Duplo Clique

#37 Hamas Liberta Reféns, Prêmio Nobel com Destruição Criativa, Paz e Sartre

Andrea Janer e Fernanda Belfort

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Uma madrugada tensa virou um raro respiro em Gaza: 20 reféns libertados sob um cessar-fogo mediado pelos EUA. Mas o fim da guerra não é o começo da paz. O episódio mergulha nas camadas do acordo — a assimetria entre reféns e prisioneiros palestinos, os dilemas da reconstrução e a difícil equação de segurança sem o Hamas. Também discutimos o impacto psicológico para quem volta do cativeiro, novas terapias com psicodélicos e o papel da tecnologia na recuperação emocional de sociedades em trauma.

No segundo bloco, o foco vai para o Nobel e suas controvérsias. Maria Corina recebe o Nobel da Paz e reacende debates sobre alianças e legitimidade. Revelamos bastidores do processo, recusas históricas e o que há por trás das decisões. Nos prêmios científicos, destaque para avanços em física quântica, novos materiais e imunologia — e, na economia, a “destruição criativa” que transforma o risco de inovar em motor de crescimento. Fechamos com o mapa global da inovação: Suíça líder, China e Israel em ascensão, Europa provando que welfare pode impulsionar empreendedorismo — e o Brasil, ainda preso entre potencial digital e falta de investimento estrutural.

- Acompanhe mais com a gente:

Oxygen Club - Andrea Janér

Tribo de Marketing - Fernanda Belfort

"As opiniões expressas aqui são estritamente pessoais e não devem ser interpretadas como representativas ou endossadas pela Salesforce, empresa onde a Fernanda Belfort trabalha."

Speaker 1:

Olá, eu sou a Andréa Janer E eu sou a Fernanda Belfort, e esse é mais um episódio do Duplo Clique. Sejam muito bem-vindos e bem-vindas, fer, onde você tá Conta pra gente.

Speaker 2:

Dessa vez eu que tô viajando, né Geralmente você que tá pela estrada, é conta tudo. Eu vim para São Francisco. Acho que muita gente sabe. Mas eu trabalho na Salesforce E aproveito para dizer legalmente tem esse disclaimer de que tudo que eu falo aqui, todas as minhas opiniões, são únicas, exclusivamente minhas, não estão relacionadas à empresa, mas eu trabalho na Salesforce E essa semana tem o maior evento da Salesforce do ano que chama Dreamforce. Vem tipo sei lá 40 mil pessoas pra São Francisco. Eu tava vendo os números e falei gente, que loucura, tava buscando na internet ontem. Então é um evento muito grande. Tem mais de mil e Esse ano acho que vai ter mil e quinhentas mil e duzentas sessões, hands-on, coisas acontecendo simultaneamente. Então é um evento grande que acontece na cidade E eu vim pra cá. Tô em Oakland porque a gente deixa a cidade, os hotéis pros clientes, né Que tá certo, entendeu, porque é um evento de clientes. Então eu tô ficando um pouco mais longe, mas tô aqui essa semana.

Speaker 1:

E deve ter lançamento de produto também, né Fê De novidades de AI. O seu esforço está sempre super na frente Quando é assunto AI, né Tem alguma coisa que você possa compartilhar.

Speaker 2:

Ah, não sei, Não tem lançamento de produtos. Com certeza tem coisas, tecnologias E tudo. Semana que vem eu conto. Tá, gente, eu não sei o que eu posso falar Antes o que eu não posso, então é melhor contar semana que vem né A gente vai fazer um jabazinho semana que vem mas é legal.

Speaker 2:

A gente sempre fala de tecnologia e parte do que a gente vai falar. A gente fala bastante de AI, bastante de tecnologia, né Béa, porque tem muita coisa sempre no meio disso, e hoje a gente também vai falar de inovação. Mas acho que a primeira notícia que a gente tem que dar, isso são hoje é segunda-feira, a gente está gravando aqui em São Francisco, são 8h40 em São Paulo, meio dia e 40 e esta madrugada pelo menos pra mim foi nessa madrugada, não sei que horas eram pra vocês a gente tem uma notícia pra comemorar que os 20 reféns que ainda estavam vivos e com o Hamas foram libertados. Né Bea.

Speaker 1:

Sim, um feito, né Um momento que a gente estava esperando. Nos últimos dois anos chegamos perto várias vezes, mas acho que dessa vez realmente aconteceu. Ontem à noite eu estava assistindo a Globo News e tinha uma especialista em Oriente Médio que estava falando acho que era umas 10h30 da noite que ela não tinha certeza se de fato ia haver a troca, porque o Netanyahu estava fazendo alguns comentários duvidosos e o Hamas também estava. Seu exército estava lá, não tinha baixado as armas ainda. Enfim foi acho que carregado de tensão e dúvida até o último minuto, mas de fato hoje de manhã 20 reféns que ainda estavam vivos foram finalmente libertados.

Speaker 1:

Um momento de muita emoção, muito alívio. Essa libertação foi intermediada pela Cruz Vermelha e é parte de um acordo de cessar fogo bem amplo, que tem mais de 20 pontos e que foi aí intensamente articulado pelo Donald Trump. E eu acho que a gente aqui fala muito do Trump, nem sempre de forma, às vezes de forma até meio jocosa, faz brincadeira com ele, critica, mas eu acho que assim a gente precisa também dar um crédito quando as coisas funcionem. Eu acho que dessa vez ele foi o grande articulador desse momento. Então ele merece todo o mérito aí. Não merece o Nobel da Paz, mas merece o mérito merece aí o comentário de que ele realmente foi.

Speaker 2:

Não ganhou o Nobel da Paz que saiu essa semana é um dos nossos tópicos, mas ok.

Speaker 1:

Ele vinha numa campanha super forte para ganhar o Nobel da Paz dizendo que ele tinha encerrado oito guerras e que a de Israel ia ser a próxima. De fato foi ele que costurou toda essa costura. Começou, claro, há muito tempo que isso está acontecendo, mas os pontos finais dessa costura foram feitos durante a Assembleia Geral da ONU agora em Nova Iorque, em setembro. Então eu acho que vale também esse registro, porque a ONU está vivendo um momento de muito questionamento. A ONU, enfim, durante todos esses últimos dois anos foi muito atacada e hoje em dia se questiona muito qual o papel dela, mesmo, se ela de fato precisa existir, se ela precisa ter toda essa estrutura que ela tem São centenas de milhares de funcionários espalhados por vários lugares do mundo e se critica muito, desde a pandemia, a falta de pulso da ONU, depois com todos esses conflitos, também na situação que a gente se encontra no mundo hoje, a questão climática.

