Duplo Clique

#42 COP 30: Entre Contradições e Esperança – IA: Do Word Model ao World Model

Andrea Janer e Fernanda Belfort

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O calor de Belém expôs mais que falhas de ar-condicionado: escancarou como o Brasil ainda enxerga — ou ignora — o Norte. Dos bastidores da COP às ruas, à Green Zone e à floresta, o encontro com povos indígenas e a ciência traduzida na casa do TED Countdown deixam claro que não há transição climática sem território, cultura e a inteligência ancestral que sustenta a Amazônia.

Enquanto faltam decisões duras sobre financiamento, fósseis e transparência, a conversa vira para a corrida da IA: denúncia de espionagem envolvendo a Anthropic, Yann LeCun deixando a Meta em busca de “world models” e o duelo entre Big Techs por atenção e mercado. A disputa molda privacidade, segurança e trabalho. Se a viagem Belém→IA te pegou, assina e diz: qual decisão climática é inegociável pra você?

- Links:

Johan Rockström: The tipping points of climate change — and where we stand | TED Talk

How Not to Be Stupid About AI, With Yann LeCun | WIRED

- Acompanhe mais com a gente:

Oxygen Club - Andrea Janér

Tribo de Marketing - Fernanda Belfort

"As opiniões expressas aqui são estritamente pessoais e não devem ser interpretadas como representativas ou endossadas pela Salesforce, empresa onde a Fernanda Belfort trabalha."

SPEAKER_00:

Eu sou a Fernanda Belfin. E eu sou a Andréia Janer. E bem-vindos a mais um Duplo Clique.

SPEAKER_01:

E a ideia voltando de Belém. Conte foi tudo sobre a COP, meu amor.

SPEAKER_00:

Eu fui direto de Lisboa para Belém, né? Então, assim.

SPEAKER_01:

Exato, gente. Aliás, a gente tá gravando. Já estava, assim. É, a gente tá gravando o segunda praticamente de noite, porque a DEA foi pro Web Summit, em Belém, pegou um voo direto no Blue. Não, em Lisboa. Ah, desculpa. Exatamente, eu já tô viajando, né? O Web Summit em Lisboa pegou um voo direto de Lisboa para Belém, né, DEA?

SPEAKER_00:

E como foi uma aventura em Belém? Foi super concorrida. Eu achei que fosse uma, olha a minha ignorância, eu achei que era uma rota que tinha sido criada por causa da Coop. E não, é uma rota muito conhecida, tem muita gente que usa sempre cheia e existe há muito tempo. Foi uma surpresa para mim. Eu fui de tap, foi um voo ótimo, são oito horas de voo, ainda tive que parar no meio do caminho nas Ilhas Canárias para abastecer. Eu ia te falar o que é a metade do caminho, porque realmente. Não sei se exatamente na metade do caminho, mas a gente teve que fazer um pouso em Tenerife para reabastecer para continuar a viagem até Belém, porque a gente ia ter que fazer uma rota um pouco diferente da original, por causa do espaço aéreo de Belém estar muito conturbado, muitos chefes de Estado chegando, indo embora, e aí acabou tendo aí essa situação que a gente acabou ficando duas horas no solo, então acabei chegando bem tarde em Belém. E Belém é uma, assim, contando um pouquinho do que foi, né? Eu acho que. Você vai começar pelo conteúdo ou pela fofoca? Então, por onde você acha que eu fico começando? Eu não sei. Ah, eu acho que eu vou começar um pouco pelo que eu já. Eu demorei pra digerir, né? Eu acho que foi uma experiência, assim como as experiências que são muito transformadoras na vida da gente, a gente demora um tempo até conseguir decantar as coisas, né? E eu acho que a gente também chega lá, chegou lá, né, muito já influenciado talvez pelo que a gente já estava vendo, lendo sobre na imprensa. Então eu chego já no segundo ou terceiro dia de COP, e assim os comentários eram os piores possíveis. Eu chego sabendo que não tem água nos banheiros da COP, que o ar-condicionado dentro da COP não funciona, que teve uma manifestação de indígenas que, enfim, levou um pouco de tensão ali ao ambiente, porque eles invadiram. E assim, tudo isso vai chegando pra gente, né? E você vai tentando entender as coisas e também combinar isso com o que você tá vendo e ouvindo, né? E assim, dando um passinho pra trás, eu fui como conselheira do Instituto Beja, que é uma instituição fundada pela Christiane Sultani, pela Cris Sultani, que se tornou uma grande amiga, anda filantropa com um olhar muito contemporâneo, muito à frente do seu tempo, I think. And along a barco chamado Barco Beja, and a gente attacks in a marina in Belém. And in this barcounced conteúdos, praticamente todas as noits da COP diálogos, which were super interessants who were convided to make a round of conversation for all these convidados. There was a public pequeno, part of a movement that a Cris criou in 2023, se não me engano, que é o filantropando, então, uma vez por ano, ela proporciona esse evento in which a gente discute os grandes temas as dores do Brasil ando, and o filantropando esse ano aconteceu no barco por meio desses diálogos que aconteciam de noite. Então já é tudo inusitado. Pensa numa coisa inusitada. Você chegar num barco, aí o barco tem essas pessoas e ter convidados, e a culinária paraense ali, a gente comendo tacacá, arroz paraense, tucupi, aquelas comidas que você não conhece, que você nunca provou, o calor humano também das pessoas, porque os paraenses são um povo extraordinário, de um calor humano, de uma simpatia, eles são doces, são divertidos, eles são alegres, é muito interessante. Tudo isso é informação, tudo isso vai chegando pra gente, a gente abrindo as redes sociais, lendo aquelas notícias e pensando, ferrou. Tudo aquilo que as pessoas temiam aconteceu. A COP vai ser um flop para usar uma rima. E vai dar tudo errado, as delegações que tinham que vir não vieram. O Trump desdenhou da COP, a China não veio, a Índia também não, a gente talvez não atinja o número mínimo de delegados, a organização está um caos, os jornalistas internacionais estão indignados porque chegaram, sei lá, na sala de imprensa e as televisões não funcionavam, os banheiros tinham condições absolutamente precárias. Tudo isso, assim, os primeiros três dias de POP, né? Que tristeza.

SPEAKER_01:

Mas tudo que a gente não quer que o Brasil seja, né? Você fala, não é possível, que não tinha uma pessoa competente organizando esse negócio todo, né?

