Duplo Clique
A Andrea Janer da Oxygen, e a Fernanda Belfort da Tribo de Marketing, são duas amigas apaixonadas por lifelong learning. Toda semana, elas se juntam para dar um Duplo Clique nos principais temas de tecnologia, negócios e tendências. Conversas gostosas e descontraídas, mas cheias de conteúdo para você ganhar repertório e estar sempre atualizado.
"As opiniões expressas aqui são estritamente pessoais e não devem ser interpretadas como representativas ou endossadas pela Salesforce, empresa onde a Fernanda Belfort trabalha."
Duplo Clique
#43 Menopausa, COP30 Sem Mapa Do Caminho e Trump Recua Nas Tarifas
Os Estados Unidos recuaram das tarifas de 40% sobre produtos brasileiros como café, carne, açaí e cacau, em uma vitória diplomática que trouxe alívio ao setor exportador. Paralelamente, a COP 30 frustrou expectativas ao não estabelecer meta definitiva para o fim dos combustíveis fósseis, resultado de intenso lobby de produtores, fragmentação europeia e ausências estratégicas. O Brasil assume protagonismo em Belém, com cadeias de valor amazônicas ganhando destaque, mas a comunidade científica segue cobrando compromissos concretos e financiamento adequado para a transição energética.
Em frente de saúde pública, o FDA removeu o alerta severo das terapias hormonais para menopausa, encerrando décadas de estigma originado pelo estudo WHI. Novas evidências científicas, incluindo pesquisas de imagem cerebral, comprovam benefícios no combate a sintomas como brain fog, distúrbios do sono e alterações cognitivas. Especialistas recomendam abordagem integrada que prioriza sono de qualidade, treino de força, alimentação anti-inflamatória rica em proteínas e fibras, além de cuidados com saúde mental como pilares para recuperação do desempenho profissional e qualidade de vida.
- Links:
Tarifaço: Trump cita conversa com Lula e 'progresso' nas negociações | G1
- Acompanhe mais com a gente:
Oxygen Club - Andrea Janér
Tribo de Marketing - Fernanda Belfort
"As opiniões expressas aqui são estritamente pessoais e não devem ser interpretadas como representativas ou endossadas pela Salesforce, empresa onde a Fernanda Belfort trabalha."
Eu sou a Fernanda Belfort. E bem-vindos a mais um Duplo Clique. Bom, essa semana foi cheia, né? Isso foi uma semana curta, né? Semana de feriado no meio. E não só, né? A gente gravou na segunda, então ficou mais curta ainda pra gente. Mas mesmo assim não falta assunto, né? Porque, pelo contrário. A gente teve. Bom, você vai falar da COP, que ainda é um assunto quente essa semana. Outra notícia que dominou as pautas foi o Banco Master. Que loucura tudo isso. Temos uma notícia, estamos gravando aqui sexta de manhã, na emenda do feriado. Ontem tivemos a notícia das tarifas, que a gente já quer ouvir mais. Essa semana teve bastante coisa falando sobre o Gemini 3.0, novos modelos já vindo, evento da Microsoft. Porém, não cairemos em distrações essa semana. Olha, eu chamando notícias importantes de distrações. E vamos falar da prometida pauta de menopausa. Então, acho que vale um pouquinho de tarifas, entrar na COP, porque a DEA tem um monte de notícias vindos de lá. E aí vamos falar de menopausa, né, Deus? Senão a gente promete tópicos que a gente nunca fala.
SPEAKER_01:É, porque a gente é sempre atropelado pelos acontecimentos mais recentes e a gente acaba deixando no nosso backlog, assim, uma série de assuntos que são legais e que são importantes, mas que não são necessariamente quentes, né? Não é nada, não tem nenhum update recente. Mas esse fim de semana vai ter taco ou não vai ter taco, né? Pois é, Trump always chickens out, né? A história do taco, essa sigla que foi criada lá atrás para definir essas jogadas, digamos assim, do Trump, né? Em que ele vem com um estilo de negociação, exatamente. The art of the deal, que ele faz, que é vir com uma sanção super pesada, gera um mega pânico, os mercados reagem, os diplomatas vão correndo negociar para depois ele finalmente voltar atrás. E foi isso que aconteceu com o Brasil. Ontem à noite a gente recebeu a notícia de que o governo americano estava retirando a tarifa de 40% sobre cerca de 200 produtos agrícolas exportados pelo Brasil e por outros países, com destaque especial para café, carne bovina, açaí e cacau. Produtos amazônicos também.
SPEAKER_00:O suco de laranja já tinha sido salvo antes. E agora salvaram a carne, o café. Mas nada como a realidade bater a porta, né, Dean? Na inflação americana. Acho que tem uma série de coisas, né? Puta pagar na popularidade.
SPEAKER_01:É, acho que uma série de coisas, uma série de fatores. Acho que não dá pra culpar só a inflação americana, não. Eu acho que, enfim, o governo brasileiro também acho que teve uma. A gente tem que admitir que houve uma boa negociação, foi feita de uma forma muito, foi conduzida de uma forma correta, né? A gente sabe que tem aí grandes articulações por trás nos bastidores. Certamente JBS teve um peso enorme nessa articulação. E isso acabou sendo retirado da forma como veio. Ou seja, era uma medida muito injusta, totalmente out of the blue, e assim como ela foi imposta, ela foi retirada de uma forma quase que não precisava ter criado todo esse problema. O que eu achei interessante é que a medida é retroativa, então é válida para produtos que chegaram aos Estados Unidos a partir de 13 de novembro, semana passada, que foi a data in que o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, se reuniu com o Marco Rubio para tratar do assunto. O Trump também cita no texto, na nota que ele anuncia a suspensão das tarifas, ele cita as conversas que ele teve com o Lula, a química, a famosa química, e ressaltando o relacionamento com o Brasil e tal. Foi bem interessante essa maneira como a coisa aconteceu. O Lula, obviamente, comemorou, porque foi uma vitória mesmo da diplomacia brasileira, da forma como o Brasil conduziu, andou uma declaração que eu achei curiosa. Ele disse que ninguém respeita quem não se respeita. E eu acho que aí mora uma questão interessante dessas sanções que o Trump foi impondo o mundo afora, como muitos países acabaram cedendo e fazendo o jogo dele, e o Brasil, desde o início, não jogou esse jogo, né? E foi tentando, por vias diplomáticas, pelo diálogo, conversar. Então, acho que foi um ponto positivo para o governo Lula, um desastre para os bolsonaristas, né? Acho que o Eduardo Bolsonaro deve estar arrasado nesse momento, com o seu tiro que saiu pela culatra, continua lá tentando justificar isso, coloca a culpa realmente somente na inflação americana, vamos ver como isso vai se desenrolar. Mas como a gente dá um passinho para frente e dois para trás, né? Houve também hoje de manhã, ontem, aliás, a indicação do Jorge Messias para a vaga do STF, né? Ou seja, mais uma vez o presidente vai lá e indica alguém de sua confiança, o que compromete tremendamente a independência dos poderes, que é a base da democracia. Enfim, não acho que seja uma coisa que só aconteceu agora, a gente sabe que o André Mendonça também foi uma indicação totalmente política do Bolsonaro na última vaga que teve. Mas é uma pena, né? O BC a ser ministro da STF, enfim.