Speaker 1:

Então acho que a ONU vem sendo muito criticada, mas acho que vale a pena comentar que foi por causa da Assembleia Geral da ONU agora que muitos encontros aconteceram, muitos acordos foram costurados ali nos bastidores e pudemos chegar realmente ao dia 13 de outubro e chegar nessa situação aí, que é o começo de uma nova era. Acho que ela tem muita gente agora. Enfim, é tudo muito recente, então a gente também não vai comentar muita coisa aqui hoje, mas tem muitas discussões sobre se esse será o fim da guerra. Acho que muita gente acredita que, sim, esse ponto marca o fim da guerra, mas não necessariamente marca o começo da paz. Então acho que existe uma diferença. Eu estava na minha cabeça que não necessariamente marca o começo da paz.

Speaker 2:

Então acho que esse É, eu estava na minha cabeça que não necessariamente marca o fim do conflito, mas é isso né A paz nessa região é algo que já não existe há milênios de anos. Então acho que não é algo simples. A gente já falou bastante sobre isso aqui também. né Dea, mas que pelo menos acabe a guerra, né Eu acho que isso já é um Por mais que tenha uma situação de conflito.

Speaker 2:

Uma coisa que sempre me chama atenção é que foram libertados, né os 20 sobreviventes e por outro lado, parece que tinha um monte de famílias ali e tudo esperando ônibus e ônibus, vários ônibus de pessoas trazendo aproximadamente dois mil prisioneiros que foram soltos. E uma coisa que sempre me chama muita atenção nessas coisas é o quanto são alguns judeus e muitos palestinos E que me dá uma sensação alguns judeus e muitos palestinos E que me dá uma sensação assim, né de puxa, parece que tô falando de algo pessoal meu, uma sensação minha. Tá gente, que ninguém se sinta ofendido, mas é uma sensação, mas às vezes me dá essa sensação de que é como se a vida sabe deles valesse menos, entendeu, assim, né tem um judeu lá, tem uma mega comoção, talvez, e isso assim não é culpa dos judeus, porque a grande verdade é, se tem um judeu que está como prisioneiro, o país inteiro se mobiliza por aquela pessoa E esta valorização não é dada pelos palestinos que não valorizam assim.

Speaker 2:

Até tudo que aconteceu em Gaza também é muito porque o Hamas estava covardemente usando o escudo humano. Então não estou querendo fazer um julgamento, mas é sempre uma coisa que me incomoda quando eu vejo os números são 20 pessoas versus 2 mil pessoas. Claro que as condições que eles estão são diferentes. Você não entende tudo isso, mas cara, é brutal a diferença. Isso sempre me impacta, é.

Speaker 1:

E eu acho que assim foi um passo importante. Acho que o que vai acontecer com o Netanyahu agora, acho que agora começa uma nova era, começa Política, econômica, porque existem muitas dúvidas sobre o que vai acontecer com a região, o que vai acontecer com os palestinos. Eu acho que, embora muitos judeus que eu convivo e que eu conheço são a favor de uma solução de dois estados, o próprio Netanyahu não é, ele não acredita na solução de dois estados. Então agora surgem muitas dúvidas e acho que começa um longo processo de negociação que vai, acho que de uma certa forma, direcionar o destino daqueles dois milhões de palestinos que ficaram lá e assim não sabemos direito em que termos essa paz vai reinar. Tem outros grupos terroristas na região. tem ali a história do Líbano.

Speaker 1:

O Netanyahu não é uma pessoa muito razoável. Ele é obviamente uma pessoa com posições políticas muito extremas e acho que agora começa realmente uma nova etapa. Acho que o Trump ter ido fisicamente, pessoalmente, até lá, tem um peso muito grande. Ele realmente foi pessoalmente lá pra garantir que tudo ia acontecer. Então acho que isso foi um golaço dele, um golaço, não tem outra palavra. Ele foi uma super bola dentro dele e ele ainda tem uma outra. Bom, ele tem tudo isso pra resolver do que vem daqui pra frente. A gente tem que comemorar, obviamente, a entrega dos reféns. A gente ainda tem alguns, os corpos de algumas pessoas ainda ficou para trás e estão sendo devolvidos, tem que fazer teste de DNA para garantir que a identidade foi preservada, e tudo mais. Então tem ainda algumas etapas, mas agora começa um longo processo de como reconstruir, o que fazer com aquela região, porque as imagens que a gente vê na TV são avassaladoras. Você está vendo ali os palestinos voltando para uma terra arrasada.

Speaker 2:

Parece quase AI, parece um cenário de Mad Max prédios destruídos escombros, eu pensei em Mad Max também, amiga, a gente tem as mesmas preferências etárias. Nossa, que era assim, meu Deus do céu.

Speaker 1:

Que loucura. Né É uma terra arrasada E até aquilo ser limpo, organizado, reestabelecido alguma ordem. Né Então hoje, por exemplo de manhã já se falava de novo no Tony Blair. Quem ouviu a gente semana passada vai lembrar que a gente falou dele. Ele está sendo uma peça importante, um ator importante nessas articulações. É possível que o Tony Blair venha a ter algum papel ali, diplomático e talvez até mais executivo também nesse momento A gente sabe que vai ter que haver ali um acordo entre os palestinos e os nilenses sobre quem vai cuidar dessa faixa agora, quem vai cuidar dessa etapa de reconstrução? Os países enfim. Vai ter que haver uma colaboração ali também dos países árabes. Vamos ver como isso vai acontecer. Ainda é cedo para dizer, mas a gente vai comemorar o primeiro passo e talvez o passo mais importante que é realmente trazer de volta os reféns, que era uma demanda muito legítima dos israelenses reaver claro que muita gente morreu nesse processo.

Speaker 1:

Muitos reféns ali foram não foram poupados E começa também um período. Eu fiquei pensando hoje de manhã as condições emocionais em que esses reféns são devolvidos. Fiquei pensando hoje de manhã o estresse pós-traumático que vai ter que ser tratado, não sei com psicodélicos. A gente sabe que os psicodélicos hoje são uma ferramenta super utilizada para tratar estresse pós-traumático ou nada com veteranos de guerras e coisas assim. Então imagino que eles vão ter ao seu dispor tudo que existe de mais moderno. A gente sabe que Israel é um país que investe muito em tecnologia, em inovação. Acredito que devam ter aí a seu dispor o que tem de mais moderno em termos de saúde mental, porque essas pessoas vão voltar completamente destruídas emocional e psicologicamente.