SPEAKER_00:

Então, mas são coisas que depois você vai digerindo e vai entendendo. De fato, a gente deixou tudo para a última hora. E assim, a construção da COP, né, da zona, da Blue Zone, principalmente, que é onde acontecem as negociações mais importantes, onde estão os diplomatas, os ministros, os políticos, né, aquilo realmente deixou muito a desejar. A gente não pode passar pano para isso. Foi realmente desastroso nesse sentido. Mas a gente sempre tem que olhar o que a gente tem de bom. E eu acho que aí começa um exercício que ele era diário. And the maneira where I saw the copy was very different than the form where I entrei. And it was experience, da gente olhar as coisas com empatia, olhar as coisas com humildade. You post no Insta sobre isso, and I will resgatar aqui um pouco desse sentimento that I told you when I escreve the post. Because I think there are várias camadas para usar um termo aí bem clichê. Primeiro que eu acho que a gente, gente, que eu digo nós, jornalistas, influenciadores, criadores de conteúdo, curiosos, a gente vai para lá levando as nossas lentes, sulistas, sudestinas, de infraestrutura. Puxa, quem mora em São Paulo sabe que aqui tudo funciona, as coisas, né? E aí você chega lá, você começa a olhar as coisas com essas lentes. Você esquece que você está em uma outra região, que tem outro clima, outra culinária, outra cultura. Então, acho que o primeiro aprendizado é esse, da gente não ficar também comparando as coisas, porque o Brasil é um continente. Então, assim, as coisas são muito bem.

SPEAKER_01:

O mista vai de férias para o Nordeste, pede uma coisa no restaurante e fica indignado porque está demorando, porque a gente está acostumado com outro nível de serviço, outra velocidade.

SPEAKER_00:

A gente também tem que achar que, e da mesma forma, quando a gente vai para, sei lá, gente, vamos pegar um exemplo aqui que todo mundo vai entender. Você vai, sei lá, você vai para a Europa, você vai para França, o garçom é mal-humorado, e nem por isso você fica criticando e diz que nunca mais vai, porque o garçom é mal-humorado e te trata mal. Então, assim, é tudo uma questão de lente. Eu acho que a gente teve uma lente muito, eu não diria exigente, mas muito cruel até com o que aconteceu. A história dos preços, né? Vou pegar um outro ponto aqui que foi realmente muito comentado, que uma água está custando 25 reais, sei lá, um pastel custa 40 reais. Sim, isso complicou muito a reputação ali da cidade naquele momento. Mas várias pessoas depois falam, tá, mas quando você vai para um carnaval no Rio de Janeiro, ou você vai para um Réveillon, não sei, num lugar assim, um trancoso, o preço quadruplica, todo mundo paga, acha ruim, mas ninguém fica criticando a cidade por isso. É uma contingência. Você, óbvio que tem um lado ali de se aproveitar um pouco do. Vai na Suíça, paga uma fortuna, também não fica, né?

SPEAKER_01:

Isso eu concordo. Essa parte de preço de coisas assim.

SPEAKER_00:

Até porque as coisas também ficam difíceis nessa época, porque você precisa aumentar a produção, porque chega um monte de gente ao mesmo tempo, você tem que contratar a mão de obra extra. Tudo fica mais caro. Então, assim, não estou justificando, mas eu acho que existe um racional, isso é assim em qualquer lugar do mundo, em qualquer grande evento, a gente sabe que isso do preço aumentar acontece. Então não tem muito que. Eu acho que não foi uma coisa específica da COP. Então, acho que tem essa coisa das lentes de você chegar lá e se deparar com coisas que você não estava habituado a ver. E aí também tem críticas, né? Eu vi, por exemplo, achei a cidade muito. Eles capricharam, a cidade se organizou para receber as pessoas. Mas quanto mais você anda pela cidade, você vê realmente condições muito precárias de moradia de muita gente. E eu acho que isso precisava ser visto. Não foi maquiado. E eu achei isso bom. Porque acho que a insistência de fazer uma copy na Amazônia é, enfim, gente, ainda tem muita copy pela frente. Então, ainda. Eu não sei se esse podcast, se esse episódio de hoje vai envelhecer mal. A gente vai conversar de novo no final dessa semana e na semana que vem, talvez a gente reveja alguns conceitos. Mas por enquanto, eu acho que foi uma decisão muito acertada ter feito uma coppia na Amazônia. Because essas discussions that are acontecendo lá, e a pobreza passada por essa discussão, ela tem tudo a ver com a questão climática, ela precisa ser vista. Ela precisa ser vista, sentida, vivenciada, não é só vista, porque vê a gente vê pela televisão. I think when you vivencize a gente move of opinion.

SPEAKER_01:

Você começou a falar, eu fui pesquisar aqui onde foram as últimas 10 copies. About 10 anos atrás, 2015, foi in Paris. And in Baku, and this year in Belém. But really there was a history in which the more part of the ultimate copies were sedated by situations more differently, and I think there was this movement to level those delegations of these pain that connects the reality. For me, a certain desesper is not água no banheiro, algorithms that I fell, gente, que loucura, because I think algorithms. Entendo que talvez tenha tido motivos ou não. Eu, vendo pela televisão, um monte de gente de leque. Eu juro que eu pensei, será que não tem ar-condicionado by definition? Sabe? Tipo nas Olimpíadas, tipo assim, não. Para diminuir a pegada ambiental, a gente vai tomar a decisão de não ter. E depois eu fui entendendo que o Tchumon não estava funcionando. Mas eu acho que algumas coisas talvez fossem por definição. Deveriam ser, né? Alguma coisa assim. Mas concordo com você que, no geral, eu acho que é muito especial e importante ser na Amazônia.

SPEAKER_00:

E eu acho que esses problemas que foram sentidos, eles não foram by design, mas eles, no fundo, ajudam a gente a entender o que é viver num país, num mundo que vai ser dois graus e meio mais quentes até o fim do século. Então, assim, tudo isso está interligado, né? Não justifica, claro, não foi por foi por falta de organização, foi por incompetência, né? Muitas vezes a empresa que foi encarregada de fazer toda a infraestrutura de internet também falhou. Enfim, teve uma série de coisas que aconteceram e que merecem essas críticas mesmo. Mas eu estive, eu não estava credenciada para a Blue Zone, então eu não fui na Blue Zone, que é onde estava pior, por incrível que pareça, a Blue Zone, que é a área onde, como eu falei, ficam os técnicos, os diplomatas, os políticos, os empresários, é onde fica realmente a área onde ferve mesmo literalmente a Copp. Eu não estava fervendo, né?

SPEAKER_02:

Está fácil pensar no aquecimento global lá do Hemisfério Norte, longe do Equador, vem aqui para perto do Equador pensar.

