Duplo Clique
A Andrea Janer da Oxygen, e a Fernanda Belfort da Tribo de Marketing, são duas amigas apaixonadas por lifelong learning. Toda semana, elas se juntam para dar um Duplo Clique nos principais temas de tecnologia, negócios e tendências. Conversas gostosas e descontraídas, mas cheias de conteúdo para você ganhar repertório e estar sempre atualizado.
"As opiniões expressas aqui são estritamente pessoais e não devem ser interpretadas como representativas ou endossadas pela Salesforce, empresa onde a Fernanda Belfort trabalha."
Duplo Clique
#39 O Apagão da Nuvem, Roubo no Louvre e a Ameaça da Superinteligência
Um roubo cinematográfico no Louvre expôs a colisão entre segurança, política cultural e turismo em massa. Enquanto autoridades debatem o isolamento da Monalisa e reformas atrasadas, o mercado ilícito de joias revela seu lado mais cruel: peças desmontadas e quase irrecuperáveis. O episódio, que já inspira documentários, reacende discussões sobre negligência institucional e o custo político de proteger patrimônios globais.
Na sequência, o episódio aborda a ameaça da superinteligência e a dependência digital moderna. De cartas abertas sobre AGI à queda da AWS por falha de DNS, emergem dilemas sobre controle, ética e infraestrutura. O debate entre Europa e EUA sobre regulação tecnológica ganha força, enquanto um raro diálogo entre Cíntia Chagas e Manuela D’Ávila mostra que reconciliação e transparência também são formas de resiliência. O fio condutor: a urgência de repensar nossas bases — técnicas, culturais e sociais — antes que colapsem.
- Links:
The Long Tail of the AWS Outage | WIRED
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Oxygen Club - Andrea Janér
Tribo de Marketing - Fernanda Belfort
"As opiniões expressas aqui são estritamente pessoais e não devem ser interpretadas como representativas ou endossadas pela Salesforce, empresa onde a Fernanda Belfort trabalha."
Olá, eu sou a Andréia Janer, eu sou a Fernanda Belfort E esse é o Duplo Clique. Bem-vindos e bem-vindas aqui a mais um episódio de uma semana que foi curta. né A gente gravou o último no domingo, né Fê.
Speaker 2:Exato, a gente já falou nossa aconteceu menos coisa essa semana. Eu acho que aconteceram menos coisas talvez tão relevantes, né Tudo bem. A AWS teve um problema que parou uma parte da computação no mundo que a gente vai falar um pouco mais pra frente, teve alguns fatos assim. Mas também a nossa semana foi mais curta, né Dea, a gente no domingo passado ia falar do assalto do Louvre e acabou falando de tanta coisa. Tinha acabado de acontecer e ninguém sabia nada né. Então acho que juntou as coisas.
Speaker 1:Pois é, e que tal esse assalto. A gente soube mais alguma coisa. Eu não me debrucei muito nesse assunto essa semana. Você soube mais alguma coisa dele.
Speaker 2:Olha o que eu sei é que parou um caminhão que tinha uma daquelas escadas, né como se fosse de bombeiro. sabe Que você consegue subir nos andares superiores e tudo Ele parou do lado do Louvre. O nome disso é Escada Magiros É isso mesmo gente, essa palavra surgiu do meu baú, aqui Faz uma busca, aí É, acho que eu nunca tive esse repertório, entendeu, mas aí subiram essa escada, sim.
Speaker 1:Entraram por uma janela. Fala é escada Magirus, escada, Magirus. Gente, como que eu lembrei disso. Eu não entendo. Gente é uma mulher, é repertório Nossa maravilhoso.
Speaker 2:E aí foram com a escada, entraram pela janela, arrombaram lá umas vitrines, pegaram umas joias nervosas, né Assim, a esposa do Napoleão e coisas assim. Né As fotos foram, eram bem modestas as joias. Né Claro que não eram joias maravilhosas, enormes, cheias de brilhantes esmeraldas, coisas que eu imagino o peso daquilo. E eles, ontem eu vi um vídeo que divulgaram. Ontem eu vi o vídeo que divulgaram de que os assaltantes voltaram para a escada Magiros e desceram por ali, pegaram umas motos, umas escuras e fugiram.
Speaker 1:Então assim foi uma vergonha, né Dea, realmente eu acho que foi mais um golpe no Macron, que não tá nada bem né. Eu acho que o Macron tá vivendo um inferno astral lá na presidência da França e só lembrando aqui um fato que foi Eu acho que o Macron está vivendo um inferno astral lá na presidência da França E só lembrando aqui um fato que foi a primeira coisa que me ocorreu quando eu soube do assalto Não sei se vocês estão lembrados, acho que a gente falou disso, talvez no começo do ano de uma greve feita pelos funcionários do Louvre em um dia normal de visitação.
Speaker 2:A gente falou que tinha muita gente.
Speaker 1:É verdade, né Não foi a primeira vez que os funcionários do Louvre inclusive se rebelaram. Foi, acho que a segunda ou terceira. Mas esse ano foi assim, um belo dia, uma terça-feira qualquer, eles abriram o Louvre, como de costume, e acho que uma hora depois eles fecharam. Os funcionários tomaram a decisão de fechar o museu porque estava assim operando na sua capacidade máxima, estava lotado, tinha filas enormes do lado de fora e eles tomaram essa decisão por medo de expor enfim as obras. Ali, estava obviamente muito difícil de garantir a segurança das obras.
Speaker 1:existe uma preocupação de preservar a qualidade das obras. não tem staff suficiente para enfim garantir de fato a proteção de todo o acervo que está lá dentro. e isso gerou uma grande conversa e o Macron veio a público dizer que existe um projeto de investir gente agora não sei o número, mas assim uma verba considerável em reformar o Louvre. Então já existe essa questão de que o Louvre está, não diria abandonado, mas negligenciado, vamos dizer assim pelo governo. Inclusive, nesse projeto do Macron para reformar o Louvre, não sei se você lembra, mas existe a previsão de uma sala só para a Monalisa, para a Monalisa ficar separada do acervo do museu porque enfim.
Speaker 2:Você que me contou no podcast não só uma sala separada, mas uma entrada e um pedaço separado. Né tentar porque tem um lado. Não é shopping center, né gente ou loja de supermercado que você põe a padaria ali no fundo pra fazer a pessoa andar no supermercado inteiro, exato, e daí ele lembra e compra mais coisa. É assim, cara. Essa pessoa só entrou pra ver a Mona Lisa, não precisa fazer circular pelo resto do museu todo, né.