Speaker 2:

E tudo isso abalou o país inteiro, abalou todos os judeus do mundo? Acho que tem. Infelizmente é um povo que tem muita experiência em lidar com o país inteiro. Né abalou todos os judeus do mundo acho que tem, e infelizmente é um povo que tem muita experiência em lidar com estresse pós-traumático e coisas assim né na sua história. Então acho que tudo isso é muito triste. Eu tava até dando uma olhada aqui no New York Times, porque as coisas estão acontecendo né conforme falamos e realmente né a gente continua com o que a gente falou semana passada, de que o plano estipula de que Gaza deveria ser governado por um comitê palestino tecnocrata, mas não o Hamas. O Hamas diz que está aberto para a ideia, mas é uma coisa ainda um pouco Tem que entender aí vamos ter que ir tateando Depois essa parte do desarmamento. Tem que entender aí vamos ter que ir tateando depois essa parte do desarmamento. Então a ideia é ter uma missão internacional de segurança. Então esse framework americano chama disso de uma força estabilizadora internacional para cuidar da segurança de Gaza e isso não está no acordo principal. E aí até que é o que você estava falando. E isso não está no acordo principal, e aí até que é o que você estava falando, tem as dúvidas de tá bom, então que tropas seriam, quais são os países, o que cada um vai fazer, como tudo isso vai acontecer, porque, em teoria, israel tem que tirar as suas tropas da faixa de Gaza, mas eles não vão fazer isso sem a segurança de que a faixa está devidamente cuidada e não está sob o poder do Hamas.

Speaker 2:

Eu acho que todos esses pontos, que são muito difíceis, mas pelo menos se a gente conseguir nesse primeiro momento continuar com o cessesar Fogo e garantir né que foi o que aconteceu e por isso que esse foi o marco mais importante, realmente né mas assim e ter uma simbologia né ideia assim, tudo bem que muita gente morreu e tudo mas pegar os 20 reféns que são os que estão vivos ainda e devolvê-los, tem uma simbologia muito grande. Então eu acho que isso não é menor e é algo que precisa ser comemorado. Verdade, falando em comemoração, teve muita comemoração semana passada, né Com o Nobel.

Speaker 1:

Temos os prêmios Nobel. Saindo temporada de Nobel, Eu adoro. Temporada de Nobel Pra mim é temporada de Oscar.

Speaker 2:

Assim também sabe, Eu adoro saber que eles Gan, que pra mim é temporada de Oscar, assim também sabe. eu adoro, eu acho massa o motorista sabendo o que é quem ganhou, porquê porque coisas que a gente nem sabe que existem exatamente, exatamente, e o Nobel do ano passado e do retrasado também.

Speaker 1:

Eu conhecia alguns agraciados, né alguns dos laureados, e eu fiquei super feliz porque eram pessoas que eu já acompanhava a trajetória e tal e me sentia assim a Fina conhecia, só pra eu entender a Dany conhecia, tipo você me conhece conhecia.

Speaker 1:

Ah não, gente que você sabe o nome que você acompanhava, gente que você já tinha visto nos palcos, já tinha visto Joffrey Hinton várias vezes, sir Demis Hassabis também várias vezes. Estão nos palcos de Davos, nos palcos do AI for Good, então eram nomes que a gente já conhecia, já acompanhava, então quando eles foram vencedores foi aquela festa, né? Mas esse ano sabe que até agora eu não conhecia praticamente ninguém. Então eu tô adorando porque eu tô descobrindo aqui, por exemplo, a Maria Corina. Maria Corina, a venezuelana que ganhou o Nobel da Paz. Para mim foi uma super novidade. Eu não era uma pessoa que acompanhava muito a Venezuela. Eu lembro que você trouxe muitas vezes aqui no Duplo Clique Fê, as ofensivas do Trump à Venezuela.

Speaker 2:

Você falou disso algumas vezes aqui, ou seja, a gente já tinha mencionado aqui, mas também foi uma novidade Ela algumas vezes aqui, ou seja a gente já tinha mencionado aqui, mas também foi uma novidade ela pra mim não acompanhava nesse nível de detalhe E foi interessante porque foi um Nobel.

Speaker 1:

começando aqui, a gente já falou da temporada de Nobel, mas vamos falar um pouquinho de cada um dos mais aqui, talvez do que mais deram.

Speaker 2:

o que falar Primeiro eu vou contar que a gente teve uma discussão já de assim é um Nobel, dois o quê Nobel, E a gente chegou à conclusão que é dois prêmios Nobel, entendeu.

Speaker 1:

Não é.

Speaker 2:

Nobel, gente é Nobel, então vamos todo mundo falar bonitinho. E quem recebeu o prêmio foram os laureados, então a gente tem toda uma. A gente sempre tem novos vocabulários aqui né Português e inglês, então deliciosamente, então Conte né.

Speaker 1:

Quem foram os laureados. É que eu me lembro de ser criança e aprender na escola esse negócio de oxítona, paroxítona, proparoxítona, e que a gente tinha que aprender a falar certas palavras. Então Nobel era uma delas. A gente não podia falar, Nobel era Nobel. Então então pra mim isso grudou na cabeça nunca consegui falar prêmio Nobel, mas muita gente fala prêmio Nobel.

Speaker 1:

Então, assim, os prêmios Nobel desse ano. Vamos começar pelo prêmio Nobel da Paz, que a gente já vinha falando bastante, porque o Trump estava em campanha, em franca campanha, já desde o início do ano, pra ganhar essa honraria. Ele inclusive fez uma campanha não sei quem aqui acompanhou a gente, até falou aqui no Duplo Clique anterior, que ele convocou até uns cabos eleitorais. Ele chamou uns presidentes de uns países que a gente quase não lembra que existem e que ele teria tido uma participação em fechar, em terminar essas guerras. Ele fala de oito guerras que ele teria terminado, sendo que duas nem existem. Mas ele fez. Os presidentes de alguns desses países falarem em nome dele, dizerem que ele foi crucial para o final da guerra e tal. Então estava uma coisa bem cômica.

Speaker 1:

As pessoas estavam fazendo vários memes do Trump querendo ganhar o Prêmio Nobel da Paz E quando foi escolhida Maria Corina, óbvio, foi no início a sensação inicial das pessoas foi de que uma mulher venezuelana ali naquele país oprimido pelo Maduro há tantos anos, um ditador, um déspota e uma mulher que vive escondida. Ela realmente vive, literalmente escondida porque ela é a opositora mais ferrenha dele e todo mundo comemorou que máximo e tal. Em seguida começaram a sair algumas notícias questionando a escolha dela, por ela ter dedicado o seu prêmio, o seu discurso ao Donald Trump. E aí gente foram atrás das declarações dela. Ela era a favor do Netanyahu, ela era a favor do Israel, ou seja. Ela tem uma série de posições políticas que foram extremamente criticadas.

Speaker 2:

A favor do Israel. Você não pode colocar desse jeito. Ela era a favor da força bruta utilizada em Gaza.

Speaker 1:

Coloquemos assim sim, pode ser assim. Ela defendeu o direito de Israel de fazer o que estava fazendo eu sei o que você está falando.