SPEAKER_00:

Eu não fui na Blue Zone, I fui na Green Zone, que é a área verde, que é uma área que toda COP tem. É uma área que fica aperta para qualquer persona entrar. So existe esse lugar que é aberto para ser democrático, para ser acessível. And it was those indígenas juntos. Those indígenas the quarter of the year, the year of the invasion, the Gwen pacific. They were sent in the show, vendor, bijuterias with a form, families integrated quite dando um recado, a gente está aqui, but a gente não ficava indiferente a quantidade de indígenas. Isso foi muito interessante, porque a gente de lá para cá viu algumas outras manifestações passeadas que têm acontecido em Belém, muitas delas pelos indígenas que não tiveram lugar na mesa. Andende um pouco mais a relação dos indígenas com todo esse contexto, porque quem mora numa cidade grande, quem está aqui longe dessa realidade não consegue entender por que se fala tanto nos povos originários andígenas, no contexto de reparação histórica, eles são os maiores protetores da floresta. Eles são os primeiros protetores da floresta. Eles já estão lá, eles vivem da floresta. Muito diferente de nós who vivemos distante das florestas andamos que somos totalmente autossuficientes, o que acontece lá não nos diz respeito, os verdadeiros guardiões. Eles aprenderam a lidar com o clima, com as estações, com as vulnerabilidades da floresta. Eles acabaram entendendo, criando suas tecnologias para usufruir da floresta da melhor forma. Por isso que se fala hoje tanto em sabedoria ancestral, que a gente precisa ouvi-los, porque eles sabem muito mais do que a gente como viver em harmonia com a natureza. So, essa conversa de clima não pode ser feita de forma apartada dos indígenas. And, no entanto, nas negociações, eles não têm lugar à mesa. Então essas manifestações que eles têm feito, eu acho que elas são legítimas. Desde que sejam pacíficas, eu sou sempre a favor dessa coisa pacífica, de que there's violence, but eles precisavam ser ouvidos. That are reivindicando demarcação de terror and success. And I was pegging, for example, when they are in Blue Zone fica dental fechadas, nem sabe o que está acontecendo lá fora. And the indígenas fizeram a passeata, and Anna Tony, who is a CEO, for the COP, said that they light various monitors who passed a passeata for queeners vissing what the indígenas estavam se manifestando ando in consideração insubessions. So ela falou que foi uma maneira trazer isso para dentro da COP, because fica aquele ambiente meio hermético, as pessoas estão isoladas que é o que teria acontecido se essa COP was in Brasília, se essa COP was no Rio de Janeiro orse em São Paulo. I'm success que eu acho que ela vai ter. Ainda é cedo para dizer, a gente está gravando isso na segunda-feira, como a FE falou, mas sinto um otimismo muito grande pela maneira que as things are in, pela competência do André Corrê do Lago and Anna Tony, which are two leaders extraordinary. There are other definitions for those. I appreciate my amiga, who is a leader of the cobertura da exame, that is very in Belém does. O mundo está muito fragmentado, está muito polarizado. Eu só posso admirar e fazer esse comentário com muito respeito e muita admiração por Ana Tony e André Corrêa do Lago. A foto do André Corrêa do Lago segurando um bebê indígena, que eu não sei se vocês todos viram, foi no dia que os indígenas foram até as portas da COP, e não foi o dia que eles invadiram, foi um outro dia que eles tiveram lá para reivindicar a demarcação de terras, verbas, etc. A Ana e o André saíram dentro da Blusona andam para os portões da COP to negociar com os indígenas. And in this moment, alguém entregou a bebê indígena para o André Correio do Lago. Aquela photo is a síntese of it. It's a photo that when they talk, a girl, what a gente that is? Impressionante.

SPEAKER_01:

No. So you say that my avu in medicine for Xingu. She had a project of medicine and medicine with. And my paired of medicine. And passava, my avaron was doida. I passed two years in Xingu, a pond of Orlando Vilas Boas serve casamento of meus pays. And my pai conta histórias. Teve uma vez, eu tenho a foto de uma capa da Veja, que foi uma vez que eles tiveram o primeiro contato com uma aldeia indígena no Xingu, que nunca tinha tido contato com os homens brancos and my pai fotografou. A foto foi para a capa da Veja. Andas dele estar assim, tipo, indo fazer contato com essa tribo, junto com Orlando Vilas Boas, and eles estão indo um barco indo e batucando, e eles batucando e tal. Uma hora Orlando olhou para o pai, meu pai estava de camiseta. Falou, Rubinho, tira a camiseta! Meu pai, meu Deus, tira a camiseta, porque eles podem se assustar com a camiseta, nunca viram uma camiseta, e o que é? Então eu cresci com um contato grande com o Xingu. Eu tenho um banquinho aqui em casa que foi feito no Xingu, que está de pacusada, eu cresci sentando nele, tem um monte de coisa. E eu, inclusive, essa semana, vi o Raoni. Mandei para o meu pai, pai, olha o Raoni com 92 anos. O Raoni, uma das vezes que veio para São Paulo, meu pai que cuidou do Raoni aqui. Isso se imagina, eu tenho 48 anos, eu devia ter cinco. Então, assim, há muito tempo atrás. Minha mãe fala que eu ficava olhando o botoque dele, sabe aquela coisa que ele tem no lábio? Entendeu?

SPEAKER_02:

E meu pai levou a gente com ele para o circo. Entendeu? E que meu primo ficou oferecendo Coca-Cola para a filha dele. Minha mãe embara de oferecer Coca-Cola.

SPEAKER_01:

Entendeu? Então, assim, a gente tem um contato enorme. E meu pai ia voltava sem tênis, trocava tudo com os índios. Sabe assim, eu tenho um dos colares de caramujo, que é uma das maiores joias que tem, dos índígios. Então, tudo assim, tem flechas. Na casa do meu irmão, na casa do meu pai. Então tem uma relação grande com isso de.

SPEAKER_00:

Então, isso é muito legal, porque pouca gente tem esse contato e essa noção. Eu acho que isso ficou associado a pessoas muito alternativas que iam para a floresta. Isso teve um motivo até de chacota.

SPEAKER_01:

Então, mas você sabe que entre os médicos da escola paulista de medicina? Não. Que muitos médicos iam, porque faziam, porque no fundo assim, eles iam para tratar os índios, vacinar, cuidar. Então tinha toda essa. Que legal. Tinha uma interação grande entre os médicos daquela época desse grupo.

SPEAKER_00:

Muito legal. Eu acho que hoje, assim, estar na floresta virou uma coisa que muitos estrangeiros fazem, vão lá, querem conhecer, querem viver de perto, ver de perto as tribos. Existem muitos agora programas com hotéis com muito conforto e tudo mais para poder vivenciar isso. Porque acho que as pessoas estão entendendo o quanto a gente pode ganhar quando a gente aprende com eles, quando a gente se abre para isso. Eu assisti, por exemplo, uma palestra na casa na Planetary Embassy. Foi muito interessante esse conceito. Aprendi várias coisas que ainda vou ter que digerir, né? Que é o, por exemplo, um dos conceitos é o da diplomacia planetária, né? Como é que nós teremos que construir pontes para salvar o planeta? Então, essa diplomacia que precisa acontecer com relação ao planeta. Então, achei muito interessante isso.