Speaker 1:Maravilhosa essa comparação, amém. Mas é isso. Já existia uma pressão, já existia uma, talvez um consenso de que o Louvre está enfim no seu limite. Então ele precisava realmente de uma É que assim implica em parar o Louvre. Imagina fechar o Louvre, gente, durante sei lá alguns anos pra poder fazer uma reforma, como muitos museus do mundo fazem. Né No caso do Louvre, é uma perda pro turismo da França e acho que o Macron não quer.
Speaker 2:Mas o Louvre é tão grande, não precisa fechar o Louvre. Né Pega uma parte do Louvre reforma aí vai pra Casa Branca, né O Trump já tá lá destruindo a parte Demolindo. Bem lembrado, já tá demolindo lá, né Acho que é, não é West Wing, né É o East Wing, se não me engano, pra fazer o ballroom dele.
Speaker 1:O ballroom Exato As administrações. Lembra que ele dizia que as administrações. Lembra que ele dizia que as administrações anteriores não valorizavam o assunto baile.
Speaker 2:O assunto baile não dava valorizar era subestimado pelas administrações anteriores. Exato mas assim não precisa parar a casa branquideira. Acho que no Louvre dá pra fazer. Dá pra fazer uma parte. Já põe a moraliza, põe algumas coisas e daí vai puxando. Mas eu acho que primeiro que roubo de joias, né joias da coroa, é uma coisa que é filme é um, filme é um mito é uma coisa que já gera cliques, engajamentos de qualquer jeito no Louvre.
Speaker 2:mais ainda, o jeito que foi colocar uma escada foi humilhante. né Foi realmente Na luz do dia, né A luz do dia 9h da manhã, no domingo exato Foi surreal.
Speaker 1:Eu acho que isso realmente é um Já. já, a gente vai ver um documentário na Netflix, um filme, coisas do gênero.
Speaker 2:Vamos ver se vão pegar. Eles estavam desesperados pra tentar pegar logo porque eles podem fazer um desmonte disso Um desmonte com certeza.
Speaker 1:Porque a gente ficou discutindo quem vai comprar? ninguém vai comprar isso, Só se for um colecionador que queira enfim colocar no cantinho da sua casa pra olhar para aquilo. Porque nenhuma casa de leilões, ninguém vai comprar essas peças. Não, ninguém, São totalmente visadas, São muito visadas E teve.
Speaker 2:A Mona Lisa foi roubada no começo do século passado e estava vendo uma reportagem, e recuperaram ela dois anos depois, quando estavam tentando vendê-la em Florença. Mas hoje em dia, ainda que é tudo digitalizado, tudo mais difícil ainda né Assim não dá pra fazer. E aí a gente tava morrendo de rir. Né Eu tava conversando aqui com a Júlia, com a minha filha, e a gente falando é realmente uma joia, dá pra você pegar, tirar os brilhantes, tudo né. Mas tem gente que rouba quadro, rouba a obra, né Você não vai pegar e recortar. Ela tá falando você não vai recortar a boquinha né A mãozinha do grito, entendeu Falar? esse é um pedacinho do negócio. Então quer dizer, tem um mercado pra gente que compra, mas eu acho que joia realmente seria desmanchar.
Speaker 1:Talvez até eles tenham que mudar coisas.
Speaker 2:Né Déa, porque tem algumas pedras ali que são muito raras né talvez sejam muito icônicas, é então acho que talvez tenha uma coisa bom. Vamos acompanhar né os próximos capítulos disso.
Speaker 1:E aí, bom, a gente teve um outro assunto essa semana que eu acho que foi bem marcante, que foi a carta assinada por 800 figuras públicas aí pedindo que parem as pesquisas né o desenvolvimento da superinteligência. E só para a gente dar um passinho atrás aqui, entender o que é essa superinteligência é um termo que tem sido mais usado hoje em dia para definir o que a gente até pouco tempo atrás chamava de AGI, né A-G-I, que é Artificial General Intelligence, que é essa inteligência que vai superar a inteligência humana. Esse é um grande debate que existe há muito tempo sobre o que seria essa AGI e a gente sabe também já hoje em dia que ela não vai chegar num determinado momento. Não é que um belo dia a gente vai lembrar dessa data que chegou a EDI. Na verdade é algo que vai sendo construído e vai sendo solto no mundo aos poucos, à medida que esses modelos vão evoluindo e vão sendo lançados novos modelos e updates e coisas. Assim a gente está chegando talvez cada vez mais perto disso.
Speaker 1:Né, isso é bem polêmico, não existe nenhum conceito, muito não existe um consenso sobre o que seria a AGI. Algumas pessoas inclusive acham que, como o Gary Marcos, né Fê, que a gente sempre acompanha, ele, por exemplo, é um professor de NYU, um cara que a gente segue há bastante tempo, e ele dá risada. Ele fala que a gente tá assim, né a anos luz ainda da EDI. A gente tá muito longe, talvez a gente nem chegue nesse século a EDI. Ah sim, espero É. Mas outros tem uma outra linha, né, e eu sempre falo já falei aqui no podcast várias vezes que normalmente os acadêmicos são mais, são mais, ficam mais apreensivos com relação a isso. Eles acham que a gente está perseguindo isso de forma muito intensa.
Speaker 1:Né, então todas hoje, todas as grandes empresas de inteligência artificial inclusive, falam publicamente que elas estão buscando a EDI, a OPNI falar isso, a Meta agora está falando isso. Então existe um entendimento de que esse é o grande objetivo aí das Big Techs. Tá, e os acadêmicos alertando para um tipo de inteligência artificial que a gente não sabe nem do que é capaz, do que será capaz, e eu já vi vários professores falando sobre os riscos da gente desenvolver uma tecnologia que a gente sequer sabe se vai conseguir controlar. Essa é uma das alertas do professor Max Tegmark, que é CEO do Future of Life Institute. Ele é fundador e CEO desse instituto que fica dentro do MIT, e ele eu já tive a oportunidade de vê-lo duas vezes, no Web Summit de Lisboa do ano passado e esse ano na programação paralela do Fórum Econômico Mundial em Davos, e ele tem uma pergunta muito simples.
