela como presidente de um partido.

Speaker 1:

A gente sabe que existe também uma situação do PCC super enraigado. Estão acontecendo uma série de ações. Ontem teve uma outra ação da Polícia Federal tentando desmontar os esquemas de lavagem de dinheiro do PCC, mas tem muita coisa acontecendo. Imagina de repente qualquer pessoa que está no Congresso, qualquer deputado, senador, presidente de partido, não poder ser processado. Então isso foi uma coisa que obviamente gerou uma super repercussão. E veio a informação de que isso será feito com votação secreta, ou seja essas pessoas nem teriam a repercussão política pelo seu voto. Então isso, graças a Deus, gerou uma série fim de semana passado, uma série de manifestações e a PEC acabou sendo não andando né E você estava contando, né Déia sobre essa mobilização.

Speaker 2:

Sim, acho que a mobilização foi essencial para isso, acho que ela gerou um constrangimento né muito grande no Congresso, que é o que né o brasileiro faz eventualmente A gente estava falando sobre isso Em alguns momentos da nossa história o povo compareceu, foi à rua, foi para as ruas para manifestar seu descontentamento, sua revolta com algumas coisas. Então acho que o Brasil mais uma vez compareceu às ruas no momento certo para fazer essa pressão E eu acho bem interessante notar ali a presença de alguns artistas que têm uma história de vida muito ligada à defesa da democracia, né Como Gilberto Gil, como Caetano Veloso, chico, e inclusive eu li um post recentemente falando que a gente tinha que dar o crédito para toda essa manifestação a Paula Lavigne, esposa do Caetano Veloso, que é uma figura muito forte no meio artístico, na articulação política também da esquerda, e que ela teria sido a responsável por costurar essa manifestação de vários artistas. Apenas citei aí os três que são talvez as maiores referências quando a gente pensa em defesa da democracia, porque já lutaram contra a ditadura. Tem muitos quilômetros rodados aí nessa pauta, mas teve muita gente, artistas mais jovens, celebridades, que se engajaram nesses movimentos e isso obviamente ajudou a dar corpo para essas manifestações e dar uma robustez para essas cidades, todas que foram as ruas.

Speaker 2:

Acho que cidades do Brasil inteiro foram as ruas, então isso foi mais uma demonstração, todas que foram às ruas. Né acho que cidades do Brasil inteiro foram às ruas, então isso foi mais uma demonstração né de da força do povo, mesmo num momento crítico pra nossa história. Era um absurdo essa PEC, ela jamais podia ter passado. Né então foi uma vergonha quem votou a favor. Acho que isso tem que ser cada vez mais compartilhado, dado. A gente tem que ter visibilidade de quem foram os deputados que votaram a favor, porque isso é inaceitável. É inaceitável e a gente precisa lembrar disso nas próximas eleições.

Speaker 1:

A gente precisa ter memória Exatamente porque todo mundo lembra se é para ir ou não no parque da Disney. Mas tem que ter memória Exatamente.

Speaker 1:

E aí dia 24, a gente está gravando aqui dia 26,. Então dois dias atrás a Comissão de Constituição e Justiça rejeitou a PEC por unanimidade 26 votos contra e zero a favor e o relator chamou a proposta de um golpe fatal na legitimidade do Congresso e disse que transformaria o Legislativo em um abrigo de criminosos. E desse jeito a PEC foi arquivada definitivamente, impedindo votação no plenário. Então pelo menos esse capítulo a gente conseguiu, porque já estava a pizza já estava sendo preparada, né Dea Isso aqui ia dar uma, ia ter uma repercussão que a gente ia viver por muito tempo. A gente nunca. Você falou isso em outro episódio. A democracia no Brasil é muito viva, é muito viva, é muito jovem e a gente tem que estar o tempo inteiro protegendo.

Speaker 2:

Os Estados Unidos não tem muito isso né Vigilantes.

Speaker 1:

Vigilantes, nós não podemos nunca descansar.

Speaker 2:

Vejam, até democracias mais antigas estão hoje em dia em perigo. Imagina a nossa que é super jovem. Então assim, assim nunca me ajuda aqui com a palavra em português nunca take for granted, nunca achar que está ganho o jogo, nunca achar que a nossa democracia está lá e realmente achar que ela está, que ela é invencível, ela está sempre ali, podendo ser enfim questionada e colocada abaixo. Então a gente precisa estar vigilante, eternamente, exatamente, dar como certo, presumir e colocada abaixo.

Speaker 1:

Então a gente precisa estar vigilante eternamente, exatamente, dar como certo, presumir, não dar o devido valor, achar que tem direito ao trabalho, take it for granted, não é uma coisa tão fácil. Em português, querida, maravilhoso, super. Obrigada por mais essa semana. Gente, agora não só a gente tem que parar como a gente tem que parar, porque senão alguém tá mais a ver a gente como a gente tem que trabalhar, né, amiga.

Speaker 2:

Vamos, vamos lá. Um dia urge, Um longo dia pela frente E vamos lá Exatamente Queridos muito obrigada. Um beijo Obrigada mig. Até semana que vem, Tchau, tchau.

Speaker 1:

Tchau mig, Tchau, tchau.

People on this episode