SPEAKER_02:

Ponta, você começou a falar diplomacia planetária, eu comecei a pensar pra falar com os outros planetas, meu dia vai chegar, cara. Não sei por que minha cabeça foi pra esse.

SPEAKER_00:

Não, mas você tem razão, porque inclusive lá eles disseram que a gente não tinha chegado a um termo. A gente falar com os novos. Então, foi interessante porque eles falaram, a gente, na verdade, não gosta desse nome, diplomacia planetária, porque pra muita gente soou como se a gente tivesse que fazer.

SPEAKER_02:

Diplomacia com o planeta. Diplomacia, né? Na verdade, não é submissivo.

SPEAKER_00:

Mas acho que é normal, ele falou, a gente precisa de um outro termo, mas a ideia é pensar nas pontes que a gente precisa fazer. E foi interessante porque eles levaram, o patrocínio dessa casa, da Planetary Embassy, era da Suíça. Então, várias marcas interessantes, e eles levaram um indígena chamado Davi Copenaua, que eu não conhecia, nunca tinha ouvido falar, e ele é assim, pra você ter uma ideia, ele é considerado o Dalai Lama da Floresta. Ele é um xamã e ele tem um status de autoridade global e tudo mais. Tem filmes sobre ele, ele trabalhou junto com a Cláudia Andujar, é um cara muito especial. E ele fez uma palestra, metade na língua deles, traduzido por uma antropóloga que eu achei bárbaro, ela sabia traduzir exatamente o que ele estava dizendo. E ele, enfim, dando esse recado do quanto a gente precisa entender e abraçar os indígenas como nossos parceiros nessa luta para cuidar do planeta. Tem uma série de conteúdos que acontecem durante a COP. Quando a gente fala de COP, você tem a Blue Zone, que é onde ficam, é só para explicar aqui para os nossos ouvintes, a Blue Zone é a área onde as pessoas precisam ter uma credencial para entrar, então é onde fica realmente as autoridades e tudo mais. And a Green Zone, como eu falei, é onde pessoas comuns podem entrar. E comuns mesmo, não pedem nem documento para a gente entrar. Você entra, não tem nenhum tipo de identificação, você simplesmente entra, passa no portal, passa num raio-X.

SPEAKER_01:

Tem credenciamento, nada, assim, tipo, essa daqui é a sua credencial, ela é grátis, mas essa é só credencial, não.

SPEAKER_00:

O credenciamento para a Blueson, até achei interessante contar, ele é feito pelo GOF BR. Todo mundo teve que passar pelo GOF BR para fazer o credenciamento. A não ser quem é estrangeiro que passou por outro processo, mas os brasileiros, eu, por exemplo, tentei me credenciar pelo próprio GOF BR, mas não qualifiquei. E na Zona Verde todo mundo pode entrar. E aí tem uma série de estandes, as empresas fazem seus quiosques, seus stands, fazem suas propagandas, governos, instituições, SEBRAE, estão todos lá aqueles stands oferecendo produtos, serviços, contando narrativas do que eles estão fazendo pelo planeta e tudo mais. E a cidade de Belém também, muitas marcas, muitas empresas fazem um pouco do que a gente conhece da CSW, de Davos, que eles alugam espaços da cidade e transformam em QGs para poder contar um pouco da sua história. Então tinha uma casa muito legal que era o TED Countdown, que é a iniciativa do TED para a questão climática, essa casa chamada Countdown, o nome é Countdown porque é uma contagem regressiva mesmo que a gente está vivendo. E nessa casa eu tive a oportunidade de ver o Johan Rockstrom, que é o maior cientista climático do mundo hoje. Eu já tinha visto o Johan em Davos esse ano. Ele é uma voz que, se alguém que estiver ouvindo, a gente quiser entender assim, eu diria nem tecnicamente, porque ele é muito bom de transformar toda essa parte técnica em coisas que a gente pode entender, mas ele tem alguns TEDs muito famosos. Então, se vocês quiserem ouvir, a gente pode até colocar o link aqui depois do Johan Rockstrom, que é um crack. Enfim, teve outros conteúdos que eu assisti ao longo dos dias, no próprio Filantropando. A gente teve uma palestra sobre cartografia, como a gente desenha fronteiras, com um professor chamado Alfredo Wagner, Bárbaro, falando sobre como se desenha as fronteiras, a técnica que você tem que ter ali, como você tem que lidar com as pessoas para poder fazer isso acontecer. Tivemos outras conversas sobre financiamentos climáticos e coisas incríveis que foram realmente muito mind-blowing, assim, muito, muito impactada. E fora isso, eu tive a oportunidade de conhecer um pedacinho da floresta. E aí, gente, é que o Se você já vai a cada dia se transformando, se apaixonando, se abrindo para tudo aquilo que você está vivendo em Belém, por mais que seja diferente do que você conhece e vive na sua terra natal. Quando você chega nesse programa que eu fiz, que eu fui para a Ilha do Kombu, que é uma ilha que tem há 10 minutos ali da Marina, onde a gente estava em Belém, foi impactante para dizer o mínimo. Esse é um lugar que os belenenses vão bastante. É uma ilha que tem vários restaurantes, um do lado do outro, como se fossem beach clubs, só que são river clubs. So passar o dia, enfim, são restaurantes, butem umas piscininhas dentro do rio, and as pessoas vão lá para o dia. Andou conhecer, por exemplo, uma pessoa que faz os chocolates considerados mais gourmets da região, que é a dona Nena, who começou do nada com o cacau que ela tinha no quintal, and hoje é um chocolate premiadíssimo, chamado Filha do Kombu. É Bárbara, a gente faz toda a experiência, degustação. Consegui ver de perto uma Sumauma, que é a árvore símbolo da floresta, uma árvore gigante, com umas raízes enormes, que eu aprendi que são as sapopembas, e eu abracei a árvore, quem diria? A gente foi no Vero Peso, no mercado Vero Peso também, que é um ponto super turístico de Belém, lindo, onde tem toda a produção daquele povo, desde artesanato até condimentos, alimentação, etc. Fui comer na Casa das Onze Janelas, que é da Casa do Saulo, também conhecido Casa do Saulo, que é o restaurante do Museu da Manhã, no Rio, que é uma delícia, a gente comeu super bem. Ali do lado tem a Aquapraça, que é um também uma instalação que foi colocada lá, que é um como se fosse uma praça flutuante que veio da Itália para o Brasil flutuando e vai ficar lá por uns dias.

SPEAKER_01:

Essa eu vi na televisão, que é de Veneza. Que veio de Veneza. Isso é como a arquitetura pode, de alguma forma, também, né? O design da arquitetura pode lidar com esse novo planeta que, de repente, as coisas mudam.