Speaker 1:Ele fala por que, em vez de a gente tentar desenvolver a cura do câncer, usar a inteligência artificial para resolver as questões climáticas, por que que a gente está inventando de perseguir essa ADI, ou essa super inteligência que a gente não sabe nem se vai ser benéfica para a humanidade, se vai ser algo que a gente vai conseguir controlar? Então esse professor, em 2023, escreveu uma carta e com a assinatura de muitas pessoas famosas na época, se não me engano, até o Elon Musk assinou essa carta naquele momento. E agora ontem não anteontem ele circulou uma segunda carta na mesma linha pedindo para que haja uma regulação mais forte e que não seja permitido que essas empresas desenvolvam a ADI. E ele na verdade buscou muitos nomes proeminentes para assinarem essa carta. E a gente tem aí alguns signatários muito importantes, como o Geoffrey Hinton, que eu já falei várias vezes aqui no podcast, que é um dos patas da inteligência artificial, um dos primeiros, um dos pioneiros da inteligência artificial no mundo.
Speaker 1:O Joshua Bendio, outro também cabeça coroada da inteligência artificial, mas de repente ali no meio tá o Steve Bannon e o príncipe Harry e a Meghan Markle. Aí eu fiquei assim tipo indignada com essa carta. Tipo gente, tudo bem que as cartas precisam ter repercussão, elas precisam reverberar, as pessoas precisam ler, né a nossa e tal, e tem que ter de repente um outro nome ali, mais midiático, pra poder chamar atenção pro conteúdo.
Speaker 2:Mas poxa, ficou um balaio de gato mas eu acho que bom, vamos lá, que tem muitos comentários pra fazer sobre isso. Né Bea, primeiro, há muito, algum tempo, não rolava uma carta ou um movimento nessa direção. Né quando começou toda essa história de agenerativa começou um movimento. Né direção, quando começou toda essa história de agenerativa começou um movimento. Eu lembro até que o Tristan Harry, que chama da Human Tech ele maravilhoso quando começou essa parte de. GNI, ele trabalhava, acho que no Facebook, no Google. Na verdade ele tinha uma startup.
Speaker 1:Ele é de Stanford. Ele tinha uma startup que foi comprada pelo Google em 2014, 2015, por aí, aí ele acabou como ele foi comprado, ele entrou no Google e passou um tempo trabalhando lá e aí acho que você vai contar a história, né, mas eu não lembro. A história dele continua, você lembra de cabeça? Sim, sim, sim, ele foi comprado pelo Google e ele foi absorvido pelo Google. E ele entrou, começou a trabalhar no Google e depois de um tempo muito pouco tempo aliás ele percebeu que existia uma, uma, uma prática lá dentro de criar produtos. Estamos falando de 2014, 2015,. Ele percebeu que os produtos do Google eram criados para prender a atenção das pessoas de uma forma que ele não considerava ética. E aí ele fez um PPT com 103 slides mostrando isso, tentando apontar isso pra compartilhar com o time dele. Assim, ele achava aquilo muito estranho, aquelas bolinhas vermelhas que ficavam nos produtos, na tela do telefone, te fazendo clicar pra, pra, pra, criando essa economia da atenção né que a gente chama.
Speaker 1:E ele, e esse PPT acabou na mesa do de alguém muito alto lá dentro não lembro se era o CEO, enfim e chamaram o Tristan Harris para que ele explicasse o PPT, e ele achou que iria ser demitido e na verdade, ele foi convidado a ocupar um cargo que foi criado para ele, chamado Chief Design Ethicist, ou seja. Ele seria responsável por estabelecer regras para o design, para o UX, para a experiência do usuário do Google, ser mais ética. E ele ficou suprisonjado, aceitou esse cargo e ficou alguns meses nessa posição até entender que na verdade, eles fizeram isso apenas para que ele não ficasse público, ele não fizesse uma denúncia formal do Google. Ele acabou percebendo que a ética não ia, era só para o inglês ver e ele pediu demissão. E quando ele saiu, ele se tornou esse cara que até hoje é uma voz super importante no mundo sobre a economia da atenção, sobre esse vício nas telas que essas empresas provocaram na gente, tudo mais.
Speaker 1:Perfeito E ele fez o documentário do Dilema das Redes, porque ele abriu o Center for Human Technology, que aí virou esse lugar onde as pessoas que tenta propagar essa awareness, essa consciência das pessoas, Sim, eu coloquei o link aqui.
Speaker 2:O Mig vai nos ajudar a deixar o link lá na publicação, porque semana passada eu falei que ia colocar o link da apresentação do TED. Não coloquei, me cobraram em grupos do WhatsApp, então esse eu coloquei e é interessante. Eles têm duas vertentes uma que é o impacto de social media na sociedade e o outro que é o impacto de A na sociedade. E eu lembro que logo que começou essa parte de GNI, a melhor apresentação, começo, meio e fim ele tem o poder da narrativa também, que é uma coisa rara no mundo foi para explicar o que era essa tecnologia, porque aquilo era diferente como era foi deles. Então até me trouxe um pouco de volta nisso. Depois a gente viu na época né Deia assim uma série de documentos e coisas. A gente já comentou aqui o quanto a gente né tinha lá aquele encontro na Europa que era pra segurança.
Speaker 1:Esqueci o nome agora e depois mudou uma cúpula de segurança Que depois passou a não ser mais. Sobre segurança, eles tiraram o seu nome.
Speaker 2:Porque a grande verdade É que todo mundo meio que chegou à conclusão De que Esse trem já tinha partido. Então todo mundo passou a normalizar Que essa corrida vai acontecer de qualquer forma. Então Eu acho que é uma boa surpresa ter uma carta de novo. Eu acho que a gente precisa ter isto mais claro. Outro dia eu vi também uma Poxa alguma coisa dizendo, mostrando no metrô em Nova York propagandas de meio que um aplicativo que é um desses amigos virtuais, uma IA que está sempre com você, que vai sempre responder as mensagens, que vai sempre fazer tudo e que as pessoas estavam riscando e falando. A gente não vai aceitar isso. Isso não é um amigo de verdade, mas acho que precisa ter um pushback social também de até que ponto isso vai acontecer.
