Ondas Impressas

Cristhine Samorini assume Federação das Indústrias

June 03, 2020 Tânia Galluzzi Season 1 Episode 9
Ondas Impressas
Cristhine Samorini assume Federação das Indústrias
Show Notes Transcript

Empresária do setor gráfico é a nova presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo, Findes. Neste episódio, Cristhine fala sobre o enfrentamento da crise gerada pela Covid-19 em seus vários papéis: como diretora comercial da Grafitusa, presidente da Abigraf Regional Espírito Santo e do Sindicato das Indústrias Gráficas do Estado do Espírito Santo, Siges, e agora comandando a Findes. 

00:00:13
Tânia Galluzzi: Olá, militantes da impressão, você está no Ondas Impressas e na próxima meia hora você vai ficar comigo, Tânia Galluzzi

00:00:21
Hamilton Costa: E comigo, Hamilton Costa, pra saber um pouco mais sobre o universo da impressão.

00:00:27
Tânia Galluzzi: Antes de entrar no tema desse episódio, a gente quer agradecer às pessoas que têm conversado conosco mandando mensagens por e-mail, no Instagram e pelo LinkedIn. São pessoas como ele Eliel, da América UV, a Milene Santana, o Valdir Premero, o Rodrigo Rocha, da gráfica Rocha, o pessoal da Pequena Arts, gráfica rápida de Manaus, o Luiz Diniz, o Jonathan Lima, da Pimenta Print, enfim várias pessoas que têm separado uns minutinhos do seu dia para conversar com a gente. Pessoal, muito obrigada pelo apoio e pelas sugestões. Agora vamos ao assunto desse episódio. Hoje quem vai navegar com a gente nas ondas impressas é a Cristhine Samorini. A Cristhine faz parte da quarta geração da família Samorini no comando da Grafitusa, empresa fundada há 100 anos em Vitória, no Espírito Santo, e dois fatos convergentes trazem a empresária para este episódio. No dia 30 de abril, a Cristhine foi eleita presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo com 70 por cento dos votos para um mandato de três anos. Também no final de abril a imprensa começou a destacar a liderança feminina como um diferencial dos países com as melhores respostas ao coronavírus. Entre os exemplos mais citados estão a Jacinda Ardern, da Nova Zelândia, e a Angela Merkel, da Alemanha.

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Tânia Galluzzi: Vamos ao bate-papo.

00:01:58
Tânia Galluzzi: A gente vai conversar agora com a Cristhine Samorini, diretora comercial da Grafitusa, gráfica comercial localizada em Vitória, no Espírito Santo. A Cristhine é formada em Administração, com MBA em gestão e marketing. E ela está na Grafitusa desde 1997. A Grafitusa é uma gráfica que foi fundada pelo bisavô da Cristhine, Túlio Samorini. Cristhine, quero agradecer muito você por ter aberto esse espaço na sua agenda que está bem apertada, sobretudo agora que você está prestes a assumir a presidência da Federação das Indústrias do Espírito Santo. Tudo bem, Cristhine, é um prazer receber você aqui no Ondas Impressas.

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Cristhine Samorini: Tudo bem, Tânia, obrigada imensamente pelo convite. Quero também agradecer a participação do super querido e parceiro que é o Hamilton, e também para quem nos escuta, sobre um assunto que tanto me interessa.

00:02:54
Hamilton Costa: Olá, Cristhine, eu sei que sua agenda está bem apertada, a gente agradeço muito por você estar aqui com a gente hoje.

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Tânia Galluzzi: Christine, quando eu estava fazendo a pesquisa pra esse episódio, me chamou atenção a tua descrição no LinkedIn, a descrição que você faz no LinkedIn. Ao definir um bom líder, você afirma que é preciso sensibilidade, percepção e humildade pra estar sempre aprendendo. E essas características são exatamente as razões que estão sendo apontadas como base para o sucesso dos países liderados por mulheres no enfrentamento da Covid-19. Você acredita então que, de uma forma geral, o fato de a mulher ser menos personalista, não se achar a dona da verdade, ajuda na tomada de decisões?