SPEAKER_00:É. Vamos ver como essa coisa vai, mas é um passo pra frente, dois pra trás, né? É o que a gente vive na sociedade.
SPEAKER_01:E falando em passo pra trás, queria trazer um pouco o sentimento de COP 30, que está acabando agora, deixando um gosto amargo aí para todo mundo que acompanhou de perto. A gente está se encaminhando para o final da conferência, os rascunhos dos textos da COP 30 foram divulgados essa madrugada, e para a nossa decepção, o mapa do caminho, o roadmap e o fim do desmatamento, que eram reivindicações que estavam no topo da lista das pautas, e que chegamos, acho que muito perto. Não sei se tão perto quanto a gente gostaria, mas foi o mais perto que chegamos até hoje de um acordo sobre uma data para abandonar o uso de combustíveis fósseis, porque é disso que trata o mapa do caminho, essencialmente, né? E isso não está contemplado nos rascunhos. Ainda não é o texto final, a gente está falando, gravando esse podcast na sexta de manhã. Pode ser que isso ainda nos surpreenda, mas até agora a informação que a gente tem é de que esses temas não foram inclusos nos textos finais. Então isso está gerando uma onda de protestos, não protestos no sentido de manifestações, mas muitos ativistas criticando a falta de ambição dessa COP. O Carlos Nobli, que é o maior cientista climático brasileiro hoje e um dos mais importantes do mundo, também fez uma declaração bastante amarga hoje de manhã. Ele disse que essa ia ser lembrada como a COP 2.0, alertando para o fato de que, se o texto não incluir essa data para o phase-alto dos combustíveis fósseis até 2040, 2045, no máximo, a gente não vai conseguir impedir que a temperatura suba 2 graus até 2050. Por isso que ele chamou de COP 2.0, porque a gente não terá conseguido impedir esse aumento de 2 graus. E, como todos os cientistas têm mostrado de forma exaustiva nos últimos anos, esse aumento de temperatura torna as condições de vida em vários lugares da Terra inviáveis. Então, assim, lugares como Belém, inclusive. Então, esse aumento de temperatura de verdade vai comprometer não só a vida em lugares mais quentes, mas ele gera impactos em vários outras dimensões do nosso ecossistema. Uma coisa que ficou muito clara nessa COP também foi a gravidade do aumento da temperatura nos oceanos. É uma coisa que a gente não fala tanto, a gente fala muito da floresta, da floresta em pé, do desmatamento, e a gente fala pouco da questão dos oceanos, que é talvez mais grave do que da floresta. E isso a gente está chegando num point of no return. Esse é o grande alerta de cientistas como o próprio Carlos Noble, como Johan Brockstrom, que estão desolados com essa falta de perspectiva dos países com relação à gravidade desse tema. O Brasil puxou essa pauta, acho que esse é o mérito do André Corrê do Lago, nosso presidente da COP, lembrando que na COP de Dubai, na COP 28, em Dubai, há dois anos atrás, o texto terminou com o que foi considerado uma grande vitória na época, que simplesmente era a concordância de que combustíveis fósseis precisavam ser abandonados. Para chegar nesse texto, nessa constatação, foram longas negociações, enormes articulações para poder chegar nesse texto. Só que naquele momento não se estabeleceu uma data fora. And this data não foi discutida na Copa de Baku do ano passado. This assunto não surgiu. Andou essa pauta esse ano, foi como se fosse quase começar de novo essa negociação. Andis um lobby muito forte dos países árabes, andam eles que acabaram comprometendo essa discussion. Estados Unidos não, a China votou contra, a gente teve outros países que se abstiveram. So teve força, não tinha gente com muito poder ali para avançar. Muita gente atribui realmente não só essas ausências, mas também uma fragmentação da Europa, que não tem mais aquele poder de bloco, não tem mais aquela força da União Europeia mesmo. Os países em desenvolvimento continuam muito sobrecarregados com essa questão da falta do financiamento climático e tudo mais. Então realmente tem muita gente considerando praticamente um fracasso essa COP30. Eu, de novo, estava muito otimista no último duplo clique eu até estava bem esperançosa que a gente teria um desfecho mais realista, mais ambicioso. E eu acho que a gente vai ter que confiar, continuo confiando muito no André Corrêa do Lago. A presidência dele está só começando, ele disse isso num discurso ontem à noite, ele vai ficar agora um ano como presidente, então ele, segundo ele, essa pauta não acaba hoje na COP, ela vai continuar sendo tratada em outros fóruns aí nos próximos meses, até a próxima COP, que vai ser na Turquia. Aliás, essa é uma novidade, né? A gente na última COP, na última do Ploclique, a gente não sabia onde seria a próxima COP, estava ali uma disputa entre a Austrália e Turquia, e a Turquia saiu vencedora. Uma pena, porque eu acho que a Austrália seria um momento muito bom para a Austrália sediar uma COP, porque a gente está falando muito dos oceanos e das barreiras de coral que estão super comprometidos, mas