Speaker 2:E no Center for Human Tech é interessante porque ele vai falando até assim, quais são os impactos, o que preocupa eles, o que não preocupa. E é interessante porque no site do Center for Human Technology ele fala um pouco como você consegue quebrar esse problema todo já na sociedade. Então ele fala que tem um lado que é a parte de relacionamento, comunidade, valores. Tem uma parte que é trabalho, dignidade e propósito. Tem uma parte que é a centralização de poder e a necessidade de descentralizar as ferramentas, depois quebrar tudo isso para que as pessoas consigam entender o que está acontecendo E essa perda de controle conforme. Tudo isso vai crescendo e vai tendo eventualmente sistemas que sejam autônomos e o risco disso passar a ter uma coisa só. Mas acho que esses movimentos estão muito silenciados, acho que já teve uma normalização muito grande. Então, nesse sentido, eu achei legal. Sobre as pessoas que assinaram, eu ia dizer que assim o Max.
Speaker 1:Na verdade, as duas vezes que eu ouvi falando, as pessoas perguntaram pra ele nessas duas ocasiões assim ah Max, na verdade, as duas vezes que eu o vi falando, as pessoas perguntaram pra ele. Né nessas duas ocasiões assim ah, mas por que que você fez essa carta? Você acha que adiantou alguma coisa? né Tipo, ninguém parou de desenvolver a AGI, uma super inteligência, né. E aí ele fala muito, ele fala de uma maneira muito tranquila, ele fala assim não, eu não acho que é a carta que vai fazer com que esse desenvolvimento seja pausado. É que a carta cria uma awareness, ela cria uma consciência em pessoas que de repente não estavam prestando atenção. Nisso que é justamente o que vai fazer com que as discussões aconteçam.
Speaker 1:A regulação muitas vezes ela responde a um anseio da população. População muitas vezes ela responde a um anseio da população. Ela pode vir a ser acelerada. Porque a regulação é muito lenta em todos os lugares do mundo, principalmente nos Estados Unidos, porque não é prioridade para os legisladores. Eles não estão preocupados com isso. Existe obviamente um lobby muito forte das big tech também para evitar que isso aconteça. Existe obviamente um lobby muito forte das big tech também para evitar que isso aconteça. A gente sabe que os Estados Unidos têm uma postura muito contrária à regulação. Tem um lema no Vale do Silício que é assim a gente prefere pedir desculpa do que pedir licença. Essa frase é bem típica do Vale do Silício. Eles não querem ficar criando regras, limites guardrails Move fast and break things.
Speaker 2:Exatamente move fast and break things.
Speaker 1:Exatamente both fast and break things. Então assim eles preferem um ambiente livre de obstáculos e eles acham que isso é o que esse ambiente livre de obstáculos que promove a inovação. Sim, de uma certa forma, é verdade, é completamente diferente da Europa, por exemplo, que acredita em desenvolver, crescer, evoluir, sempre dentro de um território bem demarcado, de ter coisas que não são aceitas porque não vão ser positivas para a sociedade. E essa é uma discussão, gente muito grande, porque muita gente fala olha como os Estados Unidos avançou em tecnologia e olha como a Europa ficou para trás. Eu discordo que a Europa tenha ficado para trás. Eu acho que quando a gente vai para a Europa e conhece um pouco melhor o ecossistema europeu de inovação, você vê que tem muita coisa acontecendo, mas elas são menos midiáticas, talvez são mais Existe uma preocupação em proteger populações minorizadas. Então existe uma visão muito diferente da União Europeia do que acontece nos Estados Unidos, mas o Mark Stegman tem claramente essa visão de que a carta não vai por si só resolver o problema.
Speaker 2:Ela é uma maneira de trazer o assunto.
Speaker 2:Exato, ela vai trazer o assunto O Tristan Harris conseguiu criar uma área de ética no Google, ah, tudo bem. Ele não conseguiu ter o poder que ele queria, ele não conseguiu mudar as coisas, mas isso passou a ser um assunto na pauta. É suficiente? Talvez não, mas é pior se não tiver. Então eu acho que pelo menos gera essas conversas, gera esses desafios E eu acho que a partir do momento que essas conversas se tornam mais públicas e estão um pouquinho mais próximas do mainstream, por mais que não seja muito a gente também passa a ter empresas mais vigilantes e cuidadosas com o que vão fazer. Então acho que esse que é o efeito, acho que lembrando Steve.
Speaker 2:Bannon assinar. Foi uma coisa que me você sabe que o Steve Bannon deu uma entrevista pro The Economist e eu não li. Fiquei com uma curiosidade ímpar. Vou ver e eles falaram como o que o fundador do MAGA está achando de tudo que está acontecendo nos Estados Unidos, mas me deixou um pouco intrigada tá na minha lista de leitura do final de semana.
Speaker 1:fiquei super curiosa essa sobre o Bannon e uma super matéria no Financial Times sobre a supremacia do Trump. São dois temas que eu acho que eu vou ler esse final de semana com calma, porque acho que são long reading, né São coisas maiores e profundas e que eu acho que a gente precisa ter. Sabem que a gente aqui, quem nos ouve, sabe que a gente ama long form content. né A gente tá Essa é uma É uma bandeira minha totalmente contra a Maré, porque eu sei que as pessoas estão hoje né fazendo vídeos cada vez mais curtos, podcast cada vez mais curtos tudo é curto né Assumindo que as pessoas não têm tempo de ouvir, não têm paciência de ir até o final. mas eu sou super defensora da ideia de que a gente precisa quebrar essa corrente e focar em long form content, senão a gente vai enlouquecer.
Speaker 1:A gente precisa se aprofundar de novo nas coisas. Acho que esses jornais, eles fazem essas reportagens mais longas justamente no final de semana, que é para você se dedicar e ter. Então convido aqui todos vocês a buscarem esse tipo de conteúdo mais longo, pelo menos nos finais de semana, pra gente ter uma visão um pouco mais crítica das coisas e não ficar se deixando levar só pelas manchetes rápidas que nos impactam ao longo da semana e essa entrevista do Steve Bannon é um vídeo de 40 minutos porque?
Speaker 2:quando é um texto ainda você não consegue ler um pouco mais rápido?
Speaker 1:mas um vídeo também é quase um documentário, quase um mini documentário mas super interessante.