Speaker 2:

Eu só estou falando, para ninguém interpretar diferente, que eu te conheço, perfeita, maravilhosa.

Speaker 1:

E eu acho que ela foi desde então atacada por inúmeros veículos e jornalistas que acham que não foi uma boa escolha. E aí, gente, aquela história, nada nesse mundo, mais Esse mundo polarizado que a gente vive, tudo é tão difícil, até escolhas como essa, que deveriam ser muito, que são muito pensadas pelos comitês que escolhem os prêmios Nobel, e assim a gente tem que lembrar que o Maduro está lá fazendo o que ele quer e o que ele não quer, inclusive com o apoio do Lula. muitas vezes o Lula é uma coisa assim inacreditável ele nunca ter condenado inclusive esse amigo do Maduro é inacreditável, é inacreditável recebe, ele vai bate palma é inacreditável inclusive.

Speaker 1:

Até onde eu sei, posso até confirmar essa informação ao longo do podcast. Mas até onde eu sei, posso até confirmar essa informação ao longo do podcast, mas até onde eu sei, o Lula não ainda não se manifestou, não cumprimentou a Corina pela vitória do Nobel, o que demonstra mais uma vez que ele está sempre ali, ao lado do Maduro. Todos os chefes de Estado fazem um cumprimento oficial, algo assim, e o Lula até agora não cumprimentou a Maria Corina por ela ser opositora ao Maduro, que é amigo dele. Mas o fato é que o Trump está ajudando a Venezuela, está tentando ajudar a Venezuela a se livrar do Maduro. Então sabe aquela história da Maria Corina é assim. Até meu pai falou isso esse final de semana o inimigo do meu inimigo, no fim das contas é meu amigo perfeito, perfeito seu pai então, não é que ela esteja ali de mão dada com o Trump ajudando.

Speaker 1:

Não é que ela é da turma do Trump. Ela dedicou a ele porque ele é um grande líder que está ajudando. Não é que ela é da turma do Trump. Ela dedicou a ele porque ele é um grande líder que está ajudando a Venezuela a se insurgir, tentar se livrar daquele homem que se encastelou lá e não sai de jeito nenhum, nem depois de ter perdido as últimas eleições. Então eu acho que dizer que ela é apoiadora do Trump, eu acho que dizer que ela é apoiadora do Trump, eu acho que é um pouco de novo esse mundo que a gente vive, em, que você, daqui a pouco, vão dizer que a gente é apoiadora do Trump porque a gente disse que ele teve um papel crítico aqui, crucial, no fim da guerra ali de Israel contra o Hamas, ou seja, a gente tem que poder falar certas coisas quando elas são verdade. Né, gente, você não precisa dizer que você ama uma pessoa, mas reconhecer que ela fez algo, certo, acho que é um dever cívico, assim, de todo o nome. Né, então, eu acho que nesse ponto a imprensa pegou muito pesado com ela. Eu acho que, e de novo, o prêmio Nobel não é um prêmio por um fato. Ele é um prêmio por uma trajetória, por uma história de vida, por uma luta que leva muito tempo. Então acho que esse é um dos motivos pelos quais o Trump sequer foi considerado para esse prêmio.

Speaker 1:

Eu lembro muito da Maria Ressa, que é uma jornalista filipina que ganhou o Nobel em 21 ou 22, se não me engano. Também uma mulher que luta há anos pela capacidade, pela liberdade de imprensa no seu país, porque ela obviamente foi presa duas ou três vezes pelo Rodrigo Duterte, que é um ditador, também nas Filipinas, que tentou abafar a voz dela muitas vezes. Ela hoje é uma pessoa que viaja pelo mundo falando desse assunto. Eu já tive a oportunidade de vê-la duas vezes, inclusive falando. Ela é magnífica E temos aí em segundo lugar quem estava concorrendo com a Maria Corina.

Speaker 1:

Era Yulia Navalnaya, que é a esposa daquele opositor russo, o Alex Navalny, que enfim se insurgiu contra o Putin, foi preso, morreu na prisão E ela se tornou aí uma porta-voz da oposição russa. Né Se é que existe, se é que dá pra se falar de alguém assim, né Tem poucas oportunidades de falar. Ela esteve no Web Summit do ano passado em Lisboa. A gente teve a oportunidade de vê-la e ela tá tentando levar adiante o legado dele, né O legado do Alex. Um pouco como a mulher do, eu não lembro dela.

Speaker 1:

Eu vi ela aquela assim né André me abemora, né Eu vi ela ano passado.

Speaker 2:

Mas bom, acho que eu não a vi.

Speaker 1:

Ela tava no palco central e foi falar sobre os últimos. Ele lançou um livro agora, agora, não ano passado. ele lançou um livro sobre bilhetes que ele escrevia na prisão e ele entregava pra advogada. Então o livro não é um livro com começo e fim, assim um livro de uma história. São bilhetes, coisas que ele pensava, escrevia, entregava para o advogado, depois eles compilaram, depois eu vou tentar puxar esse livro, o nome que eu não me lembro agora e a gente vai colocando os links aí para todo mundo que quiser ler. Mas é uma figura muito importante. a Yulia era uma forte concorrente mesmo.

Speaker 2:

Aí é da paz. Duas mulheres né interessantes, também Muito, muito legal. E daí a gente até começou a conversar e falar um pouco sobre como é o prêmio. Né então quem é responsável por escolher, é o Comitê Noreguês né do Nobel.

Speaker 1:

Eu tava até lendo aqui que tem cinco membros que são nomeados pelo Parlamento da Noruega, né conta um pouco desse prêmio também não é interessante isso Fê, porque de todos os prêmios Nobel só o da Paz é da Noruega, todos os outros são da Suécia. É uma coisa bem interessante que muita gente não sabe.

Speaker 2:

É confuso mesmo só pra dar um contexto pra todo mundo, é porque o da Paz talvez seja o mais famoso de todos, o que é mais Sim.

Speaker 1:

Sim, e são figuras talvez mais conhecidas, né Os outros. são médicos, pesquisadores, professores.

Speaker 2:

Não acho que é mais famoso no sentido assim que tem uma cobertura maior da mídia e tudo e todo mundo fala. Então talvez a gente tenha essa percepção?

Speaker 1:

Sim, mas só para trazer um pouco de contexto aqui dando um duplo clique no que é o prêmio Nobel. Ele foi criado por um sujeito chamado Alfred Nobel, que era sueco. Ele nasceu em Estocolmo em 1833 e foi um inventor, um empresário e cientista que ficou rico com suas patentes, especialmente a dinamite. Ele foi o criador da dinamite. Quando ele morreu em 1896, ele deixou a maior parte da sua fortuna pra criar os prêmios que levam o seu nome. Né Um legado dele.

Speaker 2:

Eu não sabia disso. Acho que rolou uma crise de consciência ali né. Ah, talvez.