enfim, Turquia vai ser o próximo país a sediar a COP, a COP 31. E o André Correio do Lago tem pela frente, aí nas mãos, um grande desafio de tentar avançar essa pauta até a próxima COPE. O problema é que a gente está aqui numa contagem regressiva, né? A gente está muito atrasado e um ano é muita coisa. Enfim, vamos aguardar. Eu também fico tentando focar nos legados invisíveis dessa COP, né? Eu acho que Belém vai ser extremamente beneficiada, a Amazônia vai ser extremamente beneficiada por tudo que aconteceu. Acho que um pequeno exemplo disso, hoje de manhã eu estava lendo o New York Times e tem uma matéria linda sobre a dona Nena, dos chocolates. Acho que quem ouviu o duplo clique da semana passada vai lembrar que a gente. Eu contei que eu fui fazer um rápido passeio ali num pedacinho da floresta, que é a Ilha do Combu, atravessando ali o Rio Guamá, em Belém. E um dos passeios que a gente faz é visitar essa dona Nena, que é uma fábrica de chocolates artesanais com cacau da Amazônia, que é um chocolate super premiado. E ela era uma mulher ribeirinha, enfim, uma história muito bonita. And agora ela está nas páginas do New York Times with a descrição lindíssima do trabalho that. São legados invisíveis, né? O chocolate dela ficou conhecido no mundo inteiro. Então acho que tem outras coisas boas aí, um acordo que a Prefeita de Paris assinou com Belém, um acordo de cooperação entre cidades para revitalizar o centro histórico de Belém. So there's muta bacana que vai acontecer, but a gente precisava de um passo maior. But enfim, é a vida.
SPEAKER_00:Essas mudanças não são simples, tem mil temas econômicos envolvidos. A gente sabe que do outro lado tem os Estados Unidos, with the Trump no drill baby drill, querendo cada vez mais usar combustível fossil. A gente tem um telpo que a gente até discutiu de colocar na pauta, vamos ver se a gente traz na semana que vem - que é a bolha de ar, mas quer dizer, toda economia é muito focada nisso, and a gente sabe que o segundo gargalo mais importante é energia. So, infelizmente, a gente tem muitos interesses econômicos hoje que vão contra essa agenda. Espero que a gente consiga evoluir nessa direção com novos tipos de energia renováveis, mas a verdade é que a demanda que existe no mundo hoje por energia tem um gap enorme, principalmente se a gente tira energia combustíveis fósseis. Por isso que é um feito essa discussão econômica. É, por isso que eu fez um processo dela.
SPEAKER_01:Por isso que a gente não. A gente entende que isso precisa haver uma transição, né? Mas a gente tinha que ser capaz de colocar uma data. 2040, são 15 anos de drill baby drill, né? Exato. Tem bastante. Dá pra extrair bastante petróleo em 15 anos, né? Inclusive, eu achava, eu fui talvez ingênua nesse sentido, mas eu achava que essa história do Lula tinha. O Lula foi pessoalmente a Belém quarta-feira, né? Ele esteve lá presencialmente, na expectativa de arrancar forceps esse acordo da data, né? Do mapa do caminho. E eu tinha pra mim que isso era importante pra ele, não só pela imagem, né? Eu não acho que o Lula.
SPEAKER_00:Eu não acho que o LAD tem de ter um papel mais importante globalmente. Ele queria negociar a paz da Ucrânia. Existe uma agenda clara dele nisso.
SPEAKER_01:Eu não acho que ele esteja preocupado com o futuro do planeta, tá? Deixa eu deixar isso bem claro. Não acho que ele está fazendo isso porque ele seja um grande defensor, um grande apoiador da causa climática. Da minha visão, ele estava tentando arrancar esse acordo e essa data final para ele poder extrair petróleo na voz do Amazonas em paz. Ah, perfeito. Sabe? Gente, ele vai ter um pouco de novo.
SPEAKER_00:Gente, eu tenho uma data, então até lá a gente vai tirar.
SPEAKER_01:Então, por enquanto, eu consegui estabelecer uma data, então até lá não me encham o saco. Eu vou extrair mesmo, agora também descobriram petróleo na Batista de Campos. Então, assim, a gente vai drill baby drill, tá? Mas tudo tem uma data pra acabar, tá tudo dentro de um grande plano, né? Sim. E eu acho que essa era a grande meta dele. E eu acho que continua sendo, tá? Porque as pessoas mais talvez esperançosas que acham que o André Correia do Lago vai continuar avançando essa pauta na presidência dele, que ele pode conseguir alguma coisa até o ano que vem. Talvez esse mérito sempre fique com o Brasil, né? Do Brasil ter puxado essa pauta. I acho que o Brasil foi bem, no fim das contas, nessa COP. Eu acho que assim, vamos observar qual vai ser a leitura final em retrospecto do que aconteceu na COP, mas eu acho que de uma forma geral o Brasil fez uma bela COP, tirando, obviamente, as falhas de organização e de infraestrutura, que acho que essas são inegáveis e foram muito feias. Acho que elas muitas foram sendo resolvidas ao longo dessa semana, e eu acho honestamente que não será por elas que o Brasil será lembrado. Acho que foi feio, foi ruim, mas assim no fim, eu acho que o saldo para o Brasil como um protagonista, talvez, na questão climática, vai ser um legado.