Speaker 2:Então eu fiquei também instigada com isso. Vamos ver para onde vai. E, falando de tecnologia, um acontecimento grande que teve essa semana foi a AWS. Eu achei bacana trazer um pouco desse tema para cá até para explicar tudo isso. Mas assim existe uma categoria em tecnologia que se chama Cloud Computing, que é computação na nuvem. E o que acontece? As empresas, ao invés de terem seus próprios data centers, seus servidores e tudo, cada empresa tendo ali a sua infraestrutura, seu hardware, elas cada vez mais estão alugando computação e armazenamento em provedores. Então os mais, os maiores são a AWS.
Speaker 2:Lembrando que a AWS é Amazon Web Services, então é a empresa de tecnologia da Amazon E a Amazon é uma empresa que a maior parte do faturamento da Amazon vem de varejo, do que ela vende na Amazon e tudo. A maior parte do lucro da Amazon vem da AWS, porque retail não é um business que tem margem, então é uma briga de preço. o valor não é capturado pela empresa e tecnologia não. Então ela tem uma importância muito grande lá. Ela foi a primeira empresa a começar com isso. Eu estava buscando aqui, mas estima-se que mais ou menos 30% do mercado no mundo dessa categoria de nuvem seja da AWS. Depois vem a Microsoft que tem o Azure Escreve Azure, né Azure que tem o Azure escreve Azure, que é o produto da Microsoft, disso que deve ter de 20% a 22%. E depois vem o Google Cloud que pelas minhas pesquisas aqui tem aproximadamente 12%.
Speaker 1:Mas eles são os grandes players.
Speaker 2:A AWS é a maior de todas. É um setor que cresce muito. Cada vez mais tem essa visão de que faz mais sentido você deixar seus dados na nuvem, que eles vão estar mais seguros, melhor geridos. Tem um custo enorme. Você precisava comprar servidor, ter gente, instalar as coisas, fazer tudo isso Quando você tem todos os servidores e tudo na sua empresa. A gente usa o termo de que é on-premise, que você tem tudo ali. A Salesforce foi a primeira empresa a lançar um serviço de SaaS no mundo. A Salesforce começou isso de SaaS, que é Software as a Service, que ao invés de você ter um app instalado no teu computador ou no seu servidor, você entra pela internet e acessa algo através da internet que está na nuvem, está em algum lugar. Então hoje isso parece uma coisa banal, mas há 25 anos atrás foi a Salesforce que lançou E a hora que isso acontece, tem uma concentração muito grande.
Speaker 2:Essas empresas são extremamente bem geridas. É raríssimo acontecer uma coisa assim, mas chamou a atenção porque segunda-feira, 20 de outubro, a AWS teve uma interrupção ampla que derrubou e degradou centenas de serviços no mundo. Isso é uma coisa que até todo mundo de tecnologia é muito cauteloso Ao comentar essas coisas. Eu falo meu Deus do céu podia ter sido comigo. Tem essa coisa assim. Mas me lembrou a CrowdStrike que em julho do ano passado também lembra que tinha um update pra que ela fazia no Windows e derrubou parar o aeroporto, principalmente a Microsoft, que foi uma das mais prejudicadas, né é porque dava pau no Windows.
Speaker 2:Então parecia que o Windows tinha dado problema, mas não era o Windows. Tem muitas empresas que usam o Windows, que tinham esse serviço da CrowdStrike, que fazia essa gestão dessa parte de segurança, dessas coisas, que teve um erro e na hora que foram atualizar esse negócio derrubou os sistemas. Então a Microsoft ficou muito à tona, mas não era. Teve um erro e na hora que foram atualizar esse negócio derrubou os sistemas. Então a Microsoft ficou muito à tona, mas não era ela o centro do problema em si. E aí o que aconteceu com esse AWS Derrubou uma série de empresas. Então, segundo a Financial Times, derrubou Snapchat, reddit, leaked Coinbase, um monte de coisa E o que foi o bug Deu um problema lá na automação de DNS.
Speaker 2:Então deu um problema técnico que exigiu uma intervenção manual e levou à suspensão dessa automação até que voltasse para o ar E foi surpreendente o impacto. E eu acho que a hora que essas coisas acontecem, a gente volta a ter realmente consciência de como a infraestrutura do mundo está concentrada em poucas empresas. E juro assim eu virei para uns amigos de tecnologia e falei gente, mas como que é a arquitetura disso tudo? Porque assim eu virei para uns amigos de tecnologia e falei gente, mas como que é a arquitetura disso tudo? Porque assim deu um problema em um negócio, num servidor da Virgínia, não sei o que, não sei o que lá, e de repente derruba uma parte do mundo De tecnologia, né Teve empresa que parou de funcionar durante o dia por causa disso.
Speaker 2:Então vê, a nossa dependência Tem um lado né, e quando a gente fala de arquitetura, isso não é arquitetura do prédio, tá gente, eu não tô falando assim ai o que tinha lá onde o servidor tava guardado, sabe, no primeiro, no segundo, no terceiro andar, quando a gente fala em arquitetura e tecnologia, é como tudo isso é desenhado. Então assim ai app faz não sei o que lá, aí tem Como que Imagina você ter um desenho ali do que está acontecendo? E existem formas, obviamente, quando você pensa um pouco nisso, existem formas que as empresas todas fazem, e com certeza a AWS tem milhões de coisas ali na arquitetura, mas falhou, falhou que protegem para que isso aconteça. Então você pode ter lá, sei lá, provedores diferentes distribuindo os sistemas. Você tem uma redundância de DNS, então você pode ter mais do que um para evitar travas. Um único plano ali de controle tem uma série de coisas que podem ir acontecendo. Mas foi impressionante, não é Déia?
Speaker 1:Foi Sabe o que eu achei mais louco disso tudo Fê A ação da Amazon subiu 1%. Não só não caiu, como subiu, sabe por quê, porque esse apagão Foi uma demonstração da importância dela no mercado.
Speaker 1:Exato. Os investidores interpretam a cabeça do mercado financeiro. É muito curiosa de prestar atenção. Né Eles perceberam assim, gente, mas olha, todo mundo, o mundo inteiro, depende da Amazon. A gente está running ou na Amazon ou na AWS, né, na verdade, então eles viram ali a lista de serviços que se baseiam na AWS e tipo é muita gente grande. Então o impacto no fim foi bom, foi quase aquele sustinho pro mercado se tocar e falar ó gente, olha como a gente é necessário, tá. Então eu achei isso muito interessante. O impacto que isso teve ou não, o impacto que isso teve ou não, o impacto que isso teve no preço da ação.