Speaker 1:

Tipo Oppenheimer assim né.

Speaker 2:

Exato Tipo fiz a Dinamite, tipo o Oppenheimer, assim né Exato Tipo fiz a dinamite. Estão explodindo pessoas, meu Deus.

Speaker 1:

Interessante E ele designou diferentes comitês para darem os diferentes prêmios. Então, por exemplo, física, química e Economia é a Academia Real Sueca de Ciências. Para Medicina é o Instituto Karolinska, que eu até visitei, por sinal, aliás, eu fui também na Fundação Nobel em Estocolmo. Recomendo para todo mundo que um dia for a Estocolmo não deixar de ir na Fundação Nobel. É como se fosse um museu que tem todos os nomes, todas as fotos, todas as histórias de todo mundo que já ganhou todos os Nobel até hoje. Para a literatura, a Academia Sueca também. E aí para o da Paz, que é o da Noruega, ele designou um comitê de cinco pessoas eleitas pelo parlamento, como você falou. Ninguém sabe direito por quê. Não tem essa explicação, não consta lá das informações E esse mistério aí permanece até hoje.

Speaker 1:

O processo de avaliação começa em setembro do ano anterior aos anúncios, ou seja quase um ano aí de avaliação. Os comitês do Nobel enviam convites para milhares de pessoas ao redor do mundo pedindo que indiquem candidatos dignos do prêmio, e não é qualquer pessoa que pode fazer essa indicação, só pessoas específicas têm esse privilégio. Então, quem pode nomear Membros das academias responsáveis, ganhadores anteriores do Nobel, professores universitários selecionados de diversas partes do mundo e, no caso da Paz, membros de parlamentos nacionais e organizações internacionais. Claro que autonomeação não é permitida. por isso que acho que não deu certo. ninguém pode se indicar ao Nobel. O prazo final para as nomeações é 31 de janeiro.

Speaker 1:

nesse momento os comitês se reúnem para avaliar às vezes 400, 500 nomes que foram indicados para cada premiação. Eles começam a fazer uma triagem a partir de fevereiro, eliminando candidatos que não atendem os critérios e criam uma lista de trabalho com os mais promissores. Entre abril e agosto começa uma avaliação profunda, especialistas externos são consultados, publicações são analisadas, o impacto do trabalho como um todo é avaliado. Aí os comitês passam a se reunir regularmente para discutir os méritos de cada candidato e em setembro as recomendações finais são feitas. É só então que as instituições responsáveis lá atrás, definidas pelo Alfred Nobel, votam para decidir os vencedores. No início de outubro o mundo descobre quem são os laureados.

Speaker 1:

Cada prêmio é anunciado em um dia diferente, geralmente na primeira ou segunda semana do mês, e em 10 de dezembro, que é o aniversário de morte do Alfred Nobel, acontece a cerimônia de premiação em Estocolmo para todos os prêmios, exceto o da Paz, que é entregue em Oslo. Então essa é a historinha de como eles chegam lá. Então, esse ano eu achei curioso comentar também que a Corina a campanha da Corina começou ano passado e ela foi indicada por ninguém menos que Marco Rubio. tem um certo, tem um certo mal estar aí na Casa Branca, porque o Trump ficou super chateado com a vitória dela. porém foi um dos seus mais leais assessores que fez a campanha pra ela exatamente interessante né mais leais assessores que fez a campanha pra ela.

Speaker 2:

Exatamente interessante, né ideia. Eu tava buscando aqui alguns históricos também e achei interessante que só duas pessoas ao longo da história já recusaram o prêmio. Um deles foi o Sartre, então ele recusou, né parece que ele escreveu uma carta pedindo para não ser considerado quando talvez tenha falado alguma coisa, porque o interessante é que toda essa deliberação é secreta. Acho que isso também traz uma certa magia. Ninguém sabe o que foi a discussão, porque ganhou como ganhou quem estava sendo considerado, mas de qualquer forma ele falou que foi pego de surpresa e ele tinha uma posição e uma decisão de rejeitar qualquer tipo de instituição, honrário, oficial, prêmio, sejam franceses ou o que fossem, porque ele acreditava que isso ia de alguma forma transformar ele em uma instituição e limitar a sua liberdade intelectual, então interessante.

Speaker 2:

E limitar a sua liberdade intelectual, então interessante. E ele também não queria ser associado a nenhuma ideologia política por meio de uma premiação sueca num contexto de Guerra Fria. Então também filmou outras coisas aí. E uma outra pessoa que recusou foi Nossa falar isso aqui vai ser um pouco difícil porque é uma viatina mita leducto, né Que ele também recusou o Nobel da Paz. Eu falei, certo, né Falou falou.

Speaker 2:

Eu e a Deia, a gente descobriu que o problema também é porque inglês é Nobel. Então acho que isso que fica né confundindo. Mas voltando gente, ele recebeu o Nobel da Paz junto com o Henry Kissinger. Então foi com Kissinger por negociar o acordo de paz de Paris, que pretendia encerrar a guerra do Vietnã, e ele recusou porque ele falou que a paz não tinha sido alcançada, que os combates no Vietnã continuavam, que o cessar-fogo não estava sendo respeitado pelos Estados Unidos e que aceitar esse prêmio seria enganoso diante da realidade que o povo vietnãmista estava vivendo naquela época. Então acho interessante isso. Né O Kissinger, por outro lado, aceitou mas não compareceu à cerimônia por medo de protestos. e uma outra curiosidade quem recebe o prêmio além? E uma outra curiosidade quem recebe o prêmio, além de todo o status que isso traz, recebe também o prêmio em dinheiro, que hoje, em 2025, dizem que é na média um milhão de dólares.

Speaker 1:

Então também tem um dinheirinho aí, né Dé, Com certeza, com certeza. E tem uma outra curiosidade que eu não sei se lembra, mas o Bob Dylan ganhou o Nobel de Literatura em 2016, mas ele não foi recebido o prêmio. Nossa Curioso né.

Speaker 1:

Literatura por um letrista, por um músico. É interessante isso né. O desse ano de literatura foi um húngaro. Se não me engano que eu não conhecia também Laszlo. Eu nem vou arriscar pronunciar aqui o. Foi um húngaro. Se não me engano que eu não conhecia também Laszlo. Eu nem vou arriscar pronunciar aqui o sobrenome dele, porque foi assim, é impossível. Laszlo Krasnáorkai, eu não conheço esse escritor. Em medicina o prêmio foi para Mary Brunkow, fred Ramsdale e Shimon Sakaguchi por suas descobertta sobre tolerância imunológica. O Nobel de Química foi para Susumu Kitagawa, richard Robson e Omar Yaghi pelo desenvolvimento de estruturas metal-orgânicas. E queria comentar aqui o de Física, que foi para John Clark, michel Devore e John Martinez pela descoberta do tunelamento quântico em circuitos elétricos, por isso que são coisas muito cabeçudas. Mas eu queria só comentar que dois dos premiados com o Nobel de Física são do Google. Então teve toda uma menção no blog do Google. Ele explicou que o Michel Devereux é atualmente o cientista-chefe de computação quântica na equipe de Quantum.