SPEAKER_00:Bom, Dea, mas vamos ter um papo mais otimista agora? Vamos falar de menopausa. Olha eu falando de menopausa como uma coisa otimista, né, gente? Mas é isso, né? É sobre isso. Uma sobrevivente de câncer só pode olhar, envelhecer, enfrentar a menopausa com um olhar diferente da alternativa que temos, que é não enfrentá-la, porque ela é inevitável, né, Débora? Mas, bom, o que a gente tem de novidade? Nessa última semana, o FGA anunciou que vai remover aqueles avisos, né? Eles estão chamando de. Eles chamam de black box warning, aquela caixa preta que existe avisando sobre riscos graves of medicamentos as terapias hormonais for a menopausa. Isso vai acontecer ao longo dos próximos six meses. Isso foi uma vitória. Quem acompanha esse tema sabe que isso já existe uma unanimidade no meio médico de que os estudos e o que levou a essa percepção de que tratamentos hormonais are most perigosos hoje não são mais válidos, ou porque esse estudo foi feito e chegou a conclusões invocados de parâmetros that were a série de falhas, ou porque as próprias terapias que são usadas hoje já evoluíram andam melhores. But this veio de um estudo que foi publicado in 2003, which was chamado the Woman Health Initiative. And this estudo acabou levando a série de conclusions, como o estrogênio and a progestina receberam alertas de câncer de mama, AVC, trombose, no mesmo nível de opioides e quimioterapia. Isso acabou derrubando o uso desses hormônios de terapia de menopausa em mais de 70%, apesar desse tratamento aliviar de 60-90% dos sintomas. Isso hoje é entendido de que o estudo acabou gerando um pânico in uma série de coisas que caíram por terra. Esse estudo avaliou muitas mulheres mais velhas, com média de 63 anos, and formas de uso dessas terapias que hoje não são mais usadas, e além disso, chegou a uma série de conclusões. Teve alguns slogans de que aumenta o índice de câncer, aumenta baseado em números que não eram significativos. Então, hoje, essa terapia, eles chamam nos Estados Unidos de HRT, HRT, que é hormone related therapies, mas essas terapias são consideradas, na maior parte das vezes, seguras. Claro que não é para todo mundo. Eu, por exemplo, sou sobrevivente de câncer. A recomendação é não usar hormônio, porque não tem muitos estudos, tem vários tipos de câncer de mama. O câncer que eu tive não era relacionado a hormônio, então isso muda um pouco. Mas mesmo assim existem alguns indícios de que talvez isso possa aumentar a chance de um câncer voltar. Eu que estou conseguindo gerenciar a menopausa com outras coisas, não uso hormônio, porque eu não quero brincar com esse risco, mas eles trazem muito esse tema de que menopausa é algo que precisa ser falado e que hormônio, muitas vezes, é algo que deve ser usado. Quando a gente começou a falar mais de menopausa nos últimos anos, porque antigamente ninguém falava nítido, né? Era um assunto. Eu, quando comecei, eu por fazer quimioterapia, eu tenho 48 anos hoje, eu terminei há 5 anos a química, então eu terminei, eu tinha 43. Quando você faz quimioterapia, seu ovário, tudo para de funcionar do ponto de vista de hormônio, então você entra numa menopausa ali, muitas vezes você não volta. Eu até voltei a menstruar depois, mas essa perimopausa já me encontrou de cara. Tem mulheres que acabam tendo que tomar remédio, não é o meu caso, para suspender os hormônios ou tirar os ovários, daí você realmente entra nessa perimenopausa, na menopausa de forma muito mais intensa. E só para a gente também ter aqui a terminologia de uma forma correta, a gente fala de uma forma geral em menopausa, mas na verdade menopausa é quando você fica um ano sem menstruar. A idade média em que isso acontece é 51 anos, geralmente entre 45 e 55 anos. E a permenopausa pode começar de 7 a 10 anos antes. E é super normal ter mulheres que aos 35 anos já passam a ter sintomas. E aí é esse período que seus hormônios já estão mudando. E, historicamente, tratavam a menopausa, ou a medicina reduziu a menopausa a calor suor e uma TPM ampliada. Então era isso. Tinha até um termo nos Estados Unidos que chamava de whiny woman, dessas mulheres que chegavam sem sintomas muito claros, mas falando de várias coisas, e que a medicina falava: ah, é isso, bola pra frente, né? E não dava atenção. So, no fim, dizem que a menopausa provavelmente foi o tema mais sério de medicina, que foi negligenciado nos últimos anos. Andesse acontecendo com os homens, provavelmente já teria uma série de tratamentos andas, buts acabavam acontecendo com as mulheres. Tem uma médica que eu adoro que se chama Mary Claire Haver, e ela fala que é como se os testículos encolhessem e morressem aos 51 anos. Se isso estivesse acontecendo com os homens, o mundo inteiro iria reagir de uma forma diferente a isso. Mas como acontece com as mulheres? Ah, não, né? É frescura. Tem muito essa percepção. 85% das mulheres, segundo o estudo de 2023, que a Mary Claire cita, relatam sintomas de menopausa e só 10% receberam tratamento, geralmente não hormonal. E muitas mulheres acabam sendo tratadas com antidepressivo ao invés de usar uma terapia hormonal. E a menopausa, eu gosto muito dessa frase ideia. A menopausa é inevitável, mas o sofrimento não deveria ser. Perfeito. E falam, inclusive, de que o tratamento médico, né? A Mary Claire fala que durante a faculdade dela de medicina, ela teve six de tratamento sobre menopausa, nos quatro anos de residência que ela fez. And it was código interno, the Wine Woman. Com essa noticia do FDA, I think vale a pena trazer. If we business the referência, of course legaise that I did in the years of conteúdos. A Mary Claire com certeza is a reference interessante. And one of the opinions that they follow, inclusive, is that quem deveria trat a menopausa não é o ginecologista, because the ginecologista cuid of pequena those sintomas da menopausa. The sintomas da menopausa, e daí eu estou falando, claro que é perimenopausa, I'm using this terror como um termo mais guarda-chuva, but existem circa de 70 sintomas catalogados. And one of mensagens is louca, it's acontecendo. Porque olha só entre os sintomas o que