Speaker 2:Em vez de ele mostrar que eles são vulneráveis, mostrou que eles são poderosos e falando em ação também, uma ação que subiu bastante essa semana, que me chamou a atenção foi a Apple e parece que as vendas do iPhone 17 estão indo super bem explodiram eu estou impressionada com isso.
Speaker 1:você já tem um iPhone 17? Ah, eu tenho amiga. Ai gente tão falando, ela vai pros Estados Unidos, vai sair, vou te contar. Ela volta com oito malas.
Speaker 2:Eu, o Rodrigo e meu irmão já temos. Meu irmão mora em Nova York também, óbvio né.
Speaker 1:Meu irmão é menos assim.
Speaker 2:Conta tudo, na verdade. Assim comprei o iPhone novo. Por quê Antes eu comprava iPhones todos os anos, até porque eu faço uma cascata, né gente A pessoa, mas o tech da família sou eu. Então o telefone mais novo sou eu. Depois era o do Rodrigo, depois passava pra Júlia, depois passava pra Bibi. Aí eu comecei a comprar um grande.
Speaker 1:Agora eu comprei um tamanho normal.
Speaker 2:Ted e Sunny. Não, aí tem o motorista, né aí a A cascata continua, mas tudo bem. Aí o celular da Júlia, aí depois a gente quebrou a cascata Porque eu comprei o maior, aí não sei o que aí do Rodrigo quebrou, então a gente quebrou a cascata. Agora a cascata tá menor, entendeu, mas o celular da Júlia Tava quebrado atrás, tava dando problema, Tava não sei o que, a bateria não tava legal E daí eu falei bom, então tá, então vou comprar um celular novo pra mim. Aí eu passo o meu celular para você. Então foi mais ou menos isso. Eu tenho atualizado a cada dois anos. Eu não compro mais todo ano, até porque a minha cascata tá mais curta, porque eu não acho que tem mudanças tão grandes. Mas eu comprei esse ano, tô gostando super legal, acho que sempre tem melhorias. Eu venderia mais essa capinha, que eu acho que é incrível, do que o celular quando mostra aqui no Youtube.
Speaker 1:Mas tudo bem, a Bé está morrendo de riqueza é porque a gente já teve essa conversa sobre capinhas e já tivemos essa troca de capinha que é a voz?
Speaker 2:a minha é essa aqui você tem essa outra caponha não é tão boa.
Speaker 1:Meu pai ama meu pai. Às vezes me manda uma declaração de amor ai, você tem essa outra caponha. Maravilhoso, né, não é tão boa. Eu achei a pessoa muito mais legal.
Speaker 2:Meu pai ama meu pai. Às vezes me manda uma declaração de amor assim do meio do nada, filha, só pra dizer que você é uma filha maravilhosa e eu te amo. E essa capinha que você me deu é muito boa. Mas o celular é maravilhoso, mas, gente, voltando né vamos ter que pôr o link da capinha. Agora a gente vai vender app, ideia do episódio passado que teve uma repercussão incrível. Vocês não sabem o que teve de repercussão o app da Andrea. Gente, praticamente vamos ter que planejar um lançamento queria agradecer agora a gente também vai começar a vender capinha.
Speaker 2:A gente pode fazer um link de afiliate para a gente tentar ganhar um pouquinho de dinheiro para pagar toda a produção do maravilhoso Miguel Matarazzo, que a gente vai ter que começar a fazer um crowdfunding pra esse podcast. Mas gente, voltando nem lembro do que eu tava falando. Lembrei O iPhone E aí eu e o meu irmão, a gente foi jantar ontem. a gente tava falando do iPhone laranja, né Meu. mas quem tem o iPhone laranja, quem não tem o laranja, isso também tá dando o que falar, né, e a gente tem visto um monte de gente com iPhone laranja. Então, comprar um iPhone laranja é para querer mostrar que você tem um iPhone mais novo.
Speaker 1:Pode ser. Né Acho que super tem esse status de você ser o early adopter, né A pessoa que viajou pra comprar lá fora.
Speaker 2:Eu tenho um pouco de medo. Mas eu tenho um pouco de medo.
Speaker 1:Esses telefones estão ficando cada vez mais caros e a gente não pode andar na rua. Agora é um saco, né? Porque eu era uma pessoa que fazia tudo enquanto eu caminhava. Eu caminho bastante em São Paulo, eu caminho, eu ando de bicicleta. Então agora eu tô com esse problema que eu não posso ficar andando na rua mandando mensagem, respondendo WhatsApp, porque agora eu tô com medo de andar com o celular na rua na mão. Então, quanto mais chamativo for o celular, eu acho que o efeito vai ser o contrário, exato, pior.
Speaker 2:É, né, E tem um pouco uma coisa meio quite luxury assim, né Tipo. Ai, eu tenho um iPhone mais novo, mas eu sou tipo uma pessoa mais blasé assim em relação a isso. Acho que tem um pouco. Mas anyway, a gente morreu de rir porque meu irmão tava falando. Eu tenho visto um monte de gente com iPhone laranja. A gente tava tendo uma conversa do que que é o que que significa o iPhone laranja. Então quem tiver iPhone laranja, tudo bem, não tem nenhum tipo de bullying em relação a isso, tá.
Speaker 1:Sem julgamentos.
Speaker 2:Aliás, isso sem julgamentos, isso já vai ser o gancho pra próxima papo da conversa. Né Déa Que a gente conseguir trazer pessoas com opiniões opostas para a mesa de conversa. Tá, e eu adoro laranja. Eu tenho um monte de laranja atrás de mim só pra deixar claro que nada contra o iPhone laranja Déa, contra o iPhone laranja Dea. Vamos usar esse gancho que a gente zero tinha programado para falar do outro assunto.
Speaker 1:Ah é um assunto assim bem rápido, eu não vou me aprofundar muito porque eu não mergulhei nesse tema É um tema que eu não me aprofundei tanto A gente só tem mais 10 minutos, então vamos lá. Então eu vou falar bem rápido aqui. São dois assuntos que faltam a gente falar, não é verdade? Um deles é sobre uma conversa que aconteceu essa semana, o Globo News Debate, pilotado pela ótima Júlia Duailib. Eu gosto bastante dela e ela promoveu uma conversa, um diálogo entre a Cíntia Chagas e a Manuela Dávila. Explico né.