Speaker 2:

AI do Google, ai gente, que demais já pensou que conversas cabeçudas.

Speaker 1:

Meu lado nerd ia conseguir acompanhar zero, mas fica super animado imaginando né E interessante porque assim, quando a gente fala de Quantum, né acho que talvez a IBM e o Google sejam aí, bem, estão aí disputando a liderança em computação quântica né Então o Google tá super, né lembrando que nos últimos cinco anos foram aliás, nos últimos dois anos foram cinco Googlers e ex-Googlers que ganharam o prêmio Nobel. Então assim, isso pra eles é uma demonstração de que, de fato eles conseguem atrair os maiores talentos no mundo. Quando se fala de tecnologia, lembrando que o Geoff Hinton, que ganhou no passado, tinha sido ficou anos no Google, saiu porque não concordava mais com o que o Google estava passado, tinha sido, ficou anos no Google, saiu porque não concordava mais com o que o Google estava fazendo, mas enfim, ficou lá alguns anos e o Demi só sabe que até hoje é o Chief AI Scientist do Google, também ganhou no passado. Então tem aí uma safra de Googlers aí muito robusta, ganhando prêmios Nobel. Então acho que esse é um prêmio interessante para a gente comentar.

Speaker 1:

E por fim, hoje de manhã, segunda-feira, foi anunciado o Nobel de Ciências Econômicas, que foi para um trio Joel Moecker, philippe Aguillon e Peter Howitt com uma premiação muito interessante. Uma premiação muito interessante, uma premiação para a inovação. São professores e pesquisadores que mostraram que a inovação é o que impulsiona o crescimento econômico. Então acho que esse é um prêmio bem relevante, bem conectado com o mundo, com o momento de mundo que a gente está vivendo, e eu acho que a gente vai falar bastante desses conceitos que fazem parte da pesquisa deles. Por exemplo, o Aguion e o Howitt desenvolveram a teoria da destruição criativa, que é quando novas tecnologias substituem as antigas, gerando um novo ciclo de crescimento. Então achei super interessante.

Speaker 2:

Talvez mais interessante, até porque a gente consegue acompanhar diferente do de química, física. Mas o Moquir foi reconhecido por identificar as condições históricas para esse progresso tecnológico, enquanto o Aguion e o Howitt eles desenvolveram a teoria de destruição criativa, onde essas novas tecnologias, como você falou, substituem as antigas e geram um ciclo de crescimento. E me lembrou muito do Innovator Dilemma. Então, quem aqui trabalha com inovação é um pouco do nosso mundo, conhece bastante. Isso É do Clayton Christensen, falei certo. Né É do Clayton Christensen, falei certo. Amiga, a ideia é ótima. pra falar sobre nomes, gente, eu não sou, entendeu Muito.

Speaker 1:

Acho que é Christensen, né Que é famosíssimo.

Speaker 2:

Todo mundo estudou ele Quem trabalha com inovação passou com. Se não sabe quem ele é, talvez não saiba Quem não sabe quem ele é. já ouviu a teoria, entendeu né.

Speaker 1:

Mas ele é de Harvard, o cara que criou o Job to be Done.

Speaker 2:

Exato, o Job to be Done, para mim realmente é a coisa mais forte. E esse dilema de inovação de que muitas vezes as empresas acabam tendo que tomar essa decisão de fazer inovar e disruptar o seu próprio mercado ou não. Então imagina uma empresa sei lá, estou pensando um exemplo aqui mas uma Microsoft que vendia de repente software para servidor, só que é um modelo de negócio um pouco diferente. Mas tá, bom, vai uma blockbuster, exemplos assim que de repente tem um momento que fala cara, será que eu pego e começo a construir streaming E a hora que esse negócio der, certo eu vou ter destruído o meu próprio negócio, sendo que eu tenho um custo de loja de pessoas. Eu tenho muita coisa em jogo.

Speaker 2:

O caso da Microsoft que eu ia falar acho que não tem tanto em jogo que é sair de vender as licenças e tal pra começar a vender computação na nuvem, assim na cloud. Mas quando você pega um cenário tipo esse tipo, esse cenário clássico de uma blockbuster versus a Netflix, será que a blockbuster não era a empresa que mais poderia ter tido sucesso em fazer isso, uma vez que ela já era conhecida, ela já tinha os clientes, ela já tinha tudo isso, mas ela ia estar disruptando, estragando o próprio business dela. Então ela acaba não fazendo. E esse dilema da inovação, de se eu não fizer, outro vai fazer e aí de qualquer forma meu negócio vai ser destruído, tem e é uma coisa muito presente nas conversas de inovação e é muito isso de você ter uma inovação que de alguma forma está destruindo o ciclo anterior. Mas eu acho que nesse caso do Nobel é muito mais pensando não na empresa, mas pensando no impacto que isso tem na economia como um todo, dessas grandes ondas.

Speaker 1:

É e no mundo. O que eu acho super legal desse Nobel é que talvez ele coloque luz sobre uma coisa que a gente não fala tanto. Eu acho, pelo menos nos círculos que eu frequento, a gente não para pra olhar muito esse ranking. Mas existe um ranking global chamado GII, chama Global Innovation Index, que é publicado por uma, um órgão lá das Nações Unidas chamado WIPO, que é World Intellectual Property Organization ou Organização Mundial da Propriedade Intelectual, que ela classifica 133 economias com base em suas capacidades e desempenho em inovação, ou seja, é um ranking que analisa que países estão mais bem posicionados em termos de inovação no mundo, e eu acho que isso é um super wake up call que países estão mais bem posicionados em termos de inovação no mundo. E eu acho que isso é um super wake-up call para os países, porque a gente agora está vivendo essa guerra geopolítica em que a nova ordem mundial está sendo repensada. Os Estados Unidos, achando que ficou para trás, então quer entrar nessa competição ferrenha com a China. A China, por sua vez, disparou na experiência. Ela vai conseguir ser alcançada por algum país ocidental. A gente vê a Europa sendo acusada de ficar para trás, se preocupou muito em regulação. Então este mundo, neste cenário, nesse xadrez geopolítico, vale a pena olhar para aqueles que estão investindo mais em inovação, o GII, que é esse ranking que eu mencionei. Ele tem alguns pilares, alguns critérios que eles olham para poder posicionar os países nessa lista. Por exemplo, pedidos de patente, manufatura de alta tecnologia, número de pesquisadores por milhão de habitantes, investidores globais em P&D corporativa, empregos dessa economia do conhecimento, da knowledge economy, colaboração entre universidades e indústria, financiamento para startups, capital de risco que circula naquele país, pedidos de registro de marca, valor global de marca, o desempenho ambiental, acesso a tecnologias de informação e comunicação, enfim, uma série de parâmetros que, quando combinados, geram esse ranking. E a gente está aqui com alguns números. Eu fiz essa pesquisa um pouquinho antes da gente começar a gravar.