SPEAKER_00:

Sim. Teve um show do Neymato Grosso que a gente foi ver também no Teatro da Paz, que é um teatro muito antigo que tem lá. Enfim, foram experiências que a gente realmente viveu e que eu nunca vou me esquecer. Eu voltei muito apaixonada para querer deixar esse convite para as pessoas abrirem seu coração para olhar essa COP por outros ângulos também, para entender que nem tudo vai ser atingido, nem tudo vai ser conseguido. A gente está aí na segunda semana que começou hoje, a última semana que começou hoje, agora que o bicho pega, agora que a negociação começa, temos aí quatro assuntos bem espinhosos para resolver essa semana: a questão do financiamento climático, a questão também do uso de combustíveis fósseis, do encerramento, da data, de colocar uma data para o encerramento dos combustíveis fósseis, já que lá na COP28 de Dubai combinou-se que ia se fazer e se fez alto, mas ninguém arriscou colocar uma data. Então, agora a ideia é que a gente crave ali um limite para isso. Enfim, o financiamento climático, que é super importante, que são os países ricos finalmente entenderem que são os mais pobres, que são os mais afetados pelos eventos climáticos extremos, então precisam criar um mecanismo de financiamento. Então tem muita coisa para ser discutida essa semana. Como eu falei há pouco, está muito difícil ausência ausências importantes aconteceram, mas eu estou otimista. Eu acho que a gente não vai conseguir tudo, mas a gente vai conseguir avançar. Acho que essa é uma COP para ela entrar para a história, ela tinha que ter alguma coisa, como por exemplo, essa data final para encerrar o uso de combustíveis fósseis. Acho que isso precisa de muita convergência, mas talvez it seja um. It's a meta ambiciosa, but I confio that with the André Correia do Lago e a Ana Tony ali na liderança, a gente vai conseguir avançar algumas importantas.

SPEAKER_01:

Acho que realmente nada como ter the depois ofrece with an older attention and what's going on, because a gente aqui fica só vendo o que está saindo, as matérias andas longa matérias sobre emergência climática, mas muita coisa também cobrindo a falta de infraestrutura. Tem uma coisa que a gente fala, né? O Brasil adora criticar o Brasil. So super interessante.

SPEAKER_00:

Sabe que eu também sinto que isso teve uma virada no meio do caminho, Fê, que eu queria só, antes de encerrar o assunto, falar que eu achei que foi muito interessante, porque eu percebi uma mudança de tom ali no meio da primeira semana. Eu senti que teve um movimento, que eu não sei se foi espontâneo, se foi orquestrado, mas uma quantidade enorme de jornalistas e influenciadores paraenses invadindo as redes sociais para defender o Pará. Andí foi muito legal. Eu descobri influenciadores que agora eu sigo, que eu amo, divertidíssimos, engraçadíssimos, mostrando o lado mais divertido do Pará e mostrando a realidade deles com essa lente mais curiosa e humilde que a gente devia ter tido. Então eu acho que isso também ajudou, porque eu sinto que a partir desse momento a própria grande mídia, os veículos tradicionais, começaram a mudar um pouco a abordagem e trazer mais fatos positivos, pontos positivos da cidade, elogiando a música, elogiando a alimentação, a culinária. E eu acho que teve aí sim uma influência positiva das redes sociais. Nesse caso, acho que foi uma influência positiva para mudar um pouco a narrativa do que estava acontecendo. E minha última, minhas dois últimos pontos que eu queria trazer é que realmente é muito difícil se localizar em termos de programação, tem muita coisa acontecendo em muitas casas diferentes ao mesmo tempo. A gente não consegue, não tem um lugar que condense tudo isso, que consolide tudo isso. E eu acho que, voltei falando isso, a COP precisava de um SXSW acontecendo concomitantemente. Ela precisava de um festival. Enquanto acontecem lá as negociações atortas fechadas, tinha que ter um festival para trazer todas essas vozes, colocar todas essas pessoas para fazer palestras, painéis, experiências imersivas de uma forma estruturada and organizada. So I asked that aproveit and, mais importante do que tudo, levar pessoas de outros universos. Porque isso é uma coisa que a gente nota muito quando está lá. Quem vai já é o convertido. E a gente precisa levar quem ainda não está convertindo, a gente precisa levar as pessoas ali do meio, sabe? Que ainda estão em dúvida se precisa de copy mesmo, sabe? Será que isso aí vai dar certo? Eu leio muito isso, a gente fala, a coppia é um lugar de lobista, um dinheirão que se gasta para nada. Se a gente tivesse talvez algo um pouco mais estruturado em termos de conteúdo, talvez a gente conseguisse levar pessoas que estão mais longe do centro ali.

SPEAKER_01:

Meu único contraponto a isso é, eu acho super interessante fazer nesses lugares, né? De alguma forma, fora ali do roteiro de grandes convenções das cidades com uma mega infraestrutura. Mas, por outro lado, é um turismo meio massivo para que aquela região estar acostumada a receber. Se tivesse um festival junto, você já não tinha onde ficar as próprias pessoas da delegação. Eu, um pouco antes da COP, teve um dia que teve um show e levaram até o cara lá do Codplay, não sei o que, para fazer um show no meio da mata, no rio, ali no meio da floresta ando. E eu penso, meu Deus, não deixa mais soltar a rojão que assusta os animais, não deixa não sei o que precisa do. Sound que é vamos pegar e vamos chamar a atenção do mundo for essa região, tem outro lado que é qual é o impacto ambiental que tudo isso tem, o que está deixando para essas comunidades, o quanto que está impactando, que é uma reflexão.

SPEAKER_00:

Acho que é um bom ponto. But acho que tem formas de fazer. A gente já vai para esses festivais em outros lugares. Acho que era só. Eu acho que ele tinha que ter mais força. Não existe um festival dessa magnitude, quando a gente pensa nesses festivais globais, só de sustentabilidade. Poderia existir. Então acho que isso fica a minha sugestão, caso eles estejam ouvindo o duplo clique, né? Ou esteja ouvindo o duplo clique, fica a dica. E a segunda dica aqui, que é minha crítica, são essas sessões de negociação a portas fechadas. Eu acho que deveria existir uma transparência maior nessas negociações. Acho que seria melhor para todo mundo que essas negociações tivessem um streaming, que tivesse uma câmera dentro das salas e as pessoas pudessem acompanhar como cada país vota. Que nem quando a gente está assistindo aqui o TV Senado, né? A gente consegue assistir o que está acontecendo. Eu acho que a COP poderia talvez se beneficiar se essas conversas acontecessem de forma mais transparente. Fica a dica, hein, Ono?