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Cristhine Samorini: Essa é uma pergunta importante. Realmente a questão da liderança feminina tem essas características aí mencionadas. Eu vi muito isso nessa minha caminhada, eu tive de atuar muito próximo ao empresário, na maioria do lado masculino, e eu tive de contruir a parte principal de conexão.

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Cristhine Samorini: Trazer a sensibilidade, o diálogo, para trazer um resultado de contrução. A gente vive num momento em que isso tem feito muita diferença. Falando especificamente do setor industrial como um todo, a gente percebe que isso se perdeu, pela questão da dinâmica mesmo. É um mercado competitivo. Mas a sensibilidade, a forma de condução e trazer a pessoa para participar é uma característica muito forte feminina. Eu falo que meu maior maior desafio não é ser mulher. Meu maior desafio é fazer a entrega, ter resultados.

00:04:41
Hamilton Costa: Num ambiente estritamente masculino ou essencialmente masculino, tanto o sindicato, a associação e a federação, não é Cristhine? Você é a primeira mulher a assumir a federação?

00:04:54
Cristhine Samorini: Sim, a primeira a disputar, a primeira a assumir, e acho que no Brasil só tiveram duas, mas o que eu consegui de resgate e informação, nenhuma das duas foi até o final do mandato. São todos presidente homens, mas fui muito bem recebida. Eu acho que também há muito espaço, sabe Hamilton, as mulheres têm conquistado esse espaço, não pela questão do empoderamento feminino, que nunca foi uma forma que eu carreguei junto comigo. Eu cresci no meio masculino, meu pai sempre me cobrou da mesma forma que cobrava o meu irmão, e isso foi muito positivo para mim. Então, eu construí as minhas capacidades empresariais com o que eu tinha de capacidade, é isso o que cada um tem de fazer. É muito treinamento, capacitação, aprendizado. E aí a questão do feminino, tem essa questão mais sensível, de fazer essas pontes que eu acredito muito que é o que a gente sabe fazer de melhor, a mulher consegue fazer essa convergência.

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Tânia Galluzzi: Na sua apresentação no LinkedIn você fala também na capacidade de adaptação, que hoje nada mais é necessário do que a capacidade de se adaptar. Como diretora da Grafitusa, quais ajustes vocês fizeram desde o início da pandemia para enfrentar esse cenário? Antes de falar exatamente da Grafitusa, dá um parâmetro pro ouvinte do Ondas Impressas como é que foi, ou como é que tem sido o isolamento no Espírito Santo.

00:06:20
Cristhine Samorini: Há algum tempo a gente já vinha percebendo a mudança no mercado, na forma de consumo. Eu faço um trabalho muito forte e comercial, eu lidero isso há bastante tempo, como eu te disse a nossa empresa fez 100 anos em maio. Eu entro numa ruptura na forma de comunicar, de forma de consumo e sem dúvida é uma mudança que vem ao longo nos últimos anos. Mas agora é de fato uma ruptura. Ou a gente se prepara para vir como uma empresa realmente diferente, ou a gente vai caminhar para quedas significativas de volume de produção, de redução de capacidade de produzir impresso mesmo. Especificamente falando da minha empresa que veio sempre muito forte no setor promocional e que há um ano a gente já decidiu que tem de fazer uma mudança de rota para virar uma gráfica industrial, que é atender embalagem e rótulo.

00:07:16
Cristhine Samorini: Na última reunião que eu participei, a presença do Hamilton foi espetacular. Ele falou que a gráfica que é hoje promocional, não adianta ela achar que vai virar gráfica de embalagem sem se preparar. Se preparar mesmo, ter um parque industrial com a linha clean, os equipamentos adequados.