Speaker 1:

E o GII de 2025, o primeiro país do ranking desse ano dos 10 países mais inovadores é a Suíça, líder pelo 15º ano consecutivo, seguido pela Suécia, depois Estados Unidos, depois Coreia do Sul, depois Singapura em 5º, finlândia em 6º, países Baixos em 7º, dinamarca em 8º, alemanha em 9º e 10º. Entra a China, que entrou no top 10 pela primeira vez. Enfim, ela lidera em alguns desses critérios, mas não em outros. Décimo, entra a China, que entrou no top 10 pela primeira vez. Enfim, ela lidera em alguns desses critérios, mas não em outros. Então é interessante olhar por que a China não está tão bem posicionada nesse ranking. Quando você olha o ranking de PIB, de quanto cada país investe em inovação do seu PIB, é outro ângulo que também é bem interessante.

Speaker 2:

A gente pode falar disso também, o Deana. Mas só um comentário esse negócio da China eu tenho um pouco de dúvida de até que ponto a China é tão boa de patentear coisas, fazer coisas dentro desse sistema ocidental que talvez leve a ela talvez muito da inovação lá, esteja um pouco abaixo do radar do que esse ranking pega, porque é estranho realmente né. E tem uma outra coisa a China é muito boa e a gente no passado falava né A China copiava as coisas, né Quebrava patente, fazia o falso o tudo. Eu acho que a China já está muito boa há algum tempo em usar muito bem as tecnologias e as inovações existentes. Então aquela coisa cara, ela pega a IA do não sei o que que está sendo feita, e ela consegue aplicar aquilo nos produtos que vão realmente fazer o robozinho que limpa o chão, que vão fazer não sei o que lá.

Speaker 2:

Então ela acho que consegue usar isso com uma aplicabilidade muito grande. E isso até me lembrou uma conversa eu comentei com você outro dia que eu vi. Eu acho que Eric Schmidt, o SEO do Google, comentando que o Google, a China, acaba não tendo tanto dinheiro e capital para algumas brigas, como essa briga, por exemplo, dos modelos, que é super cara e que até tem uma discussão que a gente pode trazer depois em um outro momento, de se é uma bolha ou não é uma bolha e tudo isso, e ela acaba sendo muito boa realmente em fazer este uso dessas tecnologias. Então só alguns pontos aí interessantes. E me chama muito a atenção a Suíça. Assim eu esperava os Estados Unidos ser realmente desbancado por outras, por outros, mas conta aí a métrica versus o PIB eu acho que o PIB também é uma boa métrica e aí a gente tem um outro ranking.

Speaker 1:

Outros países. Em primeiro lugar vem Israel. Aí faz muito sentido. Quem acompanha um pouco esse cenário de inovação sabe que Israel há muitos e muitos anos é um país extremamente startup nation. Ele é considerado chamado de startup nation porque houve uma descoberta de que era por aí que eles iam, porque eles são um país muito pequeno com uma população pequena, então ia ser por aí que eles iam despontar E de fato muitas inovações tecnológicas que a gente consome hoje vêm de Israel.

Speaker 1:

Ações tecnológicas que a gente consome hoje vem de Israel. Ele investe 6,3% do PIB em P&D, em Product Development. Então Israel 6,3% do PIB. Em segundo lugar vem Coreia do Sul, que investe de 5% a 5,2% do PIB em inovação. Em terceiro, taiwan, que investe 4% do PIB em inovação. Em terceiro, taiwan, que investe 4% do PIB. Em quarto lugar, suécia, com 3,6% do PIB. Em quinto lugar, estados Unidos, com 3,4% do PIB. Em sexto, japão, 3,3% do PIB. Em sétimo, alemanha, 3,1% do PIB. Em nono, bélgica, com 2,9% do PIB. Em décimo, a Áustria, que investe 3,2% do PIB. O Brasil investe aproximadamente 1,2% do PIB.

Speaker 1:

Então a gente está bem atrás, a gente fica em posições bem abaixo dos líderes, muito abaixo da média global também. Então o Brasil ainda precisa dedicar um percentual bem maior do seu PIB para a inovação, para a gente poder se tornar mais competitivo. Isso explica quando você olha para esse ranking. Isso explica porque o Brasil não é competitivo ainda com tantos países. A gente ainda está vivendo.

Speaker 1:

A Emweb esse ano, quando teve no Rio Innovation Week, ela falou uma frase que as pessoas ficaram muito ofendidas. Não sei se você pegou um pouco essa repercussão da fala dela. Ela disse que o Brasil vivia no século passado ou algo assim. Não lembro exatamente o termo que ela usou, mas ela disse que o Brasil estava vivendo em uma outra era, na era ainda da manufatura, né a gente tem ainda no agro o nosso grande motor econômico e que a gente precisava olhar para isso, para a inovação, para a tecnologia, para a gente se tornar competitivo.

Speaker 1:

Então, quando você plota o Brasil nesse contexto aqui de inovação, eu acho que fica muito claro que a gente talvez não tenha feito as escolhas certas como nação. Ainda falta muita coisa. Mas assim, gente, o Brasil é o terceiro país que usa mais chat, gpt no mundo, redes sociais a gente está em segundo lugar. O uso de internet é a mesma coisa. A gente tem mais smartphones do que pessoas, então a gente até tem aí alguns ingredientes que indicam que a gente poderia ter aí uma posição um pouquinho melhor. Claro, falta a gente formar mais engenheiro, falta a gente ter mais dinheiro de vento e queda a conversa que eu ouço desde que eu sou criança.

Speaker 2:

Precisamos investir em educação, precisamos de um monte de coisa que eu acho que é, mas é interessante também a gente. Pra mim, a coisa que mais me chama atenção é ver a Europa, israel versus o PIB. Não foi uma surpresa, porque eu já tinha essa imagem de Israel, mas ver a Europa numa posição realmente interessante, vários países europeus no meio desses rankings, gerando inovações. A gente tem uma conversa atéando inovações. A gente tem uma conversa até pelo domínio que a gente tem, né Cultural, intelectual, americano, sobre a gente, e a gente fica vendo muito essa discussão entre Estados Unidos e China.