SPEAKER_01:

E você estava falando um pouco desse negócio, né? De ter esse olhar. E eu lembrei o primeiro Web Summit que teve no Rio de Janeiro, que foi o único que a Oxygen fez a viagem e tudo. Eu lembro que a gente estava no ônibus do Web Summit. Eu não sei se foi eu ou foi outra pessoa, mas é capaz de ter sido eu, porque é bem um comentário que eu faria até aquele momento, né? E eu estava comentando assim, gente, aquele bando de brasileiro falando inglês, com aquele inglês macarrônico, cheio de sotaque, entendeu? E alguém virou e falou assim, mas você sabe que isso é uma coisa que a gente devia ter um olhar diferente, porque a gente vai também nessas viagens e vê tanta gente, né? Vem de ano falando inglês mal, vê não sei o que e tal. E a gente sai criticando o brasileiro, entendeu? E, nossa, a Carapuça serviu muito, nunca mais falei mal de inglês brasileiro.

SPEAKER_00:

É, eu acho que assim, eu acho que a gente. É a tal da famosa empatia, para usar também uma palavra que ficou muito gasta aí nos últimos anos, mas ela é tão boa, né? É uma pena que a gente tenha usado excessivamente, né? Mas eu acho que a empatia é tão necessária nesse mundo que a gente vive, porque quando a gente realmente. Eu fiquei pensando muito nessa coisa da curiosidade, né? Que a gente fala tanto que a curiosidade é a característica humana que vai nos diferenciar em tempos de AI and pratica uma curiosidade muito enviesada, né? E eu fiquei pensando, a curiosidade verdadeira não julga. A curiosidade verdadeira não julga. Ela está ali com humildade, usando empatia para entender o outro, para ouvir algo que pode ser totalmente inesperado fora. So when a gente is curioso andar com mais ênfase, a gente não tem que pular rapidamente for um julgamento. A gente tem que aprender a ouvir, a ver, a sentir, digerir anditir uma opinião. Porque eu percebo muito isso, as pessoas só querem opinar rápido. A gente está vivendo hoje numa era em que todo mundo tem que ter uma opinião rápida sobre alguma coisa. E as coisas saem muito sem pensar também. Então, acho que muitas das pessoas que chegaram em Belém reclamando dos preços, reclamando do ar-condicionado, reclamando da comida, reclamando da hospedagem, eu garanto a você que três, quatro dias depois elas mudaram de opinião e elas devem estar arrependidas de ter sido tão. de ter tanto preconceito e de falar de uma maneira tão não empática, né? Porque é uma região diferente, é uma região que tem suas próprias características, que luta com talvez limitações que outras regiões do Brasil não têm e está fazendo o melhor que pode.

SPEAKER_01:

E foi proposital ir para lá. Não foi para lá porque lá tem a melhor infraestrutura, não foi para lá porque lá foi para lá porque lá é onde tem que fazer uma decisão.

SPEAKER_00:

Acho que botou a Amazônia no mapa do mundo, fez todo mundo olhar, todo mundo prestar atenção. Eu acho que fez o brasileiro conhecer um pouco mais sobre o Pará. Sobre a Amazônia, nem se fala, mas sobre o Pará especificamente. Agora a gente conheceu o Brega, a gente conheceu o Takacá. O Brasil agora veio a conhecer coisas que a gente não fazia ideia. Então, acho que tudo isso é só super positivo. Isso em si só já é um legado super bacana que eu acho que a COP vai deixar de apresentar o Pará aos brasileiros. E fica o convite, acho que muitos dos nossos ouvintes aqui provavelmente já viajaram para muitos lugares do mundo. E assim, a gente às vezes não vai para o Brasil, né? E eu entendo, o Brasil às vezes é mais caro. As pessoas falam, mas é mais caro ir para a Amazônia que ir para Disney. Ah, então vou para Disney. Poxa, vai pra Amazônia, né? Tenta, faz uma viagem com a família uma vez na vida pra um lugar desse, pra conhecer de perto. Eu acho que a gente tem que.

SPEAKER_01:

Mas não vai muito pra não estragar, né? Porque esses lugares não têm a mesma etapa. E vai respeitando, né? O local. Vai uma vez na vida, mas é porque também não dá para, né? Porque senão destrói tudo. Deia maravilhoso. E agora vamos parar com esse romantismo de falar de clima, né? Com essa brasilidade, tudo. E vamos falar de ataques cibernéticos. O que você acha, Dea? Que mudança, né? Eu ia falar, gente, nem que eu falei agora que Paulinho achei.

SPEAKER_02:

Não vou nem falar do resto da pauta, entendeu?

SPEAKER_01:

Não, mas assim, coisas que chamaram a atenção nessa semana, né? Além do tema principal que a gente já está aqui há 40 minutos comentando, que foi a COP. Mas essa semana, né, Anthropic contou sobre o ataque que ela identificou. Então, in setembro, aconteceu uma campanha de espionagem cibernética that was conduzida por um grupo de hackers who estão ligados ao Estado chinês and who usaram o CLOD, que é o modelo The Anthropic, como se fosse o chat GPT da OpenAI, é o CLODAP, como o agente operacional do attaque. Approximadamente 30 attacks aconteceram 80-90% ofarefas, including consulta banco de dados, identificação de dados sensível, roubo de credencial, movimentos laterais and executados. And this attack was suced. And this acquainted. Anthropic consegue, cooperated with authorities, destacted that part of the limitation of eficacy was for cause of alucinations.

SPEAKER_00:

It's happening, then, Fia?

SPEAKER_01:

It's happening, exactly. And other notice that Financial Times esses dias também foi de que o Yan Le Kun está deixando a meta. Quem acompanha a gente aqui até já tinha catado essa bola, né? But a meta que há quanto tempo fez o Acqui Hire, né?

SPEAKER_00:

Foi tipo Abril, eu acho. Março ou Abril que ela comprou a SKO AI, do Alex Chang.

SPEAKER_01:

Exatamente. Alex Wang, desculpa, Alex Chang. Alex Wang, é. Ela comprou a Scale AI, que é um termo que a gente usa que chama Acquire, que é quando você faz uma aquisição que, na verdade, você está querendo contratar as pessoas daquela empresa. Então você compra a empresa e conseguiu, com isso, internalizar a empresa e pagou 14,3 bilhões de dólares por isso. E naquele momento a gente falou: opa, que coisa estranha, né? O que será que vai acontecer com o Ian Lecon? O Ian Le Con a gente já vai falar um pouquinho mais dele, mas ele é um dos pais da IA. Mas desde aquele momento começou uma dúvida do que acontecer. E a meta, que chama a meta por causa do metaverso, né? E daí acabou virando e falando, não, vamos fazer IA. Lançou o primeiro modelo aberto com um dos llamas, mas está ficando super atrás do GPT, do Claude e do Gemini. A gente não tem mais ouvido falar muito da meta, nem do LAMA nos últimos releases que tem acontecido. E do ponto de vista de IA, de desempenho financeiro, a meta, as ações caíram 12,6% em um único dia. Isso quer dizer 12,6% de uma empresa do tamanho da meta são 240 bilhões de dólares que ela perdeu em valor, quando a meta projetou que os seus gastos de A podem ultrapassar 100 bilhões por ano in 2026, porque os investidores têm uma dúvida grande o quanto ela vai conseguir ser eficiente para correr atrás da OpenAI and do Google sem ter nenhuma vantagem clara. Eles que estavam trabalhando para desenvolver de alguma forma alguma coisa que fosse um diferencial claro resolver realmente correr atrás para entregar isso. Tanto que o Alexander Yang é um. O Yan Le Kun é um intelectual, um dos papas que mais conhecem DIA and. O Alexander Yang Yang é um cara. Ele é um empresário, ele é tecnicamente muito competente, mas ele tinha uma startup, ele é um cara que está muito mais com o pé no chão ali para realmente entregar alguma diferença assim. E começaram a acontecer algumas saídas na meta também, teve uma demissão de 600 pessoas à unidade de A, entraram executivos com pacotes bilionários, estavam comparando com os grandes esportistas. Então, quando você pega os grandes caras de esporte e tem lá pacotes bilionários para ir, de repente os caras de A passaram com tudo isso, o que também está gerando uma saia justa, coloquemos assim, lá dentro, com as pessoas que já estão na meta e estão vendo pessoas entrando, ganhando muito dinheiro, e tudo isso já fazia com que essa notícia fosse esperada da saída do Ian Le Con.

SPEAKER_00:

Na hora, quando eu vi a compra da Scale AI pela meta, na mesma hora eu pensei, ué, mas onde é que isso deixa o Ian Le Con? Porque falaram que ele ia ser o head de AI. Ele era o cara que chefiava o laboratório de pesquisas da meta. Ele tinha lá dentro um laboratório chamado FAIR. E ele tinha um time totalmente independente, ele foi contratado, imagina, a peso de ouro na época que ele foi para lá. Como a Fê falou, ele era um ele é um dos papas da inteligência artificial. Ele trabalha com inteligência artificial desde os anos 70. Então ele é realmente uma das cabeças coroadas aí, junto com o Geoffrey Hinton, que já esteve no Google, com Stuart Russell, com Ilia Soutzkever, que acabou indo para a OpenAI. Então tem alguns nomes aí que a gente sempre lembra quando a gente fala dos primórdios da AI generativa, e as big techs se apressaram em cada uma garantir o seu, né? Cada uma foi lá e buscou um para trabalhar nos seus quadros. Tanto que você vê hoje em dia o Demi Zabs, o Sr. Demisa Sabes, que já foi Nobel, está no Google. Enfim, e por aí vai, cada um tem um cérebro de AI para chamar de seu. E o Ian Le Kun tinha um ritmo dele. Ele é um pesquisador, um cara acadêmico, que estava desenvolvendo pesquisas muito sofisticadas de inteligência artificial. E ele não tinha pressa and uma visão talvez mais old school, um cara preocupado com as questões de privacidade, de ética, como todos esses mesmos pesquisadores who estão nisso desde o início. E esse ano, Mark Zuckerberg deixou muito claro, logo no início do ano, que ele não estava para brincadeira. Não sei se vocês lembram, a gente comentou aqui no Duplo Clique, ele saiu contratando cientistas e desenvolvedores com valores de passe de jogador de futebol de primeira grandeza. Então ele realmente entrou num shopping spree, contratou um monte de gente e acabou comprando, como você falou, a Skai. E aí, para mim, era uma questão de tempo - dois gênios que pensavam muito diferente. O Alex Wang, um cara super agressivo, garoto, jovem, um pouco até meio imaturo, entrando nessa onda do Mark Zuckerberg de queremos fazer move fast and break things, e o Ian Le Kuhn querendo fazer as coisas do jeito dele. Era uma questão de tempo, na minha opinião, para isso acontecer.

SPEAKER_01:

Até porque o Ian Le Kuhn ficou conhecido até pelo modelo de mundo, por essa visão de world model. E ele é uma das vozes mais fortes que falam que essas tecnologias que existem hoje de LLM não vão chegar à ADI nessa inteligência geral aí, super superior. Por quê? E isso é super legal. Eu lembro que uma das entrevistas que eu assisti com ele há um tempo atrás, alguns anos atrás, me fizeram entender também um pouco melhor a LLM. Mas esses modelos de LLM, que tem chat GPT e tudo, eles são modelos autorregressivos que adivinham a próxima palavra. Então imagina que você está lá fazendo uma pergunta e ele vai tentar adivinhar qual que é palavra por palavra, por isso que ele é autorregressivo, ele vai adivinhando uma a uma, o que é uma resposta que esteja a altura do que você quer saber. Por um lado, é incrível chegar no nível de respostas corretas, por mais que tenha algumas alucinações, que os modelos chegam hoje. Mas ele virava e falava, gente, é muito, entre aspas, fácil adivinhar palavras. Você está trabalhando para prever a próxima palavra de um universo finito de palavras que existem no dicionário. Só que o conhecimento é muito maior. O que acontece no mundo vai muito além. E é muito interessante porque, principalmente quem fala mais idioma, acho que consegue perceber isso super bem, mas a gente pensa e depois a gente coloca em palavras o nosso pensamento. But the pensamento não acontece com as palavras em si. Então tem um monte de coisa que vai passando pela cabeça, e até a importância de você ter um repertório, de você ter um vocabulário amplo e tudo, é para você conseguir efetivamente comunicar tudo isso de uma forma eficiente. And a hora que você fala do mundo, o mundo, a percepção do mundo, tem ele fatores que vão muito além do que as palavras. Então, por exemplo, o desafio de você fazer um vídeo com o IA. E hoje já está muito melhor do que o que estava há dois anos e meio atrás, quando nasceram esses modelos. Mas se bate um vento no cabelo de uma pessoa, o que acontece com o cabelo? Bate um vento numa árvore, começa a chover. Como que o tamanho daquela folha, o peso, o jeito que a chuva está caindo, faz com que aquela água escorra. Tem um monte de coisa que é você entender esse modelo de mundo. E existem várias coisas e vários modelos de A que estão aprendendo com câmeras, vendo as coisas. E ele faz até umas comparações de falar a quantidade de texto que existe versus a quantidade. Imagina um bebê de quatro anos com X horas que ele fica acordado por dia, a quantidade de coisas que ele aprende ao observar o mundo, e ele ainda mal sabe falar. Então tem essa visão de que o mundo é muito maior, que essa percepção de mundo é muito maior, e que enquanto a tecnologia não conseguir efetivamente aprender com esses vídeos e com essas coisas todas para chegar nesse modelo, e que não é o mesmo modelo de uma LLM or of palavras, a gente não vai chegar nesse tipo de inteligência. Andrace is super interessante é essa parte oferta de robôs, for example. Pega um robô anda, que ainda não chegou ali. One of the analogies that are featured by mutable is a crime of oito years is capable of tiring a mesa and colour a louça in a maquina de lavar. Nenhum robot is capable of doing it. O quanto um robô de repente vê uma laranja, conseguir lá pegar a laranja, com que força você tem que pegar uma laranja, com que força você precisa pegar um ovo, com que força, o quanto peso você espera de cada um desses objetos. Então tem uma série de coisas quando você vai para essa percepção de world model que não está nos modelos de palavras. E esses são muitos os desafios que tem hoje. E ele vai sair justamente para criar uma startup para estudar e continuar o trabalho em cima desses world models, desse world model que é o que encanta ele e que ele quer realmente fazer e trabalhar. E o que no passado, né, o Mark Zuckerberg queria fazer essas investigações para chegar no AJI e tudo, agora ele já está muito mais tático com o objetivo, querendo ter LLMs que funcionem, que entreguem valor e que ele consiga monetizar. Então, acho que esse também foi um ponto grande, né, Débora?