Speaker 2:Quem aqui não sabe? Exato A Andréia, assim você sabe quem ela é E eu falei amiga, não preciso fingir pra você, eu tenho a menor ideia.
Speaker 1:Então a Fê não sabia For beginners, A Fê não sabia quem era.
Speaker 1:Cíntia Chagas Conta como você contou pra mim. Tive que fazer aqui dois passinhos atrás pra explicar. Não sei se todo mundo que nos ouve conhece a influenciadora Cíntia Chagas. Ela começou como uma professora de oratória, professora de português, aqueles perfis que corrigem o jeito que as pessoas falam, o jeito que as pessoas escrevem e tal, e ela foi ficando grande no Instagram, começou a entrar em outros assuntos também etiqueta En. Ela foi ficando grande no Instagram, começou a entrar em outros assuntos também, etiqueta enfim. Ela ficou resumindo hoje ela tem 8 milhões de seguidores. Ela é uma enorme influencer hoje nas redes sociais, mas uma influencer muito conservadora, uma pessoa de extrema direita, assim, e que tinha um grupo ali de pessoas que a seguia, que tinha esses valores mais conservadores mesmo.
Speaker 1:E ela se casou o ano passado com um deputado chamado Lucas Bove, do PL, super bolsonarista, e o casamento foi super midiático porque ele também tem muitos seguidores. Eu não lembro agora o número, mas ele é grande também nas redes sociais. Então, assim foi um casamento bem icônico duas pessoas muito fortes, muito grandes nas redes sociais e vozes importantes da direita, do conservadorismo, e o casamento foi aquele evento assim mediático. E logo depois não lembro agora exatamente quantos meses, por isso que eu falei pra vocês, eu não me aprofundei muito nessa pauta. Não acompanhava, não seguia a Cíntia Chagas.
Speaker 2:Nessa época nem sabia quem ela era, mas o fato é que uns meses depois É que tudo isso é uma introdução pro que vem, então vai. Sim.
Speaker 1:Eles se separaram. Ela pediu divórcio alegando que ela sofreu violência doméstica. E foi assim uma coisa muito chocante. Né Porque o casamento era muito recente, eles tinham namorado durante muito tempo, aí vinha aquelas dúvidas, assim, mas será que ela não sabia, será que ela nunca tinha sofrido violência doméstica. Agora porque casou, ele passou a ser mais agressivo. Enfim, isso foi um assunto bem grande na época, todas essas mulheres que sofrem violência doméstica e vem a público denunciar seus companheiros. isso é muito importante, né pra estimular outras mulheres a também se manifestarem. Então acho muito válido o que ela fez. Né venceu a vergonha, venceu o preconceito e foi a público contar, enfim, a Lei Maria da Penha foi, ela invocou a Lei Maria da Penha e tudo mais, e ela acabou se tornando também, além de todos os temas que ela já tratava, ela passou também a falar de violência doméstica E essa semana ela fez um debate. Ela foi convidada para esse debate com a Manuela Dávila, que é uma pessoa de esquerda socialista. Então foram duas pessoas no espectro do posicionamento político bem extremas E eu acho que a Júlia levou isso com muita competência. Foi uma belíssima moderação ali. E foi muito interessante esse debate porque mostra que, primeiro, mostra como a gente perdeu a capacidade de conversar civilizadamente com pessoas de quem a gente discorda. As redes hoje criaram esses campos, esses polos opostos que geram esse movimento hoje criaram esses campos, esses polos opostos. Né e que geram esse movimento, que alimenta os algoritmos e que fazem com que as redes sejam né tão esses lugares tão vivos. Né porque quanto mais polêmico o conteúdo, mais a gente fica lá, mais a gente clica. Então isso foi absolutamente estimulado pelas redes sociais. Né essa situação hoje de polarização que a gente vive foi totalmente motivada pela maneira como as redes funcionam. Então você tirar duas pessoas que são ativas nas redes, que também são vítimas e ao mesmo tempo promovem essa polarização Num outro contexto, ao vivo, num estúdio, conversando sobre um tema que é partidário, que é suprapartidário, que é a questão da violência doméstica, de uma maneira civilizada. Foi assim, pode não parecer, mas acho que foi um passo imenso e que mostra o quanto a gente deveria promover mais esse tipo de espaço, mais esse tipo de debate, seja na TV, seja em podcasts, em que pessoas que podem estar em campos políticos opostos consigam ter uma conversa civilizada sobre um tema que não deveria ter nenhuma interferência política, nenhum viés político. Violência doméstica é violência doméstica E foi interessante porque a própria Cíntia se retratou, na medida em que ela, que sempre tinha atacado as feministas, pediu desculpas praticamente ao movimento feminista. E isso tudo teve um gatilho que foi muito interessante, que foi uma coluna da Marilis Pereira Jorge, que é uma jornalista que eu também gosto bastante, em que ela escreveu uma coluna no Estadão, na Folha, não lembro, tem mais ou menos um mês, em que a Marilis chama a Cintia e fala Cintia, deixa eu te explicar uma coisa Você é protegida por uma lei que só existe porque feministas pressionaram os nossos legisladores pra criar.
Speaker 1:Então você tem que entender, você está falando contra uma série de mulheres, muitas mulheres que vieram antes de você para criar esse ambiente, para que você pudesse hoje estar protegida por essa lei, maria da Penha. Então é muito interessante porque daí ela foi a público logo depois dessa coluna e fez um vídeo nas suas redes reconhecendo que ela estava errada, agradecendo a Marilis Pereira Jorge por esse wake up call, digamos assim, por esse momento, assim de caramba. Tem toda razão. Então achei muito legal. Não sou uma seguidora da Cintia, nem sigo o perfil dela, mas achei interessante uma pessoa com 8 milhões de seguidores, que sempre teve esse conteúdo polêmico, pedir desculpa, que eu já. Achei isso incrível porque, como o próprio Pedro Doria disse no vídeo em que ele comentou isso.