Speaker 1:

E também me chama atenção ver a Europa Interessante né Super É e eu acho que a gente fica comprando muitas vezes essa narrativa que é vendida muito pelo Vale do Silício, né De que a Europa resolveu regular e que lá tudo é muito rígido e aí por causa disso a Europa ficou para trás, mais ou menos, né Não. A Suíça é super reconhecida, os países nórdicos super reconhecidos também. Hoje a empresa Lovable, que é uma empresa de vibe coding da Suécia, se tornou recentemente também a startup que mais rápido cresceu o seu valuation na história E a sueca Então tem bastante coisa acontecendo. Mas a gente acaba caindo um pouco naquela narrativa que é vendida pelo Vale do Silício, de que o negócio é a inovação que vem dos Estados Unidos.

Speaker 2:

Os nossos anéis, né Ora que são finlandeses. Ora finlandeses Muitas empresas Spotify.

Speaker 1:

A gente tem aí Klarna, que é uma fintech super importante europeia. Você tem enfim muitas empresas menores também que estão criando inovação, e são países onde tem um Estado muito inchado. o Estado é enorme nesse tipo de país. eles são welfare states ou seja são países onde você paga impostos muito altos 50% mais ou menos de imposto e você tem educação, saúde, segurança, tudo incluso ali naquele pacote, o que em tese deveria levar as pessoas a serem um pouco acomodadas, porque você já acorda de manhã e já está com tudo garantido. Então essa é uma discussão bem interessante, porque isso na verdade não fez com que as pessoas ficassem acomodadas. Ter um Estado que entrega as necessidades básicas não gerou pessoas acomodadas. Pelo contrário, gerou pessoas que se sentem confortáveis para arriscar, para empreender, para criar algo novo.

Speaker 2:

Porque se você empreende e dá tudo errado, sim.

Speaker 1:

Mas acho que isso explica por que eles são considerados tão inovadores. Porque, no fundo, quando eu visitei Estocolmo, a gente conversou com alguns vices, com algumas órgãos de fomento e eles diziam isso Quando você tem certeza que, mesmo que você invista em algo e aquilo não dê certo, não vai faltar comida na mesa, o seu drive de investir é outro.

Speaker 1:

Você sabendo, que você pode pegar seu dinheiro e tomar um risco e saber que seu filho não vai perder a vaga na escola, que a comida vai continuar na mesa, que você vai continuar tendo segurança saúde, você encara o riso. segurança saúde, você encara o risco de outra forma É total.

Speaker 2:

Eu, brasileira, vou cuidar muito bem do meu emprego e dos meus esforços pra pagar o leitinho das crianças, né Pagar o podcast que todo mundo assiste. Eu concordo, é um risco menor. Déia, você tá falando tudo isso e eu tô pensando que eu quero ir pro pro norte da Europa.

Speaker 2:

vou colocar assim de uma forma com vocês, entendeu e eu pensei vou colocar de uma forma assim mais ampla, entendeu, mas e daí eu lembrei que você tá devendo pro Rodrigo um pra China, né ele vai te pegar no próximo jantar, entendeu, quando que a Oxygen vai levar a gente para a China maio.

Speaker 1:

Tá resolvido, não temos mais essa dívida maio, segunda semana. Tá terceira semana de maio, 18 a 25 de maio. Agora preciso confirmar se é 17 a 25 ou 18 a 25,. Enfim, a gente tá organizando de fato a primeira Oxygen Journeys pra China gente, você vai falar com o Rodrigo gente quanto tempo uma semana de imersão. É uma ferramenta que faz 15 para o Japão em julho, então temos muitas viagens.

Speaker 2:

mas tudo bem, vamos lá Muitas viagens.

Speaker 1:

A ideia é fazer Beijing e Shanghai pegando um pedacinho dos dois finais de semana nas pontas, porque também chegar lá não é fácil né. Então você chega. Tem que sair daqui, tipo quinta ou sexta pra chegar lá no sábado. E aí domingo tem um pouco de turismo, né, Porque a gente não vai até lá e não vai na muralha da China, né Então domingo tem muralha tem cidade proibida ali, um pouco antes, esperar vocês lá, entendeu, E depois de segunda a sexta a gente visitar empresas, visitar universidades, museus, entender o que faz da China essa potência, Vamos lá.

Speaker 2:

Nossa, amei. Vou falar pro Rodrigo, já vai ficar mega animado. Já vou pôr na minha agenda de férias Férias do time.

Speaker 1:

Tá aí Maravilhoso, férias produtivas Férias produtivas.

Speaker 2:

Né Férias produtivas, ai, que delícia. Né Exatamente Melhor ainda né Férias produtivas com conhecimento. De repente eu negocio, nem tiro das minhas férias, né gente, porque eu vou estar conhecendo empresa de inovação na China. Imagina super aprendizado.

Speaker 1:

Com certeza.

Speaker 2:

Bota a conta aí, maravilha, eu tô pagando pra isso, a empresa também vai suprir desconhecimento Maravilhoso. Então temos, você tem muitas viagens, né Não consigo acompanhar tudo. Eu queria ir na Vuvatec, mas acho que vou ter que trocar pela China, agora, amiga.

Speaker 1:

Mas tudo bem, já temos tudo. O primeiro semestre é uma loucura. A gente vai ter que ficar naquela organização dos portugueses à distância.

Speaker 2:

Exato SXSW. Eu queria ir na Vatec cane um dia. Eu vou mais pra frente porque tá mais longe do meu trabalho. Paciência, vou deixar pro futuro, entendeu.

Speaker 1:

Mas China tá incrível Então é isso, gente, preparem os passaportes porque vocês podem ir com a gente né dessa.

Speaker 2:

Esse programa só aberto certo.

Speaker 1:

Com certeza só entrar no grupo da Oxygen, lá que a gente tem todas as informações. no nosso Instagram tá, tudo lá É isso aí.

Speaker 2:

Então é isso, gente Vocês podem ir com a Oxygen e de quebra levar o Duplo Clique junto, entendeu, porque eu já vou estar lá também.

Speaker 1:

A gente faz ao vivo. Faz ao vivo lá, eu e você já gravamos lá, já contamos novidades. Gente, já pensou a gente gravando na China Maravilhoso.

Speaker 2:

Então tá gente, o que tá com a cara de pelo amor de Deus me leva, tá bom Pessoal, super obrigada por mais uma semana E semana que vem a gente grava no domingo, porque agora quem tá ajustando as viagens sou eu, que eu já vou estar de volta, e muito obrigada por estarem com a gente.

Speaker 1:

Aproveita aí, aproveita São Francisco e volta contando tudo pra gente dar seu esforço no próximo podcast também Vou.

Speaker 2:

Vou voltar contando tudo e vou voltar com os nossos novos microfones. Então é isso Combinado. Super obrigada pessoal. Um beijo tchau, tchau, obrigada gente no-transcript.