tem: ganho de peso, especialmente visceral em volta da barriga andar, que são os mais importantes, perda de massa muscular, osteoporose acelerada. Eu já estou no nível de osteoporose, faço tratamento, voltei para osteopenia, principalmente porque com a química meus hormônios caíram e eu já tinha o osso mais frágil, mas é uma coisa que eu já cuido há algum tempo. Dor articular e muscular. Frozen shoulder, que isso é super comum, né? Então, até essas coisas assim, queda de cabelo, pele fina, alteração dentária, vertigem, zumbido, alteração auditiva, baixa libido, ressecamento vaginal, infecções urinárias recorrentes. Então, assim, um monte de coisa acontecendo, and algumas delas tem a ver com ginecologia, muitas não tem. Depois tem todos os cognitivos emocionais, né? Então, brain fog, essa nuvem mental. Isso tem um termo na chimioterapia que chama chemo brain. Porque você fica a meio zueta, né? Com toquinho de remédio. Fora que lidar com câncer, você também não sabe o que é emocional, o que não é. Depois eu comecei a ter várias coisas e ainda veio o Covid, tinha coisa que era pós-Covid, quase todo mundo pegou o Covid, eu peguei também. Fala, gente, tem um monte de coisa que eu sinto que eu não sei se é emocional do câncer, se é da quimioterapia, se é chimobrain, se é menopausa, se é pós-Covid. Eu só sei que eu sinto. E muitas vezes era, gente, não sabemos direito a bola pra frente. Mas entre os sintomas que estão catalogados, tem o tal do brain fog, né? Tem depressão, que pode estar começando, ansiedade, agravamento de TDAH e bipolaridade, quedas abruptas de resiliência emocional, insônia devastadora, e doenças como aumento de risco cardiovascular, resistência à insulina, diabetes e demência. E aí você vai me falar, né, ô Fernanda, isso aqui é pauta otimista? Você tá me lendo 70 sintomas catalogados. Mas eu acho que o lado otimista é a gente saber que a gente precisa tratar essas coisas, deve tratá-las, que não é loucura. Eu não sei, mas é brincadeira. Eu já esqueci a palavra, eu trocava a palavra. Hoje em dia, então, eu tenho um monte de amiga com isso. Você sente essas coisas?
SPEAKER_01:Super. Eu acho que desses sintomas que você leu aí, eu check all the boxes, assim. E é muita coisa assim. Diffícil de mensurar também, né? Então a gente fala que um pouco é da idade, um pouco é da Covid longa, um pouco é estresse que a gente está vivendo. A gente vai às vezes negligenciando os sintomas, né? Eu acho que a perimenopausa, que é um dado importante que você trouxe aqui, que pode começar até 10 anos antes, né? É muito tempo. E muitas mulheres passam esse tempo todo sem reconhecer esses sintomas, às vezes não sabem nem o que é perimenopausa, não sabem nem o que é essa fase da vida. E eu ainda acho que a menopausa, por mais que a gente tenha evoluído muito nos últimos talvez três anos, eu diria, em que esse assunto deixou de ser tabu e começou a ser falado. Não é à toa que a gente está aqui num podcast falando de menopausa, mas a menopausa realmente foi se tornando um assunto menos proibido, até nas empresas, porque tem várias matérias recentes que saíram mostrando que o universo do trabalho agora está tendo que lidar com isso, porque as mulheres passam por todos esses sintomas enquanto elas estão trabalhando. Então você está ali tendo que entregar milhões de coisas e trabalhar num mundo corporativo, por exemplo. E você vai passar por essas questões todas enquanto você está ali. Então os RH já tem que incluir esse tema nas suas agendas. Então, assim, a gente evoluiu sim, eu acho, nos últimos anos. E finalmente acho que essa decisão da FDA, que acho que é muito emblemática, vai colocar talvez o vai normalizar os mecanismos que a gente tem de os recursos que a gente tem para poder enfrentar essa questão. Porque eu acho que eles ainda estão muito restritos a pessoas de classe alta, pessoas que têm privilégios, né? Eu, por exemplo, faço reposição hormonal dentro de um olhar de medicina personalizada. Tem uma endócrina que me cuida de mim e testa várias coisas. A gente testa alguns tipos de medicamentos com dosagens diferentes para ver como funciona. É muito bom ter isso, mas isso não é a realidade da maioria das mulheres. É, a democratização ainda é um tema mais importante. Esse pra mim é um desafio, porque a gente tem um contingente de mulheres gigante, que tem que trabalhar, que tem que acordar cedo, tem que levar filho no colégio, tem que ir para o escritório, ou tem que ir para a fábrica, tem que pegar ônibus, né? E não tem nenhum refresco. Está vivendo tudo isso ali, a realidade nua e crua, né?
SPEAKER_00:E existem coisas, acho que na educação, tem mais dois temas que eu queria trazer aqui, né? Um é o cérebro e a menopausa, então, acho que tem algumas coisas interessantes, e o outro é o que a medicina já sabe hoje que são as formas de você, além de hormônio, cuidar. Tem uma médica chamada Lisa Moscone, que publicou há poucos anos atrás um estudo, e ela até é autora de um livro, até tem um livro aqui, né? Que chama o cérebro e a menopausa, the menopause brain. Ela é considerada meio papisa dessa história, né?
SPEAKER_01:É super referência mesmo.
SPEAKER_00:Super, super referência por causa disso. E ela fez o primeiro estudo que analisa o cérebro, então, realmente fazendo PET scan ali, né? Fazendo exames para conseguir entender o que acontece no cérebro nas fases de pré-menopausa, perimenopausa e pós-menopausa. Então, foi um estudo super inovador, e pela primeira vez, a gente pôde ver a imagem no cérebro do que acontece e qual é a relação entre hormônio e não só hormônio, mas essa fase toda e o que ela acontece. Então, assim, não é loucura. Eu lembro que eu falava, gente, eu não dou mais conta, eu dava conta de. E eu brinco que assim, né? Eu estruturei a minha vida para ser uma pessoa que hiper performa. Então, assim, eu tenho marido, eu tenho duas filhas, eu tenho dois cachorros, eu tenho trabalho, eu faço podcast, eu não sei o quê, o cuidado da casa, milhões de coisas. Acho que a Deia consegue relate with this. É igual, muita gente que nos ouve também.
SPEAKER_01:Muitas vezes que muitos papéis.