Speaker 1:As redes sociais, hoje, os influenciadores, eles precisam falar para eles serem grandes dessa forma, eles precisam falar o que a sua audiência quer ouvir. Então, para ela alimentar aqueles seguidores dela, ela tem que continuar fomentando a polarização, criticando o feminismo, como ela sempre foi. Então, pra ela fazer uma mudança de rota, mudar de opinião, radicalmente assim, e reconhecer a importância do movimento feminista. Ela deve ter sido assim, trucidada pelos seus seguidores, pelas suas seguidoras, digamos assim. Né, então é muito interessante esse movimento. Eu queria só chamar a atenção disso porque isso foi uma coisa que eu acho que foi talvez um momento, marcou sua semana, bem importante na dinâmica das redes. Pode parecer uma bobagem, tá, mas assim. São alguns momentos como esse que eu acho que são marcantes assim, porque a gente entende que existem outros caminhos, os caminhos que a gente prega. No fim das contas, né dessa coisa do diálogo, da conversa, de ouvir os dois lados, acaba que em algum momento isso acontece. Então eu fiquei muito feliz de ver isso.
Speaker 2:O Dea, quando a gente estava falando da pauta de hoje, eu concordei que esse assunto é super interessante porque a gente está num mundo tão polarizado e é tão importante essa conversa que muito disso acontece nas coisas que a gente concorda. Então acho que a primeira coisa que me chama atenção é isso a gente precisa parar de só pensar nas coisas que a gente discorda e olhar para as coisas que a gente concorda, nas coisas que Até uma coisa, e olhar pras coisas que a gente concorda, nas coisas que Até uma coisa que o Pedro Doria fala, que quem é extremista de direito, de esquerda, é uma minoria da população. A maior parte tá ali no meio, um pouco mais pro lado, um pouco mais pro outro, mas assim tem fundamentos que a gente concorda. Então acho que isso é uma coisa super interessante de como o que a gente concorda. Então acho que isso é uma coisa super interessante de como o que a gente concorda pode ser a forma de trazer de novo o diálogo. Então de repente você está numa situação que um vira e fala não, eu acho que é isso, eu não acho que é aquilo.
Speaker 2:Vou falar que extremos, porque a gente consegue, a gente tem exemplos. Nos Estados Unidos só tem o exemplo da direita não tem o exemplo da esquerda. Aqui no Brasil a gente tem os dois exemplos que a gente tem o Bolsonaro e tem o Lula. A gente tem os dois.
Speaker 2:O primeiro lado é cara o que você concorda, o que tem nisso. Mas o segundo ponto que você trouxe agora e você nem trouxe na pauta, e eu acho que talvez seja o mais interessante de todos, é que muito do que está acontecendo com a sociedade hoje é fruto da dinâmica das redes sociais, como você bem colocou Só as vozes que, entre aspas, gritam, que falam absurdos e tudo que têm engajamento e são ouvidas. Aliás, está existindo um movimento que a gente precisa até preparar uma pauta para trazer das pessoas cada vez mais saindo das redes sociais, saindo, não postando mais quase nada, e quando você vira e fala cara, eu acho que isso pode ser uma coisa interessante dessa dinâmica das redes é que se mudar de ideia e pedir desculpas, se entender parte do que o outro lado está falando, passar a ser algo que gera engajamento vai ter um movimento nessa direção, então eu acho que isso pode ser bem interessante.
Speaker 2:gera engajamento, vai ter um movimento nessa direção?
Speaker 1:Então eu acho que isso pode ser bem interessante.
Speaker 2:Porque, óbvio, quer ir lá e falar ai desculpa, alguém que vive de atenção, também é um outro. Né Porque precisa ter acontecimentos pra ir gerando engajamento. Então, ah, casou separou. Não sei o quê, não sei o que lá. Porque também se a vida não acontece nada, tem Meus posts. Ai gente olha a tendência do não sei o que lá, olha, não tem muito engajamento. Né Se não tem uma coisa, tipo vai ser o fim da humanidade, vai ser o quê Desculpa, não é o que eu acredito, é zero humano. Eu nem posto mais preguiça, entendeu.
Speaker 1:Mas acho que tem uma coisa aí acontecendo muito interessante.
Speaker 1:Assim eu acho que são movimentos como esse que a gente precisa prestar atenção, porque eu acho que isso pode ser, não digo que um ponto de virada, acho que não é suficiente pra fazer um ponto de virada, mas essa ideia de talvez esse tipo de comportamento ser mais valorizado e enfim premiado nas redes seria muito legal.
Speaker 1:A gente tem uma última pauta que acho que não vai dar tempo da gente falar hoje, mas eu queria muito trazer no próximo aliás dois temas Fê que acho que a gente tem que trazer no próximo Duplo Clique. Um foi assim um assunto que eu tenho falado muito nas minhas aulas e free talks e tudo mais, que é a gente ter ficado muito preocupado com os jovens viciados em tela e a gente não prestou atenção nos velhos viciados em tela. E hoje de manhã foi uma surpresa, uma grata surpresa, ver que a The Economist fez um artigo rapidinho, uma matéria até de opinião bem curta, sobre a questão dos elderly que estão nas redes sociais de forma assustadora. Eles ficam praticamente o tempo todo acordados nas redes sociais, então isso é uma coisa muito séria que tem a ver com como as pessoas estão desengajando, parando de postar.
Speaker 2:Isso pode ser uma coisa legal. Vamos pôr pra pauta espero que não comece uma guerra, nem nada honestamente não porque vai estragar nossa p pauta, né gente, porque a gente não quer guerra, óbvio.
Speaker 1:mas Eu acho que essa coisa dos velhos, como um demographic que tá entrando muito forte nas redes, tá mudando o perfil da rede. Eu acho que é uma coisa pra gente falar também. E outro assunto que a gente não colocou na nossa pauta, mas a gente precisa falar terras raras. Vamos falar de terras raras, rare Earth, que é hoje uma polêmica aí na geopolítica, porque a China está dificultando. A China detém uma tecnologia de separação dessas terras raras. Que terras raras são minérios, que estão em tudo que a gente usa celular, computador, tudo, carro, bicicleta e agora existe uma guerra por esses, por esses componentes. Aí a gente precisa falar disso porque isso virou de fato uma questão geopolítica. Vamos falar isso no próximo. Tá, bom, gente, super obrigada por terem nos acompanhado em mais um Clique. Obrigada, fê, obrigada Mig. A gente encerra por aqui. Nos acompanhado em mais um Clique. Obrigada, fê, obrigada.
Speaker 2:Mig, a gente encerra por aqui.
Speaker 1:Obrigada, pessoal Até a semana que vem. Tchau, tchau, valeu Beijo.