00:07:36
Cristhine Samorini: A gente está num momento aqui na minha empresa de tomar essa decisão. Esse setor que eu atendia até agora está bem definido que está em declínio. Então, a gente está fazendo uma mudança para o setor que a gente deve atuar nos próximos anos.

00:07:51
Cristhine Samorini: A questão do início da pandemia. A gente teve uma oportunidade aqui no Estado porque teve uma possibilidade de a gente contribuir com o governo do Estado fazendo o corte dos acetatos. Eu dei uma solução que eliminava o recorte a laser, que é lento, então tinha de dar uma escala industrial porque o governo tinha identificado a necessidade de 150 mil imediatas pra toda a Saúde. E aí a gente fez uma solução industrial, na guilhotina, com furo de furadeira de fichário e os cantos arredondados.

00:08:26
Cristhine Samorini: E a gente conseguiu dar uma escala de produção que eles não teriam. E no meio aconteceu uma oportunidade para fazer a parceria com quem fazia as hastes, então eu botei no mercado um produto que acabou se tornando uma obrigatoriedade em vários mercados, farmácia. Não fez a nossa recuperação de faturamento, mas nos deu acesso a um mercado que a gente não tinha contato. Então, foram esses ajustes que a gente vem fazendo.

00:08:57
Cristhine Samorini: A gente tá analisando se ainda justifica manter esse olhar, atender a esse momento de pandemia, ou continua com o nosso plano principal. A gente tem um projeto chamado Pensar 2030 e a gente tem de pensar nesse momento, eu acho que é o momento que nos cria uma ruptura. Vamos começar com uma nova empresa, tipo uma startup, uma empresa piloto. Porque se não, a gente carrega essa trajetória toda de uma empresa pesada, robusta e a gente não consegue velocidade nos resultados.

00:09:30
Hamilton Costa: É um momento pra isso, pensar como startup é fundamental nesse processo, poder testar, experimentar, pivotiar, voltar, corrigir os erros, tocar pra frente.

00:09:46
Tânia Galluzzi: Dá só uma posição pro ouvinte, como é que está o Espírito Santo?

00:09:48
Cristhine Samorini: Olha, a gente chega hoje, 25 de maio, com 85 por cento da capacidade da saúde pública com o leitos ocupados. O governo já projetou crescimento até o final de julho. Há uma expectativa, pelo acompanhamento do que está sendo mostrado, pela curva que a gente consiga chegar no pico e não tenha de fazer o lockdown, que foi muito especulado na semana passada porque o secretário da saúde chegou a mencionar. Mas o governo tem feito tratativas bem imediatas, num movimento muito grande. A gente, pela federação das indústrias, deu um apoio importante, criamos o projeto Indústria do Bem. O Senai recuperou respirador, teve a doação de 7 toneladas de acetado, a Grafitusa entrou com os cortes. A gente foi começado a ajudar o governo do Estado. Diante das informações que eles passaram pra gente do que seria importante para ajudar a conter essa questão do avanço do coronavírus, e a gente fez uma parceria da indústria colaborar esse momento. Estamos muito próximos, o governo tem pautado as ações principais. O Sesi Saúde está fazendo um trabalho fantástico de orientação às indústrias. A gente também se colocou à disposição do comércio pra fortalecer as ações, porque não adianta nada o comércio fechado se a indústria em algum momento vai sofrer ruptura da cadeia. É preocupante, mas o governo não está deixando de tomar as medidas necessárias.

00:11:24
Cristhine Samorini: Acredito que os próximos 15 dias vão se manter dessa forma sem a necessidade de algo mais drástico.

00:11:30
Hamilton Costa: E pensar nessa questão de startup, o modelo de startup para experimentar novos produtos e novos segmentos é a formulação ideal para este momento.