SPEAKER_00:

Eu acho que o que isso nos afeta, né? Essa mudança. Parece bobeira, assim, né? A gente pensar que é uma coisa que está acontecendo lá e tudo mais, mas por que isso importa? Acho que pra nós é uma má notícia, assim, porque mostra que de fato as big tech estão focadas nessa pressa, em fazer acontecer, em ter, em monetizar seus modelos. O que o Yan Lecohn was doing and essa nova startup que ele está fundando é continuar pesquisa. Pesquisa não é necessariamente implementação. O que o Mark Zuckerberg quer é implementação, ele quer produto. Ele quer soltar versões cada vez mais atuais andar da inteligência artificial generativa no dia a dia das pessoas, que é o que a OpenAI está fazendo, o que A Anthropic está fazendo, o que o Manus está fazendo, colocando na mão das pessoas produtos úteis. E nesse caso, acho que a vantagem é muito de quem chegou na frente. As pessoas estão se acostumando a usar o ChatGPT porque ele é o que chegou primeiro e ele é o que lança mais. Cada, sei lá, duas semanas tem alguma coisa nova saindo aí. E acho que as pessoas. Por isso que eu acho que o ChatGPT virou, a gente já falou disso aqui outro dia, né? Chat-GPT virou sinônimo de categoria. As pessoas falam colocar no Chat-PT, ou coloquei no chat, ou fiz com o chat, mesmo quando elas estão usando outro modelo de um concorrente, né? Mas eu acho que é esse ritmo de avanço rápido que quem está colocando é o Sam Outman, é a OpenAI, que está deixando os outros comendo poeira. E por isso que tem essa ânsia, essa angústia que fez com que o Mark Zuckerberg contratasse o Alex Wang e falasse, meu filho, vai em frente, corre, porque é isso que eles precisam, eles não querem ficar para trás. And no meio de tudo isso, ainda uma competição com a China. Essa sensação de que se eles não correrem, a China vai pegar a liderança em AI. Quem for o líder de AI no mundo, enfim, vai estar com a faca e o queijo na mão. Então, acho que de uma maneira muito simples é esse o cenário hoje. Então, acho que isso porque isso importa para nós, porque mostra que a meta não está satisfeita com o ritmo que as coisas estão indo e eles vão agora acelerar.

SPEAKER_01:

Eu concordo, mas eu acho que a meta realmente assim, com os lançamentos de Gilama e alguns atrás, quando eles lançaram o primeiro modelo aberto e tudo, eles estavam ali com frontier models, com modelos que estavam como referência na frente. Eles ficaram para trás, né? Isso é um achei um fato claro.

SPEAKER_00:

Os modelos também, né, Fê, eles ocuparam. Eles escolheram um caminho de código aberto também, né? Que é um pouco diferente do resto da indústria. Perfeito. Mas eles.

SPEAKER_01:

O chat GPT continua lançando frontier models. A gente vê a China, DeepSeek, Manus, conseguindo representar e trazer. O Google, que no começo estava super para trás, sendo super criticado, conseguiu dar uma guinada e hoje está à frente lançando modelos, né? Nano Banana, que é o imagens que a gente vê, a percentual de empresas que estão adotando Gemini for uso corporativo e tudo. E Cloud continua, Anthropic continua tendo modelos também que, para essa parte de desenvolvimento de software, é super bom e que tem um foco de uso corporativo também. Say uma matéria, The Economist, talvez 10 dias atrás, comparando as estratégias do Google e da Microsoft, falando justamente isso: que a Microsoft saiu na frente, com a parceria que ela fez com a OpenAI. Hoje, o Google, que parece atrasado, que está na frente, e comparando até um pouco desse plot twist, do quanto que a Alphabet conseguiu adicionar um trilhão de dólares em valor de mercado nos últimos quatro meses, e fazendo essas comparações do quanto a estratégia que o Google está usando hoje está maior. E outra notícia que essa semana foi que o SoftBank vendeu toda a participação que tinha na Nvidia e resolveu aplicar, entre outras coisas, mas majoritariamente, na OpenAI. Então você vê que ele está saindo dessa camada ali de infraestrutura, de chips, a gente fala que tem três camadas, tem essa camada de chips, de infraestrutura, de construir essas fábricas de ar, tem a segunda camada que é dos modelos, e tem a terceira camada, que é dos aplicativos, das aplicações disso tudo, que é onde a OpenAI está. OpenAI também tem modelo, mas ela cada vez mais está se posicionando como uma empresa que tem a distribuição, tem a preferência e a atenção do consumidor, né? Por onde as pessoas entram para acessar os modelos. Isso é o maior valor que ela está formando. Então, muita coisa acontecendo aí pra gente continuar de olho.

SPEAKER_00:

Muito bom. E a gente vai gravar de novo sexta, é isso? Vamos gravar de novo na sexta.

SPEAKER_01:

E já estou preparando uma pausa de menopausa. Uma pausa é ótimo, né? Uma pauta de menopausa.

SPEAKER_00:

Muito bom. Sexta-feira. É isso aí. É dia seguinte, do único feriado do segundo semestre, né? Mas assim, vamos nessa, vamos fazer.

SPEAKER_01:

Vê que a gente ama vocês, né, gente? Então é isso. Deem um like, curtam o canal. Tô brincando, né? Aquelas coisas, isso quem ouve no YouTube.

SPEAKER_02:

E excelente. Pessoal, ativa as minhas coisas, né? Já ativações. Conta pra um amigo. Entendeu? Que você ouve do Proquique. Muito obrigada. Até a semana que vem. Obrigada, B. Obrigada, amigu. Tchau, tchau. Tchau, tchau.