SPEAKER_00:Aí, assim, durante o câncer, eu já não conseguia dar conta. Às vezes eu acabava de trabalhar, juro por Deus, e deitava do anarquimio na minha mesa. Deitava na mesa, assim, sentada. Eu demorava tipo uma hora. Minhas filhas vinham, meu marido, tá tudo bem. Eu falava, tá tudo bem, eu só não consigo levantar ainda. Porque me dava um cansaço, uma coisa que era uma loucura. Aí de repente você começa a não dormir bem, aí você não está disposta, aí você não consegue dar conta da vida, né? E você fala, meu Deus, o que está acontecendo? Isso vai ser pra sempre, não vai? Eu preciso redimensionar tudo, eu preciso desistir de algumas coisas que eu faço hoje, eu vou conseguir dar conta. E acho que isso é uma realidade que muitas mulheres têm. E essa coisa de você conseguir entender, a medicina entender e de falar, não, você não tá louca. Tem coisa que tá realmente acontecendo, né? E tem formas de melhorar tudo isso. Mas parte do que começaram a descobrir dessa relação com o cérebro, é que realmente existe uma mudança. Nessa parte de brain foge, de irritabilidade, de mudança de humor, de memória e foco. Tudo isso apareceu. Então, ela é a primeira evidência direta de que esses sintomas cognitivos emocionais da menopausa são produzidos pela alteração hormonal no cérebro e não são pontos, não são coisas psicológicas. So é algo muito importante. Ela fala bastante sobre o hormônio, como é, que exame de sangue não consegue mostrar essas coisas, não existe nenhum teste definitivo da perimenopausa via sangue, não existe um marcador do que eles falam. And the cérebro continua responsivo ao estrógeno até os 60 years or mais. Aquela hipótese antiga that during six years of menopausa, the receptors desligavam, the interpretation that existia in this estudo of the Women Health Initiative sobre a janela terapêutica estreita acabou mudando. A janela para terapia hormonal é muito mais ampla do que se acreditava, and é fundamental testar como o cérebro reage ao estrógeno em diferentes idades. And hoje existe uma ideia de que você começando mais cedo esse tipo de tratamento hormonal e tudo pode potencializar, não sei se é potencializar, mas pode diminuir o quanto tudo isso acontece no cérebro e potencialmente isso abrir uma janela de N estudos que precisam acontecer, né? Então parte das coisas que eu tô falando aqui não são certeza, mas isso pode até ter uma relação com Alzheimer, isso pode ter uma relação com uma série de coisas que você pode evitar. Eu, como uma pessoa que não pode tomar hormônio, ou tem um risco grande com isso, eu já fico nervosa de ler esse negócio que eu falo, ai meu Deus, eu devia estar tomando, eu deveria estar fazendo. Mas acho que tem um lado que está ligado um pouco a hormônio, mas tem um lado que está ligado à medicina estar conseguindo comprovar. E como também durante muito tempo, até porque teve esse estudo que falava que o hormônio era ruim, e durante, sei lá, 20 anos quase não houve mais estudos. Então isso foi um ponto também super impactante em que a medicina ficou meio parada nesse assunto durante muito tempo, né, Deus?
SPEAKER_01:Enquanto isso, o que observei nos ultimos talvez 5 anos, 4 anos, foi uma explosiona no mercado que a gente chama de FemTech, que é o mercado de startups that nascer nesses ultimos anos para desenvolver soluções para mulheres. Muitas empresas hoje em dia vendendo produtos that are prometidos como soluções para muitas questões da menopausa. O que também gera um certo desconforto, eu acho, com soluções que a gente não sabe direito se são reais, se são seguras. And there's realmente a onda, tem muita gente surfando essa onda desse hype, digamos assim, da menopausa. Então acho que isso é uma preocupação ao mesmo tempo.
SPEAKER_00:Então, com certeza, e aí, indo um pouco no que a medicina hoje fala sobre isso, né? A gente sabe que para falar de hormônio, depois a gente vai para outras coisas. O hormônio é seguro para a maioria quando iniciar dá cedo, com perimonopausa, ou seja, os primeiros 10 anos, ele pode reduzir o risco de doença cardiovascular, diabetes, demência e mortalidade geral, melhora o sono, humor, libido, massa muscular e composição corporal, e que o estrógeno não causa câncer de mama. Isso é um mito que veio desse estudo, mas ele não causa, e que até para mulheres com histórico de câncer de mama, o estrógeno vaginal é seguro e também evita infecção urinária e muitas coisas. Então, algumas coisas a comunidade médica hoje fala, e aí, obviamente, consulte o seu médico, não sou médica nem a Andrea, mas assim, segundo a Marie Claire, segundo. Eu leio bastante sobre isso, acho que tem uma certa do Pitratia, existe um certo consenso médico em volta desses temas. Mas também o que acontece é que, sem o estrógeno, o corpo acaba tendo uma inflamação crônica, então isso é uma coisa que aumenta, tem uma perda muscular, tem uma piora metabólica, e aí isso começa a impactar a mulher de várias formas. Quando você vai um pouco para a abordagem multidimensional de como você deve tratar a menopausa, existe esse lance de fazer complemento hormonal. Quando você é legível, você pode, obviamente, isso é algo que você precisa tratar com o seu médico, mas existem outras coisas que não envolvem medicação e que são super importantes. Primeiro, tudo começa com sono. É o primeiro alvo do tratamento, sem sono nada funciona. Você precisa dormir bem. E eu lembro que eu tinha umas conversas com a minha médica também de virar e falar assim: mas eu não estou dormindo bem porque eu, de repente, estou com essa coisa hormonal, e por que eu estou tendo esses momentos de fogato, de acordar com calor, e por quê? E ela começou a me explicar que não necessariamente é nessa ordem. Às vezes o que está desencadeando tudo isso é porque eu não estou dormindo bem. E daí tem uma percepção de que o ideal é você dormir, óbvio, sem nenhuma ajuda, mas se você precisar de algum medicamento, e daí você tem que discutir com o seu médico e tudo, e tem suplementos também, né? Então, magnésio, tem várias coisas que tem estudos científicos suportando, eu pessoalmente tomo, te ajudam a dormir melhor e ter uma qualidade de sono maior e dormir mais tempo. Isso o Anel ajudou, o Aura, a gente até falou do Pitratia, que ele não usa, e tudo, mas assim, isso o Anel me ajudou. Eu, esse ano, eu estou com uma média de acho que 50 minutos em média de sono maior do que ano passado. Ano passado, a minha média era quase seis horas, agora eu já estou para quase sete horas de média de sono. Então, ganhar uma hora de sono tem ajudado muito a minha vida. Então, sono é a coisa número um. Depois, treino de força. Esse é um pilar enorme de longevidade. Ele protege contra a osteosporose, reduz essa resistência à insulina, previne fraturas. And músculo, a gente falou isso também no Pitratia, é a poupança do velho. Você precisa garantir uma massa muscular, porque isso ajuda um monte de coisa. And as mulheres passarem a romper esse paradigma, I don't quite have treino de força porque não quero ficar aquela mulher toda fortona. Primeiro meu, sinceramente, fica tranquila, se você quiser, ia ser tão difícil, não tem problema. Secondo, que a Dea já falamos bastante isso até, como a estética das mulheres e o que é considerado hoje, né, Dea? Você trouxe esse tema várias vezes, até com esse mundo de Ozempique, de Monjaro, o quanto as pessoas estão cada vez mais cuidando, até por esse consenso da importância de músculo, mas isso virou novo status, né, Dea?