00:11:45
Cristhine Samorini: Eu tenho algumas considerações, Hamilton, e serve para a indústria gráfica e qualquer indústria. Sem dúvida estamos numa era de transição, o desafio ficou maior para a indústria, que tem de se tranformar e isso só vai possível através da inovação, da produtividade, eu bato muito na questão da produtividade. O nosso setor gráfico tem uma dificuldade imensa de tratar o tema produtividade, por mais que a gente tenha tecnologia por trás nesses últimos anos com investimento alto das gráficas, a gente não se preocupou em capacitar o operador a entender que é uma produtividade, que impacta de forma significativamente forte em nossos custos, as margens foram ficando apertadas. Mas isso também não é só uma característica da indústria gráfica. Eu conversei com um fornecedor de São Paulo, e eu falo, cara é o mesmo problema que eu tenho aqui. É um problema de construção do modelo de atuação, muitas empresas familiares.

00:12:47
Cristhine Samorini: Isso não dá mais, não tem mais espaço. A gente precisa rapidamente entender que o mercado é diferente, o cenário é diferente, os custos são diferentes, a forma de venda é diferente. Com isso tudo tá a gente tomando porrada da tecnologia que substitui as mídias normais, aonde a mídia vai sobreviver. Eu acho que a mídia papel, nesse momento, pode até se sobressair no meio de um monte de mídias digitais, vira um diferencial. Aqui no Espírito Santo nós temos algumas vantagens. Um Estado organizado, uma situação fiscal boa, temos segurança jurídica sendo contruída e um ambiente de negócios que o governo faz um diálogo muito próximo aos empresários, isso ajuda num Estado pequeno e isso favorece.

00:13:34
Tânia Galluzzi: Seguindo essa linha,você já está falando do perfil da indústria gráfica. Então falando agora como presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica Regional Espírito Santo, do sindicato patronal. Como está indústria gráfica do Espírito Santo em relação à pandemia, não sei se você já tem números, quais são os principais reflexos, como você está se posicionando frente aos seus pares?

00:14:01
Cristhine Samorini: Logo que surgiu a pandemia gente montou uma forma de comunicar imediata aos nossos associados. A gente começou a levar para os micro empresários, nós somos 95% de micro empresas. Então, é uma dificuldade incrível de eles rapidamente se ajustarem. O dono é o gráfico, enfim. A gente fez um bate-papo de acesso ao crédito, que no início deu um boom e eu acho que agora as pessoas começaram a se ajeitar, nós temos um núcleo de acesso ao crédito que a gente disponibilizou para os nossos associados e para quem mais tiver interesse, grupo que está ali trabalhando de forma atenta às demandas e dando os caminhos mais rápidos para os empresários se ajustem principalmente com capital de giro. E eu vou ter uma pesquisa nos próximos 15 dias. A gente já sabe que uns 15, 20% de demissão no setor já ocorreu. A gente agora vai detalhar, extrair de dentro do montante que a federação, a gente vai detalhar para os nossos associados essa pesquisa. De forma geral, como aqui a maioria das indústrias atendem parte do promocional, Tânia, eu não sei quantos sairão após essa pandemia. Esse é um dado que me preocupa, que é o que eu quero trabalhar, inclusive não só pra indústria gráfica. A gente aqui tem 18 mil indústrias cadastradas, mas eu não sei se tem 18 mil indústrias. Principalmente agora depois da pandemia, a gente vai ter fazer um trabalho mais detalhado, porque se a gente tem 18 mil indústrias, o sistema Findes só atua em 35% disso, nós estamos com o volume muito solto. Agora depois da pandemia a gente tem de saber quem sobreviveu e o que é necessário fazer de imediato.

00:15:54
Tânia Galluzzi: E o universo gráfico do Espírito Santo, quantas gráficas vocês têm hoje atuando?

00:16:07
Cristhine Samorini: 260 gráficas. Nós temos 60% associados. Agora esse o número vai ter de novamente ser levantado normalmente. Mas o trabalho é mais do que nunca do sindicato. Agora o sindicato tem de ir lá, um por um, pra tratar de entender a demanda. Eu entendo que é um trabalho essencial do sindicato no momento. Pra isso que tem de existir sindicato, se não cada vez mais o sindicato perde a relevância.

00:16:27
Tânia Galluzzi: Você já citou várias medidas na federação que você estão tomando e tomaram já com relação à pandemia. Além dessas medidas, quais outras bandeiras você pretende levantar na federação?

00:16:43
Cristhine Samorini: A construção do plano de trabalho começou de uma forma diferente. São 33 sindicatos, nós trouxemos 22 sindicatos mais uns 10 empresários de diversos setores e começamos a construir entender quais seriam os próximos ângulos de entrega da federação. O que ficou mais evidente é que a gente precisa trabalhar a competência das pessoas, agora mais do que nunca, não adianta vir numa era digital se você não trabalha a competência das pessoas. Nós temos de melhorar muito a comunicação para que as conexões sejam feitas de forma correta. A inovação, que é uma medida que começou nessa gestão e a gente vai dar bem posicionada junto com a transformação digital. E uma coisa que a gente também entra forte agora que é uma modernização da gestão e da governança.

00:17:36
Hamilton Costa: Você pega um momento extremamente delicado. Terminaram as contribuições obrigatórias há pouco tempo, o que reduziu a receita, e mais a covid pela frente.

00:17:53
Cristhine Samorini: Hamilton, quando eu fiz meu plano de trabalho não tava prevista uma pandemia. Eu faço parte dessa gestão, e a gente vem organizado de forma muito controlada mesmo, no detalhe, os dados, e a gente já sabe o impacto que essa redução no corte de 50% no compulsório. Mais as outras quedas de receita que a gente vai ter, porque vai diminuir a folha da indústria, naturalmente também diminuir a contratação de serviços que o Sesi fornece e o Senai

00:18:28
Cristhine Samorini: Mas temos um impacto de 51 milhões, neste ano. É muito significativo. Mas também a gente tem oportunidade de trabalho, a oportunidade de fazer as coisas enxutas como temos feitos nas nossas empresas.

00:18:42
Cristhine Samorini: E aí a transformação digital vem facilitar e reduzir custos importantes. Junto com isso vem reenguer as indústrias. Nós estamos vindo de um processo de desindustrialização, que poderia ser revertido pela política econômica do governo atual, mas a gente foi atropelado por essa pandemia. Nós temos a queda dos últimos anos. A indústria capixaba vem de anos muito difíceis. Falando do Espírito Santo especificamente, a produção física caiu 15,8% no ano passado. Nos últimos quatro anos a produção só teve alta em 2017, quando cresceu modesto 1,7%.

00:19:24
Hamilton Costa: A gente veio de uma recessão.

00:19:24
Cristhine Samorini: O Espírito Santo é muito industrializado. Nós temos aqui muito fortemente a Vale, a Suzano exportando forte a celulose, tá fazendo um investimento grande no Estado, tem um centro de distribuição no Estado importante para as indústrias gráficas, porque muito do papel cortado sai daqui para ir para o Nordeste. Então a gente tem uma condição melhor do que Rio, Minas em relação ao centro de distribuição de papel.

00:20:03
Hamilton Costa: Só te perguntar uma coisa, no começou falou sobre a questão de capacitação. Agora, na presidência da federação você tem uma relação direta com o Senai, certo?

00:20:10
Cristhine Samorini: Você sabe que eu tenho amor à indústria gráfica de verdade, né, Hamilton, minha formação mesmo é de indústria gráfica, fiz muitos cursos na Theobaldo. Falando no Senai como um todo, aqui nos últimos anos tivemos investimento em infraestrutura, mas tivemos perda de capacidade de atuação. Nos últimos três anos foi necessário fazer um ajuste de receita. Nesse movimento agora recente que tivemos de fazer ajustes, a principal fala minha para o superintendente do Senai é o Senai vai voltar a ser o destaque do sistema, principalmente nesse momento agora que a gente precisa recuperar as indústrias e a capacidade, que realmente a gente torne-as mais produtivas, com inovação e transformação digital. Só quem pode fazer isso na veia, de forma direta é o Senai. Ele tem isso como principal característica. E ele sabe que eu defendo o Senai porque eu sei da a capacidade que o Senai tem hoje de unidade instalada, de investimento a nível nacional, e o que é que a gente tem de capacidade que a gente não está trazendo para o nosso Estado.