SPEAKER_01:Total, porque a magreza já foi atingida, né? Então as pessoas inclusive estão deixando de correr, de fazer, enfim, esportes aeróbicos de forma geral, né? Coisas que ajudam na perda de peso, seja bicicleta, spinning, coisas assim, e trocando isso por exercícios como pilates, que também está explodindo no mundo hoje, e musculação. Então, essa estética da pessoa mais sarada, ou seja, magra, mas também não adianta só ser magro e flácido, tem que ser um magro e forte, né? Então, acho que isso está mudando muito mesmo.
SPEAKER_00:E antes tinha muito isso, né? A mulherada fazia exercício aeróbico, essa era a prioridade número um. O ideal é, obviamente, falamos disso no Pitratia, você fazer força e também fazer aeróbico, porém, tem um certo consenso de que se você for fazer uma coisa só, faça musculação. É super importante treinar músculo. Então, acho que isso mudou muito. Isso foi aquela coisa, né?
SPEAKER_01:Por enquanto, é isso. Ah, não.
SPEAKER_00:A medicina muda, exato.
SPEAKER_01:Eu acho que a gente vive um pouco essa. Inclusive, essa questão da informação, ela é muito. Na verdade, por isso que a gente tá aqui hoje, né? Porque você trouxe, inclusive, esse fato, né? A gente até, talvez, ano passado, achava que repouso hormonal era exceção, e agora a gente tá vendo que você tá virando a regra. Porque a medicina evolui, isso. Isso que a medicina evolui, e a gente se evolui. E às vezes a gente não acompanha tanto o que tá acontecendo e fica confuso, né? Tipo, pera, mas. Só de você saber.
SPEAKER_00:É. E a verdade é assim, procure seu médico, mas é o que a gente fala de repertório, né, Deia? Se você não tem esse conhecimento, você fica sofrendo sozinha, calada, achando que é frescura. A hora que você vira e ouve no podcast alguma coisa, essas coisas, você fala, opa, peraí, tu não tô louca, eu vou procurar meu médico, né? Vou falar desse assunto. Existem outras coisas hoje, né?
SPEAKER_01:A visão mudou. A mídia serve, né? Esse tipo de conteúdo serve pra justamente despertar a sua atenção por um tema que talvez não estivesse no seu radar, né? Puxa, então eu posso agora, posso me candidatar a isso? Aí, claro, você vai no seu médico, você vai entender se você está no grupo que pode usar reposição hormonal livremente ou não, né? Então, acho que essa é a grande, sempre com acompanhamento médico, como tudo deveria ser. Então, acho que esse é o grande recado.
SPEAKER_00:Com certeza. E tirando, então, né, tirando a reposição hormonal, a gente falou de sono, a gente falou de treino, de força, e ainda existem outros pilares que são nutrição e nutrição anti-inflamatória, e vocês vão ver que tem um overlapido que a gente fala de piteratia, tudo enorme. E tudo isso te ajuda a se sentir melhor e, de alguma forma, conseguir driblar esses sintomas da menopausa. Eu, como alguém que tem que enfrentar esses sintomas todos sem nada de hormônio, todas essas táticas passaram a estar mais presentes na minha vida, para eu viver mais, até por causa do câncer e tudo, mas também para eu ter uma qualidade de vida melhor. A outra é nutrição e nutrição anti-inflamatória. Então é, foco em fibra. Isso é uma coisa que nos Estados Unidos, por exemplo, com ultraprocessado, o consumo de fibra é muito baixo. Aqui no Brasil acho que a gente come mais fruta, tem ainda mais as pessoas que têm acesso a mais informação e recursos para uma alimentação saudável, mas assim, fibra é super importante, vitamina D, magnésio, que eu acabei de comentar, proteína, né? Então, isso pra mim é super difícil, ainda mais porque eu como carne raramente e tal, mas assim, proteína é super importante e redução de açúcar adicionado, e toda essa importância que cada vez mais se fala dessa saúde, gut health, da microbiota e tudo isso, que é super importante. Existe também uma discussão em relação a jejum intermitente, isso é algo que existe, é um tema que hoje é até, eu acho que um pouco mais polêmico do que era. Alguns anos atrás se falava muito disso.
SPEAKER_01:Passou o tempo sendo o recomendação número um para perder peso, né?
SPEAKER_00:Então, e para combater doenças também por causa da autofância, eu acho que assim, não como dieta de emagrecimento, até porque hoje o Zepique, Monjaro, tudo isso veio, mas como a forma de reduzir inflamação, melhorar a cognição. Então, acho que existe um tema de jejum intermitente, obviamente, tem algum distúrbio alimentar, se precisa entender, tem várias contraindicações para você não fazer. Mas o que eu ouvi que ficou mais polêmico é esse lance também de jejum intermitente versus uma alimentação adequada e alta em proteína para manter massa muscular. Do mesmo jeito que o Zempique tem uma preocupação enorme de perda de massa muscular, monjar um pouco menos, mas a preocupação existe. Jejum intermitente também tem tudo isso, então são pontos que você precisa levar em consideração. E, obviamente, a parte de saúde mental, né? Mindfulness, terapia, suporte emocional, obviamente, tudo isso é super importante. E tem todas essas implicações dessa mulher, né? O quanto ela se mantém na força de trabalho, que é o que você falou. Tem um lance também, né, Déia, do quanto isso é percebido e do quanto isso impacta, divórcios, né? Casamento, um monte de coisa. Porque, de repente, a mulher tá passando por um monte de coisa ali que a sociedade não entende direito, ela não entende direito, os maridos menos ainda. Então, acho que é um tema que, pela primeira vez, a gente fala com um pouco mais de profundidade no duplo clique, mas é um tema que entre as mulheres, né, um pouco mais velhas, tá super em pauta, e acho que é importante. E eu, assim, Déa, quando eu comecei aqui, comecei a viver essas coisas, o meu conhecimento disso, e olha que eu sou uma pessoa informadinha, né? Não sou assim, uma. Um pouco. Pouquinho. Deia, eu não sabia nada. Absolutamente nada sobre isso. Hoje, cinco anos depois, cinco anos e meio, eu já estou mais educada sobre o tema, já uso mais recursos, e é realmente assim, é um outro patamar do quanto se fala isso na sociedade, mas acho que ainda é um tema, e por isso que, né, finalmente, anos depois, pelo menos o FDA está tirando tudo isso, ainda tem as implicações legais, ainda mais nos Estados Unidos, de você estar falando para uma pessoa tomar um remédio que, pelo FDA, é considerado algo que tem um alto risco de te dar câncer. Então tem um monte de coisa nisso tudo que a gente está vendo que está se solidificando e mudando, e que são forças que ajudam muito as mulheres a se manterem ativas, plenas, nessa segunda fase da vida, que com a longevidade vai durar muito mais. E a quantidade de mulheres que precisam estar na força de trabalho, precisam estar ativas na sociedade.
SPEAKER_01:Acho que esse está longe de ser um período de reclusão. Acho que é o contrário, a gente com 50 mais mulheres que eu conheço estão entrando numa fase da sua vida produtiva. Os filhos já cresceram, muchas já saíram de casa, essa sensação de quase missão cumprida com os filhos andaugura uma nova era inicial da mulher. Ela pode voltar, pode mudar de carreira, pode fazer um sabático para conhecer o mundo. Enfim, tem muitas possibilidades aí que essas novas descobertas estão colocando na nossa frente. A gente pode, de fato, enfrentar tudo isso, encarar tudo isso como um novo começo, né? E não um fim de uma vida cheia de vitalidade e energia.
SPEAKER_00:E a Mary Claire fala uma coisa que acho que é interessante, né? Que ela fala, uma parte que eu já falei, né? Que a menopausa é inevitável, sofrimento não é, mas que você precisa e tem como se defender. E que o sistema que falhou por nós mulheres, né? Porque realmente, assim, você para pra pensar e é um tema tão grande, tão importante, que foi totalmente negligenciado por 20 anos. Então você fala, cara, a gente está em 2025, e sei lá, em 2020 a gente não falava sobre esse tema com tanta abertura. Então é chocante quando você para pra pensar. E acho que a gente já está podendo entrar nessa fase vivendo uma realidade diferente. Essa frase de você não está louca, você não está sozinha e existe tratamento. Acho que tudo isso são mensagens super importantes.
SPEAKER_01:É, e a gente tem assim, graças às redes sociais, mais um ponto positivo aí das redes, muitas pessoas legais falando sobre isso e normalizando esses assuntos. Sei lá, eu lembro da Cláudia Ruga, do Cool Fifty, a Silvia Ruiz, mulheres que são. Tem o Viva Coroa, mulheres super legais contando, falando, abordando esses temas e dando uma outra perspectiva. E aí a gente olha para mulheres como, sei lá, Nicole Kidman, Madonna. A gente passou também a olhar para elas que estão aí fazendo e acontecendo pelo mundo afora, mulheres, sei lá, Jacinda Arder, mulheres que estão no auge das suas vidas profissionais, trabalhando, produzindo, vivendo a vida. Então, acho que os referenciais também mudaram. A gente parou de endeusar apenas as garotas jovens cheias de colágeno. A gente hoje em dia tem entre as nossas ídolas mulheres de 50 a mais que são espetaculares. E aí, Fredenta Lima, Fedenta Lima me impactou também, né?
SPEAKER_00:Era o ícone da beleza, excelente com 48 anos, falando de menopausa, né? Ela que foi casada com. Perfeito, era um ótimo exemplo.
SPEAKER_01:Então acho que essas coisas vão, né? Então acho que o assunto foi sendo normalizado, os sintomas foram ficando mais conhecidos, os recursos foram aumentando, né? A gente falando dessa indústria agora que tem que tomar cuidado, tem muita coisa aí que não ajuda de verdade as mulheres, mas, enfim, é um mercado bilionário de suplementos e de outras coisas. Mas eu acho que é assim que a gente caminha, né? Assim que a gente avança.
SPEAKER_00:Muito bom, gente. Então, assim terminamos.
SPEAKER_01:Mais um duplo por clique, né, De? Pois é, gente. Fizemos na sexta-feira. Foi direitinho, dessa vez foi bonitinho, né? Foi no dia certo, a gente fez.
SPEAKER_00:Dia certo, hora certa.
SPEAKER_01:Acho que agora a gente engrenou.
SPEAKER_00:Queridos, muito obrigada por mais um duplo clique. Dea obrigada, obrigada a todos vocês. Semana que vem tem mais.