00:21:32
Tânia Galluzzi: Pra finalizar, se você tivesse de dar uma única recomendação, uma única dica pro gráfico de micro, pequeno e médio porte nesse momento, qual seria?

00:21:43
Cristhine Samorini: Há 15 dias eu falei que não era para eles esperarem pra fazer os ajustes que deveriam ser feitos. Teriam de ser feitos imediatamente. Porque o setor gráfico vai mudar de forma mais significativa, não teremos volume, não estou desanimando ninguém, mas principalmente em setores mais acostumados que nós tínhamos, como o promocional, eu acredito que em seis meses ainda não teremos capacidade de crescimento. Vamos vir ainda abaixo da margem, como estávamos prevendo. É um momento difícil, muitos não vão conseguir sair dessa crise de forma equilibrada.

00:22:25
Cristhine Samorini: Eu tenho me colocado muito à disposição do empresário daqui, porque às vezes a gente tem mais informações, até mesmo capacidade de dar acesso a crédito. Mas que é pra fazer agora, de forma mais emergencial os ajustes dentro da empresa. Porque a gente não sabe ainda ao certo o que serão os próximos seis meses.

00:22:42
Tânia Galluzzi: Então, se tem que tomar o remédio, tem de tomar o remédio amargo logo, já, é isso?

00:22:49
Cristhine Samorini: Já. Assimo como eu fiz na minha empresa. Cada semana ainda faz ajustes finos, . Ainda agora estamos dando uma guinada do que faremos nos próximos meses, assim como a gente fez na federação das indústrias, uma decisão amarga mas necessária para a gente ver a sobrevivência a logo prazo, se não teria problemas mais séries. Na micro empresas não é nada diferente. Tem de fazer os ajustes agora, cortar as despesas extras, ajustar quem é que tem de ficar, ter uma olhar para produtividade, que é um pouco difícil isso pra quem é micro e pequeno empresário, porque precisa sobreviver, no momento. Mas, a medicação é pra já, você foi certa na sua colocação. Não quero desanimar.

00:23:37
Tânia Galluzzi: Eu acho que tem de ter gente falando objetivamente, diretamente o que tem de ser feito. Ótimo, muito obrigada. Espero que a gente possa tê-la outras vezes aqui.

00:23:48
Cristhine Samorini: Pode contar comigo, um grande abraço, Tânia, prazer, Hamilton

00:23:52
Hamilton Costa: Igualmente, forte abraço e quero te desejar muito sucesso, muito êxito e muita sorte.

00:23:57
Cristhine Samorini: Você sabe, Hamilton, que o setor gráfico nacional ficou muito feliz, porque uma representatividade de uma pessoa do setor gráfico nesse momento de tanta mudança, eu passei por muita coisa, muita transformação tecnológica aqui dentro da empresa, e ainda ter de passar por esse momento de trasnformação mesmo, de tranformação da indústria gráfica. E tem sido importante apoio que eu tenho recebido do setor.

00:24:29
Hamilton Costa: Você passa a ser um símbolo dentro do setor.

00:24:32
Tânia Galluzzi: Sim, muito boa sorte, muita boa sorte em todos os sentidos, na federação, na entidade, na empresa, que você consiga fazer essa virada. Muito obrigada.

00:24:41
Tânia Galluzzi: É isso, pessoal. Sigam o Ondas impressas no Instagram, no LinkedIn. Mande suas sugestões para ondasimpressaspodcast@gmail.com.

00:24:54
Hamilton Costa: Obrigado pela audiência, um abraço a todos.

00:24:58
Tânia Galluzzi: Beijos até o próximo episódio.